Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Começando a semana com um capítulo novinho! Espero que gostem e que comentem!
– A carta é do proprietário do apartamento – falou Freddie.
– Ele quer que a gente compre o apartamento ou vaze daqui em um mês – explicou Sam.
– Ah não! Eu adoro que sejam meus vizinhos. Não podem ir embora – lamentou Carly.
– Nós também não queremos ir – disse Sam.
– Mas não temos dinheiro para comprar esse apartamento – observou Freddie.
– A gente pode negociar, juntar as minhas economias com as suas e dar uma entrada, fazer um financiamento ・ propôs Sam ao marido.
– Eu não tenho mais economias – falou Freddie, baixo.
– Você o que Benson? - perguntou Sam, irritada.
– Como acha que eu banquei a nossa renovação de votos em Las Vegas?
– Você é um idiota Freddinardo! - esbravejou Sam, dando um tapa na orelha dele.
– Eu fiz isso por amor e é assim que me agradece? Você parecia ter gostado muito da festa.
– Claro que eu gostei, mas não deveria ter dado um passo maior que a sua perna. Desde quando ficou irresponsável?
– E desde quando você ficou responsável?
– Desde que estou prestes a ser despejada do apartamento no qual criei meus filhos.
– Você nem gostava daqui, lembra?
– Há 9 anos eu não gostava daqui, depois me acostumei e agora me apeguei. É bom ser vizinha da Carly, morar perto do colégio dos meninos e ter sua mãe por perto pra cuidar das crianças.
– Eu ouvi direito? Disse que é bom ter a minha mãe por perto?
– Não foge do assunto. Você fez tudo errado! E ainda perdemos dinheiro naquela maldito Cassino.
– Perdemos dinheiro porque você resolveu jogar, eu queria ir para o quarto.
– E depois você veio jogar junto comigo, muito empolgado! A culpa é tão minha quanto sua, ou melhor, a culpa é sua, porque inventou de irmos para Las Vegas.
– Não vem jogar a culpa em cima de mim Puckett! Você que quis dar o golpe no esquisito da loja de penhores...
Carly interveio, gritando:
– Chega!!! Não sei como vocês aguentaram os últimos dez anos brigando desse jeito.
– Talvez seja porque eu amo essa insuportável – confessou Freddie, amolecendo o coração de Sam, que conseguiu ir soltando a respiração tensa pela irritação.
– Eu não tenho dúvida disso. Se vocês não se amassem, não resistiriam a tanto tempo juntos. Por isso, peguem todo esse amor e se unam nesse momento para resolverem essa situação juntos, como já resolveram tantas outras nesses anos todos – falou Carly.
– Carly tem razão – disse Freddie, olhando para Sam – Vamos dar um jeito, como sempre demos – segurando as mãos de Sam.
– Está bem, confio em você bebê – falou Sam, sorrindo.
Naquela noite, Sam e Freddie foram ao apartamento de Carly para a festa de boas-vindas de Coronel Shay. Mas, o casal estava preocupado e nem a comida desviava os pensamentos de Sam. Ela resolveu chamar Gibby para conversar a sós. Os dois subiram até o antigo estúdio de ICarly.
– Gibby, nós somos sócios no restaurante e eu preciso da sua concordância para fazer um empréstimo dando o restaurante em garantia.
– Eu não concordaria com isso.
– Gibby, quer apanhar?! - indagou Sam, segurando-o pelo colarinho.
– Não! Por favor, não quebre mais meus dedos.
– Eu não vou. Desculpe. Gibby, preciso que me ajude – disse Sam, arrumando a gola dele.
Nisso Carly entrou:
– O que tá acontecendo aqui? - perguntou ela, desconfiada, entrando no local com Sophie no colo.
– Tô dando uns pegas no seu marido, já que você já deu uns pegas no meu – zombou Sam.
– Não é nada disso Carly! - falou Gibby, nervoso – Ela tava me agredindo! Você conhece a Sam.
– Claro que ela conhece. Você não faz meu tipo Gibby. Estávamos discutindo negócios Carls – contou Sam.
– Que tipo de negócio? - quis saber Carly.
– Gibby vai me ajudar a conseguir um empréstimo dando o restaurante em garantia para que eu possa comprar o apartamento.
– Não vou fazer isso. Aquilo é tudo que eu tenho. É meu patrimônio. Meu e das minhas filhas.
– Ele não vai mesmo. É patrimônio da Sophie – concordou Carly, fazendo carinho na cabeça da filha.
– É engraçado Carly, mas sempre tenho a sensação de que sou muito mais sua amiga que você minha – falou Sam, saindo do estúdio, irritada.
Sam passou por Freddie na sala e puxou o marido pelo braço:
– Vamos embora.
– Mas a festa mal começou.
– Vamos embora agora! Em casa eu explico.
Freddie seguiu Sam ao apartamento 13B, onde contou a ele tudo o que tinha acontecido com Carly e Gibby.
– Eles têm a razão deles. Você não pode arriscar todo o negócio por causa de um interesse pessoal.
– É impressionante como sempre fica contra mim Benson.
– Não estou contra você, só entendo o lado deles.
– Essa era a única saída que me veio à cabeça.
– Por que não pede ao seu pai?
– Acha que eu já não pensei nisso? Meu pai está com problemas financeiros.
– Mas ele é muito rico.
– Eu sei, mas teve uns problemas trabalhistas no colégio e tá tendo que pagar umas indenizações. Além disso, investiu uma grana numas ações de uma empresa que tava bombando no mercado financeiro e perdeu tudo, hoje essas ações podem ser dadas como troco de ônibus.
– Nossa! Que falta de sorte.
– Muita falta de sorte, a dele e a nossa. Pensei na Melanie, mas ela tá em começo de carreira, mal tem pra ela.
– Eu não tenho família rica.
– Nem eu. Quer dizer, meu tio é ladrão de bancos, mas não quero ter que apelar pra ele.
– Eu nunca permitiria isso Sam. Nada de coisas ilegais, ok?
– Ok. Sabe que não faço nada ilegal desde que atingi a maioridade.
– O jeito vai ser encontrarmos outro lugar pra morar.
Nesse momento, Isabelle, Eddie e Nick entraram. A menina logo se insurgiu:
– Eu ouvi bem? Morar em outro lugar? Eu não quero! É a minha casa! Eu gosto daqui! Não vou sair daqui!
– Eu também! - falaram Eddie e Nick ao mesmo tempo.
– Antes que comecem a dar chilique, escutem ・ pediu Sam.
– O dono do apartamento quer vender e não temos dinheiro para comprar. Mas, podemos encontrar um lugar bacana para morar. Há muitos apartamentos em Seattle – explicou Freddie.
– Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira – começou a cantarolar Isabelle, sendo acompanhada pelos irmãos.
Os três dançavam em volta da mesa de centro da sala, repetindo a mesma coisa.
Sam comentou com Freddie:
– Eu mereço.
– Nós merecemos.
Alguns dias depois, Sam e Freddie esperavam ansiosos por uma visita. A campainha tocou e o casal foi abrir a porta. Gary Halberstadt os cumprimentou com simpatia:
– Veja só, como vocês cresceram! Da última vez que os vi estavam invadindo esse apartamento, quando minha mãe ainda era viva. Foi no Halloween, ainda me lembro.
– Mas já pagamos aluguel desse mesmo apartamento há 9 anos e mesmo assim o senhor quer nos tirar daqui sem nenhuma consideração – falou Sam.
– Sam! - ralhou Freddie ・ Senhor Halberstadt, entre, por favor.
O homem entrou e se sentou no sofá. Isabelle se aproximou:
– Você que é o mané que quer nos tirar da nossa casa?
– Essa casa é minha, garotinha. Vocês me pagam para morar aqui.
Nick aproximou-se e deu um chute na canela dele:
– Você é mau!
– Nicolas! - falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.
Freddie pediu à filha:
– Vá para o quarto e leve seus irmãos Belinha, por favor. Se quer ajudar, faça isso.
Isabelle entendeu a súplica do pai, então pegou Eddie e Nick pelas mãos e foram para o quarto.
– Perdão Senhor Halberstadt – pediu Freddie.
– Tudo bem. Crianças... Sei como são, por isso nunca quis ter uma.
Bolinha aproximou-se do homem, rosnou e abocanhou a calça dele, puxando até ficar com um pedaço de tecido na boca.
– Bolinha, passa! - mandou Sam, irritada, sendo obedecida pelo cachorro, que correu para a cozinha.
– O que essa ferinha fez com a minha calça? - indagou Gary, irritado.
– Nós pagamos. O senhor pode comprar uma calça novinha – falou Freddie.
– Essa calça era do meu falecido pai! Tinha valor sentimental e não pode ser substituída.
– Desapega. Isso não faz nem bem. Guarde seu pai no seu coração – disse Sam, dando um tapinhas nas costas de Gary.
– Vamos ao que interessa. Chamamos o senhor aqui para pedir mais um prazo. Um mês é pouco tempo para encontrarmos um lugar legal para nos mudarmos – disse Freddie.
– Lamento, mas não dá.
– Por que não? - perguntou Sam, sem paciência.
– Eu vou me casar em um mês e me mudar para o Texas. Preciso desse dinheiro.
– Encontrou alguma louca que te queira? - perguntou Sam.
– Sam! - chamou a atenção Freddie – Tenho certeza que é uma moça de muita sorte. Mas, será que o senhor não pode nos dar só mais um mês? Nos ajudaria muito. Moramos aqui há muito tempo, sempre pagamos o aluguel e o condomínio em dia...
– Só mais um mês?
– Sim ・ falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.
– Não! Arrumem suas coisas e desocupem o apartamento o mais rápido possível, ao final do prazo virei pegar as chaves – decidiu Gary, levantando-se e indo embora.
As crianças ouviam a conversa atrás da porta e saíram. Isabelle sentou-se no colo do pai, triste:
– Vamos mesmo ter que ir embora né?
– Sim, princesa. Mas, não precisa ficar triste, vamos encontrar um lugar legal pra morar – explicou Freddie.
– Mas, vou ficar longe da dinda, da minha avó, da minha prima e do Cris.
– Vocês virão ficar com a Senhora Benson todos os dias, como sempre. Nem sentirão falta daqui – garantiu Sam, enquanto acomodava Eddie e Nick no colo.
– Não será a mesma coisa – disse Eddie, tristonho.
Os dias passaram rápido. Sam e Freddie terminavam de encaixotar a mudança. Iriam passar um tempo na mansão de Charles, já que não haviam encontrado um imóvel que agradasse toda a família. Dentro daquelas caixas iam muitas lembranças, várias relacionadas aos bons momentos que viveram naquele apartamento que à primeira vista parecia mal-assombrado, mas que foi testemunha de anos felizes da família Puckett Benson.
Já era tarde e as crianças dormiam. O casal, exausto de arrumar as coisas, sentou-se no tapete da sala, encostando suas cabeças.
– É triste ver isso tudo vazio – comentou Freddie.
– Nem me fale. Cada pedacinho lembra alguma arte das crianças. Lembra quando a Belinha tinha pouco mais de um ano e pulou do berço, e depois apareceu bem na nossa frente, aqui no meio da sala, com carinha de sapeca?
– Claro que eu me lembro, foi no dia que nos mudamos pra cá. E se lembra quando Eddie e Nick resolveram desenhar bem naquela parede? - perguntou Freddie apontando para o local.
– Óbvio que sim, deu um trabalhão pra limpar.
– Mas eu te ajudei.
– Quanto mais a gente esfregava, mais manchado ficava, até que decidimos passar tinta por cima de uma vez.
– Só que ficou diferente do resto e então colocamos um móvel pra esconder.
– Espero que o chato do Gary não se dê conta disso.
– Eu também. Sabe Sam, é triste deixar para trás um lugar no qual fomos felizes, que tem marcas da nossa vida e dos nossos filhos, mas a felicidade não está no lugar em que estamos, mas com quem estamos. Enquanto eu estiver com você e com as crianças, estará tudo bem.
– Você tem razão. Seremos felizes, juntos, em qualquer lugar – concordou Sam, dando um beijo nos lábios de Freddie, que correspondeu.
No dia seguinte, quando o caminhão de mudança chegou e começou a levar as coisas, Isabelle tinha vontade de chorar, especialmente após olhar a parede do seu quarto com as marcas de seu crescimento em forma de riscos com datas ao lado. Então, ela saiu de fininho e subiu até a saída de incêndio.
A menina olhava a vista de Seattle, pensando que gostava daquela vista, mas nunca parou para se dar conta disso até aquele momento, quando estava prestes a perdê-la. Ela ouviu passos e se virou, vendo Cris.
– Está me seguindo? - questionou a loirinha.
– Não. Fui ao seu apartamento e não te achei, daí sai procurando e tive uma ideia de que estaria aqui. Eu vim me despedir.
– Não seja dramático Cristopher. Nós ainda vamos estudar na mesma classe, lembra? Não vai se livrar de mim tão fácil.
– Mas não seremos mais vizinhos e eu não vou mais te ver o tempo todo. Vai ser estranho meus dias sem você por perto. Vou sentir falta até dos seus xingamentos e dos seus tapas e olha que você tem mão pesada.
Isabelle conseguiu rir:
– Eu sei que você adora os meus tapas.
– Eu adoro tudo em você.
Os dois trocaram um olhar demorado, que foi interrompido por passos ligeiros que se aproximavam.
– Achei vocês! - disse Mabel, contente – Vieram brincar aqui e nem me chamaram.
– Não estávamos brincando, só conversando – falou Cris.
– Eu tenho que ir, meus pais já devem estar atrás de mim – disse Isabelle, saindo.
Quando Isabelle entrou no apartamento, Sam falou ríspida:
– Se demorasse mais um pouco iria ficar por aqui. Mania de sair sem avisar! Já pedi mil vezes para não fazer isso.
– Desculpe mamãe.
– Só o Bolinha me dá ouvidos nessa casa – disse Sam, pegando o cãozinho no colo e o abraçando.
Gary apareceu na porta acompanhado de um senhor de terno que parecia ser um advogado.
– Nós já estamos de saída, o senhor não precisava vir acompanhado de um advogado – disse Sam.
– Pode conferir tudo, o apartamento está em ordem – garantiu Freddie.
– O Dr. Arnold veio até aqui para informar aos senhores que o apartamento já tem dono – falou Gary.
– Que bom pra você! Mas, não temos nada com isso – disse Sam.
O advogado entregou uma escritura para Freddie. O moreno arregalou os olhos e disse à Sam:
– Eu acho que nós temos tudo a ver com isso meu amor.
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