Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 128
O Bolinha


Notas iniciais do capítulo

Ultimamente tenho recebido menos comentários. São 63 pessoas que acompanham a história e muitos acessos diários, mas poucas manifestações. A história está ficando chata? Muito comprida?



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Sam esquentava o jantar enquanto Eddie a cercava:

– Mamãe, como se soletra aquela palavra helipótero?

– É helicóptero! E não me faz pergunta difícil agora, tô ocupada, não tá vendo?

– Mas eu quero aprender a escrever essa palavra difícil.

Isabelle passou pelo local, dizendo:

– Vou brincar com o Cris.

– E o jantar? - perguntou Sam à filha.

– Volto logo – garantiu a menina, saindo.

Sam ia fazer perguntas, mas teve que conter Nick, que resolveu tirar a farinha de dentro do armário e estava prestes a espalhar por tudo.

No apartamento da família Shay Gibson, Cris avisou à mãe, que assistia televisão enquanto Gibby preparava o jantar:

– Vou brincar com a Belinha, mamãe.

– Não demore, gostamos de jantar todos juntos – pediu Carly.

– Tá bom.

Mabel se manifestou:

– Posso ir com você, Cris?

– Acho que pode – concordou o garoto.

As duas crianças saíram.

Isabelle já esperava na portaria e se surpreendeu ao ver Mabel junto com Cris.

– Por que ela veio? Não combinamos que seria um segredo nosso Cris?

– Combinamos. Mas, achei que não teria problema. Ela é da família e sabe guardar segredo – justificou Cris.

– Que segredo eu terei que guardar? - perguntou Mabel, curiosa.

– Bel, você tem que jurar que não vai contar pra ninguém o que vamos fazer agora. Isso é muito importante. Se você abrir a boca vai colocar tudo a perder – disse Isabelle.

– Eu juro – falou Mabel.

As três crianças foram caminhando até o beco na quadra do Bushwell e logo avistaram o “segredo” a ser guardado, um cachorro branco e peludo.

– Oh! Ele é muito fofo! - disse Mabel, empolgada, correndo para fazer carinho no cachorro.

– Cuidado Mabel, ele pode ter pulgas – alertou Cris.

– Nós temos que dar um banho nele – falou Isabelle.

– Como assim? - perguntou Mabel.

– Nós vamos cuidar dele, não podemos deixar um cachorrinho tão lindinho jogado na rua, é cruel – explicou Isabelle.

– Vai levar para a sua casa? - perguntou Mabel.

– Bem que eu gostaria, mas meus pais já brigaram feio por causa dessa história de ter um cachorrinho, não quero que aconteça de novo.

– Poderíamos levar para a nossa casa né Cris? - propôs Mabel ao garoto.

– Não dá. Minha mãe não tem muita paciência para cuidar de bichos. Ela nem deixou seu pai trazer o gato dele e o cachorro – respondeu Cris.

– É verdade, sinto saudade do Lambe-lambe – contou Mabel – Mas, então, o que faremos?

– Eu e a Belinha já encontramos um lugar para deixá-lo, só vamos ter que nos revesar para cuidar dele – contou Cris.

– Eu também posso ajudar – ofereceu-se Mabel.

– Ótimo. O nosso amiguinho aqui acabou de ganhar duas mamães e um papai – disse Isabelle, fazendo carinho na cabeça do cachorro.

As três crianças levaram o cãozinho para o quartinho ao lado da casa de máquina do elevador.

– Como vamos chamá-lo? - indagou Mabel, enquanto acomodavam o cão em cima da pequena cama do local.

– Ele parece uma bolinha de pêlo, podia se chamar Bolinha – propôs Cris.

– Parece bom – disse Isabelle.

– Gostei – elogiou Mabel.

– Se as mamães concordam, é assim que vai se chamar: Bolinha – falou Cris, fazendo carinho no cachorro.

Durante o jantar, no apartamento da família Puckett Benson, Isabelle puxou assunto:

– Dá uma pena desses cãezinhos de rua. Eles passam fome e frio. São como bebêzinhos abandonados. Seria tão legal se cada família adotasse um cachorrinho abandonado, assim não teria mais nenhum na rua. Você não acha mamãe?

– Se eu for ter pena de todas as desgraças do mundo começo a chorar agora e não paro nunca mais. Acontece, que tenho mais o que fazer.

– Nunca teve vontade de cuidar de um animalzinho abandonado mamãe?

– Sim, também já tive vontade de acabar com a fome na África, mas, como dá muito trabalho, vai ficar pra uma próxima vida.

Freddie não dizia nada, apenas engolia rapidamente a comida para poder sair logo para a faculdade.

– Come devagar amor, vai passar mal desse jeito – pediu Sam ao marido.

– Não dá tempo – falou ele, engolindo o suco e levantando-se da mesa.

Certo dia, as crianças foram levar comida para Bolinha durante a noite e não fecharam a porta direito ao sair.

Sam dormia tranquilamente na sua cama quando sentiu uma fungada no seu pescoço.

– Já chegou amor? Pelo visto chegou animado - murmurou ela, sonolenta.

Depois disso, sentiu uma lambida na sua perna:

– O que é isso nerd safado? - perguntou ela, rindo.

O cachorro deitou-se ao lado dela e ela se virou para abraçá-lo, sentindo o pêlo.

– Espera aí. Meu marido não tem o peito tão peludo assim.

Bolinha começou a latir. Sam ascendeu a luz e deu de cara com o cachorro, gritando.

Isabelle, Eddie e Nick foram correndo ao ouvir os gritos da mãe.

– Alguém pode me explicar o que significa isso? - perguntou Sam, nervosa, apontando para o cachorro que havia se acomodado sobre o seu travesseiro.

– Opa – soltou Isabelle.

– Colocou esse cachorro aqui dentro sem a minha permissão Isabelle Puckett Benson?

– Juro que não, mamãe.

– Ele estava no beco – recordou-se Nick.

– Eu fiquei com pena dele e o levei para o quartinho do elevador, não sei como veio parar aqui – contou Isabelle.

– Agora eu entendi aquela conversa de outro dia.

– Podemos ficar com ele?

– Não!

– Então eu posso levar ele de volta pro quartinho?

– Também não! Se alguém descobre no condomínio estaremos encrencados.

– Então o que vai fazer com ele?

– Amanhã mesmo ele vai para um abrigo de cães.

– Não! É cruel! - falou Isabelle, chorando.

– Não é não. Eu fui a um lugar desses em Los Angeles, com a Cat. Eles cuidam dos cachorros e colocam para adoção. Alguém legal vai aparecer e vai cuidar do cachorro.

– Não pode fazer isso com o meu filho Bolinha – disse Isabelle, desesperada, abraçando o cachorro e soluçando de chorar.

– Ele não é seu filho. Humanos não podem ter filhos cachorros. Agora chega de drama e vai dormir – determinou Sam.

– Você é ruim! Bruxa! - gritou Isabelle, pegando o cachorro no colo e correndo com ele para o seu quarto.

Sam mandou Eddie e Nick voltarem para as suas camas. Então, virou seu travesseiro e dormiu novamente. Começou a sonhar:

Era criança e brincava com seu coelhinho de estimação. O bichinho era branco e tinha olhos vermelhos. Pam aparecia:

– Sam, já chega de ficar agarrada com esse animal cagão. Meu namorado médico falou que isso nem é saudável. Coelhos podem passar micose, carrapatos, bactéria que causa diarréia e até coisa pior.

– Isso não é verdade. Eu gosto de abraçar meu coelhinho, ele é fofo.

A cena mudava. Sam via-se acordando numa manhã e procurando seu coelhinho pela casa.

– Mamãe, cadê o meu coelhinho – a pequena Sam perguntava para a mãe.

– Eu sinto muito querida, ele fugiu – respondia Pam.

– Não! - gritou Sam, sentando-se na cama com lágrimas escorrendo por sua face.

Freddie, que já havia chegado da faculdade, acordou com o grito da esposa e ascendeu o abajur.

– O que houve Sam? Pesadelo?

– Foi horrível – disse ela, ainda chorando, abraçando o marido, que a amparou, fazendo carinho em seus cabelos.

– Calma meu amor, já passou, está tudo bem agora. Foi só um pesadelo.

– Foi mais que um pesadelo. Foi praticamente uma lembrança.

– Quer me contar?

– Sim, acho que vou me sentir melhor. Eu era criança de novo e minha mãe me tirou o meu coelhinho de estimação de novo, por causa da opinião daquele namorado médico nojento. Mas, também, eu me vinguei, fiz ele pensar que ela tinha morrido.

– Isso já aconteceu há muito tempo, não tem mais importância.

– Tem sim.

– Como assim?

– Amanhã você vai entender. Melhor voltarmos a dormir, é tarde.

Os dois deram um beijinho, abraçaram-se e logo adormeceram.

Na manhã seguinte, Isabelle chorava na sua cama, abraçada a Bolinha, quando os pais entraram.

– Não vão levar ele de mim! - gritou a menina, desesperada.

– Você pode ficar com ele – disse Sam.

– Está falando sério? - perguntou Isabelle, desconfiada.

– Sim, mas com uma condição.

– Qual? - perguntou a menina.

– Você já tem quase 9 anos Belinha, então, tá na hora de ter mais responsabilidade e ajudar a mamãe. Você vai cuidar do cachorro e não eu. Vai limpar a sugeira dele, dar comida e água. Além disso, vai começar a arrumar a sua cama todas as manhãs. E aí, aceita? É pegar ou largar?

– Eu aceito! Obrigada mamãe. Eu te amo – disse Isabelle, correndo para abraçar Sam.

– Eu também te amo pestinha – falou Sam, dando um beijo no rosto da filha – Agora vou acordar seus irmãos – saindo do quarto.

Freddie brincava com Bolinha e Isabelle se aproximou:

– Valeu papai.

– Por que está me agradecendo?

– Você convenceu a mamãe a não levar o Bolinha para um abrigo né?

– Eu não. A decisão foi toda dela. Eu nem sabia o que estava acontecendo. Cheguei tarde da faculdade ontem, tive que ficar na biblioteca estudando um pouco depois da aula.

– Por que ela mudou de ideia? Ontem estava furiosa quando encontrou o Bolinha na cama.

– Belinha, as mães não são perfeitas, mas elas procuram fazer o seu melhor.

– Talvez eu entenda isso sendo a mãe do Bolinha.

– E a senhorita vai começar levando o Bolinha ao veterinário. Eu vou te ajudar com isso. Ele tem que ser examinado, vacinado e tomar um bom banho.

– Eu, Cris e Mabel já demos um banho nele, na pia do quartinho.

– Mas é melhor dar outro, ele é muito peludo precisa ser bem escovado.

Perto do meio-dia, Freddie e Isabelle levaram Bolinha à clínica veterinária e o rapaz se surpreendeu ao ver quem era a veterinária.


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