Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Ultimamente tenho recebido menos comentários. São 63 pessoas que acompanham a história e muitos acessos diários, mas poucas manifestações. A história está ficando chata? Muito comprida?
Sam esquentava o jantar enquanto Eddie a cercava:
– Mamãe, como se soletra aquela palavra helipótero?
– É helicóptero! E não me faz pergunta difícil agora, tô ocupada, não tá vendo?
– Mas eu quero aprender a escrever essa palavra difícil.
Isabelle passou pelo local, dizendo:
– Vou brincar com o Cris.
– E o jantar? - perguntou Sam à filha.
– Volto logo – garantiu a menina, saindo.
Sam ia fazer perguntas, mas teve que conter Nick, que resolveu tirar a farinha de dentro do armário e estava prestes a espalhar por tudo.
No apartamento da família Shay Gibson, Cris avisou à mãe, que assistia televisão enquanto Gibby preparava o jantar:
– Vou brincar com a Belinha, mamãe.
– Não demore, gostamos de jantar todos juntos – pediu Carly.
– Tá bom.
Mabel se manifestou:
– Posso ir com você, Cris?
– Acho que pode – concordou o garoto.
As duas crianças saíram.
Isabelle já esperava na portaria e se surpreendeu ao ver Mabel junto com Cris.
– Por que ela veio? Não combinamos que seria um segredo nosso Cris?
– Combinamos. Mas, achei que não teria problema. Ela é da família e sabe guardar segredo – justificou Cris.
– Que segredo eu terei que guardar? - perguntou Mabel, curiosa.
– Bel, você tem que jurar que não vai contar pra ninguém o que vamos fazer agora. Isso é muito importante. Se você abrir a boca vai colocar tudo a perder – disse Isabelle.
– Eu juro – falou Mabel.
As três crianças foram caminhando até o beco na quadra do Bushwell e logo avistaram o “segredo” a ser guardado, um cachorro branco e peludo.
– Oh! Ele é muito fofo! - disse Mabel, empolgada, correndo para fazer carinho no cachorro.
– Cuidado Mabel, ele pode ter pulgas – alertou Cris.
– Nós temos que dar um banho nele – falou Isabelle.
– Como assim? - perguntou Mabel.
– Nós vamos cuidar dele, não podemos deixar um cachorrinho tão lindinho jogado na rua, é cruel – explicou Isabelle.
– Vai levar para a sua casa? - perguntou Mabel.
– Bem que eu gostaria, mas meus pais já brigaram feio por causa dessa história de ter um cachorrinho, não quero que aconteça de novo.
– Poderíamos levar para a nossa casa né Cris? - propôs Mabel ao garoto.
– Não dá. Minha mãe não tem muita paciência para cuidar de bichos. Ela nem deixou seu pai trazer o gato dele e o cachorro – respondeu Cris.
– É verdade, sinto saudade do Lambe-lambe – contou Mabel – Mas, então, o que faremos?
– Eu e a Belinha já encontramos um lugar para deixá-lo, só vamos ter que nos revesar para cuidar dele – contou Cris.
– Eu também posso ajudar – ofereceu-se Mabel.
– Ótimo. O nosso amiguinho aqui acabou de ganhar duas mamães e um papai – disse Isabelle, fazendo carinho na cabeça do cachorro.
As três crianças levaram o cãozinho para o quartinho ao lado da casa de máquina do elevador.
– Como vamos chamá-lo? - indagou Mabel, enquanto acomodavam o cão em cima da pequena cama do local.
– Ele parece uma bolinha de pêlo, podia se chamar Bolinha – propôs Cris.
– Parece bom – disse Isabelle.
– Gostei – elogiou Mabel.
– Se as mamães concordam, é assim que vai se chamar: Bolinha – falou Cris, fazendo carinho no cachorro.
Durante o jantar, no apartamento da família Puckett Benson, Isabelle puxou assunto:
– Dá uma pena desses cãezinhos de rua. Eles passam fome e frio. São como bebêzinhos abandonados. Seria tão legal se cada família adotasse um cachorrinho abandonado, assim não teria mais nenhum na rua. Você não acha mamãe?
– Se eu for ter pena de todas as desgraças do mundo começo a chorar agora e não paro nunca mais. Acontece, que tenho mais o que fazer.
– Nunca teve vontade de cuidar de um animalzinho abandonado mamãe?
– Sim, também já tive vontade de acabar com a fome na África, mas, como dá muito trabalho, vai ficar pra uma próxima vida.
Freddie não dizia nada, apenas engolia rapidamente a comida para poder sair logo para a faculdade.
– Come devagar amor, vai passar mal desse jeito – pediu Sam ao marido.
– Não dá tempo – falou ele, engolindo o suco e levantando-se da mesa.
Certo dia, as crianças foram levar comida para Bolinha durante a noite e não fecharam a porta direito ao sair.
Sam dormia tranquilamente na sua cama quando sentiu uma fungada no seu pescoço.
– Já chegou amor? Pelo visto chegou animado - murmurou ela, sonolenta.
Depois disso, sentiu uma lambida na sua perna:
– O que é isso nerd safado? - perguntou ela, rindo.
O cachorro deitou-se ao lado dela e ela se virou para abraçá-lo, sentindo o pêlo.
– Espera aí. Meu marido não tem o peito tão peludo assim.
Bolinha começou a latir. Sam ascendeu a luz e deu de cara com o cachorro, gritando.
Isabelle, Eddie e Nick foram correndo ao ouvir os gritos da mãe.
– Alguém pode me explicar o que significa isso? - perguntou Sam, nervosa, apontando para o cachorro que havia se acomodado sobre o seu travesseiro.
– Opa – soltou Isabelle.
– Colocou esse cachorro aqui dentro sem a minha permissão Isabelle Puckett Benson?
– Juro que não, mamãe.
– Ele estava no beco – recordou-se Nick.
– Eu fiquei com pena dele e o levei para o quartinho do elevador, não sei como veio parar aqui – contou Isabelle.
– Agora eu entendi aquela conversa de outro dia.
– Podemos ficar com ele?
– Não!
– Então eu posso levar ele de volta pro quartinho?
– Também não! Se alguém descobre no condomínio estaremos encrencados.
– Então o que vai fazer com ele?
– Amanhã mesmo ele vai para um abrigo de cães.
– Não! É cruel! - falou Isabelle, chorando.
– Não é não. Eu fui a um lugar desses em Los Angeles, com a Cat. Eles cuidam dos cachorros e colocam para adoção. Alguém legal vai aparecer e vai cuidar do cachorro.
– Não pode fazer isso com o meu filho Bolinha – disse Isabelle, desesperada, abraçando o cachorro e soluçando de chorar.
– Ele não é seu filho. Humanos não podem ter filhos cachorros. Agora chega de drama e vai dormir – determinou Sam.
– Você é ruim! Bruxa! - gritou Isabelle, pegando o cachorro no colo e correndo com ele para o seu quarto.
Sam mandou Eddie e Nick voltarem para as suas camas. Então, virou seu travesseiro e dormiu novamente. Começou a sonhar:
Era criança e brincava com seu coelhinho de estimação. O bichinho era branco e tinha olhos vermelhos. Pam aparecia:
– Sam, já chega de ficar agarrada com esse animal cagão. Meu namorado médico falou que isso nem é saudável. Coelhos podem passar micose, carrapatos, bactéria que causa diarréia e até coisa pior.
– Isso não é verdade. Eu gosto de abraçar meu coelhinho, ele é fofo.
A cena mudava. Sam via-se acordando numa manhã e procurando seu coelhinho pela casa.
– Mamãe, cadê o meu coelhinho – a pequena Sam perguntava para a mãe.
– Eu sinto muito querida, ele fugiu – respondia Pam.
– Não! - gritou Sam, sentando-se na cama com lágrimas escorrendo por sua face.
Freddie, que já havia chegado da faculdade, acordou com o grito da esposa e ascendeu o abajur.
– O que houve Sam? Pesadelo?
– Foi horrível – disse ela, ainda chorando, abraçando o marido, que a amparou, fazendo carinho em seus cabelos.
– Calma meu amor, já passou, está tudo bem agora. Foi só um pesadelo.
– Foi mais que um pesadelo. Foi praticamente uma lembrança.
– Quer me contar?
– Sim, acho que vou me sentir melhor. Eu era criança de novo e minha mãe me tirou o meu coelhinho de estimação de novo, por causa da opinião daquele namorado médico nojento. Mas, também, eu me vinguei, fiz ele pensar que ela tinha morrido.
– Isso já aconteceu há muito tempo, não tem mais importância.
– Tem sim.
– Como assim?
– Amanhã você vai entender. Melhor voltarmos a dormir, é tarde.
Os dois deram um beijinho, abraçaram-se e logo adormeceram.
Na manhã seguinte, Isabelle chorava na sua cama, abraçada a Bolinha, quando os pais entraram.
– Não vão levar ele de mim! - gritou a menina, desesperada.
– Você pode ficar com ele – disse Sam.
– Está falando sério? - perguntou Isabelle, desconfiada.
– Sim, mas com uma condição.
– Qual? - perguntou a menina.
– Você já tem quase 9 anos Belinha, então, tá na hora de ter mais responsabilidade e ajudar a mamãe. Você vai cuidar do cachorro e não eu. Vai limpar a sugeira dele, dar comida e água. Além disso, vai começar a arrumar a sua cama todas as manhãs. E aí, aceita? É pegar ou largar?
– Eu aceito! Obrigada mamãe. Eu te amo – disse Isabelle, correndo para abraçar Sam.
– Eu também te amo pestinha – falou Sam, dando um beijo no rosto da filha – Agora vou acordar seus irmãos – saindo do quarto.
Freddie brincava com Bolinha e Isabelle se aproximou:
– Valeu papai.
– Por que está me agradecendo?
– Você convenceu a mamãe a não levar o Bolinha para um abrigo né?
– Eu não. A decisão foi toda dela. Eu nem sabia o que estava acontecendo. Cheguei tarde da faculdade ontem, tive que ficar na biblioteca estudando um pouco depois da aula.
– Por que ela mudou de ideia? Ontem estava furiosa quando encontrou o Bolinha na cama.
– Belinha, as mães não são perfeitas, mas elas procuram fazer o seu melhor.
– Talvez eu entenda isso sendo a mãe do Bolinha.
– E a senhorita vai começar levando o Bolinha ao veterinário. Eu vou te ajudar com isso. Ele tem que ser examinado, vacinado e tomar um bom banho.
– Eu, Cris e Mabel já demos um banho nele, na pia do quartinho.
– Mas é melhor dar outro, ele é muito peludo precisa ser bem escovado.
Perto do meio-dia, Freddie e Isabelle levaram Bolinha à clínica veterinária e o rapaz se surpreendeu ao ver quem era a veterinária.
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