Descongelando um coração escrita por Last Mafagafo
Notas iniciais do capítulo
Últimos dias de "Descongelando um coração". Com o fim de fevereiro minha fic também dá adeus... semana que vem é a última. Espero que todos estejam ansiosos para o final :) Eu preparei uma "fic finale" para vocês com DOIS capítulos na próxima quinta. Por hoje, só um capítulo curtinho...
Elsa estava em seu escritório escrevendo uma carta para o rei das Ilhas do Sul. A mão na cabeça, distraidamente agarrando o cabelo, cercada por mais de quinze bolinhas de papel amassadas.
Rei Klaus das Ilhas do Sul,
Escrevo para informar-lhe que Hans foi encontrado em nosso reino, nas dependências do castelo.
Elsa amassou a carta novamente, não queria que soubessem que Hans tentara enganá-la. Dizia a si mesma que seria vergonhoso para sua reputação, mas sabia que estava preocupada com a penitência para ele.
Rei Hans das Ilhas do Sul,
Escrevo para informar-lhe que Hans foi encontrado em nosso reino e em breve será enviado para sua família. O mantemos em uma cela, mas tem sido bem tratado e
Elsa simplesmente não sabia o que escrever. Tinha sido mais fácil redigir a primeira carta, que fluiu com facilidade, junto com a raiva e o rancor que sentiu na época. Não durou muito tempo, acabou por perdoá-lo, mesmo sem tomar conhecimento daquilo. Ela quem tinha começado toda a confusão e não era justo que ele se tornasse o vilão da história sozinho. Mas agora ele voltara, do mesmo jeito, sem mudar seu caráter podre e mesquinho, e tentara enganá-la, brincara com suas emoções e ela não conseguia se sentir do mesmo jeito. Afinal, ELA se deixara enganar, ela tinha perdido a cabeça e se permitido sonhar algo impossível.
– Elsa, que bom que está aqui! Preciso te falar algo muito importante.
– Agora não Anna, estou ocupada. Tenho que escrever esta carta para as Ilhas do Sul.
– Mas é sobre isso que eu quero falar – Anna tinha o rosto preocupado e não parava de se mexer, ansiosa.
– Anna, já disse que não quero mais falar dessa história. Eu não estou triste e pronto – Elsa voltou a olhar para a carta inacabada, ignorando Anna.
– Elsa, me ouça, por favor – Anna espalmou a mão sobre o papel, mas retirou logo depois do olhar irritado da irmã.
Ela levantou os olhos e se deparou com Hans, na soleira da porta, com a barba aparada e os cabelos curtos, como nos velhos tempos, mas mais magro e maltrapilho. Não era Victor, era Hans, ali em sua frente.
– Anna, fique atrás de mim – Elsa se preparou para ataca-lo.
– Elsa, está tudo bem. Eu o trouxe aqui ...
– Você o trouxe? O que está pensando Anna?
Um vento frio começou a soprar.
– Ele te ama, Elsa.
– Me ama? O que você disse a ela? Em quais baboseiras mais você fez ela acreditar?
– É tudo verdade Elsa, eu sei. Eu dei a ele a poção dos trolls.
– Eu lhe disse que te amo.
– Cale-se! Anna, ele está te enganando, será que você não pode ver?
– É você quem não enxerga que alguém pode sim te amar, mesmo que seja o Hans.
– Nenhum homem pode me amar, muito menos este crápula. Você não pensa, Anna. Está sempre no mundo da fantasia acreditando no melhor de tudo e todos. Cresça!
– Você está enganada, Elsa. Eu te amo, não importa o que você pense de mim. Eu mereço tudo isso, mas não sua irmã. Ela só quer seu melhor – disse Hans, defendendo Anna pela primeira vez.
O vento começou a soprar mais forte e cristais de gelo começaram a surgir, mas ninguém percebeu, nem Elsa.
– Já mandei que se cale. E você Anna, pare de achar que tudo são flores. Ele mente, ele sempre mente. Você é uma tonta se acha que ele mudou.
– Eu posso até ser uma tonta, mas é você que morrerá triste e com o coração gelado porque não quer acreditar no que está bem em frente aos teus olhos.
– Saiam, agora.
O vento varreu Anna e Hans para fora da sala e uma tempestade de neve se formou no escritório. A porta bateu, deixando os dois atordoados do lado de fora.
– Aquela cabeça-dura, teimosa... ela não me escuta, não me leva a sério... - disse Anna, cruzando os braços.
– Acho que até mereci isso - Hans suspirou.
– Claro que mereceu, mas Elsa não merece.
– Eu não vou desistir dela ainda, nem que eu morra por causa disso.
– Eu vou te ajudar.
– Você não precisa fazer isso por mim.
– Não faço por você, faço por Elsa, mesmo que ela não queira. Ela não sabe o que é o melhor para ela, mas eu sei.
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