POV Sophie Trammer

Matthew e eu ficamos conversando sobre, basicamente, tudo. Ele tinha me contado como tinha descoberto sobre a gravidez da Lindsay Demônia e que em um ataque de fúria e pânico, ele tinha socado um espelho e por isso a mão dele estava enfaixada, agora só tinha alguns pequenos curativos nos locais que ele tinha cortado.

“E o que seus pais disseram sobre isso tudo?”

“Conhece meu pai... Se eu matar alguém ele vai continuar me apoiando.” Ele falou e eu sorri. Isso era verdade, Nicholas era um pai maravilhoso. “Minha mãe ainda está tentando aceitar essa história, assim com todo mundo. É muito estranho não saber se eu vou ter um filho ou um sobrinho, isso tá me deixando louco.”

“Você quer que seja seu filho?” Perguntei receosamente.

“Eu não sei...” Ele falou ficando pensativo. “Já tenho 30 anos, acho que é hora de um filho, uma família... Não sou mais criança. Mas também, você sabe as complicações que estão envolvidas nisso.”

“Sim...” Desviei o olhar dele. “Ela deve ter esperanças de que vocês vão voltar.”

“Acho que tem, ou não... Não sei. É tudo muito esquisito ainda, achei que conhecia a Lindsay melhor que qualquer pessoa, mas ela não para de me surpreender.”

“Só não quero que misture as coisas...” Coloquei minha mão em cima da sua. “Ela vai usar esse filho pra tentar te manipular, por que sabe que você tem bom coração, então vai literalmente fazer chantagem emocional pra fazer com que aconteça uma reaproximação.”

“Isso te preocupa?”

“O quê?” Perguntei confusa.

“Que eu me aproxime dela de novo?” Ele perguntou e eu afastei minha mão da sua, enquanto ele me observava.

“Honestamente Matt, eu não tenho direito algum sobre sua vida. Eu não posso me meter e eu nem vou, eu quero te ajudar e apoiar no que você precisar, por que você sabe que é especial pra mim, independentemente de tudo o que aconteceu.” Disse e ele me ouviu atentamente. “Eu sei que você vai acabar conhecendo outra pessoa e que isso pode acontecer a qualquer momento.” Disse me sentindo desconfortável em falar nesse assunto. “Você merece ser feliz. Mas nunca, nunca, vou aceitar você e a Lindsay juntos outra vez.” Falei e ele sorriu. “O que tem de engraçado?”

“É engraçado por que, honestamente também...” Ele me olhou sério. “Não aceito você e o soldadinho juntos, no entanto...”

“É diferente Matthew.”

“Por que é diferente?” Ele franziu a testa.

“Ele nunca te fez nada de ruim, você simplesmente decidiu que não gosta dele. Graças a ele foi que eu fiquei bem depois do seu flashback com a Demônia.”

“E que no caso, parece que você superou bem rápido.” Ele falou ironicamente.

“O que você esperava?” Falei perplexa com o que tinha acabado de ouvir. “Eu estava começando a me acostumar com a idéia de você na minha vida e você simplesmente jogou tudo pro ar pra passar a noite com aquela mulher!”

“Sim Sophie, eu errei, sabemos disso, todos sabem disso aliás. Pena que eu não sou tão perfeito como você, que nunca erra em nada, sempre age pela razão e nunca pela emoção... Um dia quem sabe eu consiga ser esse ser humano tão magnífico como você é!” Ele disse com sarcasmo e levantou, fiquei de pé também.

“Eu nunca disse que sou perfeita, você sabe muito bem que eu erro e muito. Errei feio no passado e vou continuar errando, não venha apontar o dedo para mim me julgando!”

“A única pessoa que está julgando alguém aqui é você!” Ele cerrou os dentes. “Me contou tudo o que fez quando era mais nova e em nenhum momento eu te critiquei por isso, mas claro que quando sou eu fazendo algo fora dos padrões Sophie Trammer, é muito mais fácil de se criticar não é?” Ele cruzou os braços.

“Você está sendo patético!” Disse impaciente. “Quer saber? Eu não tenho por que ficar tentando ser sua amiga e te apoiar e o cacete que for!” Ele me olhou feio por causa do palavrão. Caramba, quantos anos ele acha que eu tenho? “Acho que você e sua ex futura noiva deveriam voltar a ficar juntos, se casarem e ter mais uns cinco filhos, estou realmente pouco ligando para o que você faz com ela ou não faz!”

“É isso que você quer então? Quer que eu volte com a Lindsay, tem certeza do que está falando?” Ele se aproximou de mim.

“Toda certeza do mundo.” Falei arrogantemente. “Vocês dois se merecem.”

Ele andou até mim, parando em minha frente, me encarando e mantive minha posição.

“Você é, oficialmente, a pior mentirosa do mundo.” Ele riu com desdém o que me deixou mais irritada.

“Se você diz.” Dei de ombros e desviei o olhar dele.

Ele colocou a mão em meu queixo e virou para si.

“Eu estou falando com você, então é melhor olhar pra mim quando eu estou fazendo isso.” Ele disse sério e eu me surpreendi com sua atitude. “Agora diz na minha cara que não sente absolutamente nada por mim.” Controlei minha respiração e tirei sua mão do meu rosto.

“No dia em que você me der ordens, pode me internar em um hospício.”

“Parece-me mais que você está fugindo da resposta...” Ele riu irônico.

“Parece-me mais que é nisso que você quer acreditar.” Cerrei os olhos. “Você não aceita que eu tenho alguém e que eu estou muito bem sem você.”

“Ah, sem mim? Por que todo dia eu estou aqui, é assim que você está vivendo sem mim?”

“Você vem por que quer, nunca pedi.” Levantei uma sobrancelha. Sua expressão caiu um pouco e eu sabia que tinha pegue um pouco pesado, mas eu não consigo controlar as palavras quando estou com raiva.

“É, nunca pediu. Pelo menos, não com palavras.” O olhei sem entender. “Você sabe o motivo de eu não gostar do Ethan, é ciúmes sim e eu nem me dou ao trabalho de negar, morro de ciúmes e me controlo pra não fazer uma besteira quando eu vejo vocês dois.” Ele deu um passo a frente e eu engoli em seco. “Agora eu te pergunto, sabe por que ele não vai com a minha cara?” Fiz que não com a cabeça. “Por que ele vê o jeito que você olha pra mim, ele sabe que você pode estar com ele, mas é de mim que você gosta. Por isso ele tem raiva, por que você não tem coragem suficiente pra dar um fim em uma história que não vai pra frente.”

“Você só pode estar ficando louco...” Falei incrédula e peguei minhas muletas para sair de perto dele, mas ele as tomou de mim e me puxou pela cintura, me mantendo presa a ele. “Me solta! Agora!”

“Eu até soltaria, se isso fosse o que você realmente quer.” Ele riu.

“Você não sabe o que eu quero e se não me soltar agora eu vou gritar e vou mandar proibirem que você entre!” Disse com raiva.

“Para de ser cabeça dura!” Ele levantou o tom de voz. “Aceita logo de uma vez que eu te amo e que você se sente do mesmo jeito por mim!”

“Eu...” Disse e me calei pensativa.

Antes que eu pudesse pensar em algo para falar, ele pôs a mão em meu pescoço e me beijou. Ok Sophie, essa é a parte em que você empurra ele. Levantei os braços, mas ao invés de o empurrar para longe de mim, coloquei ao redor do seu pescoço e o puxei para mais perto de mim. Era um simples beijo, um simples tocar de lábios, mas tinham tantos sentimentos envolvidos, escondidos e sufocados. Ele desceu a mão pelas minhas costas, as alisando, foi quando eu ouvi alguém batendo na porta e me soltei dele. Olhei por cima de Matthew e vi Luke, parado perplexo na porta.

“Ér... Ken, amor...” Ele disse fechando um pouco a porta e Matt se virou, voltando seu olhar para mim depois. “Pode buscar um café para mim?” Luke terminou de falar.

“Está bem... Volto em um minuto.” Ouvi a voz de Kenny e Luke entrou, trancando a porta.

“Vocês dois perderam o juízo?” Luke disse ainda chocado. Matthew e eu nos entreolhamos e depois olhamos para Luke. “Eu acho que você esquece ás vezes que o Ethan é irmão do Ken, se é ele entrando aqui numa hora dessas...”

“Eu sei!” O interrompi. “Não foi nada demais Luke.”

“Não foi?” Matthew disse.

“Eu não quis dizer que não foi nada demais...” Tentei me explicar para Matthew. “Só que não foi nada demais, entendeu?”

“Eu acho que eu não entendi.” Luke disse confuso.

“Somos dois então.” Matthew falou e andou ficando ao lado de Luke.

“O quê? Vocês dois vão me por contra a parede agora?”

“Não.” Matthew suspirou. “Eu tenho que ir trabalhar e o que eu tinha pra fazer aqui, eu já fiz.” Ele piscou para mim. “A gente se fala Luke.” Ele pôs a mão no ombro de Luke e saiu.

“Explique-se!” Luke falou e eu me arrastei, sentando na cama.

“Não tem nada pra explicar, não vai ficando ouriçado com isso tá.” Falei impaciente.

“Querida, tem alguma coisa acontecendo aqui e eu preciso saber. Se bem...” Ele parou por um momento. “Tem alguma coisa acontecendo aqui faz tempo né?” Ele disse com diversão. “Como funciona? Você que dar para os dois separadamente, ou você quer fazer um ménage com eles?.” Luke sentou de frente a mim e eu joguei um travesseiro em sua cara e comecei a rir.

“Só você mesmo seu infeliz...” Disse ainda rindo.

“Falando sério agora, como isso aconteceu?”

“Não faço a mínima idéia. Em uma hora eu estava apoiando o fato dele ser pai, depois começamos a brigar, depois começamos a nos beijar.” Dei de ombros.

“Vocês sempre viveram entre tapas e chupões.” Ele riu. “Então ele resolveu te contar do bebê? Ele disse que contaria em breve, mas não achei que fosse tão breve. Pensei que ia esperar você ter alta, esse era o combinado.”

“Espera, você sabia sobre o bebê?”

“Sim, acho que fui um dos primeiros a quem ele contou, eu soube quando ele chegou aqui com a mão molhada de sangue. Mas se tornou de conhecimento público tem poucos dias, quando a Lindsay veio aqui.” Luke falou calmamente.

“A Lindsay Demônia esteve aqui?”

“Gente, se atualiza mulher!” Ele bateu em minha testa. “Matthew não contou com todos os detalhes?”

“Não foi o Matthew que me contou sobre o bebê...”

“Como assim?” Ele disse surpreso. “Quem contou?”

“O Ethan contou.”

“Mas que filho da mãe...” Luke falou.

“Qual problema?” Disse sem entender nada.

“O problema é que quando a Lindsay esteve aqui fazendo um escândalo, para variar e falou sobre o bebê na frente de nós todos, Matthew nos pediu que não contasse nada pra você por que ele queria fazer isso, então na primeira oportunidade o Ethan vem aqui fazer fofoca?!”

“Não foi dessa forma Luke, você já tá exagerando... Não acho que ele tenha vindo fazer fofoca, ele pensou que eu já sabia dessa história, apenas isso.”

“Ele sabia que Matthew não tinha contado Sophie, como eu disse, ele falou que ia te contar quando você tivesse alta.”

“De qualquer forma Luke, não acho que ele tenha falado isso na maldade.”

“Você já é grandinha Sophie, sabe no que deve acreditar ou não.” Ele se arrastou na cama sentando ao meu lado e colocou seu braço ao redor de mim. “Como o Matthew reagiu quando soube que o Ethan tinha te contado?”

“Ele não sabe. Não falei que tinha sido o Ethan.”

“Isso é bom... Se ele perguntar, você diz que eu que te contei.”

“Mas por que isso tudo?”

“Está sentindo falta deles dois se matando o tempo todo?” Luke disse e eu assenti.

“Eu estou meio perdida no momento, acho que não sei em quem acreditar.” Suspirei pesadamente.

“E esse seu coraçãozinho de pedra diz o que?” Ele riu.

“Ele está mais confuso que eu. É que com o Matthew é tão...” Fiz uma careta. “Entendeu?”

“Ér... Não.” Luke disse e eu bufei.

“É uma montanha russa. Tem dias que estamos em alta, mas também quando cai... É de uma vez. Ai então estamos em alta novamente e caímos de novo. É muito incerto. Com o Ethan é sinônimo de estabilidade, ironicamente, mas é.” Recostei-me nele. “Não acha que a essa altura da minha vida, eu deveria estar com quem me dá segurança?”

“Eu acho...” Ele me puxou para mais perto. “Que você deveria ficar com quem te faz mais feliz.”

“Mas e se eu achar que posso ser feliz com os dois? O que eu faço?” Olhei para ele e Luke beijou minha testa.

“Sophie, é normal você gostar de duas pessoas ao mesmo tempo...”

“Sério? Isso é normal mesmo? Você tem certeza?” Perguntei incrédula.

“É super sério.” Ele riu. “Porém... Você só consegue amar uma pessoa.”

“E se eu não amar nenhum dos dois?”

“Você ama. Só não tá pronta pra admitir isso.” Luke disse e eu fiquei pensativa.

Será que eu amava um dos dois mesmo? Eu gostava dos dois, por motivos diferentes, isso eu sabia... Mas amar? Maldita hora que eu decidi voltar a namorar... Bons tempos quando eu tinha meus encontros de uma noite só, era tudo muito mais fácil, não tinha complicação, eu só tinha a parte boa do relacionamento. Se bem que eu já tinha feito umas escolhas erradas sobre os meus pseudos-pretendentes, mas no geral eram todos inteligentes, bonitos, bem sucedidos e o principal, não queriam relacionamentos, não me exigiam nada e não se importavam quando eu simplesmente levantava e ia embora sem dar satisfação. Ai, ai... Bons tempos! Ouvi o barulho de alguém batendo na porta, Ethan e Kenny entraram juntos no quarto.

“Awn, que cena linda!” Kenny disse fingindo estar emocionado de ver eu e Luke abraçados, e o entregou o copo com o café que Luke havia pedido para ele comprar.

“Aconteceu algo?” Ethan perguntou colocando umas sacolas que ele tinha trazido em cima da mesa.

“Só momento fofo em família!” Luke disse rindo e eu sorri também. “O que é isso tudo?” Ele apontou para as sacolas.

“Vocês já almoçaram?” Ethan perguntou e nós respondemos que não. “Eu imaginei.” Ele sorriu. “Eu parei em um restaurante pra almoçar, mas resolvi trazer pra gente comer aqui. Comíamos juntos o tempo todo e desde que aconteceu isso com a Sophie não fizemos mais isso... É um hábito que eu queria preservar.”

“Arrasou Ethan!” Ken falou batendo em suas costas.

“Mas acho que eu não posso comer isso, tem a dieta aqui do hospital que eu tenho que seguir e...” Comecei a falar para Ethan. Por conta dos remédios que eu estava tomando, não era qualquer coisa que eu podia comer.

“Eu sei disso.” Ele me interrompeu. “Por isso eu liguei pro seu médico perguntando o que você poderia ou não comer...” Ele tirou uma pequena vasilha preta de dentro de uma das sacolas. “Salada verde com peito frango assado sem óleo.” Ele me entregou sorrindo abertamente e voltou sua atenção para as outras sacolas.

Luke se levantou e foi escolher o que ele queria comer e eu fiquei apenas observando. Era um simples almoço, eu sei disso, mas o fato de ele ter se preocupado em trazer, ligar pra saber o que eu não poderia comer e se importar com os outros... Pra mim era muita coisa, só me fazia lembrar do por quê de eu ter começado a me relacionar com ele. Ethan era um homem maravilhoso, que tinha estado comigo em todos os momentos que eu precisei, mais do que os outros, ele literalmente parou sua vida por minha causa, por que a proposta para o exército só iria ser aceita por ele, ou recusada, quando eu saísse do hospital para podermos sentar e debater sobre isso. Agora eu me sentia mal pelo que havia acontecido com Matthew mais cedo, só foi um beijo, mas Ethan não merecia isso e eu não ia permitir que isso voltasse acontecer. Ele mexia comigo? Óbvio! Mas acho meu problema com Matt era uma história mal resolvida. Não terminamos por nós mesmos, nosso relacionamento foi interrompido por uma fatalidade que agora tinha mudado todo o rumo da coisa, afinal, essa fatalidade gerou um filho... Ou um sobrinho... Eu não sei, isso ainda era confuso.

“Eu ia comprar uns sucos pra gente, mas pra trazer sozinho no carro... Iria derramar tudo, com certeza.” Ethan disse pegando os talheres.

“Ah, deixa comigo e o Lu.” Kenny disse.

“Sim, vamos comprar no refeitório daqui rapidinho.” Luke falou saindo com o Kenny e eu fiquei olhando para Ethan distraidamente.

Ele se aproximou de mim, me entregando os talheres e eu percebi que todo esse tempo estava o observando sorrindo.

“O que foi?” Ele perguntou com divertimento.

“Nada não... Vem cá.” Abri os braços e ele sentou me abraçando. A melhor escolha para mim, estava clara. “Obrigada tá?” Ele se afastou um pouco, ficando com seu rosto de frente para o meu.

“Sophie, é só um almoço.” Ele sorriu.

“Não só pelo almoço.” Eu falei rindo. “Por ser incrível, por ter sido tão meu companheiro essas últimas semanas. Significa muito para mim, então obrigada.”

“Estamos juntos nessa... Não estamos?”

“Estamos sim.” Coloquei as mãos em seu rosto e o beijei rapidamente.

“Eu andei pensando...” Ele se ajeitou na cama, se sentando mais próximo de mim. “Quando você melhorar a gente podia viajar, só nós dois.”

“Ah é? Tipo uma mini lua de mel?” Falei rindo.

“Tipo uma mini lua de mel.” Ele assentiu.

“Vou adorar.” Falei e Ethan sorriu animado.

Começamos a conversar sobre lugares que queríamos ir e decidimos ir depois do casamento de Ken e Luke, eles iam usar as passagens que eu tinha dado de presente de natal e Ethan e eu faríamos a nossa própria lua de mel com o Baby, afinal de contas, meu filho tinha que ir comigo. Ouvi uma batida na porta, e falei para entrar.

“Dr. Harper!” Disse surpresa. “Não esperava vê-lo hoje!” Ele não estava de plantão naquele dia, a essa altura eu já tinha decorado todo o seu calendário.

“Eu sei, mas o médico que tira meu plantão teve um problema pessoal e eu aproveitei para vir aqui e dar uma noticia para vocês.” Ele falou e Kenny entrou em meu quarto junto de Luke.

“Atrapalhamos?” Luke perguntou.

“De forma alguma, é até bom que estejam todos juntos aqui.” Dr. Harper disse.

“O que houve?” Perguntei preocupada.

“Vim lhe avisar que, infelizmente ou felizmente, hoje é seu último dia aqui conosco...” Dr. Harper sorriu. Último dia? Então isso quer dizer que... “Amanhã você está de alta!”

“Ai meu Deus!” Falei chocada. Todos começaram a comemorar e Dr. Harper começou a rir.

“Olha eu sei que não sou uma boa companhia, mas vocês poderiam fingir pelo menos que vão sentir saudades?” Meu médico se fez de ofendido.

“Desculpa doutor, mas esse clima de hospital não é pra mim!” Falei rindo.

“Eu entendo, você foi a paciente mais inquieta que eu já tive!” Ele riu também. “Amanhã eu venho aqui antes de você ir embora, apenas para dar algumas instruções, te passar a sua dieta, os medicamentos... Ah, você precisa continuar com a fisioterapia, disso você não pode abrir mão. Eu tenho alguns colegas pra te indicar que atendem em casa, o próprio Drew atende, mas eu não sei como está a agenda dele, então não posso te confirmar se ele poderia ser o seu fisioterapeuta. Mas vou falar com ele e amanhã te trago todas essas informações, está bem?”

“Se está bem? Está mais do que bem!” Falei e Ethan me abraçou.

O pesadelo tinha acabado e eu poderia finalmente ir para casa e nunca mais voltar para aquele hospital! Pelo menos eu achava que não teria...