Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 5
Um bom motivo para odiar elevadores.


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo e que 2015 venha repleto de alegrias e benção pra gente! Beijo :*



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Acordei cedo e de muito mau humor. Quando sai pra trabalhar, Luke ainda estava dormindo, decidi não o acordar. Cheguei ao prédio e subi para meu escritório.

“Bom dia Emily, algum recado pra mim?” Parei em frente a sua mesa.

“Bom dia Srta. Na verdade têm alguns de um insistente Sr. Andrews, ele pediu que retornasse as chamadas quando chegasse.”

“Mas nem morta...” Revirei os olhos.

“Bom...” Emily tentou conter o riso.

“Os outros recados estão aqui.” Ela me entregou algumas folhinhas pequenas com telefones de quem havia tentado entrar em contato comigo.

“Obrigada Emily. Richard marcou uma reunião para hoje à tarde, avise Matthew e reserve uma sala para nós.” Ela acenou com a cabeça e eu fui em direção a minha sala. Peguei meu celular que acusava nada menos que 15 chamadas do Ricky. Além de chato, convencido e beijar mal, ainda é do tipo grudento... Eu mereço mesmo! Bufei de frustação.

“Bom dia!” Matthew entrou em minha sala, me assustando pra variar e sentou na cadeira frente a mim.

“No dia em que você aprender a bater antes de entrar, eu vou chorar emocionada.”

“Você não é muito sociável logo de manhã.” Ele falou com diversão.

“O que você quer?” Apoiei o queixo na mão, impaciente.

“Emily disse que Richard vem para uma reunião à tarde...”.

“Isso mesmo.”

“Devo ser informado qual assunto vai ser tratado?” Voltei-me para meu computador e comecei a abrir os e-mails não lidos.

“O Richard só vem por um motivo: Brigar comigo.” Falei sem tirar a atenção do computador.

“Então pode se preparar pra uma tarde bem animada.” Disse irônica.

“Ei...” Ele encostou em meu braço o que me fez olhar para ele. “Relaxa tá? Você não precisa mais encarar essas coisas sozinha. Se ele brigar com você, vai brigar comigo também e quando ele der as costas nós dois podemos xingar ele juntos, certo?” Um sorriso se formou em meu rosto.

“Certo.” Matthew, por favor pare de ser tão perfeito.

Já eram 14hrs, Matt e eu nos dirigimos para a sala onde iria ocorrer a reunião com Richard, que chegou poucos minutos depois.

“E então? Como foi a reunião de sábado?” Ele perguntou sério.

“Foi muito boa na verdade, conseguimos fechar negócio com os investidores então eu diria que tudo correu como planejado.” Matthew respondeu com uma voz firme.

“E pelo seu ponto de vista Sophie, como foi a reunião?”

“Produtiva. Exceto pelo fato de você não ter mencionado que eles eram alemães.”

“Acho que esqueci disso. Mas não foi um problema, foi?”

“Não, na verdade o Matthew domina bem a língua então ele nos salvou sábado.”

“Exagero da sua parte Sophie. Eu apenas traduzi o que você disse, o mérito da apresentação foi e é todo seu.”

“Então se o Sr. Davis não estivesse aqui, como teria sido Sophie?”

“Eu não falo alemão, pai.”

“Eu falo.” Richard disse.

“Então se tivesse comparecido na reunião como tínhamos planejado não iria ter nenhum problema.” Assenti.

“Mas, eu não pude vir. E sinceramente, que bom que você reconhece que se não fosse pelo Matthew isso teria sido um desastre. Uma ótima oportunidade perdida.”

“Claro que eu reconheço, ele tem me ajudado bastante, mas eu trabalho também. Você insiste em acreditar que eu passo o dia sem fazer nada quando na verdade, tudo que eu faço é pensando na empresa e para a empresa.”

“Você é despreparada. E ainda não sabe o por quê de eu não querer passar a empresa pro seu nome, isso aqui iria a falência em menos de um ano nas suas mãos.”

“Eu sou despreparada por que não falo uma língua estrangeira? Eu falo outras sete! Eu salvei essa empresa da pior crise que tivemos e você tá me julgando por uma merda de um idioma que eu não sou obrigada a saber e...” E então caiu a minha ficha. Essa reunião com justamente esses investidores e ele não podendo comparecer avisando de ultima hora... “Você fez de propósito!” Levantei e gritei. Matthew se pôs de pé e colocou a mão em meu braço.

“O que eu fiz de propósito?” Richard se fez de desentendido aumentando mais minha raiva.

“Você sabia que eu não ia conseguir conduzir essa reunião. Eu não ia conseguir sequer começar. Você sabia! E resolveu jogar na minha cara isso. Você pôs em risco um projeto meu que tenho há anos Richard, que era importante pra mim e simplesmente pra mostrar que eu não posso assumir essa empresa, quando eu já estou assumindo ela há tempos.”

“E eu estava certo, não estava?” Ele se levantou e disse da forma mais sínica possível.

“Eu tenho nojo da pessoa que você é.” Aproximei-me dele e o encarei. “Você deve ser muito infeliz de me ter como filha não é? Mas eu sou mais ainda por ter você como pai. E todos esses anos eu achei que a minha mãe tinha me abandonado...” Sorri sarcástica. “Mas hoje eu percebo que não era de mim que ela queria se ver livre, era de você.” Ele levantou a mão em direção ao meu rosto, mas Matthew se pôs entre nós e a segurou.

“Senhor, não devo e não vou me intrometer em suas desavenças familiares, não é da minha conta. Mas a próxima vez que levantar a mão para bater nela, com todo respeito, eu vou quebrar sua cara.” Olhei surpresa para ele. Richard abaixou a mão e saiu batendo a porta. Passamos alguns segundos em silêncio, minha mente viajava pra longe dali. “Bem que você disse que ia ser uma tarde bem animada.” Ele tentou me fazer rir me cutucando nas costelas.

“O lado bom de trabalhar aqui é que nunca fica monótono, sempre tem uma surpresa pra alegrar o dia.” Esbocei um sorriso e andei até porta, parando antes de abri-la. “A propósito...” Virei-me de volta, andei até ele, que estava encostado na mesa com os braços cruzados, expressão séria e o abracei. “Obrigada.” Ele me olhou surpreso, mas eu realmente estava agradecida. Eu já estava acostumada com todas essas brigas com Richard, mas nunca tinha me sentido protegida como havia sentindo momentos antes. E isso era um problema.

Comparado ao período da tarde, o resto do dia foi bem calmo. Luke me ligou e eu contei tudo o que tinha acontecido, ele por sinal, ficou puto da vida quando contei sobre o quase tapa que levei do meu pai e depois ficou todo derretido quando eu disse o que Matthew fez.

“Que homem é esse Sophie? O cara é tipo um super homem contemporâneo. Eu se fosse você, já tinha roubado ele daquela noivinha sem sal.”. Não contive a gargalhada.

“Não sabemos se a noivinha é sem sal, querido. E eu não vou roubar o noivo de ninguém.”

“Quanta hipocrisia, até com cara casado você já foi pra cama.”

“Isso mesmo. Pra cama. Apenas sexo, sem compromisso, sem vínculos... O cara vai casar e ama a noiva. Não vou me meter entre eles dois.”

“Ai você quem sabe, mas eu ainda acho que você deveria correr atrás do gostosão.”

“Se você tivesse nascido mulher Luke... Ia ser aquele tipo mais baixo de puta sabe?” Luke começou a rir histericamente do outro lado da linha.

“Por isso eu te amo. Sinceridade acima de tudo.”

“Tá, mas agora preciso trabalhar, me deixa em paz. Em casa nos falamos.”

“Certo sua bruxa, juízo!”.

Tinha uma pilha enorme de papéis de vários contratos que precisavam ser reavaliados e mandados para as respectivas empresas. Aquilo ia levar uma eternidade e eu não me sentia focada o suficiente pra trabalhar naquilo, mesmo não querendo admitir, o que meu pai fez mais cedo tinha mexido comigo mais do que eu gostaria. Como um pai pode ser tão cruel pra uma filha? Eu entendo que já havia tido minhas falhas, muitas aliás, mas nada justifica o que ele faz comigo. Peguei a placa de prata que fica em minha mesa, onde tem escrito:

Sophie Trammer

Presidente

Diretoria Empresarial

Sophie Trammer. Talvez devesse ser só Sophie. Assim, limpo e seco. Eu nunca vou ser vista por ele como uma digna Trammer. Grande bosta esse sobrenome... Olhei para cima e Matthew estava me olhando. Quando nossos olhos se encontraram ele abriu um sorriso, aquele sorriso que eu odiava por que era lindo demais pra eu aguentar.

“Te assustei?” Ele sentou.

“Na verdade não, acho que estou começando a me acostumar com suas invasões na minha sala.”

“Vim ver se está tudo bem...”.

“Sim, tudo ok.” Coloquei a placa com meu nome de volta no lugar. “Só preciso terminar esses contratos hoje, então melhor começar logo.” Ele levantou e pegou metade dos papéis.

“Com dois fazendo é mais rápido.” Trabalhamos toda a tarde e começo de noite. A maioria dos andares provavelmente já estavam quase todos vazios. Havíamos pedido comida e jantamos ali mesmo no escritório. Levaram horas de trabalho, mas com certeza teria levado o dobro ou triplo do tempo se eu estivesse fazendo tudo sozinha. “E esse é o último.” Matt disse jogando a ultima pasta na pilha com as demais. A essa altura estávamos os dois mortos de cansados, com a vista embaçada e loucos pra ir pra casa.

“Caramba, não quero ler nenhum contrato por, no mínimo, um ano.” Disse esticando o pescoço. “Preciso de um banho e da minha cama.”

“Nem me fale. Só vou pegar minhas coisas e descemos." Concordei com ele e quando Matt saiu, comecei a arrumar e pegar meus pertences. "Vamos?" Minutos depois ele apareceu em minha sala e saímos em direção aos elevadores, para finalmente ir embora. Nos despedimos de Emily, entramos no elevador e apertei o botão do subsolo, aonde fica a garagem.

"Ninguém merece..." Falei ao ver que Ricky tinha mandado mensagem.

"O que houve?"

"Um péssimo encontro ontem."

"Não sabia que gostava de encontros..." Ele disse sério.

"Não gosto, mas até os cachorros precisam de companhia ás vezes...".

“Você percebe que acabou de se comparar com um cachorro?” Ele falou tentando segurar o riso. Dei-lhe um empurrão com meu braço.

“Você entendeu o que eu quis dizer!”

“Entendi, entendi!” Ele disse rindo.

“Qual problema com o cara?”

“Melhor perguntar quais os problemas... A lista é bem grande.”

“Com quem você saiu? Com o Godzila?”

“Um encontro com o Godzila teria sido mais proveitoso...” Coloquei a mão no queixo e disse pensativa.

“Fala sério... Não pode ter sido tão ruim.”

“Tente sair com um cara que só sabe falar de si mesmo e das coisas que ele fez ou faz, que tem um beijo nojento e que só jantou frango e salada por que tem que manter o corpo, que fez questão de deixar bem claro que seria mais importante pra ele que eu.”

“Posso tentar te arranjar o telefone do Godzila... Acho que seria mais interessante mesmo.”

“Eu disse...” Dei de ombros.

“Mas você malha também... Isso não seria um ponto em comum?”

“Eu gosto de fazer exercício, não de viver na academia. Sem contar que qualquer cara que prefira ir malhar a ir comer pizza comigo, não merece que eu gaste meu precioso tempo.”

"Eu sairia pra comer pizza com você..." Ele disse tão baixo que mal deu pra ouvir.

"Eu..." Quando ia tentar bolar alguma resposta, as luzes se apagam e o elevador para.

"Deve ser só uma queda de energia... Daqui a pouco o gerador liga." Matt disse na maior tranquilidade, mas eu não conseguia me mover."Você tá bem?" Ele disse me encarando. Ouvi meu celular tocar, mas não conseguia de forma alguma, sair do lugar.

"Sophie?" Ele encostou em mim, as luzes se acenderam, mas o elevador continuava parado e eu comecei a procurar pelo meu celular. Era Emily. "Me tira daqui pelo amor de Deus!" Disse cheia de desespero na voz.

"Mantenha a calma Sophie, por favor. Ouve uma queda de energia, o gerador ligou, mas por algum motivo, o elevador que vocês estão, travou. Os técnicos estão subindo já e em alguns minutos eles conseguem abrir o elevador pra você."

"Alguns minutos?" Gritei. Entreguei o celular para Matt que me olhava sem entender nada. Comecei a sentir o ar mais quente. A respiração pesada... Deus eu ia morrer ali.

"Que merda ta acontecendo?" Matthew disse nervoso para Emily. "O que? Ela é claustrofóbica?" Ele desligou o celular e colocou em cima da minha bolsa. “Sophie é só um elevador parado, não tem motivo pra ficar nervosa.”

“Explica isso pro meu subconsciente.” Falei tentando respirar fundo e tentando me manter calma, sem muito sucesso. Eu sentia o suor se formando em mim de puro pavor. Ouvi um celular tocando, Matt tirou do bolso e atendeu. Tirei meu blazer por que não estava mais aguentando de calor.

“Marissa não posso falar agora.” Ele se encostou na parede e continuou me observando. “Por que eu estou preso no elevador com minha chefe e ela está tendo uma crise nervosa por que tem claustrofobia, apenas isso.” Ele falou nervoso. “E isso funciona? Tem certeza?” Matthew levantou uma sobrancelha. “Tudo bem, mais tarde eu ligo pra você.” E desligou. Ele se aproximou de mim, ficando em minha frente. “A minha irmã é psicóloga, ela disse que ia te ajudar tentar conversar sobre outra coisa pra você ‘esquecer’ que está presa aqui.” Ao ouvir a palavra ‘presa’, meu pânico triplicou. “Tá, se acalma. Deixa eu ver... A gente pode conversar...”

“Conversar? Sobre o quê?” Disse ofegante, o ar estava ficando pesado demais pra mim.

“Eu não sei... Quer falar sobre o quê?”

“No momento nada. Só quero sair logo daqui.” Encostei a cabeça da parede e cobri o rosto com as mãos.

“Pelo o que a Marissa disse, você tem que se focar em outra coisa e esquecer que está aqui.”

“Para isso eu preciso conseguir conversar ou pensar em outra coisa.” Virei-me para frente de Matthew novamente. Ele encostou em meu braço, numa tentativa de me acalmar.

“Caramba, você tá gelada.” Ele disse surpreso. “Daqui que chegue alguém pra tirar a gente daqui você já morreu do coração.” Não consegui responder. Fechei os olhos, meu coração batia rápido demais a ponto de doer, eu me sentia tonta, enjoada... Realmente era bem capaz de eu ter um troço até que alguém chegasse.

“Já sei! Podemos conversar sobre o Sr. Trammer.”

“Você está brincando né?” Cerrei os dentes e o olhei incrédula. “Acha mesmo que eu quero falar sobre o meu pai agora?”

“É... Julgando pela sua reação, talvez não seja uma boa ideia...”.

“Quanta perspicácia!” Disse irônica e andei até o lado oposto de elevador. Prendi os cabelos em um coque, fechei os olhos e comecei a me abanar com as mãos.

“O que é isso?” Ele disse se aproximando novamente de mim.

“Isso o quê?” Olhei pra ele e percebi ele encarando meu pescoço. “É um pescoço como qualquer outro.”

“Não me refiro a isso...” Ele revirou os olhos. “Isso aqui em preto... É um pássaro?” Ele falou surpreso e com diversão. ”Você tem uma tatuagem? Sério?”

”Não é tatuagem.” Cobri minha nuca com a mão. “É... É uma marca de nascença.”

“Em forma de pássaro?” Ele falou irônico, obviamente sem acreditar na minha desculpa.

“Se você contar pra alguém, eu costuro sua boca a sangue frio.”

“Uou...” Ele levantou as duas mãos, em forma de rendição. “Alguém ficou nervosa.”

“Só cala a boca tá?”

“Não posso, por que agora estou curioso. Faz tempo que tem? Por que um pássaro? O Sr. Trammer sabe?”

“Matthew, não é da sua conta. Você devia estar tentando me acalmar e você está me deixando puta de raiva ao invés disso.”

“Está bem, vamos fazer um trato. Eu te acalmo e quando sairmos daqui você me conta a história da tatuagem.”

“Não vou contar história nenhuma e a esse ponto eu duvido muito que você consiga me acalmar.”

“É um desafio?” Ele disse sorrindo.

“É um fato. Amanhã nas manchetes irá sair: Morre grande empresária. Sophie Trammer é encontrada morta em elevador!”

“Não seja tão dramática.” Ele cruzou os braços e se encostou na parede.

“Não é como se o elevador fosse despencar.”

“Despencar?” Eu disse horrorizada. “Eu não tinha pensado nessa possibilidade... A gente vai morrer esmagado. Meu Deus.”

“Não vai despencar... Você realmente acha possível isso acontecer?”

“Você nunca assistiu Sr. E Sra. Smith?”

“O que isso tem a ver com o elevador despencar ou não Sophie?”

“A Angelina Jolie colocou explosivos em um elevador, explodiu eles e o elevador com o Brad Pitty cai de uma altura enorme. Não vejo como isso não se aplica a nossa situação.”

“Ok, mas primeiro: Ninguém colocou explosivos nesse elevador. Segundo: Ninguém vai explodir explosivos que não existem. Terceiro: isso aqui não é um filme e quatro: Você não é a Angelina Jolie.”

“Ahhh... Ok! Só que você não é nenhum Brad Pitty também.” O que ele quis dizer com: ‘Você não é a Angelina Jolie.’ Tudo bem que o padrão Jolie de beleza é alto, mas ele não precisava me jogar na cara.

“O quê?” Ele disse gargalhando. “Não foi isso que eu quis dizer Sophie, não me referi ao quesito beleza... Até por que, não é como se alguém precisasse dizer que você é bonita.”

“Bom... Talvez precise.” Eu não era uma pessoa insegura, mas confesso que já tinha me pegue, vez ou outra, me questionando sobre o que a noiva dele tem que eu não tenho e isso estava me enlouquecendo.

“Como assim?” Ele falou confuso. “É isso que você pensa? Que eu não te acho bonita?” Ele se aproximou de mim, me afastei e andei até a porta do elevador. Tudo o que eu não precisava agora era uma DR em pleno elevador travado.

“Eu não penso nada Matthew. Só quero sair logo daqui e finalmente ir pra casa.” O que não deixava de ser verdade. Encostei a testa na porta e suspirei. Ele chegou perto de mim de pegou minha mão.

“Você ainda está muito gelada...”.

“É por que eu ainda não sai daqui espertão.” Ironizei. Ele se colocou na minha frente, pôs uma mecha do meu cabelo, que estava no meu rosto, atrás da orelha e sorriu. "Quer compartilhar o que tem de tão engraçado?" Ele não respondeu, apenas ficou me olhando. Fechei meus olhos em frustração. Frustração de tudo. A briga com Richard mais cedo, eu tinha esse homem lindo e incrível comigo, mas aparentemente eu não fazia o seu tipo e eu estava presa na droga de um elevador.

Não sei dizer quanto tempo passou, se foram segundos ou minutos. Mas, me senti sendo puxada para frente e senti uma boca quente na minha. Quando abri os olhos e percebi que Matthew estava me beijando, o empurrei.

“O que você tá fazendo?” O encarei perplexa, sem entender nada. Ele apenas se aproximou e me beijou novamente, mas dessa vez lenta e dolorosamente bom.

Nossos lábios apenas se tocaram e uns momentos depois, sua boca abriu e sua língua pediu passagem, que eu cedi de bom grato. Seu beijo era muito gostoso, lento, sexy... Suas mãos que estavam paradas em minha cintura percorriam agora pelas minhas costas, eu inconscientemente, coloquei os braços em volta do seu pescoço e o puxei para mais perto, a ponto de ficar imóvel entre a parede e seu corpo. O beijo estava gostoso, passamos alguns minutos assim, apenas curtindo e explorando a boca um do outro. Então ele mordeu meu lábio e eu gemi em resposta, sua mão me apertou com mais força, ele tirou minha blusa de dentro da calça e começou a alisar e apertar minhas costas, de cima a baixo até na curva da minha bunda. Comecei a desabotoar seu paletó, quando terminei afrouxei o nó de sua gravata, ele afastou sua boca e encostou sua testa na minha, nós dois estávamos ofegantes e sem ar. Por um segundo achei que ele teria um surto de consciência pesada e pararia de fazer o que estávamos fazendo, mas ao contrário, quando seus olhos abriram eu vi desejo neles, o mesmo desejo que me consumia, então, ele começou a distribuir beijos pela minha mandíbula, descendo até o pescoço, depois mordendo minha orelha, ao mesmo tempo ele ia desabotoando os botões da minha blusa, um a um, quando finalmente terminou, ele mordeu e chupou meu pescoço, me fazendo gemer. Tirei seu paletó e joguei em alguma parte do chão, ele enterrou seu rosto no meu pescoço, e respirou pesado.

“Seu cheiro...” Ele sussurrou em meu ouvido. “Tão bom...” Ele disse num tom extremamente sexy. Sua boca voltou de encontro com a minha com tanto desespero e vontade que era difícil conseguir respirar.

Passei as unhas com força em suas costas, ele fez um som que soou mais como um grunhido rouco que me fez arrepiar de cima a baixo. Ele soltou meu cabelo e me virou, fazendo com que ele ficasse com as costas apoiadas na parede e eu de frente a ele, depois ele pegou em minhas coxas e me levantou, sentou no chão e eu fiquei sentada em cima dele, uma perna de cada lado do seu corpo. Senti sua ereção... Então eu conseguia deixar o 'senhor certinho' excitado afinal de contas?! Matthew passou as mãos em minhas pernas, subindo até minha bunda e a apertando forte. Abri os botões da sua blusa e passei as unhas lentamente do seu peito até a barriga, ele se levantou e me deitou no chão ficando por cima de mim sem nunca parar de me beijar. De repente sinto algo se movendo debaixo de mim.

“O elevador...” Tentei falar, mas na verdade só consegui que saísse como um suspiro.

“Eu sei, estamos no elevador.” Matthew disse voltando a beijar meu pescoço e descendo até próximo aos seios.

“Não Matthew, o elevador está se mexendo!” Quando nos demos conta de que o elevador voltou a funcionar e só levaria segundos até as portas se abrirem, se instalou o caos.

Nós nos jogamos pelo chão tentando pegar as peças de roupas que estavam jogadas graças ao nosso pequeno surto. Não demorou muito, o elevador parou e as portas abriram. Estavam Emily e dois técnicos nos olhando boquiabertos. Matthew estava com a blusa aberta, igual a mim, a gravata e o paletó embolados nas mãos, com a boca toda manchada de batom e eu completamente assanhada.

“Vocês... É... Vocês demoraram heim?” Matthew disse, tentando parecer bravo.

“Eu quase morri lá dentro sabiam?”

“Estamos vendo...” Um dos técnicos disse rindo. O olhei com raiva e sai andando em direção a minha sala. Tranquei a porta, apoiei minhas costas nela e sentei no chão com as mãos no rosto.

Meu Deus... O que eu fiz?


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