Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 41
Bons sonhos.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!
BIA, MORTA COM SUA RECOMENDAÇÃO! Muito obrigada pelas palavras, muito obrigada mesmo!
E por unanimidade (kkk) eu vou postar a segunda temporada aqui mesmo! Aproveitem por que Por você mil vezes está nos seus últimos capítulos e dará espaço para Se não fosse amor.

Obrigada pelos comentários meninas e obrigada por acompanharem,
Beijos,
Suy.



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Havia recebido uma ligação de Nicholas, me convidando para almoçar com ele naquele mesmo dia, comecei a me preparar para sair da empresa. Conferi meu vestido no espelho uma última vez e ele estava impecável como sempre. Saí do escritório, me despedindo rapidamente de Emily, dirigi até o restaurante que Nicholas estava me esperando, desci do carro, avistei a recepcionista e aproximei-me dela.

“Olá, boa tarde!” Disse educadamente.

“Oi, boa tarde! A senhora tem reserva em seu nome?” Ela sorriu.

“É senhorita...” A corrigi. “Não, eu estou procurando uma pessoa na verdade...” Disse dando uma geral no restaurante, procurando por Nicholas.

“Qual o nome da pessoa, senhorita?” Ela perguntou, enfatizando o ‘senhorita’.

“Nicholas Davis.”

“Ah, deve ser a Srta. Trammer, certo?” Ela falou e eu assenti. “Me acompanhe, por favor.” Ela saiu e eu fui a seguindo, parando em uma área aberta do restaurante. “O Sr. Davis está lhe aguardando naquela mesa.” Ela apontou discretamente.

“Obrigada.” Esbocei um sorriso e fui andando em direção a mesa.

Quando me aproximei mais, percebi que Nicholas não estava sozinho, mas eu não estava querendo acreditar que ele tinha convidado aquela pessoa para um almoço comigo.

“O que ele está fazendo aqui?” Disse encarando Nicholas.

“Eu fui convidado.” Richard disse com raiva. “E o que ela está fazendo aqui?” Richard olhou para Nicholas. Não tinha tido contato algum com meu pai desde a última discussão que me rendeu um rosto inchado e uma boca cortada.

“Acontece que eu fui convidada.” Cruzei os braços.

“É gratificante ver como pai e filha ficam contentes em se ver...” Nicholas disse irônico. “Sente-se Sophie, por favor.” Ele pediu calmamente e eu sentei.

“Eu achei que iríamos tratar de negócios...” Cerrei os dentes. “Somente eu e você.”

“Nicholas só fecha negócios com quem realmente importa, no caso, o chefe.” Richard falou cinicamente.

“Justamente, no caso, sou eu. Já que eu estou à frente da Trammer’s há anos, eu sou a chefe, então você pode se retirar daqui.”

“Cargo esse que eu posso tirar quando quiser...”

“Claro, assim que quiser que a empresa entre em falência, pode me tirar, já que ela não iria durar 6 meses sem sim.” Sorri triunfante.

“Ninguém é insubstituível Sophie, outra pessoa pode tomar o seu lugar e rapidamente.”

“Já basta, vocês dois.” Nicholas falou sério. “Eu achei que esse relacionamento de vocês iria melhorar com o tempo, mas, pelo que estou vendo, está indo de mal a pior.”

“Acontece que, infelizmente, minha filha não tem a menor educação.” Richard falou com sarcasmo.

“Acontece que, infelizmente, foi ele quem me educou.” Sorri.

“Eu devo lembrar os dois, de que a empresa de vocês está onde está hoje, principalmente por que as pessoas acreditam que existe esse relacionamento mágico e perfeito de pai e filha entre vocês.” Nicholas disse, eu e Richard apenas ouvíamos atentamente. “Agora, imaginem se todos soubessem que, na verdade, vocês se odeiam.”

“Não nos odiamos...” Dei de ombros. “Só não suporto respirar o mesmo ar que esse senhor.”

“O sentimento é recíproco.” Richard tomou um gole de seu vinho.

“Eu percebi... Senti sua falta no meu coquetel Richard, aliás, muitas pessoas sentiram. Todos estavam esperando que você e Sophie juntos.”

“É exatamente por que ela iria que eu não fui.” Richard disse e eu revirei os olhos.

“A festa da Trammer’s está chegando, todos os nossos conhecidos do meio estão comentando sobre. Vai ser um grande evento, com muita visibilidade, todos os holofotes estarão voltados para vocês dois...”.

“Onde está tentando chegar?” Richard cerrou os olhos.

“Vocês antes sabiam disfarçar, pelo menos,que tinham um bom relacionamento. Hoje nem isso mais. Não são mais vistos em reuniões, em eventos... As pessoas comentam meu amigo. Preciso alertar aos dois, vocês tem que começar a deixar as diferenças de lado, nem que seja na frente das pessoas.”

“Desculpe perguntar, mas... Qual o seu interesse nisso? Por que se deu ao trabalho de fazer com que Richard e eu viéssemos ao mesmo restaurante pra você fazer esse discurso?” Perguntei confusa.

“Digamos que eu tenho muito interesse em, um futuro próximo, fazer uma parceria com vocês. Quero ser sócio da Trammer’s, por isso me importo com a imagem dessa empresa.” Ele disse calmamente, Richard e eu nos olhamos. “Trammer&Davis Enterprises... Que tal? Soa bem não é?!” Ele falou animado.

“Olha Nicholas, eu adoro você. O admiro como pessoa e como profissional, mas... Não tenho a menor vontade de ter um sócio na Trammer’s e acho que isso é de conhecimento público.” Falei séria.

“E é a única coisa em que nós concordamos.” Richard disse. “É a empresa da minha família, vai continuar em família Nicholas.”

“Quem não garante que seremos parte da mesma família futuramente?” Nicholas falou sorrindo e eu arregalei os olhos.

“Nós dois? Tem certeza?” Richard riu incrédulo e depois ficou sério, me encarando. “Não está querendo dizer que a Sophie e Matthew...”

“De forma alguma!” Falei perplexa.

“Acho bom mesmo...” Richard disse em um tom ameaçador.

“Eles não estão juntos como um casal Richard, mas, qual problema se eles estivessem?” Nicholas se recostou em sua cadeira.

“Sophie sabe que envolvimento entre funcionários é extremamente proibido e isso inclui funcionários da presidência. E ela sabe muito bem o que aconteceria se ela se envolvesse com alguém da empresa.” Richard me olhou e eu engoli em seco.

“Eu conheço a política da empresa de trás para frente, jamais iria me envolver com algum outro funcionário. Tenho certeza que Nicholas falou isso brincando.” Olhei para Nicholas, que assentiu. “Além do mais, eu estou namorando e pode ficar tranqüilo, ele não tem nada a ver com a Trammer’s.” Tomei um gole da minha água, tentando manter a calma.

“Você está namorando?” Richard falou surpreso. “Desde quando?”

“Já tem algum tempo...” Dei de ombros.

“Um ótimo rapaz, se me permite acrescentar. Em que ele trabalha mesmo?” Nicholas perguntou.

“Ele era capitão do exército, está afastado há pouco tempo, hoje em dia ele é dono do próprio negócio, tem uma casa noturna.” Expliquei orgulhosamente.

“Capitão do exército heim?” Nicholas riu.

“Algum motivo em especial para todo mundo saber que você está namorando, menos o seu pai?” Richard disse me olhando.

“Sim... Não é da sua conta.” Sorri cinicamente.

“Espero que esse seja melhor que o último namorado...” Richard falou e eu o olhei feio.

Nicholas começou a mexer nos bolsos e tirou o celular, que estava tocando.

“É minha esposa, preciso atender. Volto em um minuto.” Ele se levantou. “Por favor, tentem não cometer homicídio aqui publicamente.”

“Eu não prometo nada...” Falei ironicamente.

Nicholas esboçou um sorriso e saiu, me deixando sozinha com o meu protótipo de pai.

“Como estão as coisas na empresa?” Richard falou.

“Ótimas... Como sempre.”

“Eu espero que aquela conversa de Nicholas sobre sermos da mesma família, tenha sido só um delírio da parte dele.”

“Já disse, estou namorando. Matthew é um bom colega de trabalho e nunca vai passar disso.”

“Ótimo.” Ele falou secamente. Ficamos alguns minutos em silêncio, eu não tinha nenhum assunto com esse homem que não fosse trabalho. Estar sentada com meu pai era como estar com um estranho. “Estive pensando...” Ele começou a falar, me tirando dos meus desvaneios. “Talvez devesse tirar um tempo, como que férias. Você pode viajar, conhecer outros lugares...”

“Ãn?” O olhei confusa. “Eu? Viajar? Pai tem umas 500 coisas que eu preciso resolver só hoje na empresa, como eu poderia viajar e ainda mais para conhecer outros lugares? Eu já conheço a maior parte do planeta, por que eu iria gastar dinheiro com isso?”

“Não seja por isso, eu pago.”

“Como é?” Franzi a testa. “Não ia me oferecer isso assim do nada, diz logo o que você quer. Faça o favor de economizar meu tempo.”

“Ok... Quanto você quer pra se mudar de Nova Iorque e começar uma vida nova em outro lugar?” Ele falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

“Ir embora? Mas, por que eu iria embora?”

“Por que eu não quero mais você aqui. Nicholas tem razão, temos que preservar uma boa imagem, porém, se você disser que vai passar um tempo fora, fazendo alguma especialização, ou seja lá o que for, as pessoas não vão questionar nada.”

“Você quer me pagar pra eu ir embora, é isso mesmo?” Repeti chocada.

“Ah... Não se faça de surpresa. Todo mundo tem um preço, qual o seu?”

“Nenhum que você possa pagar.” Levantei pegando minha bolsa.

“Aonde você vai?” Nicholas disse, voltando para a mesa.

“Para onde esse senhor não esteja.” Sai bufando para fora do restaurante.

Voltei para a empresa e entrei em minha sala batendo a porta. Como Richard podia ser tão sem escrúpulos dessa forma? Me pagar, simplesmente, pra não ter que me agüentar! Isso era um absurdo, mas, não sei como eu ainda me surpreendia com essas atitudes dele, já era de se esperar. Só que cada vez que Richard aprontava uma dessas comigo, mais eu tinha vontade de crescer profissionalmente e provar para ele que eu sou mil vezes melhor do que ele.

Ao longo do dia, participei de algumas reuniões de rotina com o Matthew e mais alguns outros funcionários, ele havia se comportado muito bem, o que foi uma surpresa e um alivio. Megan também estava na empresa, passamos boa parte da tarde conversando nossas besteiras de sempre. Tentei ficar bem, mas, estava com a cabeça cheia por causa de Richard.

Cheguei em casa, Baby veio correndo e pulou em cima de mim, me fazendo rir.

“Sophie?” Ouvi a voz de Ethan vindo de dentro do apartamento.

“Oi, acabei de chegar!” Disse e coloquei Baby no colo, indo deitar no sofá com ele. Ethan apareceu todo arrumando e cheiroso. “Aonde você pensa que vai todo bonitão assim?” Disse com diversão, ele sorriu se aproximou me beijando rapidamente e fez carinho em Baby.

“Vou para a boate hoje, é fim do mês, vamos fazer uma reunião.” Ele sentou, colocando minhas pernas em seu colo. “Como foi o dia? Parece cansada...” Ele tirou meus sapatos e começou a massagear meus pés.

“Tive um almoço com meu pai...”

“Nem precisa continuar, já imagino o que aconteceu.” Ele esboçou um sorriso. “Pelo menos você voltou sem hematomas dessa vez...”

“Pelo menos.” Revirei os olhos. “Pensei que a gente ia ficar juntinho hoje.” Fiz beicinho e Ethan sorriu.

“Nós vamos, mas preciso participar dessa reunião. Por que não vem comigo?”

“Ir com você para a boate?”

“É... Você nunca foi lá, quando ela está aberta...”

“Verdade...” Disse pensativa. “Acho que vai ser legal, só vou trocar de roupa rapidinho.” Levantei e saí correndo para o quarto.

Coloquei uma calça justa preta, uma blusa branca, caída no ombro transparente e um top rendado preto por debaixo, coloquei minhas botas de salto, peguei um casaco e saí do quarto.

“Uau, que rápida!” Ethan se levantou sorrindo. “E que gata! Vou mandar ficarem de olho em você, o primeiro engraçadinho que se aproximar eu expulso de lá.” Ele colocou os braços ao redor da minha cintura e eu comecei a rir.

“Eu duvido muito que alguém se aproxime de mim, sabendo que eu sou a primeira dama.” Falei com diversão.

“Ah é mesmo.” Ele pegou minha mão e beijou em cima do anel que ele me deu. “E tenho provas disso.”

Saímos de casa, ele estacionou nos fundos da boate, a qual dava pra se ouvir o volume da música de longe. Entramos de mãos dadas e passamos em meio a multidão de pessoas que cumprimentavam Ethan, andamos até um outro bar, onde estava mais calmo e eu sentei no banco, próximo ao balcão.

“Julius!” Ethan chamou o barman que se aproximou de nós. “Eu vou ter um reunião agora lá em cima, coisas de rotina. Essa é a Sophie...”

“Ah... A famosa Sophie!” Julius disse rindo me olhando e eu sorri sem graça.

“É... A minha Sophie.” Ele colocou a mão em minhas costas. “Atenda a ela, antes de qualquer pessoa.”

“Já entendi chefe, serviço ultra VIP.” Ele bateu continência.

“E fique de olho em quem se aproxima dela...”

“Qualquer um que chegar perto, sofrerá a ira do Capitão Cross.” Julius falou com diversão e eu comecei a rir, Ethan o olhou impaciente.

“Só fique de olho, eu já volto.” Ele me beijou rapidamente e saiu sumindo no mar de pessoas.

“Então, Sra. Cross...” Julius disse. “O que vai tomar hoje?”

“O que você tem ai sem álcool?” Embora eu estivesse morrendo de vontade de tomar um porre daqueles, não estava preparada psicologicamente para a ressaca do dia seguinte.

“Água, sucos e refrigerante.”

“Um suco, por favor... Morango com hortelã.”

“É pra já!” Ele piscou e saiu, voltando alguns momentos depois com meu suco.

“Obrigada!” Sorri educadamente.

Virei no banco de frente para a pista de dança e comecei a observar as pessoas. Sabe quando você olha para uma direção, mas a sua mente não está prestando atenção no que vê, está pensando em outra coisa? Fiquei assim por um tempo e percebi um cara me encarando, virei de volta para o bar, colocando meu copo no balcão. Fiquei analisando o lugar todo, era enorme e ficava muito bonito com todos os efeitos das luzes... Ethan tinha bom gosto afinal.

“E ai princesa...” O cara que estava me encarando sentou ao meu lado. “Deixa eu pagar uma bebida pra você.” Quando ia responder, Julius surgiu do nada e apoiou os braços no balcão.

“Amigo, ela não vai querer.”

“Desculpe, eu perguntei algo à você?” O cara disse com desdém.

“Sabia que esta bela moça, é a namorada do Ethan?” Julius disse.

“E desde quando o Ethan namora?”

“Há um mês, 20 dias e...” Olhei em meu relógio. “Quase 14hrs. Mas, não que eu esteja contando.” Dei de ombros e Julius tentou conter o riso.

“Ele só vai saber de algo se você contar...” O cara disse sorrindo maliciosamente e Julius o olhou feio.

“Na boa, tem tipo 200 meninas aqui que você pode agarrar a vontade. E você não tem idéia do que o Ethan faria se soubesse que você sequer está falando comigo.” Falei e Julius me olhou surpreso. “Sabia que ele pode fazer uma bomba caseira?” Olhei para Julius.

“Eu já ouvi dizernque ele consegue apagar um cara com um só golpe...”

“Sem contar que ele era do exército... Eles têm posse de arma, não tem?” Disse tentando ficar séria.

“Ele tem uma coleção de armas, na verdade.”

“Eu vou dar uma volta...” O cara estranho se levantou saindo assustado e Julius e eu começamos a rir.

“Tudo tranqüilo ai?”

“Tudo Julius, obrigada. Pode preparar outro suco desses, por favor?”

“Com toda certeza!” Ele piscou e saiu.

“Então é verdade... Ethan está namorando.” Uma moça de cabelos pretos e lisos disse se aproximando um pouco mais de mim.

“Sim. Firme e forte.” Falei e desviei o olhar dela.

“Mas, parece que ele ainda não se acostumou a agir como um cara comprometido...” Ela sorriu e eu a olhei a séria.

“Do que está falando?”

“Acabei de ver ele subindo com uma loira... Ele costuma levar as meninas para o escritório dele.”

“Acho que você o confundiu com outra pessoa...” Disse.

“Querida, o Ethan é inconfundível. Principalmente pra quem já o viu de todos os ângulos possíveis...” Ela sorriu. “Mas, você já deve estar acostumada não é? Quero dizer, um cara como o Ethan... Não muda nunca.” Ela pegou a bebida que um barman a entregou e saiu.

Isso não podia ser verdade... Ele não ia me trazer aqui só pra ficar com outra, não é? Sophie, você tem que fazer alguma coisa! Peguei meu celular e comecei a ligar para Ethan, mas ele não atendia de forma alguma. A ligação chamava até ficar mudo e eu estava a beira de um ataque de nervos.

“Seu suco.” Julius colocou o copo de frente a mim.

“Onde é o escritório do Ethan?”

“É no terceiro andar, última porta do corredor. Aconteceu algo?” Ele me olhou preocupado.

“Não, não... Só estou ficando com dor de cabeça por causa da música, vou esperar por ele lá em cima. Tem problema?”

“Claro que não, fique à vontade!” Ele sorriu. “E eu fico muito feliz por vocês dois, fico mesmo.”

“Vocês são muito amigos?”

“Somos, já fazem anos... Devo minha vida a esse cara.” Foi quando percebi que Julius era o rapaz que Ethan tinha salvado no 11 de setembro.

“Foi um prazer te conhecer.” Disse, ele sorriu e eu saí.

Cheguei ao andar do escritório de Ethan, andei até a última porta e comecei a bater. Estava com tanta raiva que a descontei toda na porta.

“O que foi? Aconteceu alguma coisa?” Ethan apareceu, mas só abriu uma fresta da porta, impedindo que eu visse quem estava na sala com ele.

“Deve estar acontecendo, com certeza. Por que não atendeu quando eu liguei?” Disse com raiva.

“Por que o celular está no silencioso e eu não ouvi.” Ele deu de ombros. “Precisa de alguma coisa?” Ele me olhou com a testa franzida.

“Ah e como preciso, preciso de explicações. Quem está ai dentro?”

“Como assim?”

“Não se faz de inocente, eu sei que você deve ta com alguma vagabunda ai dentro, já sei até que é uma loira, agora é muita cara de pau me fazer vir pra cá só pra ir se agarrar com outra!”

“Você bebeu?” Ele se aproximou me cheirando, tentando achar vestígios de cheiro de álcool.

“Eu estou bastante sóbria, agora vai me deixar ver quem está ai dentro ou eu derrubo a porta mesmo?” Cruzei os braços impaciente.

“Como quiser.” Ele abriu a porta e vi três rapazes e duas moças sentadas em uma mesa, me olhando com diversão. “Esses são Joshua, Christopher, Pether...” Ele apontou para os rapazes que sorriram para mim e eu esbocei um sorriso de volta. Essa é Grace...” Ele apontou para a loira. “E a namorada dela Elisabeth.” Ele me olhou rindo. “São as pessoas que me ajudam a manter essa boate em pé. Pessoal, essa é a Sophie!”

“A gente suspeitou que fosse...” A loira disse rindo.

“É um prazer conhecê-la!” O rapaz, chamado Christopher disse.

“O prazer é meu.” Disse sem graça. “Eu... Bem, vou esperar lá embaixo.” Falei tentando sorrir e comecei a andar rapidamente. “Eu preciso de um buraco pra enfiar minha cabeça e preciso agora!” Disse bufando.

“Ah e você vai me explicar que cena foi aquela antes ou depois de enfiar a cabeça em um buraco?” Ethan disse e eu tomei um susto, não tinha percebido que ele estava me seguindo.

“Depois a gente conversa.” Falei e ele andou mais rápido ficando na minha frente, me fazendo parar de andar.

“O que foi aquilo tudo?” Ele perguntou. Cruzei os braços e suspirei.

“Eu estava lá embaixo e uma mulher se aproximou de mim, falou algumas besteiras e disse que você tinha subido com uma loira. Que você tinha o hábito de fazer isso antes e que caras como você não mudam... Eu só, não sei, fiquei cega de raiva, de ciúmes... E eu realmente, realmente sinto muito mesmo.” Disse e ele estava me observando atentamente.

“Eu que peço desculpas.” Ele esboçou um sorriso. “Eu devia ter te alertado sobre essas doidas... Acho que despertou a raiva de algumas por que foi a única que eu assumi como namorada, então, se eu tivesse falado isso já estaria ciente que isso poderia acontecer.”

“Ethan, não foi culpa sua. É só que é muito irônico que o cara mais galinha do mundo seja o que me dá mais segurança, isso não faz sentindo entende?”

“Eu sei que eu era galinha, safado, cachorro, mulherengo, sem vergonha...”

“Ethan, sintetiza.” Falei impaciente e ele sorriu.

“Eu sou homem de palavra Sophie. Eu falei que queria ficar só com você e eu só vou ficar com você, por que eu não tenho dúvidas sobre o que eu quero e sabe por quê?”

“Por quê?”

“Por que...” Ele se aproximou. “É a única mulher com quem eu quero dormir e acordar todos os dias. O problema é que já te decepcionaram tantas vezes que quando aparece um filho de Deus que está te dizendo a verdade, você não consegue confiar mais.” Ele sorriu. “Não vou te decepcionar, ou trair, ou mentir... Se em algum momento entre nós não estiver dando certo, vamos conversar e resolver a partir dai.”

“Caramba...” Falei e ri sem graça. “Você não para de me surpreender.”

“Eu sei, 1001 qualidades.” Ele piscou.

“Então... Tá bravo comigo?” Falei receosamente.

“Por quê? Pela cena que você fez na frente dos meus sócios?” Ele disse sério e eu fiquei perplexa, com certeza eu ia levar um fora. “Nada... Achei sexy você igual uma louca com ciúmes, muito charmoso.” Ele falou e eu comecei a bater nele, o fazendo rir.

“Seu idiota, achei que você ia terminar comigo!” Falei brava, ele me puxou e me beijou, colocando as mãos em meu rosto.

“Não vai se ver livre de mim assim tão fácil...” Ele disse entre o beijo e se afastou um pouco. “Eu preciso terminar minha reunião, quer esperar lá no escritório?”

“Definitivamente não, depois desse surto meu... Eu vou pra casa, é melhor.”

“Tem certeza? Não vai querer ficar aqui me vigiando? Você sabe, caras como eu nunca mudam...” Ele disse debochando.

“Não seu chato. Eu vou pra minha casa, esperar o meu namorado chegar do trabalho.” Falei sorrindo.

“E é melhor esperar acordada...” Ele sorriu maliciosamente e me beijou rapidamente. “Pega.” Ele tirou a chave do bolso e me entregou.

“Não precisa, eu vou de táxi.”

“Não, você vai no meu carro e eu vou de carona com alguém daqui.”

“Tá bem...” Revirei os olhos e peguei a chave da sua mão. Coloquei os braços ao redor do seu pescoço e o beijei. “E vê se não demora.” Ele assentiu sorrindo e eu saí.

Cheguei em casa, sem conseguir tirar um sorriso idiota do rosto. Estava tudo em silêncio, presumi que Luke e Kenny já estavam dormindo, já que já era bem tarde. Tomei um banho, coloquei uma camisola que ficava um pouco acima do joelho, rosa de ceda e com as costas nuas, fiquei deitada na cama assistindo televisão e acabei pegando no sono.

Acordei com um barulho vindo do banheiro, sentei na cama e Ethan saiu, sentando ao meu lado.

“Não consegui esperar acordada...” Falei sorrindo e bocejei.

“Eu percebi.” Ele riu. “Mas, eu estou com muito sono também, por isso vou te perdoar.” Ele beijou minha testa e deitou me puxando para deitar ao seu lado. Cai no sono de novo, rapidamente, com Ethan me abraçando.

Quando acordei de novo, olhei para o relógio, eram 5hrs da manhã. Ethan estava dormindo de lado, de costas para mim. Senti minha garganta seca e levantei para pegar um pouco de água. Ao voltar da cozinha e entrar de novo no quarto, ouvi um gemido, olhei para Ethan e ele estava molhado de suor e sussurrando algumas coisas que eu não consegui entender. Coloquei o copo em cima da minha mesa e me aproximei dele.

“Ethan! Ethan, acorda!” Coloquei a mão em seu rosto, tentando o fazer acordar.

Tudo aconteceu em questão de milésimos de segundo. Eu colocando a mão em seu ombro, Ethan abrindo os olhos, colocando a mão em meu pescoço e me atirando por cima dele para o outro lado da cama, me deixando imobilizada em baixo dele e me sufocando. Mas que porra é essa? Eu estou sendo atacada pelo meu próprio namorado?


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