You're Always Here - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 4
Capítulo 4 - Primeiro Passo


Notas iniciais do capítulo

OEOEOEOEOEOEOEOE o/

Prontinho, pessoal! Capítulo 4 saindo do forno da Lovett! E espero que ele atenda as expectativas de vocês sobre hayffie :3

Posso dizer que é um capítulo que eu estava mega ansiosa para postar, então espero que vocês curtam tanto quanto eu!

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO IV

A noite passada acabou passando mais rápido do que eu pensava. Acabei acordando por volta das duas horas da manhã após ter um sonhos daqueles em que você começa a cair num abismo e acorda num salto. Após o susto, deixei Haymitch dormindo e voltei ao meu quarto.

Estamos tomando café da manha quando Cinna começa a me lançar olhares de vez em quando, como se hesitasse em dizer algo e tentasse novamente, não obtendo sucesso.

– O que foi? - pergunto, após ele me lançar um olhar mais uma vez. Olho para cima e tento arrumar a minha peruca cor-de-rosa, acreditando que ela esteja mal colocada.

– Não tem nada para me contar, Effie? - ele sugere, levantando uma sobrancelha. Me faço de mal entendida e balanço a cabeça negativamente, desviando o olhar logo em seguida. Volto a tomar mais uma colherada de sopa quando ele prossegue: - Eu a vi ontem... indo lá para o quarto do Haymitch - ele sussurra o nome e eu me engasgo. Com a cena, Cinna começa a rir baixinho e eu procuro um guardanapo para limpar o canto dos lábios.

– Cinna! - sussurro de volta, como um grito. Olho para os lados, mas sem sinal de Haymitch. Portia está sentada no sofá, concentrada na TV. Então volto a olhar para Cinna, que continua rindo. - Você... você está me vigiando?

Ele nega com a cabeça, ainda rindo um pouco.

– Na verdade eu só queria saber se havia algum motivo especial para o Haymitch não ter gritado nessas duas últimas noites - ele diz. - Estranho, não? Ele parar assim, de repente...

– O que está insinuando? - indago, olhando-o de lado.

Cinna me encara como se fosse óbvio. Vejo-o se apoiar nos cotovelos e se aproximar um pouco de mim.

– Você gosta dele - Cinna diz e meu estômago congela. Mas não só pelo que ele acabara de dizer, e sim porque a porta do quarto de Haymitch é aberta e vejo-o sair de lá. Imediatamente nossos olhares se encontram e um pequeno sorriso se forma nos meus lábios quando ele acena discretamente com a cabeça.

"Está vendo?" Cinna diz, fazendo-me voltar a realidade. Sou pega de surpresa e pisco várias vezes quando o vejo rir de mim mais uma vez. "Só um cego não vê isso."

– Você não sabe o que diz - respondo e volto a acompanhar Haymitch com o olhar até ele sentar no sofá. Talvez eu realmente não saiba o que significa essa sensação estranha que tenho sempre que o vejo. O convívio com Haymitch fez eu me acostumar com todos os seus defeitos, que são muitos. Mas preciso admitir que nossa relação de companheirismo tem mudado de uns tempos para cá. Apesar de me sentir ainda distante dele, consegui um salto monumental de aproximação nessas duas últimas noites.

E assim os dias foram se seguindo: assim que todos iam dormir, eu esperava alguns minutos para ter certeza de que não seria flagrada novamente e seguia até o quarto de Haymitch. A cada noite conseguíamos conversar um pouco mais - sobre os jogos geralmente; Haymitch evitava falar sobre si mesmo. - Acabávamos nos empolgando quando estávamos falando sobre as chances de Katniss e Peeta conseguirem vencer os jogos. Foi quando ele deixou escapar que havia tentado convencer Seneca a adotar a ideia de ter dois vencedores, considerando a ideia de que isso iria vender bastante.

– A ideia foi mesmo sua? - indago, ainda não acreditando em cada palavra que ele dissera. Haymitch sorri, orgulhoso, e balança os ombros. Abro um sorriso e sinto uma vontade de abraçá-lo, mas me contenho. - Foi genial! - digo, apenas, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

– É, às vezes eu sou - ele diz.

– Você é, sim.

E mais uma vez somos tomados pelo silêncio, mas acredito que um silêncio bom, sem constrangimentos. Admiro sua silhueta a meia-luz, seu modo sem postura de se sentar, como ele acredita ser a forma confortável. Não nos sentávamos mais nos extremos da cama quando conversávamos. Estávamos tão próximos que nossas pernas se encostavam uma na outra.

Desta vez eu havia colocado uma touca na cabeça. Às vezes sentia falta de cabelos naturais longos, mas acabei me acostumando com a ideia de não deixá-los crescer tanto.

Vejo Haymitch virar a sua cabeça e olhar para mim. Ele segura as minhas mãos nas suas e os nossos dedos se entrelaçam. Então ele me puxa e, quando menos percebo, nossos lábios se encontram e um misto de sensações estranhas toma conta de mim. Retribuo sem pensar duas vezes. Ele larga minha mão e puxa as minhas pernas para cima das dele e pouso minha mão no seu rosto.

Estou certa de ter desenvolvido alguns sentimentos por Haymitch. De uns tempos para cá tinha deixado de ser apenas companheirismo no trabalho e se transformado em algo muito maior. Sim, eu gostava dele. Mas o que me preocupou foi o fato desse beijo estar sendo uma reciprocidade do que sinto ou apenas uma forma de me agradecer pelo que tenho feito nas últimas noites.

Tento afastar esses pensamentos da minha mente quando tomamos um pouco de distância. Mantenho meus olhos fechados, concentrando-me apenas no som das nossas respirações.

– É melhor você dormir - sussurro.

Haymitch balança a cabeça negativamente.

– Não quero dormir - ele diz.

– Eu fico aqui com você.

– Não quando eu acordar.

Isso acaba por tirar a dúvida que tive sobre o que o levara a me beijar. Não, ele não estava querendo apenas mostrar gratidão. Pensando bem, isso não era típico de Haymitch. Ele de fato me queria por perto e achou que aquela seria a melhor forma de demonstrar. E foi. Realmente foi.

Suspiro antes de responder. Tento encontrar novamente os seus olhos em meio a escuridão do seu quarto.

– Outro dia, Haymitch - respondo. - Eu prometo.

– Eu vou cobrar - ele diz e acabo rindo um pouco.

– Vai, Haymitch - digo e o empurro de leve, deixando-o se deitar, encontrando uma posição favorável. E assim que encontra, ele me puxa, fazendo-me soltar um grito abafado com o susto. Tento protestar, mas ele é mais forte que eu. Acabo me deitando de frente para ele. Sinto-o me contornar com um braço e sei que não vai me deixar sair daqui tão cedo.

"Assim eu não vou conseguir voltar para o meu quarto" digo.

– A intenção é essa, queridinha.

Rio brevemente e me acomodo ali mesmo. Em meio ao seu abraço, de certa forma, me sinto confortável. Acabo não demorando a dormir.

Não sei se me mexi muito enquanto dormia, mas Haymitch dormiu como pedra. Quando começo a abrir os olhos, ainda sinto seu braço me contornando, mas agora estou virada para o outro lado e estamos na famosa posição "conchinha". Minha touca havia soltado da minha cabeça, mas estava próxima, então a coloquei de volta. E é quando termino de colocá-la, ainda deitada, que levo um susto ao olhar o relógio na mesinha: são quase oito da manhã!

Soluço com o susto e afasto a mão de Haymitch, dando-me espaço para sair da cama, mas parece que acabo sendo um pouco indiscreta. Quando finalmente me levanto, vejo Haymitch se mexer, resmungando baixinho. Tento andar a passos leves, mas percebo que essa tentativa é em vão quando ele abre os olhos e me vê em pé.

– Ops - sussurro para mim mesma. Faço uma careta e torço para que ele vire e volte a dormir, mas não é isso o que acontece.

– Sabia que ia sair correndo - ele diz, levantando-se aos poucos. Ele se senta na cama e olha para mim.

– Haymitch, passou muito da hora - explico. - Já deveríamos estar de pé. Ou ao menos eu deveria.

Dou meia-volta e começo a ir em direção a porta, mas Haymitch passa por mim e para na minha frente, fazendo-me parar também.

– Tudo bem - ele diz. - Eu proponho uma coisa a você - e ao ouvi-lo, cruzo os braços e aceno com a cabeça, para que prossiga. - Proponho que você continue vindo aqui à noite, para me ajudar a dormir, mas não precisamos contar aos outros sobre isso.

– Ta bom, Haymitch, mas por que não quer que saibam? Mais cedo ou mais tarde vão questionar a falta dos seus gritos durante a noite.

– Não quero ter que dar satisfações.

Apenas concordo com a cabeça. Passo por ele e volto a caminhar em direção a porta. Dou uma última olhada nele antes de sair por ela.

– Só não volte a dormir - digo. - Temos que assistir aos jogos.

– Claro, princesa.

Sorrio e fecho a porta em seguida. Volto a passos rápidos para o meu quarto, sentindo-me surpresa ao ver a sala vazia. Mas o susto maior me vem depois que passo pela porta entreaberta do meu quarto, que eu jurava ter deixado fechada quando fui ao quarto de Haymitch na noite passada.

Sentado na minha cama, com as pernas cruzadas e com uma expressão bastante séria, apenas me aguardando, está Cinna.


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Notas finais do capítulo

É GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!

Isso aí, Haymitch! Ta fazendo isso mega certo! E a Effie adorou, né?