Sentimentos não percebidos. escrita por Gabs


Capítulo 15
Capítulo 15




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James Potter encarava Lilian, nervoso, no outro lado da sala comunal da Grifinória, ela sorria de alguma coisa que Lene disse e ajudava Alice com alguma atividade, provavelmente com poções, Lilian era a rainha das poções. Os dois se encontravam há várias semanas, beijos já haviam sido trocados, gestos de carinho, apesar disso, ainda não namoravam, embora fosse esse o boato que rolava pelos corredores.

Desde o modo como se comportou anteriormente com Lilian, ele sempre era cuidadoso, após dar o primeiro beijo nela, ele havia agido como se ela fosse um prêmio, a intenção era provar, durante todos os encontros, que ela nunca fora um prêmio, sequer que os dois eram um jogo, Lilian sempre foi muito mais que isso, ele era encantado por ela, e as vezes se martirizava pelo modo como a tratou.

Mesmo assim, os dois não estavam namorando, e ele queria que isso não o incomodasse como estava incomodando. Ela tinha seus motivos, apesar de se sentir mais leve ao lado dele, a morte dos pais, e o modo como ela ocorrera (acidente), logo após uma enorme briga entre os três, ainda era muito presente no coração dela.

Além disso, Petúnia a irmã de Lilian, era uma megera sem coração que não cansava de culpar Lilian pela morte dos pais, mandava cartas e mais cartas afirmando que se ela não tivesse brigado com eles, os dois teriam prestado mais atenção na estrada e ainda estariam vivos. O sangue de James nunca ferveu tanto de ódio quanto no momento em que via Lilian chorosa por conta daquelas cartas. A última, era de Petúnia, dizia que ela (Lilian) tinha até o natal para pegar o que quisesse em sua casa, pois venderia. James não gostava de odiar as pessoas antes de conhecê-la, mas jurou para si, que se um dia tivesse o desprazer de conhecer a irmã de Lilian, a azararia.

No meio de seus devaneios não percebeu quando a dona de seus pensamentos se sentou ao lado dele.

—Também quer ajudar com o dever de poções? Estava ajudando Alice, mas desistir, a repassei para Frank, talvez ele tenha um pouco mais de paciência.

—Você sabe que os dois não vão estudar, certo?

James comentou entrelaçando seus dedos com os dela.

—Eu sei. Mas estou tentando recuperar minha fé nas pessoas.

Lilian respondeu dando de ombros.

—Então devia começar com algo garantido, talvez tendo fé em mim.

Lilian o analisou por alguns instantes.

—Alguns diriam que já estou fazendo isso.

Ela disse, não havia mágoa na sua voz, só a confirmação de um fato. James sorriu tristonho.

—E está dando certo?

—Você está aqui comigo e não em algum canto pegando uma qualquer, então penso que sim, está dando certo.

—Em algum momento eu tinha que parar de ser um completo idiota.

James comentou puxando Lily para um abraço apertado.

—Você está estranho.

Afirmou Lilian. Os dois haviam ‘fugido’ da Torre da Grifinória, estavam no corredor do quinto andar, passaram na cozinha antes, para se ‘abastecerem’

—Não é nada.

Desconversou James.

—Pensei que tínhamos passado da fase de negar que algo nos incomoda.

Ele deveria dizer que queria namorar com ela. Mas sabia, no fundo, que ela não estava preparada, não ainda. Mudou de assunto então.

—Quer passar o natal na minha casa? Remos, Lene, Pedro e Sirius estarão lá. Chamei Frank e Alice, mas eles vão passar na casa de Frank;

—Sirius já havia me chamado, mas não sei… Natal em Hogwarts, não parece tão ruim assim.

—Qual é, Lily. Natal é para passar com as pessoas que ama. Sei que não tem mais seus pais, e, que eles provavelmente te amavam com todo coração, mas nós também te amamos, e queremos te ver bem, se ficar aqui, todos nós vamos ficar… E minha mãe morre de saudades de Sirius e de mim, quer mesmo que sua sogra te odeie?

—Sogra?

Lilian perguntou levemente assustada.

—Bom, sim. Estamos nos encontrando há algum tempo, pensei que… não estou dizendo que agora ela é tua sogra. Eu gosto de você. Já deixei isso claro. Eu sei que não estamos namorando, mas um dia espero que a gente...

—É por isso que está estranho? Porque quer namorar comigo.

Não é que Lilian não amasse James, ela amava, mas namoro implicava um futuro, e ela estava tentando não pensar a longo prazo, sua filosofia de vida, era um de cada vez.

—Mas tudo bem, se não quiser… entendo, você, Lily. De verdade. Eu só...

James conclui assustado com o silêncio de Lilian.

—James, desde que meus pais morreram estou tentando viver um dia de cada vez. Desde aquele dia, minha vida, é como um lago congelado, estou andando com um imenso cuidado para que ele não se quebre e eu morra congelada no meu próprio sofrimento. O que quero dizer, é que… quando estou com você, eu não me sinto assim, eu me sinto num campo, coberto de flores, eu me sinto leve… entende o quero dizer?

—Na verdade, não.

Ele confessou confuso.

—Sirius, Lene, os outros, eles me mantém aqui, me dão forças para continuar, quando eu, abraço eles me dão coragem pra enfrentar meus temores, quando abraço você, é como se eu não houvesse mal nenhum. Entende?

—Não sei bem.

Lilian o encarou sorrindo.

—Estou tentando explicar o que você significa para mim, James. Não quero dizer que te amo, essa expressão carrega um vazio para mim, além disso, não é amor, é algo muito mais legal. Também estou tentando dizer que não ando planejado ou me importando com um futuro, e namorar implicaria nessas coisas...

—Eu sei disso! Esqueça que comentei...

James disse interrompendo Lilian. Ela sorriu. A ruiva ira completar a frase dizendo que queria recomeçar com ele. Mas agradeceu por ele ter lhe atrapalhado seria melhor assim. Deixar pra conversar isso em outro momento.

—Eu quero passar o Natal na sua casa.

—Sério?

James perguntou sem conter a alegria.

—Sério. Não quero que minha sogra me odeie.

Ele sorriu sem jeito.

...

—Fiquei sabendo de uma coisa muito interessante.

Sirius comentou sentando-se ao lado de Lilian na biblioteca.

—Ficaria surpreso da quantidade de coisas que poderia aprender lendo um livro.

Comentou Lilian fingindo não prestar atenção no amigo. Sabia bem que aquilo tudo tinha a ver com o fato de ter aceitado passar o natal na casa dos pais de James.

—Sabe estou começando a me arrepender de ter juntado vocês dois.

Sirius comentou com um olhar malicioso.

—Não estamos juntos.

Cortou-o Lilian.

—Claro que não. Só andam ficando pelos cantos. Não discutem mais. Fazem planos de casal. Mas não namoram.

Lilian fingiu que não o ouviu e continuou sua leitura.

—Vai fingir demência comigo Lily? Comigo?

Lily sorriu desistindo.

—Tudo bem, Black. O que você quer?

—Se vocês não estão namorando... então eu posso dormir no mesmo quarto que o Jay Jay, certo?

—Sua preocupação então é se eu vou roubar seu namorado?

—Bom, um cara rico, bonito e solteiro como o Jay Jay é difícil de encontrar.

Respondeu rindo com a amiga. Logo os dois foram expulsos da biblioteca.

—Fico feliz que esteja indo passar o natal com a gente. Odiaria que passasse sozinha. Sei que não sou muita coisa, mas sempre pode contar comigo.

—Sei disso. E só pra constar. Pra mim você é muito importante.

...

NATAL

 

Conhecer os pais de James foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para Lilian. Os dois eram tão bondosos e divertidos. Além disso, ver como Sirius e James eram carinhosos com eles também foi uma grata surpresa. Não que esperava que os dois fossem malcriados, mas não esperava que fossem extremamente cuidados com os pais de James. Dorea e Charles Potter tinham sorte de terem dois filhos tão atenciosos.

As festividades foram mais agradáveis do que Lilian imaginava. Todos emanavam amor e sorrisos. Foi difícil não se deixar contagiar. Mas ao mesmo tempo não conseguia ficar feliz por completo. Queria que seus pais estivessem ali. Queria que eles pudessem ter conhecido aquele lado de James. Ao fim da ceia, afastou-se um pouco de todo mundo e foi para a varanda da casa dos Potter’s.

Dorea chegou de mansinho com uma taça de vinho e ofereceu para Lilian.

—Queria tomar um pouco de ar fresco.

Explicou-se Lilian. Não queria que Dorea achasse que Lilian não estava gostando.

—Tudo bem. Entendo. Os Potter’s são sufocantes as vezes. Lembro da primeira vez que passei o natal com os pais de Charles. Foi logo após meus pais morrerem. -Lilian engoliu em seco – Desculpe. Os meninos me contaram justamente para que eu não cometesse esse tipo de gafe. Sou uma boca grande.

—Não. Tudo bem. Estou curiosa. Conte sua história.

Dorea encarou Lilian por um tempo. Aquela garota parecia ser forte, ou pelos fingia-se de forte muito. Sorriu internamente. Entendia o porquê de James estar caidinho por ela.

—Todos estavam tão felizes. Os Potter’s são assim. Nunca há tempo ruim e tudo é motivo para comemorar. Demora um tempo para se acostumar com isso. Eu só queria um pouco de ar fresco. E sai em direção a varanda como você fez.

—Deu certo?

—Um pouco. Se quer saber a verdade. Nunca para de doer. Mas a gente se acostuma com a dor. Acredito que seus pais, assim como os meus na época, desejam que você siga em frente. Eles tiveram um boa vida, penso eu. Encontraram o amor. E tiveram uma linda filha. Não só de beleza, mas pelo pouco que te conheci esses dias, posso afirmar que é linda de coração também.

—Muito obrigada, senhora Potter.

—Tudo vai ficar bem minha querida. E até lá tenho certeza que James e Sirius não se importarão de fazerem você rir.

Antes que Lilian pudesse responder Dorea piscou o olho para ela e saiu da varanda. Ela não entendeu a princípio, mas logo sentiu o perfume de James.

—Aconteceu alguma coisa?

Perguntou preocupado. Sabia que o natal podia ser uma data complicada para quem acabou de perder os pais.

—Estava só com saudades.

Confessou. James a abraçou com força. Não disse nada. Ela agradeceu o silêncio. Essa era uma das coisas que gostava em James. Do silêncio. Das vezes em que ele não conseguia achar palavras que pudessem traduzir o que ele sentia, então ele apenas a abraçava tentando passar tudo que sentia.

—Eu não estou triste. Achei que ficaria. Mas não estou. Só... Só queria eles aqui. Queria ter te apresentado para eles. Ter falado alguma coisa boa de você para eles. Queria que eles gostassem de você...

—Será que eles teriam gostado de mim assim como meus gostam de você?

Perguntou James curioso.

—Talvez. Acho que sim.

—Você não ia gostar que eu os conhecesse.

—Por que?

Perguntou Rose ficando frente a frente com o moreno.

—A primeira coisa que eu falaria com o seu pai. Seria sobre o seu dote?

Lilian riu alto.

—Meu dote?

—Sim. Perguntaria logo. Senhor Evans. Quero me casar com a sua filha, quando isso me custaria?

—Ele diria que eu não te daria garantia

—Eu diria que não me importava. Que queria você sem garantia e com defeito.

—Como ia me devolver quando se cansasse de mim?

—Eu nunca vou te devolver Lily. Quero ficar com você para sempre.

—James...

—Eu sei. Você não está pronta para pensar em futuro. Ou fazer planos. Eu não me importo Lily. Vou estar aqui, do seu lado. Até o dia que você decidir que quer namorar comigo. E, mesmo que você decida que nunca vai querer isso, ainda assim estarei aqui do seu lado. Porque eu prefiro passar o resto da minha vida ao teu lado do que do lado de qualquer outra pessoa.

Lilian o beijou.

—Assim meus pais vão acabar percebendo que somos bem mais que amigos.

—Algo me diz que eles já sabem.

Lily comentou sorrindo.

—Então que se dane.

Disse puxando-a novamente para um beijo.


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