POV – ED

Aproveitei o sumiço de Bella pra caçar, Eu havia ligado pra Carlisle e ele me explicou o que tinha acontecido com Bella. Eu me sentia péssimo, sabendo que ela precisava de cuidados médicos e que eu não poderia estar por perto pra cuidar dela, ela era como uma droga pra mim, tudo que eu mais queria era vê-la, não importa o quanto isso custasse embora Carlisle tivesse me alertado que alguém estaria cuidando dela. Eu esperei anoitecer, ansioso pra vê-la.

Jasper não suportava mais minha presença, então ele se retirou junto com Alice, eu me perguntava às vezes como ele agüentava sentir um turbilhão de emoções e tentar controlá-las, isso deve ser mais difícil do que agüentar pensamentos alheios.

Já era tarde da noite, provavelmente todos estariam dormindo, saí de casa rapidamente, correndo em direção a casa de Bella, em questão de minutos eu já havia chegado, estava escutando seu coração, mesmo aparentemente dormindo, seu coração batia acelerado, escalei a parede abri a sua janela com facilidade, adentrei seu quarto novamente sem ser convidado, seu cheiro inebriante estava presente em todo o quarto, me aproximei dela, ela dormia um sono perturbado, se mexia, e fazia caretas.

Eu sentia uma profunda vontade de acordá-la e evitar o pesadelo que a estava atormentando, mas eu não podia fazê-lo. Ela se mexeu novamente, e balbuciou. - Jacob, não.- Eu enrijeci, Quem era Jacob? Porque ela estaria sonhando com esse cara? Eu precisava saber, olhei para o seu rosto novamente e ela tinha uma ruga na testa, parecia estar chateada.

- Me deixe Jake, Edward não vá. - Alívio me inundou, ela estava sonhando comigo também, me aproximei dela e inalei seu aroma, no entanto seu cheiro estava diferente, como se no fundo seu aroma se misturava com algo repulsivo e cheiro de cachorro molhado, ela se mexeu novamente, eu escutei o som do seu coração acelerar, e ela deu um pulo e se levantou.

Eu permaneci imóvel, e ela arregalou os olhos me vendo ali, forcei meus pés a me obedecerem e fugi pela janela em alta velocidade, provavelmente seus olhos viram só um borrão.

Do lado de fora observei ela ligar a luz, seu coração que antes batia descompassado foi voltando ao ritmo normal, a ouvi dar um suspiro e desligar a luz novamente, o dia já estava clareando e eu precisava falar com ela hoje o problema, é que eu não fazia idéia do que eu iria dizer.

Corri de volta para casa, onde Alice me esperava próxima a porta, ela bloqueava seus pensamentos utilizando a seqüência de Fibonacci, mais conhecida como fórmula phi.

“1-1-2-3-5-8-13-21-34-55-89-144-233-377-610-987-1597-2584-4181-6765...”

- Edward, você não pode falar com ela hoje. – Ela me olhou séria ainda bloqueando meus pensamentos.

-Por quê? Eu tenho que falar com ela hoje!

- Edward, ela ainda está magoada com você! Você não pode falar, não ainda escuta o que eu estou te dizendo Edward! Não faça isso hoje, ela não vai ser compreensiva com você.

- Eu entendo que ela esteja magoada, mas o que aconteceria? - Você só iria piorar as coisas! Por favor, Edward, eu não quero que veja a visão então não insista.

- Tudo bem!

Eu subi as escadas e me arrumei rapidamente, passei um tempo pensando se eu deveria ou não seguir o conselho de Alice, levando em conta o que tinha acontecido no quarto é melhor eu não falar com ela, ela deve estar assustada, ou pode estar achando que está tendo alucinações.

No colégio, as aulas transcorreram normalmente, as pessoas se perguntavam como Bella havia quebrado o pé e esse era o comentário do dia. Na aula de biologia, eu sentei ao seu lado, e sorri a aula inteira pra que ela se sentisse a vontade ao meu lado.

Ela, no entanto fingia estar sozinha, embora o fato de seu coração permanecer o tempo inteiro acelerado e suas bochechas corando. O silencio que provinha de sua mente, me incomodava, eu daria qualquer coisa pra ouvir uma só palavra na sua mente.

Eu coloquei minhas anotações sobre as aulas que ela perdeu em cima de seu caderno, ela tomou um susto, e pegou as folhas, e olhou pra mim.

- Obrigada.

- Disponha. – Eu sorri, e as batidas do seu coração aumentaram então ela virou pra frente e não trocamos se quer uma palavra até o fim da aula. Quando o sinal tocou, ela não se levantou eu me perguntei se seria por causa do gesso, até que Ângela apareceu para ajudá-la.

Eu sempre gostei de Ângela, os pensamentos dela são gentis e doces, ela é uma boa garota, Na hora do almoço, segui ao refeitório e me manti o tempo todo com o olhar na mesa em que Bella estava, então notei que ela não comeu nada e no fim do horário repetiu o ato que eu e minha família fazíamos todos os dias, jogou toda comida de sua bandeja no lixo.

Me perguntei o porquê dela estar sem fome, estaria ela assim por causa de mim? No fim da aula, esperei meus irmãos, encostado no volvo, uma fina camada de gelo cobria todo asfalto do estacionamento, na mente dos humanos eles estavam receosos por dirigir com a estrada naquele estado.

Ângela apareceu novamente ajudando Bella andar até a caminhonete, na cabeça dela se passava que ela iria dirigir levando Bella pra casa, já que Charlie não poderia vir buscá-la. Enquanto Bella estava encostada na caminhonete os amigos planejavam ir a Port Angeles, e iriam convidar as duas.

“- Ângela! Vem aqui!” – O idiota do Mike Newton chamou-a

“- Bella, tudo bem se você ficar aqui um segundo? Vou ver o que Mike quer e já volto - Tudo bem Ângela, vá ver o que ele quer”

A garota correu em direção a Mike enquanto eu observava Bella, ela permanecia encostada na caminhonete, com ipod nas mãos e fones nos ouvidos, ela estava escutando Debussy.

Então ela olhou pra mim, e nossos olhares se cruzaram, notei que ela estava corada. Alice e Jasper caminharam em minha direção, e ficaram ao meu lado, então Alice estacou e sua visão invadiu minha mente. Tudo que eu podia pensar era, Ela não.

---------------------------------------------------------

POV – BELLA

Eu caminhava na floresta à noite, estava tão escuro, mas eu podia ver claramente uma silhueta masculina a minha frente, quando eu me aproximei ele se virou, era Edward ele caminhava pra longe de mim e eu tentava alcançá-lo, até que braços fortes me envolveram por trás e eu me debati, e me virei pra ver quem me segurava, era Jacob.

- Jacob não! – ele me segurava ainda mais forte, SUS braços estavam quentes, acima de sua temperatura normal e eu me perguntava se ele estava doente, enquanto a minha frente Edward se distanciava cada vez mais.

- Jacob me deixe! Edward não vá! - Eu chorava enquanto a minha frente Edward havia desaparecido.

Então Jacob me soltou eu o virei e o fitei depois desferi um tapa em seu rosto, seu corpo começou a tremer, e no lugar de Jacob estava um enorme lobo que rosnava, olhei pra trás e a última coisa que vi foi Edward voltando pra me salvar, quando o lobo saltou em direção a Edward, eu pulei.

Quando notei uma silhueta masculina no meu quarto, o que Edward estava fazendo no meu quarto? Eu liguei a luz e ele havia desaparecido.

Eu estava tendo alucinações, estava louca? Não tinha ninguém no meu quarto então eu notei que a janela que anteriormente estava fechada estava aberta.

Isso era impossível certo? Quem poderia entrar pela janela do meu quarto ele sendo no segundo andar? Ninguém, eu estou definitivamente surtando.

Apaguei a luz e não demorei muito a adormecer novamente.

Fui acordada por Charlie, fiz minha higiene matinal e me vesti pra ir ao colégio, uma bermuda e uma bota felpuda por dentro. Hoje estava mais frio que os últimos dias, era provável que nevasse mais tarde.

Desci as escadas com dificuldade segurando no corrimão com as duas mãos, me surpreendi ao não encontrar Jacob na sala, já que ele estava encarregado de cuidar de mim.

- Charlie, cadê o Jake?

- Ele teve de resolver alguns assuntos na reserva, então eu liguei pra Ângela pra ela te ajudar hoje no colégio.

- Ângela?

- É! Você tinha falado dela no outro dia, então eu liguei e pedi pra ela te trazer em casa.

-Ok, mas como eu vou?

- Eu vou te levar, e depois eu levo a caminhonete lá, vou deixar a chave na ignição tudo bem?

- Tudo bem, ninguém vai querer roubar ela mesmo. – Ele sorriu

- Então podemos ir logo? Eu não quero chegar atrasada sabe...

- Não vai comer Bells?

- Eu como alguma coisa no colégio, até porque estou sem fome agora. – eu menti

No colégio Ângela me ajudou ir á todas as aulas, eu me sentia um encosto, embora esteja claro que ela está feliz por estar ajudando, acho que nunca pensei que pudesse existir alguém tão gentil como ela.

Eu não estava preparada para vê-lo novamente, mas eu não tinha alternativa, a aula de biologia que antes era minha preferida, agora se tornou meu pior pesadelo, eu não conseguia dominar a dor que existia em meu coração, sentar ao seu lado foi como uma adaga penetrando lentamente em meu peito, me matando a cada segundo.

Eu permanecia corada e meu coração batia freneticamente em meu peito, então ele colocou uns papeis sobre o meu caderno, notei que eram as anotações das aulas que eu perdi.

- Obrigada. – minha voz saiu esganiçada, minha mágoa era quase palpável.

- Disponha. – Ele sorriu como poderia sorrir tanto? Ele parecia feliz com a desgraça alheia, eu permaneci calada, e assisti o resto da aula em absoluto silêncio, no fim da aula Ângela veio me ajudar novamente.

No almoço, meu estômago doía de fome, embora eu não quisesse comer, mas a dor do estômago foi superada por uma dor muito pior, a dor da rejeição.

 Eu o observava de longe mesmo sabendo que isso me machucava ainda mais, ele era como uma droga, e eu estava completamente viciada, eu precisava dele, mas eu acreditava, que se ele viesse falar comigo, a raiva iria dominar qualquer sentimento, e eu iria mandar ele se ferrar.

Quando o sinal tocou, Ângela me ajudou a caminhar e eu joguei a comida que eu havia pegado, no lixo.

Quando entramos na sala ela estava com uma expressão preocupada.

- Qual o problema Bella?

- Não é nada, é só que estou sem fome.

- Tudo bem, te vejo daqui a pouco. – Ela saiu sorridente indo para a próxima aula.

Era minha aula de Cálculo, Alice a irmã de Edward também estava nessa aula, quando ela entrou e me avistou sentou-se do meu lado com uma expressão sorridente.

- Oi Bella! – ela olhou pra mim.

- Oi. – Bem que Jéssica tinha dito que essa garota era meio estranha.

- Meu irmão não para de falar sobre você. – Ela não parava um minuto de sorrir? Meu coração acelerou e eu corei, ele falava de mim? Embora eu estivesse me perguntando se ele falava bem ou mal, mais provável ser mal.

- Sério? – eu fingi desacreditada.

- É, sabe ele ficou tão arrependido de ter te tratado mal, nós estamos com uns problemas familiares. – ela fez uma pequena careta.

- Isso não justifica o que ele disse pra mim. – eu fiz uma careta involuntária.

- E o que ele disse para você? – Ela perguntou, me fitando. Eu não sabia se mentia ou se dizia a verdade, Alice parecia ser uma boa pessoa, será que exista a chance de um dia sermos amigas?

- Ele me chamou de gorda. – eu sussurrei, ela me olhou com uma expressão chocada, e depois se recompôs.

- Não liga pra o que ele disse Bella, Você é magra, ele só estava fugindo de você, sabe o Edward nunca se envolveu com garota nenhuma antes, então ele não sabe se portar diante de uma.

Eu a encarei perplexa, ela estava brincando comigo certo? Porque ele não se envolveria com ninguém? As garotas devem cair aos seus pés aos montes, é bonito, rico, inteligente, eu realmente não entendia o que ela queria dizer com essa afirmação.

-Não acredito.

- Pode acreditar, sabe Bella, você parece ser uma garota legal, acho que vamos ser boas amigas.

- Eu também acho Alice, quem sabe o que o futuro nos reserva. – ela riu.

No fim das Aulas eu fui rebocada até o carro por Ângela então Mike a chamou.

“- Ângela! Vem aqui!”

“- Bella, tudo bem se você ficar aqui um segundo? Vou ver o que Mike quer e já volto”

“- Tudo bem Ângela, vá ver o que ele quer”

Ela correu em sua direção, então eu notei Edward, ele me observava do outro lado da sua, encostado em seu carro, quando nossos olhares se cruzaram, um arrepio passou pelo meu corpo, e eu estremeci. Logo Jasper e Alice se juntaram a eles, até que Alice enrijeceu, Edward olhou pra ela e olhou pra mim, e arregalou os olhos e naquele momento, eu vi a van de Tyler derrapando no estacionamento e vindo em minha direção.