VSM-02 escrita por aieincie, Jujuba


Capítulo 2
Capitulo 2




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Chegamos à entrada da Colônia 3.

Uma construção de apenas três andares, olhando primeiramente. Mas, na verdade, ela possui mais sete andares subterrâneos que se posicionam sobre Paris. Com mais de cinquenta quilômetros quadrados, foi construída pelo governo para o caso de algum dia uma guerra estourar.

Só que ninguém sabia que seria contra um inimigo em comum para a raça humana.

Os únicos países que se reergueram possuíam essas construções. Existem 16 delas. A Colônia 1 é a Rússia, mas não contamos com essa, por ser o "centro do mundo". A Colônia 1, para nós, é o antigo Brasil, a maior e a melhor. Não eram totalmente evoluídos, mas sabiam se proteger. Há boatos de que a colônia deles foi construída em um ato de rebeldia contra os EUA e que uma guerra começaria logo, mas os zumbis chegaram primeiro.

A Colônia 2 fica em Israel. A colônia deles foi construída na época da guerra na Faixa de Gaza, para os sobreviventes dos ataques.

Aqui na 3, cada família tem um apartamento com apenas as beliches e os banheiros são públicos. Elas tem horários programados para tudo e já se acostumaram à vida de sobrevivente.

É claro, se isso pode ser chamado de vida.

–Bem-vindo ao seu pior pesadelo, Jackson. -digo ao calouro.

–Ah obrigado, você é a melhor anfitriã do mundo, comandante Chase.- ele responde.

Clarisse e Chris aparecem na entrada:

–Parece que se saiu bem, Comandante Chase. Quem é nosso novo amigo?- Clarisse pergunta, um sorriso maligno.

–Este é...

–Deixe eu me apresentar.- Jackson me corta. -Perseu Jackson, é um prazer.

Bato em sua cabeça com o cano da arma. Ele solta um gemido e depois ri.

–Deve ser um mala, com todo respeito, comandante.- diz Clarisse.

–Ele tentou fugir três vezes. E roubar minha arma. E até me bajulou!

Jackson ri e levanta as mãos para mostrar as algemas.

–Eu queria poder atirar nele.-digo.

–Por favor, não deixem ela fazer isso.- ele pede.

–Já chega! Levem-no para a quarentena.-grito.

Jackson fica tenso.

Chris abre e fecha as mãos de modo desconfortável sobre a AK-97. Ele diz:

–Na verdade, comandante, você autorizou a ordem que diz que os novos moradores da colônia, se não aparentarem serem zumbis, podem apenas serem...

–...Levados para a enfermaria, para exames de sangue. Como pude me esquecer?- completo.

Por alguma razão, o "prisioneiro" relaxa os músculos.

–Então... Enfermaria, né? Beleza. Para onde eu devo ir, comandante Chase?

Eu o empurro e ele cai no chão.

–Levem-no. Antes que eu mude de idéia quanto a matá-lo.

–Sim, comandante.- Chris o levanta e Clarisse aponta a arma Ares-predator para a cabeça de Jackson.

Viro-me e passo uma das mãos pelos cabelos cacheados e louros presos em um rabo-de-cavalo mal feito. Ao longe, vejo Reyna, minha vice-comandante, se aproximando.

–Comandante Chase.

–Vice-comandante Avilla-Ramirez.

–Como vai, senhora?- ela pergunta.

–Bem, obrigada. Alguma novidade?- quase nunca há, mas é melhor perguntar.

–Na verdade, apenas uma opinião. Permissão para falar.

–Sabe que não precisa disso, não é? Você é uma das únicas pessoas as quais aceito as opiniões.- digo.

Ela nem abre a boca. Inspiro. –Concedida.

–Como a senhora me relatou, haviam mais dois homens. A comandante deveria questionar o novo morador para saber aonde estão os outros.- ela fala rápido.

Paramos de andar. Sei que ela tem razão. Sou extremamente inteligente, mas não perfeita. Sempre que esqueço de algo, Reyna está aqui para me lembrar. Ela trabalha bem.

Inspiro novamente.

–Está certo. Já vou. E, por favor, agende uma reunião com o Czar.

–Já agendei, comandante. Mas ele só poderá atendê-la somente em 39 dias.- ela diz.

–Aquele... Certo, obrigada vice-comandante Avilla-Ramirez.- agradeço.

–À sua disposição, comandante Chase.- ela se vira e sai andando.

Pego o walk-talk preso em meu cinto.

–Tenente La Rue, depois dos exames, leve o novato para a sala de interrogatórios.

–Sim, comandante Chase. Os exames ficam prontos em 5 minutos.

–Certo, tenente.

Me dirijo até a sala que tenho como destino. Porém, no caminho, vejo uma cena diferente das da minha rotina. Piper McLean, minha prima, rindo com seu namorado, Jason Grace. Eles simplesmente não ligam para onde estão, nem o que está à sua volta. Jason é um bom soldado, mas foi ferido na última vez que saiu da colônia. Ela sorri quando ele tenta lhe roubar um beijo.

Eu poderia ter isso. Mas não é o meu tipo.

Finalmente, chego à sala dos interrogatórios. Arrumo o cabelo em um rabo mais firme e entro.

...

–ONDE ESTÃO?- pergunto, perdendo a paciência com respostas como "sei lá " e "hum".

–Ah comandante!- diz Jackson, debochado. -Eu não elevei a voz em nenhum momento com você! Não entendo porque....

Não que eu me orgulhe, mas na verdade me orgulho. Nesse momento, dou-lhe um tapa tão forte que ele fica sem falar por alguns segundos. Não por dor, claro. Apenas por surpresa. Todos eles se surpreendem! "Imagine só! Uma mulher, como comandante, que sarro!"

Até que eu, bem ,perco as estribeiras.

–Isso não seria crime?- pergunta, esfregando a mão no rosto.

(Mantê-lo sob algemas? Pra quê? Em dois golpes o imobilizo!)

–Seria, há uns 2 anos atrás! E se você não fosse tão babaca!

–Babaca? Por quê? Por querer salvar meus amigos? Reveja seus conceitos comandante!

–Jackson, posso lhe assegurar que eles vão estar melhores aqui do que lá fora!! O vírus esta à solta!

Por um momento ele quase rí. E eu não sei que conclusão tirar disso. Mas, tão rápido quanto apareceu, a expressão some de seu rosto, e, no lugar dela, aparece preocupação.

Não uma preocupação verdadeira. Durante todos esses anos, aprendi a ler expressões, e a dele não é real.

...

–Leve-o para observação em uma casa perto da minha, Thalia.

–Mas ele não era....

–Não! -a corto. -Ele não é comum. Tenho minhas dúvidas...

–Okay. Mais alguma coisa, comandante Chase?

–Sim. Só mais uma coisa, tenente Grace.

Cerro o olhar. -Fique de olho nele. As amizades, os costumes... e lhe de um telefone.

–Grampeado?

–Sim. Talvez ele ligue para os outros. -passo a mão pelo cacho solto nos olhos.

–Precisa de mais nada Annie? Parece cansada e....

–Não, obrigada. Está dispensada!- com um aceno ela vai embora. Eu vou pra casa, um alerta martelando em minha cabeça.

...

Quando os achei, hoje, antes de arrombar a porta, eles já saíram correndo... Então possuem câmeras de segurança? O que quer dizer... Eles possuem armamento. Mas não usaram em mim.

Por que não? Se tem uma oportunidade, para que desperdiçar?

Eu não tenho os olhos vermelhos vidrados, nem tenho uma cor prateada, mas ainda assim... Não arriscaria.

Mudo o rumo da caminhada, saio da colônia e vou parar na casa que hoje mais cedo capturei Perseu Jackson. A porta está aberta e as luzes acesas, significa que não esperavam um ataque.

Entro na casa com uma Calibre 45 apontada para o nada, e me deparo com uma típica sala de 11 anos atrás. Um sofá, uma tv e fotografias.

Fotografias!

Chego mais perto e pego a primeira. O calouro está mais novo, uns 8 anos, na suposição. E uma mulher o abraça. Ele e mais dois menininhos. Em uma outra foto, está beijando o rosto de uma garotinha.

Tiro as imagens dos porta-retratos e volto para a colônia.

Está escondendo algo. Eu sinto. E ele não vai conseguir continuar com isso por muito tempo.


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