O Ypê amarelo escrita por Stars Admirer


Capítulo 1
Capítulo único




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Um dia, em uma fria manhã de Junho, um homem acordou, tomou um breve café, e dirigiu-se à praça perto de sua casa. Sentou-se e começou a observar. Observou a paz e a tranqüilidade daquele lugar. Dentro de algumas horas, aquela praça ficaria irreconhecível, com pessoas andando apressadas, sem tempo de observar aquilo que as cercam.

José Fernandes era o seu nome, e ele morava no centro de São Paulo. Não tinha ninguém: família, amigos, filhos... Era apenas um aposentado com o costume de ir à praça todas as manhãs. “Se eu morresse agora, ninguém se importaria!” -dizia José para si mesmo – “Nada mais me prende neste mundo.”

Com esse pensamento, ele foi para casa, pegou uma corda, e ao passar na frente da praça, parou. Parou e olhou para a corda. Nesse momento, uma menina, com uns seis anos de idade, chegou até ele com uma muda.

– Cuida dela para mim enquanto pulo corda? – perguntou a menina.

– Mas você não tem uma corda! – respondeu José.

– O senhor não pode me emprestar a sua?

José cedeu. Entregou-lhe a corda, olhou para a planta, e voltando a olhar para a menina, percebeu que não a via mais. Só restou-lhe, então, a planta. Observou-a. Não sabia que planta era, e na curiosidade de descobrir, começou a cuidar dela no quintal de sua casa.

Anos se passaram, e a planta cresceu: virou um lindo ypê. José havia se preocupado tanto com ela que nunca mais fora à praça. Resolveu, então, ir naquela manhã de Junho até lá. Ao chegar, viu a velha cadeira ali, no lugar de sempre. Sobre ela, uma corda e um bilhete. Sentou-se e, ao ler o bilhete, seus olhos se encheram de lágrimas: a menina que havia entregado a planta foi seqüestrada no dia que eles se viram. Graças à corda que José lhe deu, ela pôde enforcar o sequestrador e sair viva.

Só então ele percebeu que aquela planta era o que tinha o mantido vivo todo esse tempo. A planta e a menina estavam vivas graças a ele, e ele estava vivo graças a elas.

Ele viveu por mais alguns anos, e quando faleceu, bateu uma brisa que derrubou as flores amareladas do ypê sobre ele...


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