Já faz três dias que estou aqui.

Não agüento mais. Não agüento mais ficar aqui, está me enlouquecendo!

Estou sozinha aqui, nesta sala branca.

Pode parecer loucura, mas estou presa numa sala vazia, a não ser por esta escrivaninha idiota, já faz três dias.

Não tem nada para fazer aqui, então decidi escrever. É estranho, quando sai do reformatório, para as férias, a primeira coisa que eu disse foi:

“Não vou precisar escrever mais nada por mais dois meses!”

E agora, uma semana depois, estou escrevendo.

Bem, ainda não me apresentei né? Pensando bem, por que deveria me apresentar para um papel? Mas, ok.

Sou Flame, tenho 14 anos, cabelos ruivos e olhos verdes. No começo desse ano, fui para o reformatório por...

Bom, não quero falar disso.

E fiquei lá por um ano, durante esse tempo, aconteceu mais coisa que imagina, papel. Eu nunca fui de amigos, mas lá fiz muitos; Finn, Marceline, Bonnie (ou Jujuba, whatever), e muitos outros. Saudade deles.

Isso me fez pensar...

Onde estão eles? Será que estão bem?

Ah, espera um pouco, papel. A comida chegou, eu já volto.

Voltei. Ah, eu me esqueci de falar (ou escrever, no caso).

Acho que estou sendo observada, ou coisa do tipo. Todo dia recebo três refeições por dia, por baixo da porta, que, por sinal, não abre. Ás vezes me sinto constrangida de usar o banheiro, eu sinto que “eles” estão vendo.

Por que eu estou escrevendo isso? Meu Deus, e depois eu reclamo que eu não tenho namorado. Ninguém ia querer namorar alguém esquizofrênica como eu!

Eu já tentei fugir daqui, mas as janelas são como pinturas na parede, não se mexem! Também já tentei umas incontáveis vezes abrir a porta, mas está trancada.

Eu tenho que sair daqui, eu simplesmente TENHO que sair daqui. De noite, eu ouço gritos e, ás vezes, o som de uma serra elétrica ou de um revólver. Não consigo dormir com isso, eu sempre imagino que seja um amigo meu, como Finn ou qualquer outro.

Papel, realmente agora estou com medo. São eu acho, sete horas da noite, e é nessa hora que tudo começa. Eu sinto que essa noite vai ser diferente.

Pois tem alguém batendo na porta.

Ao som da serra elétrica, e gritos insuportáveis de agonia e dor.

Por favor, alguém me salve.

Socorro.