Ela te ama, idiota! - Perina escrita por Bel


Capítulo 6
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

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Algumas semanas se passaram desde que conheci os McGuys. Eu os chamava assim agora, como se fosse uma fã louca deles. Nós estávamos cada vez mais próximos, e Bi cada vez mais gamada em Duca. Eles saíam juntos sempre que a agenda de Duca permitia, e Bi agora saía em jornais e revistas de fofoca. “Quem é ela e o que ela tem que chamou a atenção de Duca?”. Algumas revistas estampavam isso em suas folhas. Mas não era nada fora do comum, sabe? Bi estava bem, e nenhuma fã tentou matá-la ainda. Ela e Duca nunca confirmaram nada sobre estarem saindo juntos, pra que isso estivesse aí pra quem quisesse ver. Eu e ela saíamos junto com os McGuys, e era sempre muito legal. Outro dia tivemos que fugir de paparazzis, foi tão engraçado, eu ria o caminho todo. Bem, os meninos não acharam nada engraçado, João ralou a mão não sei onde e quase fez um escândalo. Eu, hein. Parece que os McGuys e Bi se uniram em uma missão pra tentar me tirar da fossa, eu e Pedro. Então eles sempre nos chamam pra sair, fazer alguma coisa e nos animar. São legais sim ou sim? Mas eu e Pedro só queremos ter nosso período de “luto” em paz, ouvindo qualquer música deprimente.

– Quem é? – Eu ouvi um barulho na sala e estranhei, corri pra lá. Estava sozinha em meu apartamento tomando sorvete e vendo filmes no quarto. Vou engordar, ligo não ou não?

– Bi, é você criatura? – Quando eu cheguei até a sala, vi que não era Bi, era uma pessoa bem diferente.

– Oi. – Ele disse, meio sem graça – Achei que você não estivesse em casa, então usei a chave que eu tenho. Espero que não se importe.

– O-oi. – Eu gaguejei – Ah, não tem problema. Mas o que veio fazer aqui? – Perguntei, me sentindo tonta. Aquele olhar tinha certo efeito sobre mim.

– Eu só queria pegar algumas coisas minha que ficaram aqui, só isso. E aproveito pra te devolver a chave. – Ele estendeu a mão com a chave, e então eu peguei. Isso significava que ele não iria mais voltar pra mim, não é? Olha, tudo bem que ele foi um canalha, mas eu ainda o amo, me dá um desconto. É, eu sou babaca.

– Pode pegar então.

– Prometo não demorar, K.

– Demore o tempo que quiser. – Dei de ombros, e então ele seguiu pelo corredor, indo até o quarto.

– K, você sabe onde está minha camisa preta? Aquela que eu amo, não sei onde está mas tenho certeza que tá aqui. – Ele gritou lá do quarto. Victor nunca sabe onde deixa nada, ele sempre foi assim. Segui para o quarto pra ajudar ele a procurar a tal camisa, eu sabia qual era. Mas será que eu posso aguentar toda essa proximidade?

– Você nunca sabe onde está nada. – Eu ri e fui até o closet, mexi no meio de algumas roupas e logo achei a camisa dele – Aqui está.

Ele pegou a camisa e sorriu pra mim. Seus olhos verdes encontraram os meus e eu estremeci. Eu amava demais aquele olhar, aquele sorriso, aquela voz. Eu amava demais Victor.

– Obrigado, você sempre sabe onde está tudo, hein.

– Você é que não procura nada direito. - Me sentei na cama e fiquei observando Victor, que ainda sorria e voltava a mexer em meu closet à procura de suas coisas.

– K, olha o que eu achei aqui dentro. – Ele veio até mim e se sentou ao meu lado na cama. Já disse que não sei se estou preparada para tanta proximidade. Victor tinha uma foto em mãos, uma foto nossa no aniversário dele do ano passado. Achei que tinha perdido essa foto.

– Meu aniversário do ano passado, você fez aquela mega festa surpresa...

– É, foi legal...

– Foi incrível, a melhor festa! Eu gostei tanto. – Ele se aproximou mais de mim. Se ele queria acabar com a minha sanidade mental, ponto pra ele. Fiquei observando seus olhos por alguns minutos e então ele grudou nossos lábios, e iniciamos um beijo calmo. Ele foi me deitando na cama e intensificando o beijo. Eu não acreditava que isso estava acontecendo. Eu não queria que aquele beijo acabasse, não mesmo, estava bom demais - só que tudo que é bom dura pouco... Victor separou nossos lábios e eu o olhei sem entender.

– O que houve?

– É que... Acho que isso é errado.

– O que é errado? Victor, eu gosto de você e...

– Eu também gosto de você, só que não é mais como antes, desculpe.

Ele se levantou da cama e saiu do quarto, pegando suas coisas e me deixando sozinha. Corri atrás dele, fui até a sala e ele estava saindo.

– Victor! – Eu gritei, e ele veio até mim.

– Desculpe por isso. – Ele colocou a mão em minha nuca e me deu um beijo rápido.

– Você me deixa confusa. – Suspirei.

– É melhor que a gente não se veja mais.

. - Eu ainda gosto de você.

– Você supera. – Ele foi em direção à porta, saiu de meu apartamento e eu observei tudo isso com lágrimas nos olhos. Era fato, eu ainda amava Victor.

Fui até meu quarto e procurei por uma caixa grande e colorida, onde eu guardava todas as coisas bonitinhas que costumava ganhar de Victor, até mesmo antes de namorarmos. Era uma caixa de lembranças: havia cartas, fotos, objetos... Eu fiquei ali, chorando e olhando aquelas lembranças. O tempo não podia mudar o que aconteceu, mas acabou e o tempo também não podia fazer com que voltasse a acontecer - só que eu não conseguia me conformar com isso. Eu só queria sumir no mundo agora, só isso. O meu período de fossa só ficou pior depois disso, nem Bi nem os Mcguys conseguiam me fazer rir, muito menos me tirar de casa. Eu ligava para o telefone de Victor algumas vezes, mas ele nunca me atendia. A minha rotina era: dormir, comer besteira, chorar, chorar, ver filmes, comer mais besteiras e por aí vai... Meu trabalho? Eu estava a ponto de o perder. Bi inventou que eu estava doente e então estavam tendo um pouco de paciência comigo. Eu não falava com ninguém, não atendia o telefone e muito menos visitas, só atendia Bi porque ela invadia o apartamento, já que tem a chave. Eu não comia direito e não ligava pra nada. Não via motivos pra me importar com nada.

– K, gatinha do meu coração, não fique triste, eu te amo muito. – Era a voz de Cobra, eu estava ouvindo as mensagens deixadas no telefone.

– Karina, é bom você melhorar esse ânimo senão eu ligo pra seu pai em Bolton, ouviu? – Agora era Bi em tom autoritário. Eu ri fracamente.

– K, linda. – Eram duas vozes agora em uma só mensagem, ouvi risos – Fica bem meu amor, não te queremos triste. Te amamos flor! Flor? Que gay, João. – ouvi mais risos – Me deixa, é a minha mensagem pra ela, sai. Beijos, K. – Eles falaram juntos e eu sorri. Eram Duca e João. Ri ao imaginar eles dois fazendo bagunça. Quando terminei de ouvir as mensagens, o telefone tocou e eu desejei mentalmente que fosse Victor, mas não era. Não era o número dele. Deixei o telefone tocar e tocar, até que a pessoa deixou uma mensagem.

– Hey, K, o que é que está acontecendo? Não que a Bi não tenha nos contado. – Ele riu fracamente – Mas eu quero saber de você, como está e se precisa de algo. Estou preocupado e sei que você está em casa agora e me ouvindo, você não quer falar comigo? Eu também não estou em um dos meus melhores momentos, mas estou tentando superar isso, e quero que você supere seu mal momento também. Quero te ver bem, minha pseudo-namorada. – Ele riu alto e me fez rir junto – Me liga quando quiser, pra conversar, desabafar, chorar. Eu não sou tão sensível quanto o João, mas eu vou saber te entender, e... Bom, não tenho mais nada pra falar. Se cuida, tá bom?

Antes que Pedro - sim, era ele - pudesse desligar, eu resolvi falar com ele.

– Pedro. – Falei meio, chorosa.

– Oi, meu amor. – Pedro agora me chamava de amor. Nós éramos muito próximos agora, tipo melhores amigos. Eu era super amiga de todos os guys, só que eu era grudada em Pedro porque era com ele que eu podia me lamentar e ser compreendida. Às vezes eu já nem tinha cara pra choramingar com Bi, ela não é obrigada a me ouvir chorando e lamentando pelo Victor all the time. Ela já faz demais por mim.

– Pedro, eu não quero mais ficar assim, eu estou me acabando. – Suspirei pesadamente.

– Não quero que fique assim, meu amor, não te quero triste.

– Também não quero mais ficar triste, só que parece inevitável. Depois que Victor veio aqui e nós nos beijamos... Eu estou confusa. Ele disse que era melhor nós não nos vermos mais.

– Se afastar dele vai ser melhor pra você, você não pode querer esquecê-lo estando sempre perto dele, não pode.

– Não consigo ficar longe dele. – Funguei.

– Claro que consegue. Escuta, eu estou conseguindo ficar longe da Ashley. Está sendo difícil pra mim, mas eu estou conseguindo. E além do mais, ela não vale nada, me fez de idiota e agora age como se nada tivesse acontecido. Eu ainda sinto algo por ela, mas não como antes. Estou decidido a esquecê-la.

– Não sei se quero esquecer o Victor...

– É pro seu bem, amor.

– Meu bem é ele, você sabe.

– Sei que te quero bem e feliz e ele não te merece, ele não corresponde seu amor, ele errou com você.

– Mas...

– Mas nada, meu amor, você sabe que eu estou certo, pare e pense.

Eu fiquei em silêncio pensando nisso. Talvez Pedro realmente tivesse razão.

– É, você pode estar certo.

– Sempre estou. – Ele disse de modo convencido, me fazendo rir – Ow, ela riu, estamos tendo progressos.

– Pedro, vem aqui ficar comigo, não quero ficar sozinha. Bi não pôde ficar aqui, ela saiu com Duca. E Cobra e João devem estar por aí com algumas garotas.

– Ah, então eu sou a sua última opção? – Ele se fez de ofendido, e eu ri.

– Aham.

– Como você é sincera, hein. Mas tudo bem então, estou fazendo nada mesmo.

– Ah é, vai ficar fazendo pouco caso?

– Não estou fazendo pouco caso. – Ele riu – Eu chego aí logo logo, tá bom?

– Ta bom, não demora.

– Serei rápido, beijo.

– Vem logo. – Eu ri e desliguei o telefone. Falar com Pedro me fez bem. Ele é mesmo incrível, né? Em poucos minutos, Pedro já havia chegado em minha casa. Eu fui abrir a porta pra ele e me deparei com um Pedro incrivelmente lindo e sorridente.

– Pra você. – Ele estendeu a mão com um pacote da Starbucks.

– Muffins de chocolate! – Eu o abracei em agradecimento.

– Achei que devia estar enjoada de comer pizza. – Ele fez uma careta – E você está tão sexy com essas meias 3/4 e essa camisa larga do Blink, sem falar que o seu cabelo está super arrumado.

– Vai ficar me zoando agora, é? – Fiz bico - Jogo esses muffins na sua cara.

– Duvido, do jeito que você deve estar com fome... E eu não estou zoando, você está sexy. – Ele mordeu o lábio inferior e eu ri alto na cara dele.

– Para de graça, Pedro, vamos lanchar.

– Você só pensa em comer, é?

– Não, ultimamente penso em me jogar da janela e também chorar e essas coisas, quer eu que faça isso?

– Não! Vamos pra cozinha. – Ele saiu me puxando e eu ria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? por favor comentem para eu continuar se n acho melhor parar sei la, e tbm favoritem bjooos