Acordei assustado, não sabia ao certo o porque, procurei algo em meu quarto que pudesse ter me acordado, do nada um clarão entra pela janela de meu quarto iluminando-o com sua luz clara por pouco tempo, contudo fora o suficiente para machucar minha vista, logo em seguida veio o estrondo senti um frio na espinha, estava trovejando muito.

Andei calmamente até a janela observei por cerca de dois minutos a tempestade, parecia enfurecida, agradeci internamente por estar protegido por esta enorme e luxuosa mansão, neste momento uma imagem divertida me veio em mente ... os pobres Weasleys naquele barraco, devem estar encharcados á esta altura, Imagina quantas goteiras e rachaduras deve ter aquele barraco imundo aonde vivem, me permiti soltar um riso com tal pensamento.

Logo minha atenção foi desviada, nenhum barulho além do da chuva foi feito mas, eu tinha o pressentimento de que algo ruim estava acontecendo, como se houvesse um clima pesado dentro da mansão, peguei minha varinha e fui me guiando até a porta, com o máximo de cuidado para não fazer barulho, o corredor estava assustadoramente escuro.

-- Luminus

Proferi quase em um sussurro, a ponta de minha varinha incendiou-se e permitiu com que eu observasse melhor por onde estava passando, o corredor parecia não ter fim, sei que moro em um lugar grande, mas aquilo já estava ultrapassando meu limite, ainda mais com a ansiedade que crescia dentro de mim.

Ouvi vozes, reconheci a voz de meus pais, pareciam assustados e um pouco eufóricos, reconheci a voz da tia Bella também, junto com mais alguns sussurros indecifráveis e com uma voz agonizante e assustadora a qual se sobressaia em meio as outras, somente o som daquela voz conseguia intimidar e paralisar qualquer um, apressei meu passo, o chão de madeira sobre meus pés descalços agora parecia mais perceptível.

A cada passo que dava para mais perto do cômodo mais meu coração disparava junto com uma crescente angustia e aflição, senti a espinha gelar, minha respiração se tornou falha quando cheguei ao aposento, a porta estava fechada, mas isto não impedia que as vozes ultrapassassem sobre ela, escorreguei devagar até ficar praticamente ajoelhado ao lado da parede, inclinei minha cabeça para ouvir melhor a conversa por de trás da porta sem chegar a me encostar sobre ela.

-- Nunca imaginei isso vindo de você Lucius....tsc,tsc,tsc que decepção para você e para sua família imagino ¿

Ouvi a voz dizer de um modo ofendido, porém sarcástico, senti meu corpo estremecer de medo e temi pelos meus pais, será que aquilo era uma das reuniões com o Lord ¿ será que realmente os comensais da morte eram tão cruéis quanto eram taxados ¿

-- Senhor não é nada disto é mentira o que lhe disseram! Está errado

Meu pai disse sem falhar a voz, mas, com ela embargada de medo e pavor.

Uma risada demente e escandalosa pode ser ouvida, era aguda denunciando ser de uma mulher, me aproximei ainda mais da porta, apertei fortemente a varinha pronto para agir a qualquer sinal de ataque, o fato da risada ter vindo de minha tia não melhorava muito a situação.

-- TOLO, tolinhos ...Malfoy você acha mesmo que o Lord está errado ¿ ADIMITA SUA TRAIÇÃO!

Por um segundo o silencio reinou no ambiente só pude ouvir minha respiração tentei abaixá-la mas, não consegui estava nervoso demais, a porta foi aberta bruscamente me assustando, fazendo-me cair de lado, um homem baixinho e gordo com feições parecidas com as de um roedor me encarava com um sorriso sinistro e perturbado em seu rosto, a única coisa que consegui fazer foi me arrastar para trás e apontá-lo a varinha.

-- Fique longe seu imundo ou eu juro que te Crucio!

Ameacei com a voz falha e mais chorosa do que gostaria.

A atenção do ambiente foi voltada inteiramente para mim, todos com uma expressão de surpresa, meus pais ao me verem fizeram uma expressão de terror e preocupação, podia ler nos seus rostos que o que mais desejavam era que eu saísse correndo dali, mas não adiantava ali estava eu, magnificamente estirado no chão somente com o tronco levantado e com a varinha apontada para um cara estranho e fedorento, que provavelmente iria me matar....patético.

-- Olha só o que temos aqui mestre o menino Malfoy...

-- Perfeito era desse incentivo que precisávamos não é mesmo Lucius ¿

Voce-sabe-quem disse maldosamente para meu pai mas sem desviar o olhar de mim.

-- Fiquem longe de mim e dos meus pais!

Proferi sem realmente confiança nenhuma algumas lagrimas se formavam em meus olhos embaçando minha visão.

-- Ora mais que coragem perceptível!Teve a quem puxar.

Um seguidor encapuzado proferiu em tom sínico fazendo com que os outros e inclusive o Lord soltassem um riso curto.

Senti a fúria me tomar, ergui meu corpo rapidamente e lancei um crucio em direção ao misterioso com capuz, ele conseguiu desviar, todos me olharam surpresos.

--- Expelliarmus

O homem com cara de rato gritou apontando para mim, senti a varinha fugir de meu comando se perdendo na escuridão do corredor, o homem então rapidamente me agarrou e imobilizou.

-- Traga ele para mim Pettigrew, rápido.

Meu coração falhou uma batida, olhei para meus pais enquanto era levado ao encontro de Voldemort, ambos imobilizados por outros comensais da morte e no chão estavam suas varinhas completamente destruídas e aos pedaços, minha mãe olhou com aflição e amor, lagrimas escorriam de seus olhos uma após a outra, espalhando maquiagem por todo seu rosto

Também permiti que algumas escapassem, ouvi-la sussurrando um sincero eu te amo, concordei com a cabeça, e sussurrei um eu também, já estava sobre o poder do Lord que mantinha sua varinha pressionada contra minha garganta.

-- Sua ultima chance Malfoy, pode ser que eu deixe alguém de sua família sobreviver.

Ele deu um olhar sugestivo para mim e minha mãe.

-- Tudo bem Voldemort, e-eu confirmei serem verdadeiros os boatos especulados por Dumbledore ao ministério da magia, entreguei a localização da ultima reunião entre os membros dos comensais , por isso nem eu nem Snape comparecemos....quando foi invadido.

Olhei para o meu pai seu rosto demonstrava um esgotamento muito grande, tanto emocionalmente como fisicamente, eu só desejava fugir dali com eles o mais rápido o possível sem olhar para trás mesmo que isso significasse perder tudo.

O ódio emanava de Voldemort, tudo foi tão rápido, tão desesperador ouvi sua voz fria e sarcástica decidir o destino final de meus pais.

-- Avada Kedrava!

Uma luz radiante e esverdeada encheu o local inteiro, senti um nó na minha garganta, meu pai havia morrido nunca mais eu o veria, logo em seguida Bellatrix uma mulher que sempre freqüentava minha casa que fazia parte de minha família, deu um passo á frente e em meio a uma gargalhada maníaca matou a própria irmã com um Avada.

-- Você teve o final que merecia irmãzinha ao lado da família perfeitinha que tanto amava.

Soltei um grito desesperado em meio a lágrimas, não conseguia processar o que estava acontecendo, porque ¿ porque isso estava acontecendo comigo ¿ com meus pais ¿ com as pessoas que eu mais amava nesse mundo ¿

Lord me largou e soltou um sorriso maligno e arrepiante, cai de joelhos no chão estático sem condições de encarar os que passavam ao meu redor, sem poder nem querer processar o que havia acontecido o quanto minha vida tinha sido mudada do nada.

-- Queimem tudo!

A ordem foi obedecida os carrascos de Voldemort colocaram fogo em alguns cômodos, permaneci ajoelhado no mesmo lugar aonde meus pais foram mortos, não conseguia fazer mais nada, não tinha força para mais nada, nem para me levantar, nem ao mesmo para chorar, mas quando finalmente os desgraçados estavam indo embora um enorme estrondo foi ouvido.

Na porta em meio as chamas se encontravam Severo Snape, Dumbledore, Sirius Black, Remu Lupin, Harry Potter, “Weasel” e a sangue ruim, todos com a varinha empunhada e prontos para atacar.

A batalha começou ali mesmo, meu padrinho ficou á minha frente atacando quem quer que se aproximasse com o Crucio e o Avada, Dumbledore, Potter e os outros conseguiram matar alguns comensais e imobilizar grande parte deles, encurralado Voldemort teve que lutar, Harry, Dumbledore e Sirius uniram suas forças contra o Lord e conseguiram eliminá-lo ou provavelmente só deixá-lo extremamente fraco por um certo tempo.

Me senti extremamente enjoado e tonto, tudo ao redor foi ficando escuro, meus sentidos foram deixando de serem percebidos lentamente, meu padrinho abaixou-se e ficando perto de mim.

-- Draco! Vamos tudo já acabou!, você esta bem ¿!

Disse no mesmo tom severo e frio de sempre mas, com um quê de preocupação, não aguentei e me permiti finalmente ceder, senti-me desmaiar abruptamente, a ultima coisa que vi fora o rosto preocupado de Snape me encarando depois somente escuridão.