Dominique caminhava calma pelos gramados de Hogwarts, aproveitando o ar fresco antes que as coisas realmente congelassem e fossem cobertas por um manto de neve.

Os livros de baixo do braço, Albus vinha da outra direção, com a intenção de estudar antes da aula de Feitiços, sobre a sombra de alguma arvore que não estivesse ocupada por alguns dos alunos mais velhos.

A Weasley olhava para as nuvens extasiada e o Potter direto para frente, sem se importar com a paisagem ao redor.

Quando estava a poucos passos de um arvore mais afastada da aglomeração e barulho, seu corpo bateu contra algo solido e seus livros foram ao chão.

– Ei, olha por onde anda! – Ele ralhou, já se abaixando para recolher os livros. Dominique estava pronta para pedir desculpas, mas então cerrou os olhos e cruzou os braços.

– O mesmo serve pra você nerd. – Ela olhou para ele com um sorriso maléfico quando o garoto levantou a cabeça fúria espiralando em suas íris.

Ao ver quem era, porem, ele revirou os olhos e se pôs a caminho da arvore de novo, só para ser barrado por uma Dominique indignada por ter sido ignorada daquela maneira.

– Ei! – Ela puxou o ombro dele, fazendo o virar-se um pouco. – Não vai revidar?

Albus olhou zangado até ela e sacudiu o ombro.

– Me deixa em paz Weasley.

As palavras dele fizeram os olhos da garota se arregalarem. Involuntariamente, buscou na memoria se havia feito algo para irrita-lo.

E então a lembrança a atingiu. Mas não podia ser...

– Albus... ? – Ela perguntou incerta. – Isso tem algo a ver com o incidente no banheiro?

Ele então fez algo que a pegou de surpresa. Atirou os livros no chão e se virou, raiva contorcendo seu rosto.

– INCIDENTE? Você chama aquilo de incidente?

– Albus, pare de gritar ou eu... – Ela ameaçou, mas ele cortou a frase dela.

– O que? Vai me levar para dar uns amassos no banheiro?

A ultima parte saíra mais alto do que o esperado. Os poucos alunos em volta viraram as cabeças em obvia curiosidade.

Dominique afastou a cabeça de supetão. Lagrimas tinham, teimosamente, enchido seus olhos azuis.

– Não aconteceu nada entre nós, nada!

– Isso por que eu interrompi não é? Se não tivesse chegado lá a tempo você provavelmente teria se engalfinhado com o Skitter...

Nesse momento um estampido ecoou pelos jardins. Dominique tinha azarado o primo, fazendo o bater a cabeça com força contra o tronco da arvore.

– Agora me escuta seu mantícore sem modos, não teria acontecido nada. Você entendeu tudo errado, ele estava me mostrando um feitiço longe dos professores e...

Albus, mostrando mais descontrole do que Dominique já vira em sua vida inteira, puxou os cabelos negros e rangeu os dentes.

– Droga! – Então, olhou para a garota arrependido e deu um passo a frente. No segundo seguinte, braços o envolveram e uma cabeleira loira fez cocegas em seu nariz. – Me desculpe Domi... Eu só, eu não suporto te ver com...

Ele respirou fundo. Se continuasse, era perigoso dizer alguma bobagem.

Ainda magoada, Dominque acariciou os cabelos do amigo com cuidado. – Me desculpe também por ter te chamado de matícore sem modos. Não sei nem de onde veio aquilo.

Albus riu, mandando arrepios pelo pescoço de Domi.

Naquele resto de tarde, antes das ultimas aulas, o filho do meio dos Potter leu seus livros, enquanto a filha do meio dos Weasley descansava a cabeça em seu colo, observando os olhos verdes do sonserino se moverem enquanto ele lia.

E, de vez em quando, Albus olhava para baixo, um sorriso curvando seus lábios ao observar as sardas da grifinoria por baixo de seu livro.