–Bom dia pai!-Astrid diz descendo as escadas animada.

–Bom dia minha princesa.

–O que tem para o café da manhã?

–Pão, leite, café suco e frutas.

–Hm... Delícia. –Ela diz tomando um gole de café rapidamente.

–Por que tanta agitação?

–É que hoje é a convenção de vikings e dragões, e o Soluço vai levar o Banguela.

–Banguela?

–O dragão dele.

–Ele tem um dragão?-Ele perguntou assustado.

–Sim, um dragão robô, ele mesmo fez, ele tem o meu DNA. –Ela respondeu animada.

–Ah tá, muito legal, mas tome cuidado.-Ele se levantou rapidamente. -A coversa está muito boa, mas eu tenho que me arrumar. –Ele sorriu. –Vai ser difícil para mim ficar longe de você por um mês.

–Nós vamos manter contato pai, sua viajem vai passar mais rápido do que imagina.

–Ok, deixa que eu tire a mesa.

–Não, eu tiro, vá se arrumar se não vai se atrasar.

–Certo. Obrigado minha filha. –Ele beijou a testa dela.

–De nada pai. –E ela observou os passos do pai subindo as escadas.

Ela começou a tirar a mesa e olhou para a cadeira em que sua mãe costumava se sentar e pensou “você faz tanta falta em nossas vidas” e por um instante apenas sorriu.

****

–Vem Soluço, o campeonato de tiro de machado já vai começar.

–Já to indo, vou pegar um machado para mim.

Eles foram para o seus lugares e Soluço percebeu uma presença conhecida, era Merida, sua prima de consideração.

–Merida!

–Rickhie?

–Sim, sou eu! Quanto tempo!

–Você tá morando aqui em Sortland?

–Sim, na verdade, eu sempre morei aqui.

–Que legal!

–Aliás, Merida essa é a Astrid, minha namorada, Astrid, essa é a Merida, minha prima.

–Muito prazer Astrid. –Merida estende a mão e abre um sorriso.

–Igualmente. -Astrid estranha à situação, mas a cumprimenta mesmo assim.

E então eles ouvem o som da trombeta anunciando o início da competição, Astrid e Merida se se mostraram muito boas, e no final, elas levaram os prêmios de vencedora, e depois foram juntos comer no grande banquete.

Mais tarde, depois de muita conversa, Astrid e Merida acabaram se tornado amigas, e depois, quando já era bem tarde finalmente se despediram e Soluço levou Astrid para casa.

****

–Tem certeza que vai ficar bem sozinha?- Soluço perguntou abraçado a Astrid na porta de sua casa.

–Soluço, eu já sou bem grandinha.

–Mas eu me preocupo com a minha bela rosa delicada.

–Porém, toda rosa tem seus espinhos. –Ela deu um breve selinho nele. - fique tranquilo, ficarei bem.

–Tenho certeza que sim, mas... Qualquer coisa me ligue.

–Prometo. –Ela se soltou do abraço e se virou para a porta para abri-la.

–Hey! Eu não vou ganhar meu beijo de despedida?

–Ops! Havia me esquecido! –Ela riu e colocou os braços em volta do pescoço de Soluço e finalmente o beijou. –Satisfeito? –Ela disse ofegante depois do longo beijo.

–Agora sim.

–Então, até amanhã meu menino dragão.

–Até amanhã minha rosa. –E ela fechou a porta mandando um beijo a ele.

****

Astrid estava assistindo televisão, eram três da manhã, estava com insônia, uma coisa que era difícil acontecer, porém, depois da morte de sua mãe isso estava acontecendo com uma certa frequência, e, ela ouviu o som da campainha de sua casa, ela achou muito estranho alguém acordado a esta hora da noite, ou melhor, alguém tocando sua campainha esta hora da noite. “Seria Soluço?” Ela pensou. “Não poderia ser? Poderia?” E então ela olhou pelo Olho Mágico da porta e era...

–Thor!? –Ela abriu uma fresta da porta.

–Astrid Horfferson?-Ela fechou a porta com força emitindo um barulho alto.

–Não, não pode ser de novo não, o que eu fiz para merecer isso?- Ela cochichou a si mesma. –O que quer comigo?-Desta vez ela falou mais alto para ele a ouvir.

–Eu só quero te ajudar, por favor, me deixe entrar. –Ele ouviu o barulho do trinco sendo aberto.

–Eu não preciso de ajuda.

–Eu sei que precisa.

–Não, por favor, me deixa em... –Ela sentiu um abraço acolhedor e permitiu-se chorar.

–Por que Loki fez isso comigo?

–Meu irmão é traiçoeiro, não pode confiar nele, ninguém sabe o que se passa na cabeça dele.

–Que sorte que ele é adotado. –Os dois riram.

–Por que logo eu? O que eu fiz para merecer isso? O que eu tenho de diferente dos outros? Por que eu não posso ser uma pessoa normal que não recebe visitas repentinas de deuses que só complicam mais minha vida?- Ela desatou a falar.

–Astrid, Astrid se acalma.

–Como eu posso me acalmar? Eu estou falando com o Deus do Trovão, que pessoa normal fala com o Deus do Trovão?

–Quem disse que você é uma pessoa normal?- Ela arregalou os olhos. - Você é especial, nem imagina o quanto é especial.

–Especial como?

–Você é Astrid Hofferson, você é uma Hofferson Astrid! Você vem de uma linhagem real de vikings que desde seu surgimento vem tendo a benção de todos os deuses vikings, você é mais que especial você é uma lenda Astrid!

–Como isso é possível? Isto é, por que isso é possível?

–Por que você é filha de Odin, tem o sangue do Pai de todos os Deuses e Mortais correndo em suas veias, você foi abençoada no dia que nasceu com esse presente.

–E por que vocês só vem contar isso a mim agora?

–Você não estaria preparada. E eu também vim à missão de conceder minha proteção a você. –Ele a entregou um anel com o símbolo do Mjölnir. –Você é especial Astrid Hofferson, Especial. –E desapareceu.