Capítulo 10 – The Mother, The Daughter, Your Duty Is Over

–Pensei que estavas morto.

–Morte é entediante, não concordas?

Sherlock tinha que concordar que a tentativa de Moriarty de ser engraçado merecia reconhecimento. Mas não seria ele a dá-lo.

–Estiveste fora por muito tempo.

–Quase vinte anos – concordou o psicopata. – Vejo que tens uma filha. John casou com uma assassina e também tiveram um filho. Aff, será que a necessidade de criar família é primária?

Sherlock não respondeu, apenas continuou a olhar para a lista interminável de livros e todas as informações que Athena tinha arrecadado de cada um dos livros. Harry Potter tinha um ficheiro excessivamente exaustivo.

Moriarty assobiou o som da queda. O mesmo som que tinha feito quando visitou Sherlock uma última vez, antes de o obrigar a forjar a sua morte. Sherlock ergueu os olhos pela primeira vez.

–Lembras-te?

–Sim.

–E tudo irá retornar.

–Odeio charadas.

–Aprende.

–O que queres? – indagou Sherlock, sendo direto com o psicopata que estava sentado há sua frente, no seu sofá; o sofá onde Athena normalmente se sentava a ler um livro nos dias de inverno, com uma chávena de chá e a lareira a crepitar um fogo calmo e reconfortante.

–The mother, the daughter, your duty is over (A mãe, a filha, o teu dever está acabado) – cantarolou, para grande irritação do detetive, que percebeu que Moriarty se referia a Irene Adler, a Athena e a ele mesmo.

–Não.

–Não o quê? – Moriarty enrugou a testa.

–Não lhe vais tocar.

–Não preciso. Ela vai destruir-se a ela mesma. Já lhe contaste, Sherlock? Já lhe contaste a sua verdadeira história?

–E quando ela começar a fazer perguntas? – interrogou John. – Porque ela vai fazê-las.

–Eu não sei, John. Provavelmente vou mentir.

–Não – John negou com a cabeça. – Tu não lhe vais mentir. Não se mente aos filhos.

–Não lhe vou contar sobre A Mulher! Não sou maluco, sei que isso seria o início de um caminho escuro e sinuoso – Sherlock pensou por vários instantes, antes de afirmar: - Vamos dizer-lhe que a mãe dela não se encontra em Londres. Que não sabemos onde ela está. Ou não lhe diremos nada. Ficaremos calados até ela compreender que não lhe daremos qualquer resposta.

–Ela não precisa de saber – afirmou Sherlock.

–Até quando?

–Até quando o quê? – agora quem ficou confuso foi Sherlock.

–Até quando é que ela não precisará saber? A Mulher tem inimigos, Sherlock, e eles virão buscá-la. E quando vierem… – Moriarty levantou-se. – Ela irá de livre e espontânea vontade.

©AnaTheresaC