All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 35
Well... I'm Not Gay.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, cupcakes :3
OBS: eu sei que o nome do capítulo é meio estranho ( e engraçado), mas vocês vão entender esse nome logo ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570583/chapter/35

44

Inara Forbes

Inara percebera que Paula havia voltado muito animada do sótão, ela não entendeu nada, mas o que a garota podia fazer? Paula age de formas misteriosas às vezes. E Inara não sabia se estava interessada em saber o que Paula e Nico tinham feito para deixar a filha de Poseidon tão feliz.

Na hora do jantar, Inara foi sozinha para o refeitório. Beatriz e Paula resolveram não jantar hoje. Inara sentou-se à mesa de Hades e estranhou o fato de Nico não estar ali também. Bem, ela não ligou muito para isso e voltou a comer. A garota já estava acostumada a ficar sozinha, era bom, na maioria da vezes. Quando terminou o jantar ela foi para o seu chalé.

As horas passaram tão rápido que Inara só percebeu que estava com sono quando estava quase deixando o livro que estava lendo cair em seu rosto. A garota deixou o livro na cômoda e aconchegou-se entre a coberta. Ela acabou dormindo rapidamente, mas teve um sonho muito ruim que a acordou tão rápido quanto havia dormido.

No sonho Inara havia voltado ao seu passado. Ela havia voltado ao dia mais triste de sua vida. Ela era novamente uma garotinha assustada que havia perdido tudo. Ela estava mais uma vez com aquela sensação angustiante no peito, a sensação de não ter mais chão, de estar totalmente sozinha no mundo... Inara apertou os olhos, tentando controlar as lágrimas, mas não conseguiu. Quando deu por si já estava chorando convulsivamente.

Inara não conseguia mais dormir, tentou várias vezes, rolou na cama, contou carneirinhos, cantou canções de ninar, mas de nada adiantou. A garota levantou da cama, colocou uma calça de moletom, uma blusa e all star. Saiu do quarto, segurando o livro que estava lendo e percebeu que o chalé de Hades estavam completamente silencioso, ela saiu do chalé e, pela primeira vez, Inara não estava com medo das Harpias. Bem, as Harpias não estavam por ali, então Inara não achou que fosse perigoso dar uma volta pelo acampamento.

Inara caminhou até a Arena – que mais parecia o Coliseu de Roma –, ela estava a fim de ler um pouco. Talvez até conseguisse termina-lo. Inara sentou-se na arquibancada da Arena e demorou um pouco a escutar alguns passos caminhando em sua direção. Inara levantou os olhos e viu a silhueta de Jason perambulando por ali. O garoto romano parecia incrivelmente bonito de noite. À luz da lua, Jason parecia quase divino. Os cabelos loiros pareciam quase brancos, o corpo musculoso movia-se calma e confiantemente. Jason poderia ser facilmente confundido com um Deus, não só por causa da beleza, mas por toda a confiança que passava apenas andando. Inara já estava começando a perceber o motivo de Drew não desistir do filho de Júpiter.

Jason olhou para Inara e a garota desviou o olhar, envergonhada. O que Inara menos queria era que Jason achasse que ela estava o observando. Inara não queria deixa-lo convencido.

–Inara? – Jason chamou.

Inara tirou os olhos do livro por um instante enquanto Jason subia na arquibancada para sentar-se ao lado dela. A garota sentiu seu coração acelerar. Repreendeu-se mentalmente por estar ficando nervosa.

–Ah, oi – ela disse.

–O que você está fazendo aqui? – Jason perguntou.

–Acho que eu que deveria estar perguntando isso – Inara sorriu, timidamente.

–Insônia. Estou preocupado com a missão e tudo mais. E você?

–Vim atrás de uma alma para levar até o Mundo Inferior. Ordens de Hades – Inara deu de ombros. – É um tal de Jason Grace...

Jason a encarou por alguns segundos.

–Você está falando sério?

Inara o encarou e sorriu.

–Não, óbvio que não. Só... – Inara hesitou, lembrando do sonho. – Bem, só estava sem sono.

Jason sentou-se ao lado dela. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos até Inara quebra-lo. Ela olhou nos olhos de Jason antes de perguntar.

–Como é o acampamento Júpiter?

Jason a encarou. Avaliando se ela estava mesmo falando sério. Jason nunca imaginou que Inara, um dia, se interessaria pelo acampamento Júpiter. De alguma maneira, Inara lembrava Reyna para Jason. Elas não eram apenas parecidas fisicamente, o jeito era bem parecido também. As duas sempre afastavam as pessoas. Jason sorriu antes de responder.

–É um lugar maravilhoso. Você iria gostar de lá – Jason virou de frente para ela. Inara sobressaltou-se com o movimento e o encarou, confusa. – Quer saber? Um dia vou leva-la lá. Prometo.

Inara sorriu. Ela estava envergonhada com o que Jason disse. O fato de Jason ter dado a entender que queria que Inara conhecesse uma parte da vida dele, fez algo dentro da garota se aquecer. Por um momento, a filha de Hades ficou com medo do que isso poderia significar.

–Bem, vou esperar – ela disse, por fim.

Jason assentiu, satisfeito. Inara voltou a ler seu livro, mas Jason não queria encerrar a conversa por ali.

–Então – começou Jason. –, você tem... Hum... Namorado? Quero dizer, fora daqui – Jason sentiu-se patético ao perguntar isso.

–Não. Sinceramente? Não confio nos homens. Estou pensando em virar caçadora de Ártemis – respondeu Inara, pensativa.

–Não! – Jason disse, rapidamente. Inara o encarou, sem entender o motivo dele ter falado tão rápido. Jason pareceu um pouco envergonhado. – Quer dizer, eu acho que você não se encaixa no perfil de uma Caçadora.

Inara sorriu.

–Mas você nunca se apaixonou? – Jason parecia curioso.

–Na verdade, não – Inara respondeu, dando de ombros.

–E não pretende? – Jason continuou a encara-la.

Inara suspirou.

–Às vezes, Jason, é bom não ter ninguém, porque ninguém te machuca, ninguém te engana, ninguém te ilude e ninguém vai embora. Quer dizer, olha o que aconteceu com a Beatriz e com o Haden. Ele foi embora e ela ficou aqui, com o coração, mais uma vez, partido. O amor é um tiro no escuro.

–Sim, mas não quer dizer que todas as histórias de amor terminam igual a da Beatriz e do Haden. Algumas têm finais felizes – Jason sorriu.

Inara assentiu, concordando.

–Pode ser, mas prefiro manter distância de relacionamento.

Depois de um longo tempo sem sequer uma palavra, Jason voltou a tomar postura de homem e arriscou a quebrar o silêncio mais uma vez.

–Então, camiseta nova? – o garoto perguntou.

–É, ainda não tinha usado ela – Inara respondeu, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.

–Gostei, AC/DC. Maneiro. Mas por que não Sex Pistols?

Inara ficou calada e não disse mais nada. Jason pensou por algum tempo no que poderia ser dito para, novamente, quebrar o silêncio.

–Então... Como anda os treinamentos? Quer dizer, o que está achando?

Inara deu de ombros.

–A mesma banalidade de sempre.

–Compreendo. Seu cabelo.

–O que tem? – Inara ainda estava focada em seu livro.

–Está diferente. Cortou?

–Sim, ontem. Mas foi apenas as pontas.

–Ficou lindo – Jason comentou.

Inara sorriu e novamente se calou.

–Posso te perguntar uma coisa? – Jason perguntou.

–Pode. Diz aí.

–Por que seus olhos estão mais destacados que o normal? É rímel? – Jason perguntou, sem jeito.

–É. Estranho.

–O que é estranho?

Inara balançou a cabeça.

–Nada, nada – novamente ela ficou calada.

–O que você está lendo? É suspense?

–É. Como sabe?

–É seu tipo de livro favorito. Assim como AC/DC é sua banda preferida, e como o preto do rímel destacou seus belos olhos escuros. Ou como seu novo corte de cabelo diferenciou seu rosto. Assim como percebi que você jamais usaria uma camiseta do Sex Pistols, mas tentei puxar assunto.

–Qual foi, garoto? Você é gay por acaso?

–Claro que não. Por quê? – Jason a encarou.

Inara virou-se para ele, indignada.

–Você reparou no meu cabelo quando ninguém mais fez isso. Você notou o rímel em meus olhos e a minha camiseta. Você sabe meus gostos e desgostos. Só pode ser gay.

–Só porque reparo em você vou ser taxado como gay? – Jason ergueu uma sobrancelha.

–Um garoto notando detalhes pequenos assim, só pode ser gay – Inara deu de ombros.

–Isso quem diz é a sociedade. Mas há sempre uma razão para garotos notarem tudo isso – Jason disse, pensativo.

–E qual seria essa razão? – Inara fechou o livro e o encarou.

–Ou ele gosta da garota, ou, bem, ele é gay.

–E qual é a sua razão? – Inara perguntou.

–Bem... Eu não sou gay – Jason olhou para as mãos, envergonhado.

Inara demorou apenas alguns segundos para entender o que Jason queria dizer. Ela ficou de pé, Jason repetiu o movimento. Inara saiu da arquibancada e ficou no meio da Arena, Jason estava atrás dela. O garoto estava se sentindo muito estúpido por ter falado aquilo. Ele imaginou o que Inara estaria pensando e sentiu vontade de socar-se.

Sem pensar direito, Jason envolveu Inara em um abraço. Inara estremeceu quando sentiu os braços dele. Inara virou-se lentamente, encerrando o abraço, mas continuando perto de Jason. O garoto passou uma mão levemente pelo rosto da garota. Inara entregou-se ao toque e fechou os olhos, aproveitando o momento. Dentro de Inara estava acontecendo uma confusão de sentimentos. Ela não sabia se era certo ou errado, mas, naquele momento, estava entregue à Jason.

O filho de Júpiter segurou as mãos de Inara, ela rezou para que não estivessem suadas por causa do nervosismo. Jason beijou a costa de cada mão de Inara e as colocou em sua nuca. As mãos dele foram parar na cintura dela, puxando-a para mais perto de si. A respiração de Jason era quente e estava um pouco entrecortada, ou seja, ele também estava nervoso. Inara tocou o rosto de Jason, olhando-o nos olhos. Jason abaixou um pouco a cabeça para conseguir encostar sua testa na dela. Inara sorriu, imaginando o quão constrangedor estava sendo aquilo.

–Você devia saber que há caras bastante confiáveis – Jason sussurrou, sorrindo.

Inara alargou mais o sorriso.

–Acho que estou começando a perceber isso.

Jason encostou seus lábios nos de Inara e, por incrível que pareça, foi ela quem intensificou o beijo. Inara não entendia como conseguia beijá-lo. Não que ela não quisesse beijar Jason, mas ela nunca imaginou-se beijando alguém depois do que aconteceu em seu passado. Por que justo Jason? Por que justo o garoto romano que tinha que mexer tanto com ela? O que Jason tinha de tão especial?

Jason encerrou o beijo dando vários selinhos em Inara. Ela abriu um sorriso e abaixou a cabeça, pois estava completamente envergonhada. Jason sussurrou:

–Esse está sendo o melhor dia para mim desde que cheguei aqui.

O sorriso de Inara cresceu ainda mais. Ela devia estar parecendo patética.

–Posse te contar um segredo? – Inara perguntou. Jason assentiu, concordando. – Está sendo o melhor dia para mim também.

Jason sorriu e a beijou de novo. Quando o beijo cessou, Jason a carregou no colo e caminhou até o chalé treze. Jason ignorou todos os protestos e ameaças de Inara, entrou no chalé, entrou no quarto de Inara e a deitou na cama. Jason sentou-se ao lado dela e ficou encarando-a por longos cinco minutos. Inara sentia como se estivesse anestesiada. O corpo inteiro dela estava dormente, mas de uma maneira boa. Sua pulsação estava acelerada e ela nunca havia se sentido tão bem.

–Você é linda – Jason comentou.

–Você também... Quer dizer, você também é lindo. No sentido masculino da palavra. Ai, droga.

Jason sorriu, deu um selinho demorado em Inara e depois disse:

–A gente se vê amanhã. Boa noite.

–Ei, espera – Inara segurou a mão de Jason. O garoto a encarou. – Como você sabia todas aquelas coisas sobre mim?

–Hum, bem, algumas coisas eu reparei. Por exemplo: você vive com blusas do AC/DC e nunca usa do Sex Pistols, reparei no rímel e no cabelo. Mas o livro, bem, Beatriz me disse sua preferência por livros de suspense. Por favor, não me entenda mal, só queria conhecer você.

–Não se preocupe. Está tudo bem.

–Certo. Durma bem, Inara.

Inara assentiu, Jason beijou a testa da garota, sorriu e saiu do quarto. Inara aconchegou-se novamente debaixo da sua coberta. Ela estava sorrindo. Estava feliz. E ela esperava que essa felicidade durasse por um bom tempo.

Inara não imaginava que começaria um relacionamento com Jason, mas estava rezando para que ele não estivesse apenas sendo um completo idiota com ela. Inara não conseguia imaginar Jason machucado-a emocionalmente, mas Inara tinha receio e muito medo. Ela não queria sair machucada, não queria acabar chorando assim como Beatriz.

Inara adormeceu minutos depois, dessa vez sem pesadelos. Apenas com um sentimento bom de satisfação e felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu achei um amor. Jason é muito fofo com a Inara, sem mas! *o* Comentem, por favor :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All About Us" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.