20

Beatriz Collins

Beatriz já sabia exatamente com o que ia começar a treinar. Ela escolheu a Parede de Escalada. Beatriz estava um pouco receosa, pois Inara não disse coisas muito boas sobre a mesma. Beatriz sabia que metade do que Inara disse era só para assusta-la, afinal a garota adorava fazer isso, mas Beatriz sabia o que acontecei. Ela respirou fundo e esperou um Sátiro aparecer para ajuda-la a colocar os aparelhos de segurança. Enquanto esperava, Beatriz ficou pensando no quanto estava feliz por Paula e Inara terem sido reclamadas, mas não entendeu por que Inara tinha ficado tão abalada.

–Olá, bom dia.

Beatriz escutou uma voz masculina e virou-se para encarar a pessoa. Era um sátiro. Beatriz sorriu e o cumprimentou.

–Sou Beatriz Collins.

–Grover Underwood, prazer – ele sorriu. – Você quer ajuda?

–Sim.

–Vou ajudar você a colocar os aparelhos e vou chamar alguém para supervisionar você, ok?

Beatriz assentiu, concordando. Grover a ajudou a colocar os aparelhos e minutos depois ela já estava pronta para subir. Grover foi chamar alguém para instrui-la e ela ficou esperando. Porém, Grover estava demorando demais, então ela resolveu subir sozinha.

No inicio parecia aquelas paredes de escalas de shopping, fácil demais. Beatriz só precisava prestar atenção onde colocaria o pé. Porém, o problema começou quando ela estava na metade da parede. Ela começou a tremer e começou a escorrer lava dela. Como aquilo era possível? O coração de Beatriz começou a ficar mais acelerado e ela começou a ficar nervosa. A lava caia em pouco quantidade o que deixou Beatriz subir mais um pouco, porém a parede começou a tremer mais e Beatriz deixou uma de sua mãos soltarem. Ela já estava se arrependo de ter começado a subir.

–Solta as mãos.

Beatriz ouviu alguém gritar. Ela tentou soltar as mãos, porém o fio em que ela estava presa ficou preso em uma parte da parede e Beatriz começou a balançar de um lado para o outro e a lava que escorria começou a aumentar e Beatriz começou a rezar para qualquer Deus que pudesse escutá-la agora. Beatriz olhou para baixo e viu vários campistas a olhando. Ela queria se enterrar de vergonha.

Antes que Beatriz pudesse entrar em pânico ela sentiu alguém segurando-a pela cintura, ela fechou os olhos e ouviu alguém sussurrar em sou ouvido.

–Eu vou tirar você daqui, tudo bem? Apenas se acalme.

Era uma voz masculino que Beatriz achou família, mas, mesmo assim, assentiu, concordando.

O garoto cortou o cabo que segurava Beatriz e, sem muito esforço, desceu com Beatriz.

–Pode abrir os olhos agora – o garoto disse.

Beatriz abriu os olhos e observou o garoto. Tinha olhos azuis, cabelo cor de areia, alto. Beatriz o reconheceu imediatamente. Não era possível. Beatriz cambaleou para trás, seus mãos estavam em sua boca. Não possível que ele estivesse bem ali, na sua frente. Beatriz mal conseguia raciocinar direito. Beatriz já estava sentindo que iria chorar a qualquer momento.

O garoto devia estar na mesma situação que ela, pois ele mal se mexia. Beatriz abriu um sorriso e, em meio as lágrimas, conseguiu abraça-lo. Ele retribuiu o abraço e apertou mais contra seu corpo.

–Pensei que nunca mais ia ver você, Haden, pensei que estivesse morto, pensei que eu tinha te perdido – Beatriz sussurrou.

–Você não me perdeu, Bea. Eu estou aqui.

Se Beatriz achava que fosse um sonho, ela percebeu que estava bem acordada quando ele a chamou pelo apelido que há muito tempo não ouvia. Ela sorriu.

Haden colocou suas mãos na cintura da garota e as mãos dela foram parar na nuca dele. Beatriz estava quase enfartando de tanta emoção. Ela colocou suas testas e logo depois seus lábios se juntaram, começando um beijo. O beijo que Beatriz mais sentiu saudade em todos esses anos.

–Não me deixa. Nunca mais – Beatriz falou, separando seus lábios.

–Nunca mais, Beatriz. Eu prometo – ele sorriu.

Haden deu um selinho nela e a abraçou.

–Oi, Beatriz.

A garota separou-se de Haden quando escutou a voz de Annabeth. Seu olhar parou nos cabelos da garota. Estavam loiros, mas ainda tinha resquícios de tinta. Beatriz riu automaticamente. Annabeth cruzou os braços e ficou encarando Beatriz com uma expressão séria.

–Nós nem brigamos na praia, Beatriz – Annabeth disse. – Você não tinha o direito de fazer isso comigo!

–Nós não brigamos, mas quem você pensa que é para quebrar as coisas de Rachel? – Beatriz cruzou os braços também.

–Você não entende – disse Annabeth.

–Sim, eu entendo. Eu sei que você está com medo de perder o Percy, mas se ele está namorando você é porque te ama, então tenta ficar mais calma.

–Você não entende! – Annabeth disse, tirando uma adaga de seu cinto. Beatriz deu um passo para trás, mas não iria fugir, se Annabeth quisesse brigar, Beatriz iria brigar.

–Você não entende, Beatriz. Eu já passei por muitas coisas com Percy para perde-lo agora. Aquela mulher está brincando comigo! Ela está me deixando louca!

Annabeth atacou Beatriz e, com um movimento rápido, cortou a bochecha da mesma. Beatriz sentiu seu corpo encher-se de raiva. Ela conseguia entender Annabeth, mas problemas no relacionamento não era justificativa para cortar alguém que não tinha nada haver com a história.

Beatriz tocou a bochecha e percebeu que das suas mãos estavam, praticamente, entrando em curto circuito. Primeiramente, ela se assustou, até olhar para o céu e perceber que o tempo havia fechado de uma hora para outro e agora raios tomavam o lugar do sol.

–Annabeth, eu não quero te machucar – Beatriz disse.

Annabeth ao olhar para Beatriz e para o céu, arregalou os olhos e se afastou. Beatriz começou a se acalmar e quando os raios que tomavam o céu foram se dissipando, ela prestou atenção em todos que estavam a minha volta, os campistas começaram a ajoelharem-se. Beatriz franziu o cenho e olhou para Haden, o garoto apontou para cima da cabeça dela e ela viu o holograma de um raio lá. Beatriz arregalou os olhos.

–Salve Beatriz Collins, filha de Zeus, o Deus dos céus – alguém disse.

Os campistas que estavam ajoelhados levantaram-se e bateram palmas, depois foi cada um para o sue lado. Haden abraçou Beatriz e beijou o topo de sua cabeça.

–Parabéns – ele sussurrou. – filha de Zeus.

Antes que Beatriz pudesse falar alguma coisa, foi surpreendida por um abraço de Paula. A filha de Zeus sorriu e retribuiu o abraço.

–Parabéns, Beatriz – disse Paula, encerrando o abraço. Paula olhou para Haden e sorriu. – Então, Beatriz, quem é o bonitão? Eu vi o beijo de vocês. Estou perdendo alguma coisa?

–Ah – Beatriz sorriu, envergonhada. – Esse é o Haden Stone.

–Haden? Aquele Haden que você vivia falando para mim e Inara? – Paula perguntou.

Beatriz assentiu.

–Haden, essa daqui é uma das minhas amigas, Paula. A outra deve estar por aí – Beatriz disse, lembrando do estado em que Inara ficou quando foi reclamada.

–É um prazer conhece-la – Haden disse a Paula.

–Igualmente – disse Paula, sorrindo.

Haden olhou para Beatriz e passou um braço ao redor da cintura da garota.

–Quer ajuda para levar suas coisas até o chalé um? – perguntou.

–Sim – Beatriz respondeu.

Paula voltou para suas atividades e Beatriz e Haden foram até o chalé onze pegar as coisas dela. No caminho Haden foi contando pra Beatriz tudo o que tinha acontecido com ele desde o dia em que ele sumiu. Ele disse a ela que participou de uma missão e por isso não estava no acampamento quando ela chegou. Ele disse também que é filho de Hécate. Beatriz também contou tudo o que havia acontecido com ela, como conheceu Paula e Inara e etc.

Haden e Beatriz entraram no chalé de Hermes e ele a ajudou a arrumar sua mala. Depois, caminharam, de mãos dadas, até o chalé um. Haden deixou a mala dela na porta e sorriu.

–Tenho que voltar a treinar – disse ele. – Nos vemos na fogueira?

–Vou estar lá – disse Beatriz.

Ela sorriu e ele a beijou. Beatriz queria que o beijo durasse mais alguns segundos, mas Haden se distanciou dela, sorriu e voltou correndo até a Parede de Escalada.

Beatriz entrou no chalé que, aparentemente, estava vazio e procurou um quarto. Ela caminhou pelo corredor do chalé um até encontrar um quarto vazio e entrar no mesmo. Já que estava vazio, Beatriz não viu problema em ficar com ele. Beatriz estava arrumando suas coisas no armário quando escutou uma voz feminina.

–Olá.

Beatriz olhou para trás e viu uma garota na soleira da porta. Ela estava usando jaqueta de couro, coturnos, calça jeans preta e uma blusa branca.

–Olá – disse Beatriz.

–Sou Thalia Grace, filha de Zeus e Caçadora de Ártemis. Quem é você?

–Beatriz Collins. Não tem problema eu ficar com esse quarto? Eu vi que ele está vazio...

–Não, sem problemas.

Thalia adentrou o quarto e pegou um porta retrato que tinha a foto do Empire State Building. Beatriz olhou para o porta retrato.

–É lindo – Beatriz disse. – Por acaso é o Empire State?

–Sim, é – Thalia respondeu. – É onde fica o Olimpo.

–Você já foi lá? – Beatriz perguntou, encarando-a.

–Sim. Algumas raríssimas vezes – respondeu.

–E você já viu nosso pai?

–Sim.

–Como ele é?

Thalia suspirou.

–É como todos os Deuses devem ser. formal, responsável, severo e frio. Mas já me falaram que ele na forma Romana é mais... Hã... Rígido. Você devia perguntar a Jason sobre nosso pai, tenho certeza que ele vai ter uma resposta melhor que a minha.

–Quem é Jason? E ele é um semideus Romano? – Beatriz perguntou, confusa.

–Sim, você não vai demorar muito para conhece-lo. Eu e ele somos irmãos por parte de pai e mãe, mas não somos nada parecidos – Thalia sorriu. – Agora tenho que ir, preciso conversar com as Caçadoras. Sinta-se em casa.

Thalia sorriu e fechou a porta quando saiu. Beatriz afastou a mala e deitou-se na cama. Ficou pensando em como esse dia estava cheio de surpresas.