Kagome tentava escapar da chuva que caía na cidade. Ficou até tarde na biblioteca e, no meio do caminho, começou a chover forte. Para sua infelicidade, não havia levado nenhum guarda-chuva consigo.

Depois de um tempo, notou que havia se perdido, pois a visibilidade devido à chuva era pouca. Arrependeu-se de não ter tentado voltar para a biblioteca. Caminhando mais um pouco, tremendo por causa do frio, pôde finalmente enxergar um parque. Era um local mais iluminado, e havia um banco no ponto de ônibus que era coberto. Porém, não havia ninguém ali. Aliás, até mesmo as ruas estavam vazias. Mesmo que tivesse receio de ficar sozinha em um lugar daqueles, decidiu ficar um pouco lá, pelo menos até a chuva diminuir. Porém, mal teve tempo de abrigar-se debaixo da cobertura, pois ouviu uma voz conhecida.

- Kagome! Você por aqui, querida? – Ela virou-se, enxergando com dificuldade uma garota uniformizada debaixo de um guarda-chuva.

- K-Kagura? – Perguntou, confusa. O que ela estaria fazendo naquele parque?

- Eu mesma. – Assumiu. – Eu falei pra você se afastar do Houjo. – Kagura lembrou-se da expressão feliz que vira no rosto do professor enquanto ele falava com Kagome. Feliz demais.

- M-Mas... nós somos apenas amigos! Ele é o professor, oras! – Tentou explicar-se. Será que Kagura olhava o professor de outra forma?

- Entendo, mas irá pagar por esta “amizade”... Kanna? – Perguntou, num tom de voz doce.

- Estou aqui, Kagura... – Murmurou a garotinha, atrás de Kagome. Como ela...?

- Segure-a, por favor. – Pediu, sendo prontamente atendida.

Kagome se desesperou, imaginando o que iria acontecer. Não adiantava gritar, pois estava sozinha. Os braços de Kanna em torno de sua cintura a apertavam forte demais. Não conseguia fugir. Logo, foi brutalmente atingida na cabeça por Kagura, que a acertou com uma pedra. O sangue quente começou a misturar-se com as gotas de água que caiam do céu, enquanto Kagome perdia as forças, caindo de joelhos no chão.

- Adeus, Kagome. - Kagura, com a ajuda da amiga, carregou a garota até o rio do parque, que estava agitado pela chuva intensa, e a lançou nele, sem piedade. Em seguida, as duas fugiram rapidamente. Nos lábios de Kagura, havia um sorriso de triunfo. Tinha vencido a batalha.