Misa Uzumaki: Demônio de Gelo escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 5
O Exame Chunnin: À Beira da Morte




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Na semana do meu aniversário de 8 anos, meu time foi inscrito na prova chunin e nessa época a prova não era brincadeira. O ponto auge era ficar preso numa floresta quase sem recursos 10 dias completos e matar todos os outros adversários, quem conseguisse sobreviver se tornava um chunin, nível mais acima e importante que os gennin. Era por isso que nossa Vila chamava-se Névoa Sangrenta, é claro também pelos mortes sangrentas e pela falta de piedade no coração que todos os shinobis da Névoa tinham.

Eu, Akinori e Hayato, passamos pela primeira e pela segunda fase da prova sem muitas dificuldades. Os problemas começaram quando entramos na floresta. Observava a grade enorme que continha o escrito: portão 12.

—O que faremos?

Aquele dia todos nós estávamos mais equipados que o normal. Akinori levava um cinto com uma bolsa de curativos e pílulas que eram horríveis, mas aceleravam o processo de cura, e carregava uma kunai, o menino tinha mudado desde que entraram para o Time 9, estava mais alto que eu agora, ainda muito magro e esbelto. Hayato levava consigo uma kunai presa à perna, uma espada pequena presa às costas e uma pequena bolsa que deveria contar provavelmente seibons e shurikens, agora era da minha altura, mas ainda parecia forte. Eu mesma estava bem mais equipada, a kunai na perna, faixas até os joelhos e até os cotovelos, uma bolsa que continha outras armas e fios algumas “bombas de carboidratos” escondidas, caso eu morresse de fome e não encontrasse nada para sobreviver. Meus cabelos estavam mais compridos e batiam na metade das costas, escarlates como sempre. Um cantil de agua também se prendia ao cinto de cada um de nós.

—Como assim, o que vamos fazer? – Hayato retrucou.

—Qual é o nosso plano para sobrevivermos?

—Misa, isso não é brincadeira, não podemos cooperar uns com os outros.

—Hayato tem razão, infelizmente, Misa. Isso é um jogo onde apenas um de todos os participantes vai sair vivo, ou pelo menos foi assim, todos os anos anteriores. Alguns até sobrevivem, mas são obrigados a deixarem de ser shinobis para sempre.

—Cada um de nós vai tentar sobreviver por conta própria então?

—Sim.

Esse era um de meus problemas, eu sempre pensava demais, me preocupava demais com tudo, todos eles, me esquecendo que aquilo não brincadeira, era a Névoa Sangrenta. Mesmo assim fiquei emburrada por nem ao menos tentarmos sobreviver juntos. Os portões se abriram e eu fui a primeira a entrar, berrando para eles:

—Essa é uma péssima estratégia!!

O primeiro dia foi tranqüilo. Não encontrei nenhum inimigo, nem me feri, mas ao mesmo tempo, não encontrei um rio, o que era fundamental naquele momento. Passei o dia todo explorando a parte do local que eu estava, vendo os frutos comestíveis ou não, os animais selvagens, os melhores abrigos. Quando o sol foi se pondo, subi na árvore mais alta e me preparei para dormir ali.

A noite era o pior momento, pois era quando os gritos das batalhas lá embaixo, o grito dos mortos e o tintilhar das lâminas ficava mais audível e eu me punha a pensar se Hayato e Nori estavam bem.

O sengundo dia não foi tão tranqüilo quanto o primeiro. Acordei cedo, tudo estava estramemente silencioso, nublado e frio. A medida que o dia foi esquentando eu caminhava e encontrei o rio que tanto procurava, peguei agua ali, nadei, e pesquei. Para o almoço tinha peixe assado. Sabia do risco de atrair inimigos, mas eu apagaria a fogueira rápido e comeria aquele peixe suculento.

Estava tudo uma delícia, mas como eu suspeitava, atraí três inimigos. Pedi a eles para irem embora, tentei resolver sem lutar, mas não funcionou. Um deles fugiu antes, mas os outros dois ficaram para lutar. Foi realmente complicado, os dois eram habilidosos, me atingiram com Seibons, kunais, tudo que tinham, eu consegui por fim imobilizar um deles com uma série de kunais, por pouco tempo, mas tempo o suficiente. Eu estava com muitos cortes, mas por sorte eram superficiais.

Atirei kunais contra o meu oponente, mas ele apenas bloqueou-as.

—KATON: Chamas de línguas bruxelantes No JUTSU!!

Ele gritou, quase sem tempo eu repeli o jutsu.

—SUITON: ondas correntes altas no Jutsu!!

Os dois jutsus, água e fogo chocaram-se no ar, mas como agua tem vantagem sobre fogo, meu oponente caiu para trás quando as ondas se apagaram. Eu já, habilmente, manuseava os fios de nilon, para prende-lo a alguma arvore, mas ele sacou uma kunei, sem que eu percebesse, cortou minha perna. O corte foi fundo e no ápice do meu salto, caí rolando e gritei de dor.

Se fosse uma luta de jonins, eu não teria tido tempo de me recompor para o próximo jutsu, mas recolocando as bandagens que haviam sido cortadas, que estavam desde o começo da prova enrolados em minha perna, repeli o jutsu sangrando.

—SUITON: Bombas de água triplas.

Nesse ponto o genin percebera que os jutsus não funcionariam, uma vez que sua natureza Elemental era mais fraca que a minha, portanto consegui derrubá-lo com esse último jutsu e o prendi na arvore desacordado, antes de minhas pernas fraquejarem.

Não tive tempo de parar. O companheiro do shinobi caído, tinha se livrado de minha prisão a agora vinha a toda velocidade em minha direção. Eu não sabia o que fazer, não podia lutar contra ele, com aquela perna machucada, iria cair e acabaria certamente sendo morta. Tive de pensar rápido, como uma estrategista e consegui bolar um pequeno plano em minha mente. Primeiramente, derrubaria-o com um último jutsu de Natureza do Vento, em seguida quando ele estivesse levantando-se, eu iria saltar e apenas com a perna boa cairia atrás dele e o atingiria.

Foi isto que aconteceu, porém, acabei me atrapalhando por causa do ferimento na perna e após o jutsu, cai na frente do garoto, a kunai dele enfiou em meu braço, porém a minha perfurou seu peito, quase atravessando-o. Era a primeira vez que eu matava alguém, que manchava minhas mãos com sangue e eu olhei nos olhos azuis daquele garoto enquanto a luz deixava seus olhos. Enquanto inconformado, ele perdia a voz e o ar do pulmão, aqueles olhos arregalados e cheios de dor.

O peso morto de seu corpo caiu sobre mim e cai de joelhos de novo, cansada e chocada demais para ficar de pé. Tirei a kunai do meu braço e fiz o máximo possível para estancar o sangue dos meus ferimentos. Coloquei o corpo do garoto de lado, próximo do seu colega e com aquela cena fixa para sempre na minha mente, fui ao rio lavar as mãos e o rosto, vi que estava cheia de cortes nas bochechas, possivelmente de shurikens e seibons, e estava muito cansada.

Escutei um barulho de um grupo de vozes vindo da floresta e me levantei o mais rápido que consegui. Com a perna machucada e tendo que correr sobre a água para não ser encurralada, não foi muito fácil tentar fugir e com um último suspiro desesperado, tropecei na água, vi enquanto os shinobis da nuvem se aproximavam e apaguei, consumida pela escuridão e pela água ao meu redor.

...

Tive muitos pesadelos que não me lembro, mas, quando acordei continuei com os olhos fechados. Meu corpo todo doía, cada músculo, cada articulação, senti lágrimas secas no canto dos olhos. O mais incrível era que eu estava viva, quebrada, em péssimo estado, mas viva.

Abri os olhos, percebendo que eu não sabia onde estava. A última coisa que me lembrava era de ter desmaiado no rio e dos inimigos se aproximando. Agora, eu estava numa espécie de gruta ou caverna mal iluminada que eu não lembrava ter ido. Assim que tive esse pensamento, se levantou assustada, o que causou ondas de náuseas.

—Ei, calma, você ainda não está bem, Misa!

A voz era de Akinori e o rosto dele surgiu sobre mim. Eu sabia que era ele, apesar de estar tudo nebuloso e só enxergar, os cabelos azul água do menino. Ele me ajudou a sentar e com o tempo a tontura e as náuseas passaram e pude perguntar:

—O que aconteceu? Você me trouxe aqui?

—Sim.

—Mas, como me encontrou?

—Eu estava seguindo para o rio, assim podia me esconder e ter alguma chance de sobrevivência. Tive o mesmo pensamento que você. Encontrei você quando estava fugindo de uns outros caras que não sei quem eram. Eles iam te matar.

—Você os matou? – perguntei surpresa.

—Não! Apenas te tirei de lá. Não matei ninguém nesses dias. Você matou?

—Matei. – falei com pesar e a horrível imagem do menino veio à minha mente. – Era ele ou eu entende? – completei chorando.

—Sempre temos opção...

—Akinori...

—Não estou te julgando, Misa, fique tranquila, eu estou feliz por estarmos vivos.

—Por que, Akinori, por que temos todos que morrer, não podíamos apenas ser testados?

—Bom, o Mizukage é um tanto rigoroso.

Tentei me mover, mas as feridas ainda doíam, então o máximo que pude fazer foi observar Akinori ir e vir pegando comida. Durante um ou dois dias eu era uma completa inválida.


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