Misa Uzumaki: Demônio de Gelo escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 2
Álbum de Família


Notas iniciais do capítulo

Esse começo da história vai ser um pouquinho lenta porque Misa era muito pequena, mas depois vai ficar top



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Meu nome é Meu nome é Misa Uzumaki, do clã Uzumaki, país do redemoinho, muito honrado por seus excelentes ninjas. Meu pai era de outro clã distante, do pequeno país da neve, a clã Yuki possuíam um Kekkei Genkai único que dava a seus membros o Elemento Gelo, pelo qual éramos conhecidos como o clã amaldiçoado. O clã Yuki foi dizimado por outros ninjas, que almejavam nosso poder ou aqueles que nos temiam.

Minha mãe apaixonou-se por meu pai e fugiu para a vila da Chuva com ele, a família e o clã nunca aceitaria seu noivado com um Yuki. Eles eram apaixonados e tolos, na época não pensavam em conseqüências. Na época eu não estava viva, mas minha mãe contou-me que antes de estabelecerem-se na Vila da Chuva, aventuraram-se ao longo de alguns países desconhecidos e tiveram muitas boas experiências.

Quando tiveram filhos fizeram questão de não ensinar nenhuma arte shinobi para eles, não queriam que nenhum de nós desenvolvesse o Kekkei Genkai, nem fosse um ninja algum dia. Esse era o sonho deles, ter filhos trabalhadores e normais, pena que ambos de nós os decepcionamos. Por esse e tantos outros motivos, em minha infância, não conheci nenhum membro dos meus clãs e nem outro ninja se quer. Tinha apenas à minha família.

Tenho um irmão gêmeo chamado Nagato Uzumaki, descobri somente mais tarde que ele tinha um poder que o deixava acima de todos os outros, o poder de um deus. Nossos pais nos amavam demais. Nunca mais a sorte sorriria tanto para mim, porém, penso se eu seria feliz se não tivesse virado o que sou hoje, não seria eu, tudo que aconteceu tinha que acontecer.

Eu e Nagato brincávamos juntos a qualquer momento. Ainda me lembro de tantos momentos com eles, como se estivessem comigo. Os cabelos vermelhos de minha mãe tão vivos, seu sorriso e seu modo agitado de falar, nos preparando algo para comer, enquanto eu e Nagato ríamos, éramos tão pequenos. Nagato também tinha cabelos rubros como os meus. Meu pai por outro lado era diferente, olhos cinzentos, como os meus e cabelos negros como as penas de um corvo. Os dois, pai e mãe, eram muito bonitos, cada um com seus traços exóticos.

Em nosso quinto aniversário, eles deram a mim e a Nagato uma corrente igual que parecia um floco de neve e que dentro tinha uma foto da família. É minha única lembrança material dessa época até agora e permanece escondida.

—Misa, Nagato... Hoje vocês fazem cinco anos, essa é uma idade importante, pois é a partir de hoje que suas personalidades começam a se formar – disse minha mãe e tocou os indicadores em nossas testas.

—Espero que vocês se tornem humildes e trabalhadores, e... nunca esqueçam que nós amamos vocês. – meu pai quase chorava e nos entregou os medalhões.

Nunca os vi tão emocionados e isso me assustou um pouco, não entendia muito bem o pensamento dos adultos naquela época. Tentavam desesperadamente nos afastar do mundo shinobi, hoje, eu teria que me desculpar. A vila da Chuva tinha muitas crianças ninjas e eu sabia disso. Saia para brincar com Nagato escondido, enquanto papai trabalhava e mamãe estava em casa e assim conhecemos algumas crianças que usavam as mãos para lutar, e conseguiam fazer algum tipo de mágica estranha. Nós brincávamos com elas sempre e observávamos o que eles chamavam de Jutsu, mas não sabíamos reproduzi-lo.

Quando papai voltava do trabalho, um dia, nos viu ali, em meio àqueles ninjas e enfureceu. Nosso pai nunca tinha ficado naquele estado, raramente elevava a voz.

—O que vocês estão fazendo aqui?! Não deveriam estar em casa com sua mãe?!

Nós encolhemos os ombros diante daquilo. Nunca pensamos que seríamos pegos ali. Era tão improvável, principalmente porque aquele não era caminho de volta para casa. Na hora não raciocinei nada, mas hoje penso, o que ele estava fazendo ali? Ele nos arrastou pelos cabelos até em casa e nos mandou ficar no quarto.

Ficamos escutando juntos, pela primeira vez, uma gritaria a noite toda. Meu pai culpava, incansavelmente, minha mãe que não tinha culpa de nada. Nós ficávamos uma hora e voltávamos antes que ela notasse. Não sei muito bem o que houve naquela noite, mas ele estava furioso e ela muito magoada, talvez ele até tenha batido nela, algo que não sabemos.

No dia seguinte, os dois entraram no nosso quarto e nos explicaram mais uma vez:

—Meus filhos, vocês não podem ficar andando com essas crianças, o que elas fazem não é certo.

—Vocês estão de castigo por um mês – meu pai disse – e eu já avisei no trabalho que ficarei em casa no período da tarde.

Nossa vida transformou-se no inferno aquele mês todo. Iamos apenas ao mercado de domingo. Tudo parecia triste, até chovia mais do que o normal. Na Vila da Chuva tudo estava sempre molhado úmido e mofado. No final de nosso mês de castigo, começou algo chamado de Segunda Guerra Mundial Ninja.

Duas grandes vilas ninjas estavam lutando entre si e a Vila da Chuva estava bem no meio, ou seja, era o palco das batalhas. Agora não adiantava mais tentar esconder o mundo ninja. Ele estava bem na nossa frente. Todos os dias víamos ninjas, mas, estes não eram apenas crianças, eram ninjas oficiais enviados para matar os inimigos.

Uma noite chuvosa e a segunda guerra Mundial Ninja estava já em seus piores momentos, pessoas inocentes morriam. Nós sabíamos que nossos pais um dia já tinham lutado como ninjas, mas há muito haviam desertado suas famílias. Espremidos no canto da sala, nos escondíamos de uma dupla de ninjas ali dentro procurando por comida, nossos pais saíram da sala e nos conduziram para a porta, porém, os ninjas que por um acaso eram da Aldeia da Folha, nos escutaram e viraram com suas kunais e mataram minha mãe em um só golpe.

Fiquei paralisada. Chocada demais para mover-me. Ouvia os ninjas desculpando-se por matarem um civil, igualmente chocados, achavam que a área já estava evacuada. Meu pai me jogou para o canto da sala e Nagato que até esse momento esteve paralisado ficou totalmente maluco. De repente, ele disse algumas palavras que eu nunca ouvi antes e os homens ficaram apavorados. Com os olhos arregalados vi a língua dos dois ser arrancada inteirinha sem que ninguém fizesse um único movimento.

Aquela cena jamais saiu de meus pesadelos, mas nós nunca conversamos sobre isso. Nagato voltou ao normal, ele chorava desoladamente, pois além de matar os dois homens acabara por matar meu pai também. Ele chorava desoladamente, aqueles olhos de um púpura incomum inchados. Eu queria muito ajudá-lo, mas não pude, meu corpo não respondia a meus pedidos. Apenas depois de algumas horas tremendo e quando Nagato adormecera de tanto chorar, que pude mover-me, arrastando-me até o corpo encharcado de Nagato.

Irmãos gêmeos sempre têm uma ligação muito grande. Eu podia sentir sua dor como se fosse minha. Passei meus pequenos dedos sobre seus olhos inchados secando as lágrimas, abracei-o no chão e adormeci ao seu lado soluçando. Amanheceu e logo Nagato e eu estávamos de pé. Ele estava sombrio. Não sorria como sempre fez, e quando perguntei, ele não disse nada, apenas:

—Vamos Misa, este lugar é muito perigoso outros homens como aqueles podem vir e nos matar, além do mais temos que buscar por suprimentos que aqui nesse lugar não tem mais nada.

O modo como ele se referiu à nossa casa como um “lugar” e o tem sem importância fez-me encolher. Nagato estava seco, tínhamos a mesma idade, porém ele parecia muito mais velho e com mentalidade mais avançada que a minha. Nagato tinha razão, senti minha barriga roncando.

Vagamos por dias em vão, ninguém abria a parota para pobres crianças pedintes. A nossa sorte era que na Vila da Chuva, a chuva nunca parava, portanto não morríamos secos. Um mês depois do incidente da morte de nossos pais, tínhamos apenas conseguido um pão com uma senhora muito caridosa, mas com o tempo nos acostumaríamos com a vida nas ruas.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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