Behind Black eyes escrita por AnnaBlack


Capítulo 5
Secrets


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por comentarem! Bom, como prometido, tá aí o capítulo hahaha Eu adorei escrevê-lo e espero que vocês também gostem!



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O resto do dia passou calmamente e assim que Nessie foi embora – não sem antes me dizer pra esquecer o que ela tinha dito sobre lobos – todos foram para suas devidas casas.

Bem, não todos, porque eu chamei Seth pra assistir um filme comigo. Acho que eu estava realmente cansada porque não me lembro de ter terminado de ver o filme. Só sei que acordei, de madrugada, na minha cama, vestida com o meu pijama de ursinho.

Balancei a cabeça, preferindo pensar que Sue ou alguma outra garota tivessem trocado a minha roupa. Olhei para o meu criado para olhar as horas no despertador e lá estava: 5h37.

O sol ainda nem havia nascido. Fiquei me perguntando o que poderia ter me feito acordar a essa hora e resolvi ir até a janela. E o que eu vi não poderia ter me assustado mais.

Um par de olhos me encarava de dentro da floresta. Eu não sei a quem – ou a que – aquilo pertencia, mas não estava preocupada com isso. Eu tremia da cabeça aos pés, temerosa de que aquilo fosse um urso ou um animal capaz de machucar a minha família. Olhei mais uma vez para me certificar se aquilo ainda estava ali, mas a coisa tinha sumido.

Ainda assim, eu continuava com medo e, então, corri pelo corredor, parando em frente ao quarto do meu irmão e batendo desesperadamente na porta.

Porém, meu esforço parecia ser em vão. Ele não abria aquela droga de porta! Então eu bati mais uma vez e gritei.

A porta se abriu rapidamente e de uma forma muito brusca, fazendo com que eu caísse de bunda no chão. Jacob olhava assustado para os lados e então resolveu olhar para baixo.

– Amanda! – ele me puxou pra cima com uma facilidade enorme e me segurou pelos ombros, me balançando. – O que aconteceu?

Olhei brava para ele e o empurrei. – Sabe quantas vezes eu bati na porta? Por que você não abriu, Jacob?

Ele suavizou a expressão e sorriu, me puxando para um abraço. – Desculpa, mas meu sono é muito pesado. – ele suspirou e me balançou levemente. – Meu Deus, Amanda, você ta tremendo. – ele se afastou e me olhou nos olhos. – O que diabos aconteceu?

Eu suspirei fundo e me encolhi ligeiramente. – Jake, existem lobos ou ursos por aqui? – perguntei em um sussurro e pude ver seus olhos se arregalarem.

– Por que ta me perguntando isso? – ele perguntou em um tom baixo, mas ainda assim sério.

– Porque... porque eu acho que tinha um no meio da floresta, Jake, e eu vi os dois olhos me encarando e... – passei as mãos no cabelo – Jacob, eu não to ficando louca!

Ele sorriu fracamente e beijou o topo da minha cabeça. – Eu acredito em você, baixinha. Mas você também ta cansada. Não são nem 6 da manhã. Volta a dormir que hoje o dia vai ser longo.

Balancei a cabeça repetidas vezes e o olhei incrédula, dando uns passos para trás. – Você acha que eu to louca. Consigo ver em seus olhos. – eu disse, e ele e aproximou novamente, me pegando no colo e me levando de volta pro quarto. – Jacob!

– Eu não disse que você está louca. Disse que está cansada! – ele me colocou na cama e me cobriu, beijando minha testa. – Dorme, Amanda.

Bufei e cruzei os braços, me virando de lado de forma que ficasse de costas pra ele. – Quando você morrer atacado por um lobo, lembre-se de que eu te avisei. – eu disse alto o bastante para que ele pudesse ouvir, mas ele apenas soltou uma risada escandalosamente alta.

Revirei os olhos, mas acabei pegando no sono novamente. Sonhei com lobos. Mais especificamente com um lobo. Um lobo cor de areia, com os olhos extremamente pretos, que me observavam atentamente.

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POV Jacob

Assim que Amanda me perguntou sobre os lobos, senti meu sangue gelar. Mais ainda quando ela comentou ter visto os olhos a observando. Eu só conseguia pensar em uma coisa: Seth era realmente burro.

Depois que a levei de volta pro quarto, esperei até que ela estivesse dormindo totalmente. Então, sai de casa às pressas e, assim como eu esperava, Seth estava lá.

– Olha cara, eu não sei se você é burro ou...

– Desculpa, Jake, cara, eu só precisava ver como ela estava. – ele disse, me interrompendo.

– Seth, meu amigo. – disse e me aproximei dele. – ELA MORA NA MINHA CASA! Nada vai acontecer com ela!

– E a Nessie mora numa casa cheia de vampiros! – ele retrucou. – Ainda assim, você vai lá todo dia checar se ela está bem.

Balancei a cabeça várias vezes. Odiava esse jeito de Seth. Ele era aquele tipo de adolescente chato que sempre tinha uma resposta pronta e que, por mais que você odiasse admitir, tinha razão.

– Nessie sabe de tudo. Amanda não sabe de nada.

– Sobre isso... – ele começou a dizer, mas eu o interrompi.

– VOCÊ CONTOU ALGUMA COISA? – esbravejei. Obviamente, Amanda iria descobrir sobre tudo, mas não dessa forma.

– Não, não, calma. – ele bateu os pés no chão. – Só estava pensando que ela tem o direito de saber a verdade.

– E ela vai. – concordei com a cabeça, me virando para voltar pra casa. – Hoje. Vamos nos reunir na fogueira.

Ele concordou e passou por mim.

– Agora vai dormir, Seth. – eu disse, dando um tapinha em suas costas. – Você vai ter um dia mais longo do que o normal.

Ele acenou e saiu correndo, indo até a sua casa.

Eu sabia que seria difícil. Quer dizer, faríamos a fogueira e meu pai contaria as histórias. Amanda precisava saber. Ela tinha seu protetor agora. E Seth sabia que tinha a obrigação de contar a ela a parte sobre o imprinting e, talvez, ouvir uma resposta que ele não gostasse. Mas faz parte. Teria que acontecer, uma hora ou outra.

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POV Amanda

A visão que eu tive de manhã me perseguiu por todo o dia. Eu não podia evitar olhar o tempo todo para a floresta, com a esperança – e também o medo – de ver aquela coisa de novo.

Não falei muito com Seth. Toda vez que eu tentava iniciar uma conversa, ele se esquivava. Fiquei me perguntando se tinha feito algo, mas não consegui pensar em nada.

Também reencontrei Leah. Ela parecia amargurada. Jacob me contou sobre o lance todo com Sam, que ele a tinha trocado por Emily. Não podia culpá-la por não ser mais a Leah sorridente de que me lembro.

O resto do dia passou calmamente, sem mais nenhum acontecimento importante. Assim que escureceu, meu pai veio conversar comigo. Disse para eu me trocar e vestir algo quente, pois iríamos no reunir para uma noite ao redor da fogueira.

Assenti e fui para meu quarto me arrumar. Estava empolgada. Noite em torno da fogueira, como em acampamentos. Sempre quis participar de algo assim. Optei por vestir uma legging, um casaco de moletom e minhas botas fofinhas.

Eram quase nove horas quando nos reunimos ao redor da fogueira. Olhei para todos os garotos ali, que sorriam de uma forma esquisita para mim. Seth me olhava e sorria meio nervoso. Mas isso não era estranho. Estranho era o fato de que, aparentemente, apenas eu sentia frio. Estava enrolada em um cobertor e, ainda assim, meus dentes insistiam em bater uns nos outros. Presumi que todos já estivessem acostumados com o frio. Era a única explicação plausível.

Voltei a atenção para meu pai quando este chamou meu nome.

– Amanda. – ele disse e eu me virei em sua direção. – Vou te contar algumas histórias, tudo bem? São coisas que você precisa saber.

Assumi uma expressão confusa no rosto, mas apenas concordei com a cabeça.

E foi então que tudo começou.

Os frios. Lendas Quileutes. Chupa sangue. Descendentes de lobos. O sacrifício da terceira esposa. Essas foram algumas expressões que eu consegui guardar. Nesse momento, sentia que minha pressão tinha caído e tenho certeza de que toda a cor do meu rosto tinha sumido.

– Amanda... – Jake tentou se aproximar de mim, mas eu estendi minha mão, pedindo para que ele parasse.

Virei-me para meu pai e suspirei fundo. – Está me dizendo que existem... vampiros e lobisomens?

Ele me olhou e concordou com a cabeça.

Acho que meu nervosismo tomou conta de mim nessa hora. Eu não conseguia parar de rir. Eu não ria porque duvidava deles, eu ria porque sentia como se toda a realidade que eu antes conhecia fosse, na verdade, uma mentira.

– É verdade, Amanda. – Paul disse ao meu lado, tocando meu ombro. Olhei para ele e me levantei, começando a andar em círculos.

– Os ataques. – eu pensei e olhei para meu pai, meus olhos arregalados. – Os ataques em Los Angeles.

– Achamos que é obra de vampiros, sim. – ele disse sério e olhou para os meninos. – Mas Los Angeles pertence a outro estado, é difícil para nós cobrirmos aquelas terras.

“Nós?” pensei. Quer dizer, ele havia mencionado que os Cullen eram vampiros, mas que só se alimentavam de sangue de animais. Disse também que Renesmee era meio humana, meio vampira, já que nasceu enquanto Bella era humana. Ouvir que Bella havia se transformado em uma criatura que bebia sangue não foi fácil. Mas essa palavra de meu pai, nós, tornou tudo mais confuso.

– Pai? – me virei para ele novamente. Fechei os olhos e suspirei fundo. – Quando você diz nós, você se refere a quem? Quer dizer, eu entendi que os Quileutes descendem dos lobos e são metaformos, mas... – olhei para os garotos sentados, todos me olhando sérios. – Não.

– Todos eles, Amanda. Embry, Quil, Jared, Paul, Jacob. – ele disse baixo. – Seth também.

Não consegui suportar essas palavras. Me sentei no chão e escondi o rosto com as mãos. Não parecia real. Nada daquilo. Olhei para meu irmão, que sorriu e se sentou ao meu lado, me abraçando pelos ombros.

– Está com medo? – ele perguntou e eu neguei com a cabeça. – Bom, você deveria estar feliz. Duvido que todas as suas amigas tenham um irmão tão maneiro quanto eu e que, ainda por cima, se transforma em um lobo e o melhor: não irei envelhecer. – ele riu fraco.

Levantei meu olhar para ele e suspirei pesadamente. – Como isso acontece? Tipo, na Lua Cheia e tudo mais?

Pude ouvir Jared rir e me virei para ele, que sorria para mim.

– Não é tão fantasia assim, Amanda. – ele sorriu. – Acontece quando nós quisermos, ou quando ficamos nervosos. – ele disse e eu arregalei os olhos. Eles ficavam nervosos o tempo todo. Ele deve ter percebido porque riu para mim. – Relaxa, sabemos nos controlar.

Foi então que caiu a ficha. Eu também era uma Quileute, quer dizer, eu também iria me... me transformar?

Como se lesse minha mente, meu pai responde. – Você não vai se transformar, filha. Foi por isso que eu te mandei para longe. As transformações começam a acontecer quando novos vampiros chegam à cidade. Quando percebi que isso estava acontecendo, tive que pensar em uma forma de te proteger e isso foi tudo em que eu consegui pensar. Você tem o gene, mas ele não está ativado.

Balancei a cabeça, concordando e sorri para ele. Ele me protegeu de tudo isso. Eu não poderia amá-lo mais.

– Obrigada, pai. – eu disse e olhei para Jake. – Entendo o que quis dizer quando me falou que a noite seria longa.

Ele riu baixo e me abraçou de novo. – Tem mais ainda.

Respirei fundo e concordei com a cabeça. Eu pensava que nada mais poderia me surpreender, mas estava redondamente enganada.

Dessa vez, quem me contou tudo foi Jacob. Imprinting. Era sobre isso que ele falava. Ele me fez perceber o modo como Jared olhava para a garota ao seu lado, Kim. Era como se ela fosse o sol do mundo dele, como se ele não dependesse de nada além dela para viver.

Me explicou que ele havia tido um imprinting com Nessie e que Paul havia tido um com Rachel, que estaria chegando de viagem amanhã. Quando ele me contou que Quil também havia tido um imprinting e me disse o nome da garota, eu me assustei. Claire tinha apenas seis anos. Olhei para Quil como se ele fosse algo muito estranho, mas ele me explicou o que tudo aquilo significava de verdade.

Um imprinting era muito mais do que uma atração. Era quando você descobria que não era mais a gravidade que te prendia ao planeta. Era ela. E você seria tudo o que ela precisasse. Um irmão mais velho, um babá, um melhor amigo e, se a garota quisesse, um namorado.

Controlei a respiração e concordei com a cabeça, tentando digerir todas aquelas informações. Muita coisa pra pouca Amanda.

Olhei para os garotos. – Por que estão me contando essa parte? Quer dizer, eu vou ter um imprinting em algum menino por conta dos genes e estão querendo me alertar?

Então Sam, que era o mais velho do grupo e não tinha se pronunciado até o momento, resolveu falar.

– Não, Amanda. Estamos te contando isso porque um de nós teve um imprinting em você.

Aquilo foi demais. Senti minha pressão cair totalmente e me apoiei em Jacob. Respirei fundo tentando recuperar as forças.

Olhei em volta tentando perceber algum garoto me olhando como se eu fosse a criatura mais linda do mundo. Mas foi então que eu percebi. Ele não estava ali. Meus olhos se arregalaram e minha boca se abriu em choque.

Ele conversava comigo mesmo quando o assunto era chato, ele estava sempre perto de mim, sendo a pessoa mais legal que eu já havia conhecido. Era ele.

Foi então que eu pude perceber algo caminhando vagarosamente em direção a roda. Quando a luz da fogueira iluminou a criatura, eu não pude deixar de soltar um suspiro. Suspiro de admiração.

Era ele. O lobo dos meus sonhos. Os pelos cor de areia e os olhos extremamente pretos. Lindo.

Me levantei e ainda assim, ele era maior do que eu. O lobo se aproximou mais e eu só queria abraçá-lo. Era lindo tanto na forma humana quanto na forma de lobo. Era ele. O cara que havia tido um imprinting comigo. Seth Clearwater.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se comentarem, posto o próximo amanhã! Beijinhos



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