Behind Black eyes escrita por AnnaBlack


Capítulo 3
Holy shit.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, gente, de verdade! É muito bom saber que vocês estão gostando! Boa leitura!



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Acho que aquele momento estava entre os 10 momentos mais constrangedores da minha vida. Depois que Jacob me disse o nome do garoto, Seth, ele me pediu para entrar junto com o papai para arrumar as minhas coisas. Olhei confusa para ele, mas ele parecia sério demais e, bem, ele é extremamente maior que eu e eu não iria discutir.

Dei de ombros e fui até meu pai, empurrando a cadeira dele até a entrada de casa. Antes que eu entrasse pude ver Jared com a mão sobre a boca, segurando o riso e cochichando um “Essa eu quero ver” para Embry, que soltou um risinho.

Revirei os olhos, ignorando a confusão que se passava pela minha cabeça e entrei. Sabe aquela sensação de quando você sabe que ta acontecendo algo que todos sabem o que é menos você? Então.

Assim que entrei em casa, abri um largo sorriso ao reconhecer tudo exatamente da mesma forma que eu me lembrava. Bem, exceto a enorme TV tela plana no meio da sala.

– Isso é pra assistir o jogos com o Charlie, certo? – perguntei, rindo e me virando para meu pai.

– Sabe que não perdemos nenhum jogo da temporada. – ele riu e balançou a cabeça. – Você consegue ficar bem sozinha por uns minutos? Vou terminar de limpar os peixes com Charlie.

Concordei com a cabeça. – Pode ir, pai. Eu vou arrumando minhas coisas enquanto isso. – sorri e beijei sua bochecha, vendo-o sair de casa em seguida.

Me joguei no sofá e cruzei as pernas, olhando em volta. Estava realmente com saudades dessa casa. Liguei a TV e fiquei procurando algum canal legal, até que encontrei um filme passando e deixei ali. Acabei pegando no sono e só acordei quando Jacob me chamou para o almoço.

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POV Jacob

Assim que vi o olhar perdido no rosto de Seth, eu sabia o que tinha acontecido. Mas, porra, com a minha irmã? Minha irmã mais nova? Ela só tem 16 anos!

Senti o sangue ferver, mas sabia que tinha que me controlar. Não podia simplesmente me transformar em um grande lobo na frente de Amanda. Ela não sabia de nada. E eu tinha a intenção de não deixá-la saber, para protegê-la. Mas agora, graças ao meu querido amigo Seth Clearwater, ela teria que saber.

Pedi para que ela entrasse em casa e assim que a vi desaparecer pela porta, chamei Seth e os outros garotos e corri para o meio da floresta, até chegar em uma clareira.

Parei, com os braços cruzados, esperando os outros me alcançarem. Avistei Seth adentrar a clareira com um olhar preocupado, olhando para trás o tempo todo.

– Ela ta bem. Nada vai acontecer com ela dentro da minha casa. – revirei os olhos e disse para ele, que me olhou e concordou com a cabeça.

– Olha, Jake, você sabe que eu não...

Balancei a cabeça. – VOCÊ NÃO PODERIA SIMPLESMENTE CONTROLAR SEUS INSTINTOS DE LOBO? ELA É A MINHA IRMÃ CAÇULA! JÁ NÃO BASTAVA O PAUL TER UMA DROGA DE UM IMPRINTING COM A RACHEL?

Vi pelo canto do olho que Paul ergueu os braços e bufou contrariado.

– Você teve um imprinting com a filha de um vampiro! – Seth disse se aproximando e cruzando os braços. – Não é muito melhor que você tenha alguém como eu para proteger a sua irmã? Quer dizer, antes eu do que qualquer um daqueles garotos da escola!

– NÃO, SETH! – esbravejei e o vi dar um passo para trás. – Eu preferia que eu cuidasse dela, sem nenhuma droga de nenhum menino no meio disso!

Eu sabia que não poderia fazer nada contra isso. Um imprinting era algo muito forte, incontrolável. Sabia que ele não tinha culpa. Mas, no momento, meu lado superprotetor de irmão mais velho falava mais alto do meu lado lobo.

– Aposto cinco dólares no Jake. – Embry disse, tentando segurar o riso.

– Nah, Seth está lutando pelo seu imprint. Aposto nele. – Quil disse, cruzando os braços e sorrindo, como se aquele fosse o melhor espetáculo do universo.

– Dá pra calar a boca? – dissemos eu e Seth ao mesmo tempo. Olhei para ele, respirando fundo e controlando a voz. – Ela não sabe de nada.

Ele balançou a cabeça e bateu amigavelmente no meu braço. – Sabe que eu não diria nada para ela sem a sua permissão. – ele sorriu fracamente. – Eu só quero... Eu só preciso ficar perto dela, vê-la bem.

Fechei os olhos e balancei a cabeça várias vezes. – Eu não... Sei ler seus pensamentos, Seth. Você faz parte do meu bando. Sabe disso, não é? – arqueei a sobrancelha, o encarando presunçoso.

– Sei. – ele balançou a cabeça afirmativamente, várias vezes. Seth era engraçado. Não podia imaginá-lo fazendo mal a Amanda, até porque se ele o fizesse... Bom, não seria nada bom para ele. – Qual é, não é como se eu fosse transar com ela na sua frente e ficar pensando sobre isso perto de você e...

Não deixei que ele terminasse a frase e dei um soco em seu rosto. Ele colocou a mão no maxilar e me olhou, confuso. – O que que foi, cara? Desde quando você sai batendo nas pessoas assim?

Pude ver os outros garotos se matando de tanto rir e revirei os olhos, sorrindo de canto.

– Para de falar que vai transar com a minha irmã, Seth! – disse apontando o dedo na cara dele.

Ele ainda tinha as mãos sobre o maxilar e me olhava com uma expressão fechada. – Foi apenas um exemplo.

Fechei os olhos e balancei as mãos tentando tirar aquelas visões nada agradáveis da minha cabeça. – Sem exemplos. – disse e me aproximei dele, socando seu estômago, o fazendo cair no chão. Pude ouvi-lo resmungar. – Desculpe, mas eu precisava disso. Lembre-se que algo muito pior acontecerá se você não respeitá-la.

Eu sabia que aquilo não o tinha machucado de verdade, afinal ele tinha poderes de cura e nada doía por muito tempo. Além de que, a única coisa que poderia machucá-lo a partir de agora tinha nome e sobrenome: Amanda Black.

Ele se levantou e bateu na camisa, limpando a terra. Parou ao meu lado, já voltando a ser o Seth sorridente, brincalhão, irritante e chato de sempre.

– Bella me pediu para te avisar que vai trazer Nessie hoje a tarde. – ele disse e riu ao ver minha expressão. – Pois é, garotão.

– Nessie? – sorri ao pronunciar o nome dela. Nessie, Renesmee Cullen, era a garota por quem eu havia tido um imprinting. Ela era o que dava razão ao meu mundo. Nós, bem, não namorávamos, mas era quase isso.

– Sim! Isso não é legal? – ele disse agitado ao meu lado.

– Seth, para com isso cara, você parece uma garotinha. – Paul disse, rindo e correndo de volta pra casa com os outros meninos.

Ri e dei um tapa na cabeça de Seth. – É claro que é legal, muleque. Ela é minha imprint, dã. – disse, enquanto caminhávamos em direção a minha casa.

– Não é isso. – ele balançou a cabeça. – Daqui a algum tempo, poderemos sair e fazer um encontro duplo! Se Mand quiser é claro.

Fiz uma careta de desgosto e o olhei incrédulo. – Mand? Encontro duplo?

– É, bem... Seria legal. – ele deu de ombros, se afastando um pouco de mim.

– Você conheceu minha irmã há menos de duas horas e já deu um apelido pra ela? – perguntei, tentando segurar o riso e o empurrando com o ombro.

– Ela é tão linda, Jacob. Como pode uma criatura tão maravilhosa como ela ser sua irmã? – ele disse, sorrindo e balançando a cabeça.

Coloquei as mãos nos ouvidos e comecei a correr, rindo. – Não quero saber se ela é linda ou qualquer coisa do tipo, Seth! – gritei e corri em direção a minha casa.

Em menos de cinco minutos, estavam todos parados em frente a minha casa, que estava estranhamente silenciosa.

– Vamos entrar logo. – Seth se dirigiu até a porta, mas eu o puxei pela gola da camisa. – Caralho, Jacob, você não percebe? Pode ter acontecido alguma coisa.

Revirei os olhos e dei tapinhas no ombro dele. – Consigo ouvir a respiração dela. Tá dormindo.

Olhei para frente e vi meu pai, vindo com Charlie junto dele e Sue atrás dos dois.

– Seth! – ela gritou e correu até o filho, o abraçando e ajeitando seus cabelos. – Oh, Seth. Estou feliz por você, meu amor. – ela disse, beijando sua bochecha, o fazendo franzir a testa e fazer uma careta.

– Tá bom, mãe. – ele resmungou baixinho e Sue apenas balançou a cabeça, me olhando em seguida e sorrindo.

Sorri de volta para ela e olhei para meu pai. – Já conversei com ele.

Meu pai apenas concordou com a cabeça. – Ela é a parte mais preciosa de mim, Seth, a inocência da família. Sei que vai cuidar dela, mas preciso te avisar que se não o fizer...

– Tudo bem, Billy, eu só quero o melhor para ela, assim como você e Jacob. – Seth disse, sorrindo e olhando para a casa. – Agora podemos entrar?

Revirei os olhos e fui até a porta, abrindo-a e entrando na casa. Seth passou por mim como um foguete, mas parou na entrada da sala, se encostando no batente.

Andei até ele e soltei uma risada, que saiu quase como um latido, ao ver a sua expressão vendo Amanda dormir. Será que eu ficava assim perto de Nessie? Espero que não.

Fui até o sofá onde Amanda dormia calmamente e a cutuquei levemente. Ela abriu os olhos devagar e se sentou no sofá, coçando os olhos.

– Jake? – ela disse baixinho e sorriu. – Dormi por muito tempo?

Balancei a cabeça e beijei sua testa. – Não. – estendi a mão pra ela. – Vem, papai trouxe o almoço.

Ela sorriu e se levantou em um pulo, sorrindo para Seth – que parecia extasiado demais para dizer algo – e indo até a cozinha.

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POV Seth

Assim que entrei na casa de Jacob e vi aquele anjo dormindo tranquilamente no sofá, senti aquela sensação maravilhosa se apoderar do meu corpo novamente.

Vi Jake ir até ela para acordá-la e não pude evitar soltar um riso baixo ao vê-la acordar. Ela estava adorável com o cabelo bagunçado e os olhos inchados pelo sono. Provavelmente, ela não concordaria comigo, então achei melhor ficar quieto.

Quando ela passou por mim e sorriu, foi como se eu estivesse no céu. Não existe nada melhor, nada que se comparasse aquele sorriso.

Fomos todos para a varanda, onde minha mãe, Sue, tinha organizado uma mesa, para que coubéssemos todos ali.

Aproximei-me de Amanda, que estava sentada na beirada da sacada e sorri para ela, que retribuiu.

– Oi. – eu disse e pude perceber a atenção dos meus amigos dividida entre comer e prestar atenção na conversa. – Desculpe por mais cedo. – ri. – Eu só...

– Tudo bem. – ela me interrompeu, rindo baixinho. – Eu também fico assim às vezes. Sem problemas.

– Ah, bom... – sorri e olhei para ela, que estava ajeitando ao cabelo. – Gostou de ter voltado?

Ela me olhou e concordou com a cabeça. – Bastante. Eu estava com muita saudade daqui. Quer dizer, Los Angeles é ótima, mas... Não é a mesma coisa. – ela sorriu. – É estranho, sabe?

Olhei em volta, confuso e depois voltei a olhar para ela. Me sentia tão bem conversando com aquela garota que não consigo nem ao menos explicar. – O que é estranho?

– Eu não me lembro de ter conhecido você antes de me mudar para L.A. – ela me olhou e pareceu analisar o meu rosto. Percebi isso e não pude conter um sorriso. Ela corou. – Mas parece que eu já te vi antes... Seu rosto. Sinto que já o vi em algum lugar.

Ri e concordei com a cabeça. – Talvez em um sonho? – sorri malandro e pisquei pra ela, que revirou os olhos, sorrindo.

– A convivência com o Jacob te tornou convencido, é?

– Qual é, eu não preciso do Jacob pra ser convencido. Sou bem mais bonito que ele. – sorri maroto.

– Bom, não posso deixar de concordar. – ela disse e riu.

Sorri largamente com o comentário, mesmo sabendo que aquilo não significava nada. Fechei a cara ao ver Paul se sentar ao lado dela. Sabia que eles eram amigos e que Paul já tinha seu imprint, mas... Enfim.

– Já conheceu nosso amiguinho mais novo, Mand? – Paul disse, sorrindo presunçoso pra mim e a olhando.

Ela riu e concordou com a cabeça. – Seth é legal. – olhou pra mim e sorriu. –

– Sei que é. – ele arqueou a sobrancelha, rindo.

Ele parou de rir quando viu minha mãe se aproximando.

– Oi, Amanda. – ela sorriu e abraçou a menina. – Sou Sue Clearwater, mãe do Seth e mulher do Charlie. – ela disse e sorriu pra mim. – Trouxe peixe, batata frita e bolinhos pra vocês. – disse, colocando um prato com vários tipos de frituras perto de nós.

– Obrigada. – Amanda disse e pegou algumas batatinhas. – Não vai comer? – ela perguntou, se virando para mim.

– Pode comer primeiro. – eu disse, empurrando o prato para ela.

Ela riu e balançou a cabeça. – Eu como muito. Acho melhor pegar sua parte agora. – sorriu. – Falo sério.

Dei de ombros e sorri, pegando um pedaço de peixe e algumas batatinhas. – Já que insiste. Mas duvido que você realmente coma muito. Quer dizer, você é... magra.

Achei que ela fosse implicar comigo ou algo do tipo, mas ela apenas riu e balançou a cabeça.

– Obrigada, mas isso é tudo graças a minha generosa genética. – ela riu. – Como bastante mesmo. Meu namorado costuma dizer que eu pareço uma porquinha comendo. – ela disse e sorriu, pegando alguns bolinhos.

Meu coração parou naquele momento. Os socos que Jacob me dera mais cedo não se comparavam a dor que aquelas palavras tinham me feito sentir. Meu namorado. Então ela era comprometida.

Devo ter feito algum tipo de careta pois ela me olhou com a expressão preocupada.

– Tá tudo bem?

– Tá, ta sim. – respondi rapidamente e engoli em seco, pegando o copo de água da mão de Embry, que tinha se aproximado e me olhava preocupado. – Engasguei apenas. – sorri forçadamente. –

Ela me olhou desconfiada, mas deu de ombros, concordando. – Bom, se sentir algo ou sei lá, me fala, ta? – ela sorriu e colocou as mãos no meu ombro, se levantando. – Vou pegar uma coisa lá em cima e já volto, ta bem?

Concordei com a cabeça, mas eu já não ouvia direito. Foi como se alguém pisasse no meu coração. Ela era comprometida. E o que eu poderia fazer em relação a isso? Absolutamente nada.

Embry deve ter percebido meu estado absoluto de desconforto porque deu uns tapinhas nas minhas costas.

– Vai dar tudo certo, cara. – ele disse, se afastando.

Mas não. Não vai dar nada certo. Que grande merda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se puderem, comentem bastanteeeee hahahah quanto mais comentários, mais rápido sai o capítulo! Beijinhos



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