Behind Black eyes escrita por AnnaBlack


Capítulo 13
New perspective


Notas iniciais do capítulo

Oi amoresss, espero que tenham tido um bom natal sz hahahah gostaria de agradecer os comentários, de verdade! Muito obrigada e boa leitura!



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Quando abri os olhos, senti como se uma corrente elétrica percorresse cada milímetro do meu corpo. Era como se eu pudesse enxergar cada mísero corpo estranho presente no ar. Na verdade, eu podia.

Arregalei os olhos e me sentei rapidamente. Rápido demais, na verdade. Mas não fiquei tonta, nem ao menos me desequilibrei, o que era realmente estranho. Olhei em volta, tentando entender melhor o que estava acontecendo.

Foi então que comecei a ouvir uma voz chamar meu nome, mas a voz parecia extremamente alta, o que me fez fechar os olhos tentando ignorar o incômodo que aquilo me causou.

– Amanda? – a voz chamou mais uma vez e eu finalmente dirigi o olhar na direção do som, vendo Edward me olhando e suspirando aliviado.

Balancei a cabeça, confusa e me levantei, indo até um espelho que tinha ali na... sala? Não importa. Sentia como se tivesse dormido por dias. Me aproximei do espelho, passando a mão pelos cabelos mas soltei um grito quando me olhei pela primeira vez.

Puta merda.

– O que... o que...? Eu? – murmurei sem conseguir acreditar.

Minha pele estava mais branca do que o normal e quando toquei minhas bochechas pude senti-las duras, firmes. E geladas. Meus olhos... eram de um vermelho tão vivo que chegava a me incomodar.

Fechei os olhos, respirando fundo e tentando me lembrar do que havia acontecido.

Flashes de lembranças tomaram conta da minha mente. Alec, faca, sangue. Muito sangue. Não havia mais nenhuma lembrança concreta além disso, mas me lembro de sentir uma dor absurda, como se algo fervente percorresse minhas veias e bombeasse meu coração forte demais, me fazendo sentir como se minha cabeça estivesse a explodir.

Veneno. Era isso.

Me virei rapidamente para Edward e andei – ou melhor, eu praticamente voei – até ele.

– O que aconteceu? – minha voz soou mais firme do que eu pensei que fosse sair. Eu não sentia frio, calor. Eu não sentia nada.

Ele engoliu em seco e balançou a cabeça. Parecia muito preocupado, até mesmo... chateado. – Você perdeu muito sangue. Desculpa. Eu não podia deixar Seth te perder.

– E PRECISAVA TER ME TRANSFORMADO EM UMA VAMPIRA? – gritei, passando as mãos pelo cabelo.

Eu sabia que ele não tinha culpa, muito menos Seth. Seth. Minha mente entrou em colapso ao pensar nele. Não podia culpá-lo por me querer viva. Ou quase isso. Mas como seria daqui pra frente? Uma vampira namorando um metamorfo. Isso não parecia correto de se dizer, de se ouvir, muito menos de se fazer real.

Me virei novamente para Edward, tentando buscar e entender a explicação para isso quando senti minha garganta pegar fogo. Levei as mãos ao pescoço e abri a boca, tentando engolir ar para ver se aquilo passava. Olhei desesperada para Edward mas seu olhar fez com que a consciência tomasse conta de mim.

Era isso que fazia minha garganta parecer estar em chamas. Fechei os olhos e respirei fundo, tentando formular uma frase.

– Eu preciso... Edward, eu... – minha voz saiu esganiçada e eu senti como se não fosse aguentar mais.

– Vem. – ele estendeu a mão para mim e vi que Bella adentrou o recinto, assentindo com a cabeça e correndo em direção a floresta.

E então eu corri também. Corri o mais rápido que podia. E percebi que eu era boa naquilo. Em milésimos de segundo eu havia ultrapassado os dois. Só parei ao sentir o cheiro invadir minhas narinas.

Merda, como aquilo era bom. Há alguns meses eu simplesmente repudiava o cheiro ferroso do sangue e, hoje, sangue cheirava como um milk shake delicioso do Bob’s.

Estreitei os olhos e olhei em volta, me agachando um pouco. Só então percebi que usava uma camisola e aquilo não parecia muito decente, mas então o cervo bateu uma das patas no chão e isso tomou toda a minha atenção.

Foi mais rápido e menos nojento do que eu pensei que seria. Ao contrário do que eu imaginava, eu não senti pena do animal. Pelo menos não naquele momento. Terminada a minha refeição, limpei os lábios com as costas da mão e olhei envergonhada para o casal parado a minha frente.

– Desculpe.

Bella riu e se aproximou de mim.

– No começo é estranho, mas logo você se acostuma.

Então o peso da consciência me pegou por inteiro e eu levantei em um salto. Bambi era minha história favorita na infância e cá estava eu comendo – ou tomando – o sangue de um cervo como se não houvesse amanhã.

O surto de consciência deu lugar a uma preocupação com o cara que havia mudado minha vida de cabeça para baixo.

– Onde está Seth? – perguntei, já me preparando para correr de volta até a casa.

– Está bem e te esperando. – Edward sorriu, tirando as mãos dos bolsos. – Você precisava se alimentar antes de encontrá-lo.

Assenti e rapidamente corri de volta para a casa. Emmett e Rosalie estavam parados na entrada. A loira me olhava com pesar. Sabia o que ela sentia ao ver garotas jovens sendo transformadas em vampiras e perdendo tudo o que a natureza podia oferecer a uma mulher. Mas sei que ela me entendia porque assim como ela – e diferentemente de Bella – eu não tive escolha.

Se eu tivesse a oportunidade de escolher, não escolheria me transformar... nisso. Não tenho nada contra, não considero os Cullen como monstros ou algo do tipo. Mas estava contente com a minha humanidade. Não achava agradável ter que viver de sangue, caçando animais para evitar caçar gente. Para mim, que sempre gostei de animais, não parecia uma troca justa. Criaturas morrendo para que eu pudesse me alimentar de seu sangue. Era macabro. Além disso, meu sonho sempre fora ser mãe e pensar que ele havia escapado de minhas mãos sem que eu pudesse lutar por ele me causava um aperto no peito que eu não sabia que vampiros eram capazes de sentir.

Foi então que o pior cheiro que eu já havia sentido na vida invadiu minhas narinas, me obrigando a fazer uma careta e colocar uma mão no nariz. Cheiro de cachorro molhado, misturado com carniça. Não sei definir o odor, mas aquilo era terrível.

Mas eu não era tola. Havia evitado pensar nisso durante os poucos minutos em que tomei conhecimento da minha nova condição de vida. Era estranho considerar essa nova Amanda como uma criatura viva já que nem eu mesma sentia meu coração bater sob meu peito. Porque ele não batia.

Olhei para a frente e pude ver Seth me olhando com um sorriso triste. Ignorei todo o mal cheiro – que estranhamente me atraía quando se misturava ao cheiro do sangue dele e ao som de seu coração batendo forte – e corri até ele, lhe abraçando apertado.

Por um momento, esqueci completamente de Jasper comentando que recém-criados eram extremamente fortes. Só relembrei dessa fala dele quando senti os dedos de Seth cutucarem minhas costas e então percebi que ele estava sem ar.

Me afastei dele, sorrindo constrangida e tenho certeza de que, se ainda fosse humana, teria corado.

Ele mordeu o canto do lábio, nervoso e aquilo me fez olhar mais atentamente para ele.

Seth era, de longe, o garoto mais bonito que eu já havia conhecido. Com a minha visão aguçada, eu podia ver cada poro em seu corpo, cada mínima covinha que ele tinha, cada músculo contraído. Até mesmo os músculos do tórax, escondidos por baixo da camisa, mas totalmente visíveis para mim.

Ele era forte, na medida certa, e os fios bagunçados de seu cabelo pareciam implorar para serem tocados.

– Amanda? – ele me chamou e eu voltei o olhar para seu rosto, sorrindo de canto. Ele se aproximou e tocou minha bochecha com a ponta dos dedos. – Vou sentir falta de te ver corar. – ele riu e eu dei um tapa em seu ombro, sorrindo. – Ai! – ele esfregou o local, mas sorria. – Você é forte agora, meu amor, cuidado com o que faz.

Estreitei os olhos e me aproximei dele, franzindo o nariz. – Você lida com a falta de sangue correndo nas minhas veias e eu lido com seu mal cheiro, certo? Podemos sobreviver a isso. – ri, mas era notável a falta de humor na minha risada.

Mas meu amor por Seth era mais forte do que seu cheiro que incomodava minhas narinas. Eu não poderia ficar longe dele, isso estava fora de cogitação. Sabia que problemas maiores viriam, como por exemplo enfrentar meu pai e meu irmão.

Não estava sendo fácil pra eles, eu tinha certeza disso, mesmo que ainda não tivesse olhado nos olhos de ambos. Eu havia me tornado a criatura que eles mais abominavam no mundo.

Como se lesse meus pensamentos, Seth passou os braços por meu ombro, me confortando. Ignorei todo o incômodo e afundei o rosto em seu peito, respirando fundo. Eu era uma simples garota nascida em Forks, criada em Los Angeles e que agora se encontrava completamente perdida.

Pensando bem, minha situação era completamente estranha. Talvez eu seja a primeira Quileute da história a se tornar uma vampira, mas isso não era algo que eu gostaria de ter que carregar comigo.

– Eu ainda amo você, da mesma forma e isso nunca vai mudar. – Seth murmurou, enquanto acariciava meu cabelo. – Você deve estar me achando a criatura mais mal cheirosa do mundo no momento, mas pra mim você continua linda e ainda é você que me prende a Terra e eu estou de achando extremamente sexy com essa camisola. – ele sussurrou essa última frase em meu ouvido, soltando uma risada baixa.

Ergui o olhar pra ele e fiquei na ponta dos pés – ao que parece, humanos baixos continuam baixos ao se tornarem vampiros – e mordi o canto do lábio dele.

– Você realmente fede. – franzi o nariz, fazendo com que ele risse. – Mas se Alice te agüenta, eu posso agüentar também.

Ele riu balançando a cabeça e olhou pra mim. Beijou minha testa e segurou em minha mão. Podia sentir o nervosismo que emanava dele.

Olhei em volta, procurando o que quer que pudesse tê-lo deixado nervoso, e só então reparei que estávamos sozinhos. Em algum momento, que eu não havia percebido, Edward havia nos deixado a sós. Percebi que Seth realmente prendia minha atenção quando me dei conta de que não havia reparado no fato de Edward ter entrado em casa.

Voltei meu olhar para meu namorado e ele sorriu, como se tentasse me transmitir coragem, força. Mal sabe ele que apenas o fato de tê-lo vivo ao meu lado já me transmitia toda a força que eu precisava para fazer qualquer coisa.

– Seu pai está ali dentro. – ele disse, me puxando até a entrada da casa. – Vocês precisam conversar.

Assenti e mexi na barra da camisola, nervosa. Sabia que ver meu pai era necessário, mas sabia também que não seria fácil encarar Billy Black.

Ele não me culparia, tinha certeza disso, mas sei que ficaria bravo e magoado. Desde que havia perdido o movimento das pernas, eu sabia que ele se sentia incapaz, de certa forma. E tenho certeza de que meu “acidente” estava destruindo-o por dentro. Ele não havia conseguido me proteger, mas eu não o culpava por isso.

O problema era como achar uma forma de fazê-lo acreditar que eu estava verdadeiramente bem. Papai era teimoso e isso era de sangue – todos os Black’s eram – e eu sabia o desafio que teria pela frente.

Respirei fundo e apertei a mão de Seth, antes de entrar na casa, ainda sem ter certeza se eu já estava pronta para encarar o novo mundo e a nova realidade que se abriam a minha frente.

Eu sabia que a partir dessa conversa, eu estaria vivendo a minha vida sob uma nova perspectiva.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E comentem hahahah *-* até sábado que vem, beijinhos! (E feliz ano novo pra vocês!)



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