Reconstruindo Hermione escrita por Elisa Stryder
Notas iniciais do capítulo
Oie pessoas!!! Mais um capítulo feito com muito amor saindo direto do forno. Espero que gostem.Nos vemos lá embaixo.
Tenho tentado com empenho não me meter em confusão,mas/Tenho uma guerra na minha cabeça
O medo é uma coisa curiosa, primeiro suas mãos ficam suadas e tremulas, suas pernas bambeiam e parece que sua cabeça está rodando no seu próprio eixo; você não encontra a sua voz e apenas murmura palavras desconexas gaguejadas. Foi assim que me senti.
Lavando meu rosto pela milionésima vez desde que cheguei a casa, relembro meu pequeno ataque de pânico no St. Mungos,tive a sorte de não estrunchar pela rapidez com que aparatei.Ver novamente Draco Malfoy traz a mim o pequeno circo dos horrores que vivi na mansão Black,a cicatriz que sua querida tia me deixou é uma prova constante daquele episódio e serve para lembrar que nunca deixarei de ser uma sangue-ruim.
Lembrar do corpo de Ronald, estraçalhado e banhado de sangue foi o ápice da minha loucura, sinto a náusea tomar conta do meu corpo me projetando em direção ao vaso sanitário para mais uma sessão de vômitos. Encosto a cabeça no mármore frio do banheiro lutando para controlar minha respiração, Harry não pode encontrar-me nesse estado. Ele vai ser seu colega de trabalho, lembro a mim mesmo. Não posso dar uma de louca patética toda vez que encontra-lo nos corredores do hospital.
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Olho para os lados e admiro o pequeno apartamento que conquistei, não é enorme, mas o bastante para uma jovem solteira querendo recomeçar sua vida. As paredes são pintadas num leve tom de bege e o piso revestido com uma madeira escura e aparentemente forte. Com dois quartos, uma sendo suíte, e uma cozinha espaçosa. Foi difícil convencer meus amigos que estava psicologicamente apta para assumir uma vida sozinha, morar no centro do beco diagonal pode não parecer uma coisa muito sensata a fazer, mas o barulho da rua me fazia imaginar não estar sozinha.
As primeiras semanas no hospital bruxo me renderam bons frutos, apesar de não encontrar a doninha/comensal/medibruxo, me encontrava aflita e na expectativa de que algo ruim estava para acontecer. Como confirmação de meu pressagio a porta do meu escritório é levemente batida por alguém anunciando sua chegada, murmuro um entre desajeitado, ainda absorta na poção revitalizadora que borbulha a minha frente. Quando ergo levemente a cabeça meus olhos captam um vislumbre do loiro a porta.
–Vim deixar a lista de poções que o meu andar precisa. Posso voltar outra hora se estiver ocupada demais. -diz o loiro aparentemente mais nervoso e vermelho que eu. Controlo-me e obrigo a minha voz a assumir um tom normal ao respondê-lo.
–Sem problemas, deixe aqui na escrivaninha eu mando um dos meus assistentes levar ao doutor.
Ele encara-me como se esperando outro ataque de fúria e como resposta continuo mexendo a minha poção tranquilamente, apenas evitando o contato visual com o iminente visitante. Aquela dança desordenada de desconfiança durou semanas,ele entrava na minha sala deixava o pergaminho e saia ruidosamente.No fim do mês o loiro decidiu finalmente se pronunciar. Fazendo perguntas corriqueiras sobre as poções e tudo o mais, acho que ele queria levantar uma plaquinha do tipo “hei, não vou te matar jovem”. Fui relaxando cada vez mais na sua presença até não incomodar-me com suas visitas corriqueiras.
–Porque você evita me olhar nos olhos quando eu entro? Posso não ser a pessoa mais bonita ou simpática da sala, mas acho que as rixas escolares foram a muito deixadas de lado Granger.
–Quero que fique bem claro Malfoy, não sou sua amiguinha, apenas colega de trabalho. Não odeio você se é o que pensa, mas não sou a idiota da Gina que perdoou o filho do assassino do irmão dela. Não confio em você Malfoy e você deveria fazer o mesmo em relação a mim. Se me der licença...
Ele saiu de sua letargia e engolindo em seco deixou o laboratório. Soltei devagar o ar que eu nem percebi que estava segurando, sei que fui dura com ele. Evidente que ele não é o mesmo Malfoy de antes, mas existe uma parte de mim que ainda o vê como um comensal, a parte mais escura de mim eu assumo. O Rony foi o primeiro em tudo pra mim, estar desculpando a doninha é estar sendo conivente com todas aquelas mortes e toda aquela carnificina implantada na segunda guerra.
Chegando ao meu apartamento encontro uma ruiva possessa sentada em meu sofá, apoderando-se do cenário como se fosse a própria casa e encarando-me como só um Wesley pode fazer.
–Ele não merecia todo aquele sermão querida. -quando tento falar ela levanta seu dedo em riste me pedindo silêncio- Ele realmente não teve culpa mione,você não foi a única ferida e rasgada naquela guerra. A muito mais do outro lado do espelho, a sua limitada visão procurando apenas ver o eu está afetando outras pessoas. Antes de julga-lo ou distribuir patadas pense que ele também sofreu,foi obrigado a fazer o que não queria para a proteção de alguém que ele amava. Por Merlin mione pare de olhar apenas para você, o mundo não se divide entre certo e errado ou entre bem ou mal. Pra ele era apenas a obrigação, e a marca um símbolo de submissão ao destino traçado não por ele, mas pelo pai dele.
Dizendo isso ela se foi da mesma forma que chegou rápida e silenciosa, sem chance para explicações ou retaliações. As lágrimas borbulhavam em meus olhos pelas verdades ditas e em meu peito pesava a culpa pelas palavras ditas.
Draco Malfoy foi apenas um garoto sem escolhas, ele não era o pai nem muito menos o seu Lord.
Ele era apenas um garoto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Iai, o que acharam? Gosto de saber o que estão pensando,comentem.
#campanhafaçaelisasorrir
Beijos e até o próximo capítulo.