Reconstruindo Hermione escrita por Elisa Stryder


Capítulo 3
Capítulo 2-Verdades


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas!!! Mais um capítulo feito com muito amor saindo direto do forno. Espero que gostem.Nos vemos lá embaixo.



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Tenho tentado com empenho não me meter em confusão,mas/Tenho uma guerra na minha cabeça

O medo é uma coisa curiosa, primeiro suas mãos ficam suadas e tremulas, suas pernas bambeiam e parece que sua cabeça está rodando no seu próprio eixo; você não encontra a sua voz e apenas murmura palavras desconexas gaguejadas. Foi assim que me senti.

Lavando meu rosto pela milionésima vez desde que cheguei a casa, relembro meu pequeno ataque de pânico no St. Mungos,tive a sorte de não estrunchar pela rapidez com que aparatei.Ver novamente Draco Malfoy traz a mim o pequeno circo dos horrores que vivi na mansão Black,a cicatriz que sua querida tia me deixou é uma prova constante daquele episódio e serve para lembrar que nunca deixarei de ser uma sangue-ruim.

Lembrar do corpo de Ronald, estraçalhado e banhado de sangue foi o ápice da minha loucura, sinto a náusea tomar conta do meu corpo me projetando em direção ao vaso sanitário para mais uma sessão de vômitos. Encosto a cabeça no mármore frio do banheiro lutando para controlar minha respiração, Harry não pode encontrar-me nesse estado. Ele vai ser seu colega de trabalho, lembro a mim mesmo. Não posso dar uma de louca patética toda vez que encontra-lo nos corredores do hospital.

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Olho para os lados e admiro o pequeno apartamento que conquistei, não é enorme, mas o bastante para uma jovem solteira querendo recomeçar sua vida. As paredes são pintadas num leve tom de bege e o piso revestido com uma madeira escura e aparentemente forte. Com dois quartos, uma sendo suíte, e uma cozinha espaçosa. Foi difícil convencer meus amigos que estava psicologicamente apta para assumir uma vida sozinha, morar no centro do beco diagonal pode não parecer uma coisa muito sensata a fazer, mas o barulho da rua me fazia imaginar não estar sozinha.

As primeiras semanas no hospital bruxo me renderam bons frutos, apesar de não encontrar a doninha/comensal/medibruxo, me encontrava aflita e na expectativa de que algo ruim estava para acontecer. Como confirmação de meu pressagio a porta do meu escritório é levemente batida por alguém anunciando sua chegada, murmuro um entre desajeitado, ainda absorta na poção revitalizadora que borbulha a minha frente. Quando ergo levemente a cabeça meus olhos captam um vislumbre do loiro a porta.

–Vim deixar a lista de poções que o meu andar precisa. Posso voltar outra hora se estiver ocupada demais. -diz o loiro aparentemente mais nervoso e vermelho que eu. Controlo-me e obrigo a minha voz a assumir um tom normal ao respondê-lo.

–Sem problemas, deixe aqui na escrivaninha eu mando um dos meus assistentes levar ao doutor.

Ele encara-me como se esperando outro ataque de fúria e como resposta continuo mexendo a minha poção tranquilamente, apenas evitando o contato visual com o iminente visitante. Aquela dança desordenada de desconfiança durou semanas,ele entrava na minha sala deixava o pergaminho e saia ruidosamente.No fim do mês o loiro decidiu finalmente se pronunciar. Fazendo perguntas corriqueiras sobre as poções e tudo o mais, acho que ele queria levantar uma plaquinha do tipo “hei, não vou te matar jovem”. Fui relaxando cada vez mais na sua presença até não incomodar-me com suas visitas corriqueiras.

–Porque você evita me olhar nos olhos quando eu entro? Posso não ser a pessoa mais bonita ou simpática da sala, mas acho que as rixas escolares foram a muito deixadas de lado Granger.

–Quero que fique bem claro Malfoy, não sou sua amiguinha, apenas colega de trabalho. Não odeio você se é o que pensa, mas não sou a idiota da Gina que perdoou o filho do assassino do irmão dela. Não confio em você Malfoy e você deveria fazer o mesmo em relação a mim. Se me der licença...

Ele saiu de sua letargia e engolindo em seco deixou o laboratório. Soltei devagar o ar que eu nem percebi que estava segurando, sei que fui dura com ele. Evidente que ele não é o mesmo Malfoy de antes, mas existe uma parte de mim que ainda o vê como um comensal, a parte mais escura de mim eu assumo. O Rony foi o primeiro em tudo pra mim, estar desculpando a doninha é estar sendo conivente com todas aquelas mortes e toda aquela carnificina implantada na segunda guerra.

Chegando ao meu apartamento encontro uma ruiva possessa sentada em meu sofá, apoderando-se do cenário como se fosse a própria casa e encarando-me como só um Wesley pode fazer.

–Ele não merecia todo aquele sermão querida. -quando tento falar ela levanta seu dedo em riste me pedindo silêncio- Ele realmente não teve culpa mione,você não foi a única ferida e rasgada naquela guerra. A muito mais do outro lado do espelho, a sua limitada visão procurando apenas ver o eu está afetando outras pessoas. Antes de julga-lo ou distribuir patadas pense que ele também sofreu,foi obrigado a fazer o que não queria para a proteção de alguém que ele amava. Por Merlin mione pare de olhar apenas para você, o mundo não se divide entre certo e errado ou entre bem ou mal. Pra ele era apenas a obrigação, e a marca um símbolo de submissão ao destino traçado não por ele, mas pelo pai dele.

Dizendo isso ela se foi da mesma forma que chegou rápida e silenciosa, sem chance para explicações ou retaliações. As lágrimas borbulhavam em meus olhos pelas verdades ditas e em meu peito pesava a culpa pelas palavras ditas.

Draco Malfoy foi apenas um garoto sem escolhas, ele não era o pai nem muito menos o seu Lord.

Ele era apenas um garoto.


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Notas finais do capítulo

Iai, o que acharam? Gosto de saber o que estão pensando,comentem.
#campanhafaçaelisasorrir
Beijos e até o próximo capítulo.