Clarisse, Leo e Hermione estão sentados no chão em uma rodinha.

Clarisse – Quero ver você aguentar essa! *dá um tapão na mão de Leo*

Leo – Ai... Não!

Hermione – Você falou ai, tá fora!

Draco no balcão – O que é que o tédio não faz com vocês, hein? *respira fundo* Espera um pouco, não tá faltando alguém?

Clarisse – É verdade, cadê o bonitinho?

Na sala do Haymitch...

Finnick está cortando as unhas do pé de Haymitch.

Finnick – Se alguém ficar sabendo disso eu te mato, ok?

Haymitch – Ah, tudo bem. Suas habilidades estão guardadas comigo. Mas então, o que é que você vai querer em troca?

Finnick – Você disse qualquer coisa, certo? Então eu quero um segredo. Ainda não me disse como eu e muitos outros que já tinham morrido tão perambulando por aí.

Haymitch – Hum, isso é verdade...

Flashback

Haymitch está em uma mesa de pôquer de um barzinho. E todos estão completamente bêbados.

Haymitch – Masoia aqui seuuuu... MALUCO! Você disssssse que era o cara que dexa os morto morto, né?

Thanatos – MAZEU JATI DISSEEE QUE SIIIIIM!

Haymitch – SE EU GANHAR BOCÊ TRAIS TODO MUNDS DE VOLTAAAAAA!

Thanatos – BELEZÃO! *cai de cara na mesa*

Fim do Flashback

Haymitch – Foi uma longa e árdua batalha. Você não acreditaria se eu contasse. Então só me agradeça e depois eu te pago uma breja pelo serviço.

Finnick – Ok...

Trin... trin...

Haymitch – Alô?

Draco – Haymitch, eu tô aqui com um cara que deve ser mais um daqueles que são mais velhos do que parecem. Ele tem cara de quinze mas já tá precisando de bengala.

Haymitch – Mas será que é crise de meia-idade? Manda entrar pra eu dar uma olhada. E manda a Clarisse e o Leo virem junto.

Finnick – E o que eu faço, homem?

Haymitch – Pode ir lá pra fora.

Finnick sai e os três entram.

Newt – Boa tarde, doutor.

Haymitch – Ah, boa tarde. Qual é o seu nome?

Newt – Bem, o meu nome de verdade foi apagado da minha memória. Agora eu me chamo Newt.

Haymitch – Ah, coitadinho de você! Leo, abraça ele!

Leo – Ahn? Eu? Por quê?

Haymitch – Coitadinho dele, Leo!

Clarisse – Pode deixar comigo porque eu já achei ele meio bonitinho mesmo. *aperta Newt nos braços*

Newt – Ai, ai, ai... *sufocado*

Haymitch – Tá bom. Agora me conte a sua história.

Newt – Bem, eu vivo em um mundo do futuro que foi destruído por explosões solares. Isso fez com que boa parte do mundo virasse um deserto infernal.

Leo – Não sei o problema de vocês com o calor.

Newt – E isso também fez com que um vírus chamado Fulgor se espalhasse. Ele meio que transforma a pessoa em um zumbi bem lentamente.

Haymitch – AMO histórias de zumbis!

Newt – Só que demorou pra gente ficar sabendo disso.

Haymitch – A gente?

Newt – É. Eu e uns outros caras fomos escolhidos pra passarmos por uns testes porque podíamos ser a chave pra encontrar a cura.

Haymitch – Testes?

Newt – É, tinha um labirinto gigantesco.

Clarisse – Ah, não! Labirintos me trazem péssimas memórias.

Haymitch – E como era esse labirinto?

Newt – Eu e uns outros caras fomos os primeiros a aparecerem lá. Nós ficávamos em um lugar chamado Clareira, meio que no centro do labirinto. Lá tínhamos animais e plantas pra nos alimentarmos e construímos várias coisas pra nossa sobrevivência, já que com o tempo percebemos que era impossível fugir.

Haymitch – Por quê?

Leo – Cara, você sabe que labirintos têm fim, né?

Newt – Sim, só que é complicado. Toda noite os portões da Clareira fechavam e no labirinto eles soltavam umas criaturas nojentas e assassinas chamadas de Verdugos.

Clarisse – Verdura? Vocês tinham medo de alface e repolho?

Newt – Não, Verdugos. Eram lesmas cheias de presas e ferramentas de metal, que dilaceravam o que encontravam pela frente.

Leo – Que agradável.

Haymitch – Entendo. Agora me conte mais sobre você e como eram as coisas por lá, Newt.

Newt – Bem, no começo nós prometemos ajudar uns aos outros. O Alby, o nosso líder, sabia como manter tudo em ordem. Tinha o Gally, que era meio chatinho mas gostava das coisas sendo feitas certo e o Minho, que fazia expedições pro labirinto o tempo todo pra tentar encontrar mais pistas sobre uma saída.

Haymitch – E o que você fazia?

Newt – Eu era o segundo em comando. Mas, em boa parte do tempo, eu só ficava vendo eles. Era meio desesperador, sabe? A gente não fazia ideia do que podia acontecer com a gente, quem tinha colocado a gente lá, e por que eles nos ajudavam a sobreviver. Todo dia no mês chegava um novato e eu tinha que explicar pra ele porque nós estávamos lá. E a verdade era que eu não fazia ideia...

Clarisse – ESPERA UM POUCO! Não bastava ter vários carinhas fofinhos que nem você, eles ainda traziam mais todo mês? Que se dane as verduras, eu quero morar lá!

Leo – Sossega, mulher!

Haymitch – Enfim, você disse que era desesperador. O quão desesperador?

Newt – ... *olha pro pé manco*

Haymitch – Newt? O que é que rolou com você?

Newt – Eles mexiam com a nossa cabeça, sabe...? Eu tentei escalar os muros pra tentar encontrar uma saída. Mas depois que eu não consegui... Eu estava olhando pra baixo e minha vida já não fazia mais sentido. Então eu pulei.

Haymitch – Então você tentou suicídio...

Clarisse – O QUÊ?! COMO UMA COISINHA TÃO BONITINHA JÁ TENTOU SUICÍDIO?!

Newt – Eu realmente não tinha mais esperanças de escapar de lá. Minho não tinha encontrado nada em três anos de exploração. Tudo completamente esgotado.

Haymitch – Caramba, mas esse deve ser o primeiro problema sério que eu trato. Mas se você tá aqui é porque escaparam, né?

Newt – Sim... Depois de um tempo veio um cara chamado Thomas. O Tommy. Ele não era como os outros. Ele tinha vontade de ver como era o labirinto. Ele sentia como uma necessidade vital achar a saída daquele lugar.

Haymitch – E foi ele que conseguiu?

Newt – Podemos dizer que sim. Depois de um tempo apareceu uma menina completamente louca e ainda dizia que ela era a última, então todos estávamos ferrados. O sol apagou, os portões não fechavam mais e os Verdugos começaram a levar os caras da Clareira um atrás do outro.

Leo – Vocês se deram bem em alguma parte da história, só pra saber?

Newt – Ah, o Tommy fez com que nós escapássemos. Mas ao mesmo tempo arriscamos tudo, porque não dava pra ter certeza que o plano dele funcionaria.

Haymitch – E você acreditou na palavra do novato assim, do nada?

Newt – Ah, o Minho ajudou, mas acho que fui eu que consegui mais caras pra ajudar ele.

Haymitch – E por quê? O que esse Tommy tinha demais?

Newt – Eu... eu acho que eu via um pouco de mim nele. O meu eu antigo, antes de perder a memória...

Haymitch – Será mesmo que é só isso, Newt? Qual é a sua verdadeira reação quando vê o Tommy entrar em algum lugar que você esteja?

Newt – Não... não sei.

Haymitch – Certeza? O que é que você sente em relação a ele?

Newt – Você está dizendo que eu gosto dele?

Haymitch – Não. Então você tá?

Newt – NÃO, NÃO! Quer dizer...

Haymitch – RÁ! Te peguei.

Newt – Seu safado!

Haymitch – Tá vendo, só? Esse é o seu verdadeiro você, Newt.

Newt – Caramba... Eu gosto do Tommy.

Haymitch – E qual é a reação de vocês? *olha pra Leo e Clarisse*

Leo – Ahn? Nada.

Clarisse – Eu tô de boa.

Haymitch – Droga, cadê a shipper oficial dessa budega? Ô HERMIONEEE!

Hermione entra na sala.

Haymitch – Newt, pode repetir a sua última frase, por favor?

Newt – Eu gosto do Tommy, um dos meus melhores amigos.

Hermione – AI MEU DEUS! *segura o nariz pra conter a hemorragia nasal intensa*

Haymitch – Ótimo. Se ela aprovou, tá aprovado. Agora alguém carregue ela lá pra fora antes que suje o meu carpete.

Newt – MÉRTILA, EU TÔ AFIM DE UM CARA!

Leo – Mértila?

Newt – Ah, é uma gíria nossa. Tipo merda.

Haymitch – Mas qual é o problema de estar afim de um cara, Newt?

Newt – Eu não posso estar gostando daquele trolho... Quer dizer... A gente nunca vai ter filhos!

Haymitch – Ok, então vamos ter que colocar isso no seu tratamento.

Newt – Tratamento?

Haymitch – Você é uma vítima da Síndrome de Miojo.

Newt – E que plong é esse?

Haymitch – Você, meu querido Newt, fica sempre esperando três minutos até tomar alguma atitude. E no meio do processo fica só fervendo.

Newt – Você poderia explicar isso decentemente?

Haymitch – Pois é. É só acontecer alguma coisa fora da rotina que você fica desesperado, mesmo que seja só por dentro, afinal de contas, você tem que manter essa imagem de segundo em comando. O negócio é que é bom deixar os seus sentimentos aflorarem de vez em quando. Encontre alguém pra conversar, alguém pra quem possa contar aquilo que você sente. Tem algum amigo que possa fazer isso?

Newt – Ah, se não puder o Tommy, tem o Minho.

Haymitch – Muito bem, falando sobre sentimentos, você vai ter que se declarar pro Tommy.

Newt – O QUÊ? Como eu vou fazer isso? Ele vai dizer não, com certeza. As menininhas sempre caem na dele...

Haymitch – Você não vai saber até tentar.

Newt – Mértila.

Haymitch – E toma isso aqui... *tira um livro da gaveta* É o Dicionário Aurélio Edição do Gueto 2014. Você vai aprender o que é uma gíria dos dias de hoje.

Newt – Muito obrigado, eu acho.

Haymitch – Muito bem, é isso. Até a próxima consulta, Newt! *dá um tapinha nas costas* E não se esqueça de procurar uma agência de adoção!

Newt – Ok... *vai embora*

Clarisse – Que fofinho ele mancando!

Finnick – Haymie, a Hermione ainda tá largada no chão...

Haymitch – Caramba. Mas então isso daí é pra acabar em casamento, hein?

Finnick – Eu disse que ela tá largada NO CHÃO.

Haymitch – MEU CARPETE!

Newt

Diagnóstico: Síndrome de Miojo

“É O QUÊ?”

Clarisse – Agora me digam como não amar essa coisa linda?