Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 23
They Did What?!


Notas iniciais do capítulo

Oie gente x]
Vim mais cedo, porque acordei de bom humor hoje suhasuhauhsuah mas o próximo só na segunda agora. Mas, bem, aproveitem, porque esse capítulo é BEM especial, e vocês finalmente vão ter algumas respostas.
Enjoy it :3



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Não conversei com ele pelas vinte e quatro horas seguintes. Praticamente nos evitamos, para falar a verdade. Ele tinha ficado a maior parte do tempo no quarto de hóspedes, olhando pensativo pela janela. Eu tinha ficado vagando pela casa igual alma perdida. Ainda nevava do lado de fora, então sair estava fora de cogitação. Eu ainda tinha meu celular, já sem o chip. Mesmo com o GPS estando desligado, era melhor não arriscar. Nos quinze minutos que a neve tinha parado de cair, saí por alguns minutos e fui até a ponte. Um arrepio desceu pela minha espinha ao me lembrar da última vez que estive ali, mas ignorei isso e joguei o chip no rio. Voltei para casa e ele continuava no mesmo lugar, parecia uma estátua.

Respirei fundo e parei na sala, olhando pela mesma janela que ficamos ontem. A neve tinha dado uma trégua e eu resolvi sair, antes que tivesse um ataque naquele lugar. Eu fui até a cozinha e saí pela porta dos fundos, dando de cara com o jardim. A conversa com Loki ontem havia me deixado angustiada por dentro. Todas as memórias de quando eu era pequena ainda estavam impregnadas em minha mente, e não pareciam querer sair. Fechei a porta atrás de mim e comecei a caminha pela neve, sentindo-a afundar à medida que eu andava. Olhei para frente e encontrei o balanço. Um sorriso triste nasceu em meu rosto, enquanto eu caminhava até ele, as mãos enfiadas no bolso do casaco preto.

Passei minhas mãos, que estavam tremendo um pouco, pelas cordas dele. Nem parecia que havia se passado quase dez anos. O que eu não faria para poder ter aquilo tudo de volta. Firmei minhas mãos nas cordas e subi no banco, sentindo ele balançar um pouquinho, o que me fez automaticamente agarrar com mais força as cordas. Eu ri pelo nariz e relaxei o aperto. Algumas coisas nunca mudam.

Antes que ele parasse de balançar, eu impulsionei um pouquinho e ele voltou a balançar. Eu fechei os olhos por alguns segundos e dei outro impulso. Ele foi mais alto e rápido, e eu sorri um pouco quando o vento gelado atingiu meu rosto. Meu corpo pendeu um pouco para trás, fazendo com que meu cabelo caísse como uma cascata pelas minhas costas. Eu fiquei assim por um tempo, dando impulsos as vezes, sentindo o vento cortante no meu rosto. Eu me sentia bem. Livre. Até que, como todas as coisas boas tem que ter um fim, eu ouvi o som de algo caindo na neve, o que me fez voltar a realidade. Desci do balanço e me virei, procurando a origem do barulho. Um pequeno brilho dourado se destacou no meio de todo aquele branco, e eu suspirei, me abaixando e pegando-o.

Sentei no balanço, ignorando a neve que tinha lá e soltei um suspiro cansado, minha cabeça se encostando na corda. Um raio das últimas horas de luz do sol do dia surgiu entre algumas árvores atrás de mim e ele ficou iluminado. As pedras verdes brilharam como as verdadeiras esmeraldas que eram, e alguma coisa dentro de mim se apertou, enquanto o outro queimava em meu pescoço. Deixei o dela em cima da minha perna e coloquei meu cabelo para o lado, tirando o meu colar, colocando-o do lado do outro. O meu brilhava em um vermelho sangue magnifico, e eu engoli em seco, enquanto pegava um em cada mão.

— Sinto sua falta, Devin — sussurrei, passando a mão lentamente pelo pingente de “D”, coberto de pequenas esmeraldas, que enfeitavam o colar dourado de Devin enquanto, na minha outra mão, eu tinha o meu. Completamente igual ao de Devin, só que invés de esmeraldas, eram rubis. Tínhamos esses colares desde que nascemos. Até completarmos sete anos, nossos pais deixavam eles na cabeceira da nossa cama, como um enfeite. Nunca tirávamos eles para nada, não importava o que acontecesse. Até que, é claro, tudo foi de mal a pior quando Devin morreu, e eu comecei a esconde-lo por baixo da blusa. Ou pelo menos eu achava que ela havia morrido.

— Apreciando à vista? — ouvi a voz masculina perguntar atrás de mim, e me virei assustada, deixando o meu colar cair no chão. Loki estava parado atrás de mim, de braços cruzados e encostado na árvore que segurava o balanço no ar. Suspirei quando o susto havia passado e me virei para frente de novo, pegando o colar no chão e o colocando novamente. Já tinha ficado tempo demais sem ele — Não vai responder?

— Não vai continuar me ignorando como tem feito? — devolvi a pergunta, sentindo ele se aproximar e sentar no balanço que havia ao meu lado. Meu pai tinha construído o segundo um ano depois do primeiro, porque eu e Devin sempre queríamos ir na mesma hora, e isso não acabava dando certo em só um balanço.

— Eu não estava lhe ignorando — respondeu, e eu ri pelo nariz, voltando meu olhar para ele, um sorriso irônico nos meus lábios.

— E eu não sou morena — debochei, fazendo ele revirar os olhos para a minha atitude.

— Você gosta de retrucar tudo que falo? — perguntou, parecendo levemente irritado, e foi a minha vez de revirar os olhos.

— Você gosta de debochar de tudo que falo? — retruquei, provocando-o, e ele bufou, finalmente me encarando. Ficamos assim por alguns segundos. Só nos encarando, em uma aposta silenciosa de quem desviava primeiro. Eu perdi, quando aquilo realmente começou a me incomodar. Ainda não gostava de pessoas me encarando, e podia apostar que ele sabia disso, porque vi seu sorrisinho divertido de sempre nascer em seu rosto. E ele estava de volta... — Eu mereço algumas respostas, não acha?

— Não, para falar a verdade — negou, e o encarei irritada.

— Eu tenho feito tudo, simplesmente tudo, que você tem falado, sem hesitar, sem perguntar o porquê, agora, querida Rena, eu cansei e quero respostas — rosnei, fechando minhas mãos em punhos. Ele desviou seus olhos de meu rosto e os focou na minha mão.

— Você ainda não me respondeu se gostou do presente — indicou com o queixo para o colar, ignorando tudo que eu havia falado.

— Loki, eu não estou de brincadeira — rosnei com mais raiva ainda.

— Nem eu — retrucou, mas o sorriso divertido ainda permanecia em seu rosto. Eu bufei impaciente e me levantei.

— Você não presta — resmunguei, tirando a neve da minha calça.

— Eu sei. Agora, se quiser suas respostas, volte a ficar sentada — ele argumentou, e eu o olhei exasperada.

— Agora o gato devolveu tua língua?! — perguntei brava, mexendo minhas mãos de um jeito engraçado, como sempre fazia. O colar de Devin balançando na minha mão esquerda. Sua cabeça caiu levemente para o lado, enquanto um vinco de confusão se formava no meio de sua testa. Eu suspirei e me sentei de novo — Abra o bico.

— Vamos lembrar, o que eu te mostrei no seu sonho? — perguntou, e eu o encarei entediada.

— Isso é realmente preciso? — perguntei, e ele me olhou com a mesma cara entediada que a minha — Vou levar isso como um sim... Você me mostrou a Devin, minha irmã.

— E... — esperou eu continuar, enquanto eu engolia em seco e apertava o colar em minha mão.

E ela estava viva — sussurrei, fechando os olhos e engolindo em seco de novo — Ela estava... com uma roupa toda branca. Seu cabelo estava preso em uma trança de lado, e ela olhava para a janela de um quarto totalmente branco, vendo a neve cair do lado de fora. Mas... Como?

— Sua irmã ainda está viva, Davina — ele concluiu, e eu neguei com a cabeça — Vamos lá, pare de negar isso para si mesma! Você sente isso! Você sabe.

— É impossível! — argumentei, minha voz dois tons mais altos e minha respiração um pouco acelerada — Eu vi aquele prédio explodir! Eu vi! — eu repetia igual retardada, voltando a mexer as mãos.

— Porque os Clairemont têm que ser tão difíceis de convencer... — ele resmungou baixinho, provavelmente para si mesmo, mas eu ouvi — Você acredita mesmo em tudo que vê?

— Direto ao ponto, Loki! — pedi histérica, praticamente quicando no pedaço de madeira que era o banco do balanço.

— A S.H.I.E.L.D., como eles se autodenominam, não deixariam uma arma tão poderosa assim pelas ruas, e você e sua irmã são mais resistentes do que pensam, Anjo — piscou, e eu o encarei mais confusa que antes.

— Você está bugando a porcaria da minha cabeça! — reclamei, jogando as mãos para cima e as deixando cair no meu colo depois — O que diabos você está querendo dizer, Loki?!

— Para uma pessoa que deveria ser inteligente, você é uma criatura bem lerda, não? — perguntou irritado, e eu tive que tirar calma até do inferno para não pular em cima dele e falar umas poucas e boas bem nesse momento — Já ouviu um boato de que vocês, humanos, só tem acesso a 10% da capacidade do cérebro?

— Sim, lembro de Cameron comentando isso comigo uma vez, o que diabos isso tem haver? — perguntei, começando a ficar irritada de novo.

— Para humanos, vocês não são tão burros como eu pensava, alguns realmente são... especiais — deu de ombros, e minha cabeça deu um nó maior do que antes — Você, Anjo, pode fazer muito mais do que pensa... Isso faz de você especial — um sorriso gentil estava em seu rosto, o que me passava uma falsa confiança.

— Você enlouqueceu?! — eu chiei depois de um tempo, fazendo ele fechar os olhos e respirar fundo.

— Isso vai ser mais difícil do que eu esperava — murmurou, voltando a abrir os olhos e olhar para mim — Quer que eu seja direto? Vou ser direto: Você, Clairemont, pode acessar 100% do seu cérebro com um pouquinho de treinamento, e sua irmã está presa na porcaria de uma base da S.H.I.E.L.D. exatamente por ela não ser lerda igual a você e ter começado a demonstrar isso. Você realmente acha que eles não têm lhe observado? No primeiro segundo que você fizer alguma coisa que eles não considerem normal, você vai ser jogada igual lixo em uma cela, igualzinho a sua tão querida irmã — rosnou, me encarando com fúria, enquanto eu só o encarava com os olhos arregalados e a respiração desregular — Entendeu agora?

Eu não conseguia fazer nada além de piscar igual idiota. Isso não podia ser verdade, ele estava mentindo. Tinha que estar. Ele era o deus da Trapaça, ele mentia, era isso que ele fazia. E, por mais que eu realmente quisesse acreditar no que a parte racional do meu cérebro dizia, a outra parte sabia que o que ele estava falando era a mais pura verdade. Loki não estaria aqui, perdendo seu tempo, sendo procurado por dois mundos, se isso não fosse realmente verdade.

— Porque você está aqui? — foi a primeira coisa que saiu da minha boca, mas milhares de perguntas rondavam minha mente. A expressão irritada saiu de seu rosto e ele sorriu novamente.

— Porque você pode me ajudar, e eu posso te dar uma coisa que quer — disse animado.

Devin — conclui, seu nome saindo raspando pela minha garganta.

— Viu, não é tão difícil assim ligar os pontos — elogiou, e eu fechei os olhos.

— Onde ela está? — perguntei, a fúria tomando o lugar da confusão. A minha parte irracional havia vencido.

— Presa em uma parte especial da base. Sabia que ela não vê a luz do sol faz três anos? — provocou, sorrindo ao ver minha raiva. Meus dentes estavam trincados e eu praticamente via vermelho.

Eles fizeram o que?! — sussurrei, o veneno pingando da minha voz. Foda-se Loki, foda-se a racionalidade, foda-se a porcaria do mundo, Nick Fury ia pagar pelo que estava fazendo com a minha irmã. Eu ia me certificar disso.


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Notas finais do capítulo

Comentários?? Qual é, vamos lá, a fanfic tem nove favoritos e sessenta e um acompanhamentos, fantasminhas, saiam das sombras, sei que tá calor, mas eu quero ver vocês suhaushausuah Mas, sério agora, por favor gente, comentem, isso me faz escrever os capítulos bem mais rápidos, e não é como se a mão de vocês fossem cair! E também, esse capítulo eu fui boazinha e deixei vocês saberem bastantes coisas! Please? Quem já viu o filme "Lucy" vai entender do que a Davina é capaz, quem ainda não viu, eu recomendo, porque ajuda bastante suhasuhauhsa
Para quem quiser ver os colares: http://i.imgur.com/9DNtWlU.png
Bem, até segunda xD
P.S.: Viram que eu mudei a capa? Estou apaixonada pela nova *-*