Incomplete escrita por KatCat


Capítulo 21
Running


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal para todo mundo :3
Aproveitem o capítulo ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567743/chapter/21

As coisas aconteceram muito rápido depois disso, mas tudo pareceu estar em câmera lenta diante de meus olhos. Eu me virei para trás lentamente, e com o silêncio de poucos segundos que reinou ali, eu consegui ouvir passos rápidos da casa. Oh, isso não é bom, isso não é nada bom... Senti uma mão agarrar meu braço e me puxar para trás, enquanto ao mesmo tempo eu senti alguma coisa afiada ser pressionada contra meu pescoço.

— Tente alguma coisa e ela morre — Loki avisou para Thor, e eu arregalei os olhos para a adaga pressionada contra meu pescoço, enquanto meu braço direito estava preso nas minhas costas. Para minha total surpresa, a respiração de Loki se aproximou da minha orelha e sussurrou: — Lembra do que eu disse em avisa-la quando precisar de você?

— Que diabos? — sibilei com os dentes cerrados, tentando manter minha falsa cara de medo e não mostrar que estávamos conversando.

— Quando eu soltar seu braço, empurre-me para trás e corra. Encontro-te na sua casa. Melhor ser rápida, senhorita Clairemont — um arrepio gelado desceu pela minha espinha quando sua respiração bateu na minha nuca, mas minha expressão continuou intacta. Eu estava encarando Thor, que estendia o braço para o ar, em direção a casa. Merda.

Loki soltou meu braço e eu fiz o que ele mandou. Mas, é claro, com a graciosidade maravilhosa que tenho, eu consegui encostar na ponta afiada da adaga e fazer um belo corte no meu pescoço, antes de finalmente empurra-lo para trás e sair correndo em direção as arvores que haviam perto dali. Meu pescoço ardia, e eu me xingava e xingava o maldito deus internamente, enquanto colocava minhas habilidades nas corridas em prática. Desde que eu me entendo por gente, sempre gostei de participar das competições de corrida no meu colégio. Meu quarto em São Francisco tem mais de vinte medalhas de ouro penduradas na parede, e algumas de prata e bronze, sem contar alguns certificados das corridas nacionais daqui de Nova York.

Eu sentia o sangue escorrer do corte e sujar a minha blusa, e mesmo ardendo como o inferno, eu não parava de correr. Eu ia matar Loki! O que ele estava pensando?! Ele meio que te livrou de todos os problemas, sua idiota, o corte é culpa sua, uma vozinha sussurrou na minha mente, e eu tropecei em uma raiz de árvore, e acabei caindo de joelhos no chão, ralando-os um pouco.

Soltei um suspiro irritada e engoli em seco, sentindo o corte arder mais ainda. Apoiei minha mão direita no chão de terra com neve e levei a outra até meu pescoço. O corte não tinha mais do que 5 centímetros, e não tinha sido muito fundo, apenas o suficiente para fazer sangrar um pouco.

— Por isso que meu pai nunca me deixava sozinha com nada afiado — resmunguei, me levantando do chão e começando a caminhar. Eu já estava longe o suficiente por correr realmente rápido, e devia estar a no máximo meia hora da casa. Pelas minhas contas, se meu aniversário havia sido ontem, amanhã era Natal — Ótimo jeito de comemorar, Clairemont — murmurei comigo mesma, olhando para minha camiseta, que antes era branca, agora estava até a metade da minha barriga manchada de vermelho do lado esquerdo. Ótimo. Simplesmente perfeito. Meu dia não tinha como ficar melhor! E como se meus pensamentos fizessem mágica de novo, um trovão soou no céu e eu olhei para cima, sentindo uma gota de chuva atingir o meio da minha testa — Sério?! — berrei para o céu, literalmente marchando em vez de caminhar.

Vinte minutos depois eu finalmente cheguei na minha casa. Caminhei até o banco que ficava na varanda e me ajoelhei, ignorando a dor fraca nos joelhos e estendendo a mão para a parte de baixo do banco. Sorri quando senti a chave escondida ali e a puxei, descolando-a do banco e me levantando novamente. Abri a porta e tranquei-a atrás de mim, jogando a chave na mesinha de centro e praticamente rastejando até o banheiro do corredor. Quase caí para trás quando vi meu reflexo no espelho.

Sangue ainda escorria do corte, mas agora bem menos do que antes. Mas, pelo outro lado, o lado esquerdo do meu pescoço estava completamente coberto de sangue seco, se misturando com minha blusa. Meu cabelo parecia ter sofrido uma ventania das bravas, e mesmo estando encharcado, ele estava totalmente armado. Meu short estava um pouco sujo de terra e meio rascado, e meus joelhos estavam de um vermelho arroxeado. Suspirei e saí da frente do espelho de corpo todo, me apoiando na pia e abaixando a cabeça. Minha mente tentava raciocinar tudo que havia acontecido, mas tudo no meu corpo parecia doer demais para isso. Quando levantei minha cabeça novamente, eu quase berrei.

— Quer me matar do coração?! — chiei irritada para o deus moreno parado atrás de mim, encostado no batente da porta, um pouco molhado. Ele me encarava divertido — Perdeu alguma coisa na minha cara? — perguntei grossa, abrindo a torneira e molhando minhas mãos na água.

— Não, só estou tentando entender em como você pode ser tão pequena, mas tão desastrada — falou, e eu o encarei com raiva pelo espelho.

— Pequena é o car... — comecei, mas ele me cortou.

— Sabe, vamos ter que conversar sobre seus modos — ele revirou os olhos, enquanto eu suspirava fundo e voltava a me concentrar na água.

— Como escapou? — perguntei, depois de alguns minutos em silêncio.

— Você falou que aquela água era gelada, eu nem senti, estava até que meio quente — comentou, e eu voltei a encara-lo pelo espelho, enquanto fechava a torneira e enxugava minhas mãos na toalha.

— Você pulou no mar? — ergui as sobrancelhas, agachando e abrindo o armário em baixo da pia, pegando a maleta de primeiro-socorros. Voltei a ficar de pé e a coloquei em cima da pia — Boa ideia.

Ele não falou nada, só deu de ombros, enquanto seguia pelo espelho cada movimento meu. Ignorando seus olhos queimando nas minhas costas, abri a pequena maleta e procurei alguma coisa ali para colocar no meu pescoço e nos joelhos, mas tudo parecia estar escrito em grego. Droga, porque eu sempre tinha deixado Devin cuidar dessas coisas?! Minha cabeça pendeu levemente para o lado e eu ouvi um suspiro irritado soar baixinho atrás de mim, logo antes de sentir duas mãos em minha cintura e meus pés deixarem de tocar o chão.

— O que você está fazendo? — estreitei os olhos, quando sentia a pia em baixo de mim e encarei o deus a minha frente, concentrado na maleta.

— Impedindo você de sangrar até desmaiar — resmungou, pegando um algodão e um frasco que eu não sabia do que era — Agora fique quieta — pediu. Ele abriu o frasco e molhou um pouco o algodão com o recipiente, encostando-o no meu pescoço logo depois, me fazendo resmungar com a ardência e começar a me afastar, mas ele segurou minha nuca, me forçando a ficar no lugar — Qual a parte do quieta você não entendeu?

— Isso arde! — reclamei igual uma criança pequena. Mas, bem, perto dele eu realmente me sentia como uma criança pequena. Ele me olhou entediado e eu resmunguei, me forçando a ficar parada quando ele encostou aquilo no meu pescoço novamente. Ardia como o inferno! — Sabe, você está invadindo meu espaço pessoal... — resmunguei, olhando para baixo em vez de seus olhos.

— Sabe, eu não ligo... — retrucou, e eu revirei os olhos, mexendo meus dedos desconfortavelmente sobre meu colo, enquanto balançava as pernas doloridas no ar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Algum comentário? Lokito está ultrapassando os limites de espaço da nossa pequena Davina huehue
Mais uma vez feliz Natal e espero que tenham gostado do capítulo huehue
Não sei quando posto, mas vou tentar na sexta, ou sábado. Ah, eu queria comentar aqui, eu e a Fê (Queen of Ice) começamos uma fic com o Loki e o Bucky, pra quem quiser ler: http://fanfiction.com.br/historia/575995/Vindicta_Dulcis/
Bye :3