- Há mais alguma coisa que eu deva saber? – ela perguntou curvando-se um pouco para frente para vê-lo sorrir.
- Muitas coisas – ele disse. – Há fatos que só se sabe convivendo com um, nem tudo está nos livros ou na internet.
- Você às vezes fala como se não fosse dessa época – ela apenas comentou o encarando.
Nos últimos cinco minutos tudo que fizera, após beijá-lo, era encará-lo, como se quisesse descobrir cada mania e modo de Edward para então deliciar-se voltando a observá-lo.
- Mas a principal é que eu e minha família somos diferentes dos outros – ele disse a puxando para sentar em seu colo assim que se sentou em uma pedra. – Nós não nos alimentamos de sangue humano...
- Vegetarianos? – ela perguntou com uma voz estranha e a sobrancelha arqueada.
Isso certamente era novidade.
- Isso – ele disse passando o nariz em seu pescoço, sentindo o sangue que corria ainda mais rápido e forte naquela região, para então beijá-la fazendo Isabella se arrepiar. – Mas seu sangue tem feito isso mais difícil... Sangue animal não nos deixa tão satisfeitos quanto sangue humano e, você nunca me fez desejar tanto deixar de ser essa história de vegetarianos... – ele riu para logo negar com a cabeça. – Mas não, eu sei que mesmo que eu vivesse de sangue humano eu não poderia, eu não conseguiria beber o seu, porque a atração é tão grande que eu não posso quebrá-la, eu não quero... Como se o seu próprio sangue me chamasse até você... E eu não quero quebrar esse “laço”.
Ela o ouviu, de forma atenta e silenciosa, acompanhando cada palavra para sentir seu corpo se arrepiando ao ouvi-lo falar de seu sangue, havia quase uma devoção em seu tom. Certamente era algo grande.
- Eu não poderia machucar você – ele disse.
- Mas – ela murmurou instantes depois quando criou coragem para voltar a falar. – Não é assim com os outros da sua família...
- Há algo entre nós – ele disse com um sorriso torto. – Quando um humano pertence a um vampiro, não que aconteça com muita frequência, acredite, então esse humano fica marcado... Bram Stoker chamava de Imprint – ele disse rindo irônico.
Irônico porque certamente havia muitos fatos que diferenciavam do fantástico Drácula criado a anos atrás, mas ao menos em um ponto ele havia acertado.
- É uma ligação mais forte, e eles sabem que se te fizerem mal, eu estarei no direito de destruir quem quer que seja...
- Mas é a sua família – ela disse o encarando de olhos arregalados.
- Você é mais importante...
E mal haviam começado.
- Ah, e tem mais uma coisa que eu devo te mostrar – ele disse ficando de pé e soltando sua mão para então dar dois passos a frente. – Há um motivo por vivermos em Forks, em um lugar que o sol não aparece... – disse dando mais dois passos para alcançar a marca que o brilho do sol deixava no chão. – As pessoas nos veriam e saberiam que somos diferentes...
Então, como por mágica, a pele tão clara e fria começou a reluzir, um brilho suave, mas muito perceptível. Encantador.
- É... – ela disse perdendo as palavras. – Lindo!
- Isso é o reflexo da pele de um assassino – ele disse visivelmente frustrado e não contente com sua situação.
Mas depois de um tempo acabasse acostumando.
- De um monstro!