Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 47
Quadragésimo Sexto.




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- O que você acha de mim? – ela perguntou. - Eu acho você bonita – ele respondeu segurando um cigarro entre os dedos, que logo passou a ela, que o tragou como uma mulher cansada após uma noite de sexo selvagem. Com a diferença que eles não haviam feito sexo. E não era bonita que ela estava disposta a ouvir, porque Angelique já havia sido chamada de bela, linda, bonita, fabulosa, inúmeras vezes por inúmeras pessoas, e se supunha que com ele seria diferente. Ela supunha isso. - Só? – ela respondeu com um sorriso de convencimento, que escondia muito bem o que estava por trás de seus olhos, seu verdadeiro sentimento e a fonte de seu desapontamento. - O que você quer que eu lhe responda? – Anthony perguntou com um sotaque forçado e um sorriso falso, mas que não parecia falso, enquanto a encarava diretamente nos olhos. – Você sabe que eu lhe direi... - Não – ela respondeu maneando a cabeça. Todo clima já havia sido quebrado. - Eu não quero que você diga o que eu pedir – ela respondeu.  - Então me responda – ele disse pegando o cigarro de volta e dando uma tragada. – Quem é você? Porque eu não conheço você... Eu conheço seu rosto, seus beijos e abraços, até seu cheiro e comecei a conhecer seu corpo, mas fora isso, o que eu sei sobre você? E imediatamente Angelique repreendeu-se por ter começado a falar o que não devia, porque ela devia ter imaginado que chegaria a algo assim, a um ponto assim. E então, se fosse como antes, ela desapareceria, fugiria por algum navio que a levasse para longe e não teriam noticias suas por anos. Mas ela não era mais assim... Estava na hora de contar o porquê de ter voltado, mesmo sabendo que isso poderia não agradá-lo em nada. Ou talvez pudesse adiar mais um pouco, mas não para sempre. - Eu quero ficar com você – ela declarou sem vergonha alguma, suas bochechas sequer chegaram a corar. Anthony jamais a havia visto corar. - Eu acho que você ainda me deve algumas explicações – ele disse cruzando os braços depois de entregar o cigarro a ela novamente. E ele iria começar o mesmo papinho novamente. - Porque eu? – ele perguntou tocando seu rosto. A mão gelada mal percebeu que a pele dela encontrava-se incrivelmente fria também. - Precisa mesmo de um por quê? – ela perguntou querendo abraçá-lo. - Eu só não entendo – ele respondeu dando de ombros enquanto pegava o cigarro pela décima vez, mas dessa vez depois de tragá-lo só o jogou no chão e pisou em cima, não importava onde estavam. - Um homem não pode despertar o interesse de uma mulher? – ela perguntou lhe acariciando o rosto, mas ele ainda era um garoto. – E não importa, eu gosto de estar com você, não importa a nossa diferença de idade ou o porquê disso. Eu só gosto – ela deu de ombros para em seguida poder beijá-lo. Ele sorriu acariciando-a nos ombros, e sorriu puxando-a para mais perto da cama. Estavam na casa dela depois de Angelique ter desistido de ir a mais um evento da sociedade, e Anthony não via problema nenhum nisso, pelo contrário, odiava toda aquela exposição pública e os rumores que sempre surgiam após um evento. Ficar ali e com ela era muito mais tentador. E como diz, o único modo de livrar-se da tentação é entregando-se a ela. - Não – Angelique delicadamente o afastou, havia muito para Anthony saber antes de poder deitar-se com ele, não parecia certo saber tanto sobre ele enquanto continuava sendo uma estranha para ele. - Tudo bem – ele murmurou para logo beijá-la novamente, e então sim se afastar. – Eu só pensei que você gostaria... Oh, ela sentia vontade de lhe gritar, de lhe jogar na cara tudo que sentia – o tamanho de seu desejo e o quão forte tinha de ser para conseguir conter-se – só que não podia fazer isso com ele. E, interiormente, Angelique sentia que fazer tudo que pretendia sem contar a verdade a ele a machucaria mais do que ao garoto parado a sua frente. - Só não é o momento – ela disse e os olhos de Anthony se estreitaram. Como se ela realmente fosse virgem, ou algo assim... E ela não poderia sentir-se mal se Anthony lhe dissesse algo assim, se qualquer um dissesse algo assim, porque sim, sempre havia dado motivos o suficiente para que a julgassem dessa maneira, então tinha apenas que fechar a boca – como uma perfeita dama – e aceitar o que qualquer um diga. Não que ela não pudesse surtar depois, mas já era tarde demais para isso e também não resolveria nada. - Eu só acho que nós temos que ter algumas conversas antes disso – ela murmurou dando-se conta de que não poderia mais fugir. Anthony suspirou passando a mão pelo rosto para depois encará-la. - Então você está disposta a me responder? – a falta de negação dela o estimulou a continuar. Quem cala consente – Quem é você? Angelique fechou os olhos sabendo que, naturalmente essa seria a pergunta dele, a primeira de muitas, e o que mais lhe doía era saber que não havia mais espaço para mentiras ou omissões. - Um monstro. Ela só tinha que aprender que certas respostas precisam de certa sutileza, porque, mais tarde, naturalmente um fato levaria ao outro e não haveria como voltar atrás.


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Notas finais do capítulo

n/a: a história de Angelique vai ficando mais claro, e de Anthony também.
espero que gostem, qualquer dúvida é só perguntar!

não esqueçam de deixar um review

até o próximo
beijos.



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