A inspiração veio como uma chuva forte, é impossível pegar apenas uma gota. Eu estava saturada de ideias e diferentes sentimentos, mas eles não estavam ao meu favor. Eu só conseguia pensar nele!

Era incrível como consegui me apaixonar por aquelas palavras e consequentemente pelo dono delas: meu beta.

Duas semanas atrás

Sempre gostei de escrever no Nyah. Frequentemente postava histórias e lia as fics dos outros usuários. Simplesmente amo o universo Nyah!

Procurava pela primeira vez um beta reader, sempre quis solicitar um, mas não levava a escrita tão a sério quanto eu levo agora, pois bem: preciso de um beta.

Li completamente toda a instruções — uma, duas, três vezes.

O primeiro passo seria formular a mensagens com os dados da história, ao terminar olhei de a lista de betas disponíveis, minha história não era uma one-shot, então teria que encontrar alguém que betasse histórias grandes.

Enviei a mensagem para um usuário e fui dormir.

[...]

Acordei cedo esta manhã, corri para o banheiro ao lembrar que tinha natação no clube.

Tomei um banho quente e vesti minha farda.

Essa seria a última aula, finalmente estava de férias! A escola foi a primeira a me liberar e agora vou estar livre da natação.

Realmente estou feliz.

Arrumei minha mochila e soltei meus cabelos, ao penteá-lo percebi que os fios estavam grandes, estes caiam acima dos ossos da minha bacia. Quando deixei meu cabelo crescer tanto?

Corri até meu notebook e loguei no Nyah, eu “lutei” com o meu cabelo numa tentativa frustrada de fazê-lo sair do meu rosto.

— Droga! — falei ao perceber que o beta ainda não havia me respondido. Não posso solicitar outro até este responder.

Isso frustra.

Fui até a cozinha onde minha mãe preparava torradas.

— Pensei que não ia levantar — falou

— Também pensei seriamente nisso — falei sorrindo, fazendo-a arquear as sobrancelhas.

Comi as torradas com geleia de manga e suco de laranja, gosto do sabor doce da manga, me traz lembranças engraçadas de quando eu era criança e costumava me melecar bastante com o café da manhã.

Fui ao banheiro para poder escovar os dentes e, agora sim posso dizer que estou pronta.

— Charlie está te está te esperando — falou minha mãe aparecendo na porta do banheiro.

Peguei minha mochila e fui até o elevador. Normalmente eu o encontro vazio, mas hoje estava Wil, segundo as meninas ele era ‘o garoto mais bonito do prédio’.

— Bom dia — cumprimentou Wil, eu o olhei surpresa, ele podia ser o mais bonito, mas nunca seria o mais educado.

— Oi.– Desviei o olhar.

— Está bonita hoje Agnes — continuou — Adorei o cabelo.

Eu e Wil nunca nos falamos, mesmo ele sendo meu vizinho, mesmo nossas mães sendo amigas. Eu não sabia nada sobre ele, além do que todos sabiam: Ele se mudou dos Estados Unidos para cá, só isso.

— Gostei do cabelo — repetiu.

Eu assenti. Assim que o elevador parou no saguão eu andei em disparada, continuei até chegar ao estacionamento, onde Charlie me esperava.

— Madame Agnes — falou irônico.

Revirei os olhos.

– Oi madame Charlie – falei, fazendo-o sorrir.

Charlie destravou o alarme do carro para podermos entrar e fomos para o clube.