Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Rachel p.d.v



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Suspirei aliviada ao deixar o crachá e o jaleco no armário que Carlisle reservou para mim, finalmente meu turno havia acabado e agora eu poderia voltar para casa, tomar um banho quente e colocar as idéias em ordem. O médico era estranho, disso eu tinha certeza, só faltava eu descobrir uma coisa. Cindy não estava na recepção, devia ter ido ao banheiro, bater o ponto ou alguma coisa parecida e era a hora de eu fazer algo. Entrei na cabine pequena em que ela ficava sentada e procurei pelo livro aonde registrava quem entrava e saia do hospital, procurei no começo do livro, percorri todas as linhas e nada de entregadores de pizza, comida japonesa, africana, ou qualquer coisa que fosse comida. O médico não comia, não saia para almoçar, não pedia nada... A não ser que trouxesse de casa. Ri com a cena daquele médico tão bonito e elegante com um marmitinha de alumínio, é... Isso era impossível. Em alguns minutos eu estava na rodovia indo de volta para casa, liguei o som e procurei por alguma rádio que funcionasse ali. Nisso uma moto entra na minha frente a toda velocidade me forçando a frear bruscamente o carro para que não batesse. Eu saí disposta a bater no infeliz que tivesse feito aquilo, fui até a frente e respirei aliviada por não ter acontecido nada.

 

  - PUTS! Ainda bem que não aconteceu nada.

 

  - Desculpa, eu, estou meio apressado.

 

  - Deu pra perceber, não pode dar uma seta ou qualquer coisa parecida?

 

Me virei e assustei com a pessoa que vi na minha frente. Era uma pessoa imensa, em todos os sentidos, era alto, a pele avermelhada, os cabelos pretos desalinhados, os olhos da mesma cor, marcantes. Era bonito, eu confesso. Mas tinha quase amassado meu carro, que nem meu era, é bom lembrar disso.

 

  - Bom, amassou alguma coisa?

 

Ele sorriu como se implorasse por desculpas.

 

  - É a sua sorte é que não.

 

  - Tem certeza? Eu posso fazer alguma coisa pelo seu carro se tiver acontecido algo.

 

Ele disse observando a lataria e deslizando o dedo sobre ela.

 

  - Uau. Um Lotus Omega 1990? É lindo.

 

  - É, obrigada.

 

  - Sabe, não têm muitos por aqui. Bem... Eu sou Jacob.

 

Ele estendeu a mão e eu a apertei, tentei sorrir, mas tentativa não alcançada.

 

  - Eu sou Megan. Então, você não estava com pressa?

 

  - Ah é mesmo! Preciso ver a minha... Amiga.

 

  - Claro.

 

  - Hein, você mora aqui em La Push?

 

  - Não, sou de Forks.

 

  - Ah claro, eu nunca te vi aqui. Mas então a gente se vê mais. Até!

 

Subiu na moto e seguiu pela rodovia deserta. Entrei no carro e dirigi de volta pra casa.

 

  - Pra ser sincera, o médico é estranho.

 

Eu havia terminado de contar sobre Carlisle para Liza e ela ouvia tudo atentamente percebendo que realmente havia algo errado com ele.

 

  - A garota da loja dos Newton também é. Afinal, a família inteira dela é.

 

  - Essa cidade está me saindo muito interessante.

 

  - E está mesmo. Andei perguntando para as pessoas se tem mais novidades sobre as mortes, mas nada. Falam sobre ursos enormes... Só que não existem lobisomens, é impossível.

 

  - Em La Push não se tem noticias sobre mortes por animais. Dizem que a aldeia é muito segura.

 

  - Vamos começar a buscar pistas ok? E a floresta é um bom lugar.

 

  - Ok, vamos lá.

 

Entramos na floresta e começamos a investigar. Fomos para o local aonde as últimas carcaças foram encontradas. E cara, demorou muito pra chegar lá. Achei que agente não chegava hoje, e se não fosse o nosso GPS tenho certeza que estaríamos perdidas. Pelo amor de Deus, que tanto de mato! A terra estava fofa e úmida devido a chuva que teve o dia inteiro, Liza agachou e com a pá e começou a cavar um buraco e eu procurei fazer a mesma coisa. Sim, a pessoa que escondeu esses restos era bom, eu precisei cavar muito até encontrar uma coisa mole, mais dura que aquela terra nojenta. Eu puxei o que era que estava lá embaixo e encontramos o resto de um alce. As marcas eram evidentes que o corpo havia sido dilacerado e drenado, e o infeliz havia deixado aquela coisa nojenta, fedida e podre na terra.

 

  - Isso é nojento.

 

  - Diz isso toda vez Rachel. Não pode simplesmente se acostumar?

 

  - Difícil.

 

Eu tampei o nariz e fiz uma careta, Liza revirou os olhos e continuou a observar os restos mortais.

 

  - Ele foi realmente drenado. Não pode ser caçadores clandestinos, caçadores levam pele, carnes, não sangue!

 

  - Mas se é realmente Daniel que procuramos, porque ele mataria animais?

 

  - Não sei. Quem sabe a gente possa perguntar para ele?

 

Liza levantou-se e seguiu em silêncio para mais adentro da floresta, seus passos eram como plumas, e não se ouvia mais nada a não ser o barulho do vento pelas árvores. Meus olhos procuravam alguma coisa que houvesse ali até que Liza aparece segurando Daniel pelos braços. Olhei-o fixamente tentando ajudá-la para que ele ficasse lento e não corresse se não, o perderíamos.

 

  - Para de fazer isso Rachel! Não vou fugir.

 

  - Não tire os olhos dele Rachel.

 

Liza continuou empurrando-o até que ele estivesse entre nós duas a ponto de alguns passos nós pudéssemos matá-lo e tudo aquilo acabaria de vez.

 

  - Como conseguiu achá-lo?

 

  - Sua prima pode não concordar, mas temos uma sintonia profunda.

 

Ela começou a rir e revirou os olhos.

 

  - Ah tenha dó Daniel! Sintonia profunda... Haha... Faz me rir. Eu senti o seu cheiro, foi isso, esqueceu que eu tenho uma intuição?

 

  - Merda, pode parar Rachel? Isso é agonizante.

 

  - Então você anda trocando seus paladares?

 

  - Sim, sou um vampiro vegetariano agora.

 

  - Vampiro vegetariano?

 

  - Juntei-me a uma família e estão me ajudando a ser um vampiro bom. Não mato mais ninguém.

 

  - Ah a mim você não me engana Daniel!

 

  - Liza, talvez ele esteja certo.

 

  - Por quê?

 

  - Pra mim ninguém mente Liza, ele está sendo franco.

 

Liza parou por um minuto e eu desviei meu olhar dos olhos de Daniel tentando assimilar as idéias... Fazia todo o sentido. O médico podia ser um vampiro vegetariano, já que eles existiam, a família poderia ser a dele!

 

  - Bom, a gente se encontra em qualquer outro lugar.

 

E em questão de segundos o vampiro desapareceu na noite escura da floresta. 


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