A Origem do Trono - A Seleção escrita por Alice Zahyr


Capítulo 9
O Início Do Futuro


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais ~



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Alan acordou com o barulho do alarme do dormitório soando alto. Ele levantou da cama num salto, esbarrando em Hector. O garoto arrumou os óculos antes que estes caíssem com o esbarrão.

– O que houve? - ele perguntou.

– Anda, levanta! - Alan respondeu. - Os líderes devem ter algo importante pra dizer. O alarme sempre soa às sete da manhã, mas hoje soou bem antes - ele empurrou as cortinas da grande janela que ficava atrás de suas camas. - Veja, o Sol agora que nasce.

Hector bufou e sentou-se. Ele puxou com vagareza o uniforme que ficava embaixo de sua cama, na gaveta. Era o mesmo uniforme que usara no dia da seleção militar, e agora já fazia uma semana desde que os testes começaram. Como ainda não haviam anunciado todos os nomes de iniciandos recrutados para entrar na primeira turma dos mercenários, Hector esperava ansiosamente pelo dia final dos anunciamentos. "Tomara que eu tenha entrado" ele dizia a si mesmo.

– Acha que vão dizer os últimos nomes? - Hector questionou.

– Provavelmente - Alan respondeu, já vestido. - Venha, vamos pra fora.

***

Em pouco mais de dez minutos, o Pavilhão Central da área de dormitórios estava cheia de jovens. Tanto garotos como garotas tentavam se amontoar civilizadamente ali, esperando com ansiedade pelas palavras dos líderes. De um lado, havia o dormitório feminino, então surgia o grande Pavilhão Central, logo após, o masculino. Ambos os sexos ficavam bem próximos caso quisessem... Hum,bem, "descontrair" um pouco. Acontece que naquela semana de intensas provas e testes para a seleção militar, ninguém tinha muito tempo pra aprontar truques de adolescente. Ainda mais por causa de Natalie, que era mais dura que uma pedra, afiada que uma navalha e mais fria e perigosa que uma cobra. No segundo dia, sua voz soou pelos alto-falantes dos dormitórios avisando aos iniciandos que qualquer gracinha teria tolerância zero. "Vocês estão aqui pra aprender a matar. Não para aprender a trocar fraldas."

Depois disso, todas as camas ficavam ocupadas a partir das dez da noite. Ninguém estava exatamente a fim de encontrar Natalie Parker em qualquer lugar que não nos testes. Os testes já eram o bastante.

– Iniciandos - a morena surgiu de dentre as sombras que se formavam nas pilastras dos dormitórios. Todos ficaram de pé, em posição de continência. - Este é o sétimo e último dia da Seleção Militar. Nós os acordamos mais cedo porque temos muita coisa pra dizer. - Natalie pigarreou e respirou fundo antes de começar a verdadeira falatória. Ela detestava discursar, mas Tevon achava que ela se saía mais amedrontadora que ele. Para uma mulher como ela, aquilo era um elogio, elogio o bastante para convencê-la. - Nós, Mercenários, somos um grupo militar e completamente independente. Queremos que entendam isso. Não nos associamos a governos ou instituições, e quando o fazemos, o fazemos por dinheiro. Isso significa que qualquer pessoa que servir a outro grupo que não o nosso será caçado, e morto. Consideraremos traição. - Ela passou os olhos pelas duas primeiras fileiras de iniciandos. Eles se cutucavam, nervosos. Eram tão inocentes que não percebiam como aquilo fazia-os parecer suspeitos. Mas Natalie deixou pra lá. - Para a Seleção Militar, eu e Tevon escolhemos alguns jovens que se organizarão em grupos únicos a partir de hoje, para o resto de suas vidas. Isso significa que aqueles que forem chamados hoje deverão se reunir no Subnível 1, abaixo de seus dormitórios, para que possamos organizá-los melhor.

– O que? - um dos iniciandos da primeira fila perguntou ao que estava do seu lado. - Existe um subnível?

– É, acho que sim - ele respondeu. - E deve ter mais, já que se chama 1.

– Há mais uma coisa que quero falar - Natalie disse. - Nós temos uma missão. Uma missão real, para os Mercenários. No entanto, falarei sobre isso aos que vão fazer parte dela. - A morena pôde ouvir os burburinhos aumentando a cada fileira de jovens. Eles se remexiam, animados, alguns preocupados se fariam parte da missão, outros comentando sobre do que se trataria. Natalie se permitiu abrir um sorriso sutil. Os iniciandos finalmente começavam a entender o significado de sua raça. Mercenários. Mais do que militares. Mais do que dinheiro. O próprio futuro. - Todos os nomes que tínhamos para chamar para o primeiro grupo dos Mercenários já foram ditos até ontem. Nessa manhã, chamarei os selecionados para formarem grupos.

Atrás do palco baixo do Pavilhão Central, ao lado de uma das pilastras que sustentavam o longo corredor que separava um dormitório do outro, Tevon assistia Natalie falar. Ele estava meio escondido entre as sombras, ao lado dos outros lideres - abaixo dele - que o ajudavam com a seleção. Tevon admirava-se secretamente com ela, que conseguia discursar tão hábil e facilmente. Ele podia sentir o que os garotas e garotas sentiam. O efeito das palavras era infalível. A energia espalhava-se como faíscas, entrando na mente de cada um. Uma lavagem cerebral, mas uma lavagem cerebral totalmente sincera. Os Mercenários eram o que eram, afinal, e nada poderia pará-los.

– Kiva, Cher, Alan e Hector, da primeira repescagem. - Natalie chamou. Os quatro se levantaram. - Nos encontramos às sete horas da noite. Não se preocupem, seu jantar será servido junto com o nosso.

Tevon encarou Alan por alguns segundos, divertindo-se com sua reação. O garoto estava praticamente em chamas, prestes a explodir. Já Hector parecia prestes a desmaiar. O que tinha de errado com aquele cara?

Natalie chamou mais alguns iniciandos, mas o anunciamento foi breve. Apenas poucos foram selecionados para formarem grupos. O próprio Tevon idealizou-os.

– Os iniciandos que não foram chamados, lamento informar que foram reprovados. No entanto, não se desesperem, também temos planos para vocês. Seus respectivos tutores vão contatá-los no devido momento. Enquanto isso, podem voltar para suas casas. - Natalie sentiu um gosto amargo na boca ao dar essas notícias. Não era bom ver aqueles jovens tendo de ir embora. Ela demorou alguns segundos enquanto esperava os reprovados se retirarem. Depois de alguns minutos, o Pavilhão Central já estava um pouco vazio, pronto para receber as festas. - Quanto aos que ficaram... - Natalie sorriu - Têm minhas sinceras congratulações! Chamarei Tevon para lhe dar a palavra.

Natalie virou-se para trás e acenou. Tevon veio na direção do palco baixo.

Ele se posicionou no centro e ficou alguns segundos observando os jovens restantes. Todos estavam em êxtase.

– Caros novatos... Creio que saibam o significado de estarem entrando para o Primeiro Batalhão Mercenário. É uma honra imensurável poderem ser os primeiros novatos, e também primeiros futuros veteranos. A partir de hoje, vocês não são mais iniciandos. São os primeiros recrutas. Os primeiros Mercenários - Tevon arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso de canto. - O início do futuro.

Continua


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Notas finais do capítulo

Hey, oi oi, olaaaá! Bem, quero dizer umas coisinhas. A partir de hoje, postarei os capítulos com menos freqüência, demorando por volta de três ou quatro dias, mas se acalmem, continuarei escrevendo e não abandonarei ODT, eu amo essa fic! Obrigada a todos que estão acompanhando e comentando, vocês fazem o esforço valer a pena :'). Aos leitores fantasmas: por favor gente, digam só um oi, eu adoro ois hehehe e.e



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