Do Outro Lado escrita por Akasha


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde Meus Amoreeesss!!!!
Obrigada pelos Reviews... Vocês são minha motivação.
 
Segue o ultimo epi deste livro. Espero que gostem. Antes de começar o segundo livro eu vou postar um epi extra. Que com o Dave narrando. Quando o Jesse o acorda.... Espero que tenham gostado da idéia.
 
Sem mais delongas....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/56549/chapter/10

            Pude ver quando Suzannah chegou com seus “irmãos”. Ela não parecia bem, mas jamais admitiria isso. Queria muito ver como ela estava. Tocá-la. Sentir que ela estava bem com minhas mãos. Mas certamente isso não seria apropriado. Suzannah mal deitou na cama e adormeceu. Fiquei lá. Sentado olhando mi hermosa dormir.

 

            “Não me recordo muito sobre aquela noite. Apenas ainda posso sentir o cheiro do mal pairando sobre minha cabeça e o pavor da falta de ar para respirar. Meu corpo ainda se desespera ao lembrar da sensação causada pela falta de ar. Não sei se realmente vi o que houve, ou se minha imaginação ilustrou a historia, apenas sei as conseqüências do que houve. Quando acordei eu já não estava mais presente no meu corpo. Este estava sendo jogado em uma cova rasa aos fundos da estalaria da Sra. O’Donnew. Como um animal sem identidade. Isso foi certamente muito pior que ter morrido.”

 

            Só percebi que o Sr. Ackermann estava no quarto quando ouvi os suspiros de Suzannah acordando. Hora de “me mandar” como ela mesma diz. Fui até o cemitério da missão. Uma busca vã por um tumulo de um corpo abandonado em local não abençoado e certamente esquecido pelo tempo. Era isso que eu havia me tornado: Uma matéria ocupando dois espaços, separada pela consciência e pelo tempo.

 

            “Quando eu me deitei para dormir naquela noite eu não espera despertar daquela maneira. Era como se o ar estivesse sendo sugado de meus pulmões. Algo pressionava minha face. Algo macio e suave que estava bloqueando minha fonte de vida. Ao abrir meus olhos vi um par de olhos negros muito que rapidamente. Naqueles olhos raivosos eu vi uma felicidade oculta, tão negra quanto a cor das janelas de sua alma. O pânico invadiu meu corpo e eu nada do que eu fazia era forte ou coordenado o suficiente para em tirar daquela situação. Eu não agüentava mais. O ar que fora roubado estava sendo requisitado violentamente por meu corpo. Senti-me desfalecendo aos poucos, ao mesmo tempo que aqueles olhos negros e violentos se enchiam de alegria, de uma alegria cruel e presunçosa. Eu não senti medo. Não tive tempo para isso. Meus braços ficaram moles e eu não podia senti-los ali. Era como se eles tivessem sido arrancados de mim. Ou pior. Era como se eles nunca tivessem existido. Assim como a perda dos sentidos do meu corpo, eu perdi aos poucos a consciência. Tudo o que lembro dos meus últimos momentos de vida era do rosto de minha mãe. Lindo, lúcido e transparente. Sorrido doce e cabelos ondulados. A forma humana para a ternura. Mi Madre. Me perdoe.”

 

            Fantasmas não têm lagrimas, mas isso significa que eu não possa chorar. Fui tão estúpido. Me deixar enganar por aquelas pessoas cruéis. Eles me tiraram não só a vida, mas também tudo o que eu amava. Não consigo entender porque fiquei preso neste mundo. Não deveria ser assim. Não sei como ou porque, mas fiquei preso aqui por 150 anos. Sozinho. Pelo menos até agora. Sozinho até conhecer Suzannah. Ele trouxe um pouco de vida para a minha existência. Mi hermosa. Preciso ver como Suzannah está. Provavelmente está em seu quarto. Onde mais alguém que quase morreu a menos de 24 horas estaria?

 

            Em seu quarto, Suzannah estava sentada na Janela, com o queixo apoiado sobre os joelhos e olhando para mar. Era como se ela esperasse que brisa levasse todos os seus problemas embora.

 

- Caramba!Você precisa mesmo ficar fazendo isto? – Suzannah se assustou quando me viu encostado em sua cama. Ela estava tão acostumada com isso que eu não sei porque ela se assusta tanto.

- Sinto muito – disse. Apenas por educação.

- Olhe aqui . Se nós dois vamos continuar convivendo, por assim

dizer, precisamos estabelecer certas regras. E a regra número um é que você precisa parar de ficar me assombrando desse jeito. – Suzannha estava quase gritando.

- E como você sugere que eu torne minha presença conhecida? – O que ela esperava? Que eu fosse até a porta e pedisse ao Sr. ou a Sra. Ackermann para chamá-la?

- Não sei . Você não pode sacudir umas correntes ou algo assim? – Suzannah não existe mesmo.

- Acho que não. E qual seria a regra número dois? – Não que eu estivesse muito interessa nisso. Ela estava viva. Mesmo sem minha ajuda direta.

Regra número dois... – Ela parou de falar e ficou apenas me olhando.

- Algo errado, mi hermosa? – perguntei, já estava ficando assustado. Será que ela acha que eu a atrapalhei mesmo não indo até a Missão.  - Quero te perguntar uma coisa – Disse, já que ela não falou nada.

O quê? – ela me disse enquanto levantava.

- Ontem à noite, quando você me disse para não me aproximar do colégio porque ia fazer um exorcismo... – Como eu ia perguntar isso? O que ela irá responder? – Ela me olhou.

- Sim?...

- Por que me deu este aviso?

- Eu avisei porque se você fosse lá teria sido sugado como a Heather.

- Mas não seria a melhor maneira de se livrar de mim? Você ficaria com este quarto só para você, exatamente como quer. – Não que eu quisesse ir embora, mas era estranho.

- Mas isto... isto seria totalmente errado. – Eu sorri. Aliviado por Suzannah pensar assim.

- Entendo. Contrário às regras?

- Isso mesmo – Suzannah respondeu. Tremendo um pouco.

- Quer dizer então que você não me convocou porque está começando a gostar de mim ou algo assim? – Disse isso enquanto caminhava em sua direção. Me aproximando dela. Como eu queria que ela gostasse de mim.

- Não. Nada disso. Só estou tentando respeitar as regras. Que, por sinal, você violou ao acordar o David. – Sua boca se mexia demais na minha opinião por motivos tão desnecessários.

- Eu não podia deixar de acordá-lo. Você tinha dito para eu não ir até o colégio. Eu não tinha outra escolha. Se não tivesse mandado o seu irmão para ajudá-la, você agora estaria mortinha. – Pelo menos um “obrigada Jesse” eu estava esperando.

- Absolutamente. Eu estava com tudo perfeitamente sob controle. Eu...

- Você não estava controlando nada – Não me contive. Tive que interrompê-la. - Você foi até lá empurrando com a barriga, sem ter planejado nada, sem...

- Eu tinha um plano – Disse ela ficando muito próxima de mim. Eu até podia sentir o calor de sua pele. - Quem você pensa que é, para estar aí dizendo que eu não tinha nenhum plano? Estou acostumada a fazer isto

há anos, sabia? Anos! E nunca precisei da ajuda de ninguém. E muito menos de alguém como você.

- Alguém como eu? Como assim? Do que foi mesmo que você me chamou? De caubói? – Eu não era um vaqueiro. Não mesmo.

- Não – Suzannah disse. - Estou querendo dizer de alguém morto. – Foi a primeira vez em que me importei de verdade por estar morto. Ela estava certa. Eu era só mais um morto em sua vida. Um que resolveu se alojar em seu quarto. Não pude encontrar minha boca para lhe dizer qualquer coisa que fosse.

- A partir de agora vamos combinar assim.  A regra número dois

fica sendo que você não se mete no que é meu e eu não me meto no que é seu.

- Boa – Foi tudo o que pude formular.

- Boa. E muito obrigada.

- Por quê? – Perguntei já sem vontade nenhuma de estar ali. Eu queria mesmo é desaparecer.

- Por ter salvado a minha vida.

 

            Quanto Suzannah disse isso eu estiquei meus braços e coloquei as mãos em seus ombros. Era essa a garota que eu gostava. Essa que tinha sentimentos e era um doce. Mi hermosa. Meus olhos se fixaram nos seus. Eu queria tomá-la, beijá-la, nem que ela resolvesse me exorcizar por tamanho desrespeito à uma donzela. Foi então que uma voz doce salvou minha sanidade.

 

- Suzannah! – chamou a Sra. Ackermann - Suzinha, sou eu, estou em casa!

 

            Então eu olhei por mais um momento e tirei minhas mãos de seus ombros. Quando a mãe de Suzannah entrou no quarto eu soube que era a hora de sair dali. Te Amo Mi Hermosa. O sol já estava se pondo. Fui para praia assistir este espetáculo sem igual. Um dia eu traria Suzannah para ver o por-do-sol belíssimo que só existe na praia de Carmel. Fechei meus olhos.

 

- Hermosa...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amo vocês!!!!
 
Beijos!!!
 
PS: Confiram : Como irritar Jesse!!!!
 
PS 2: Alguem quer fazer uma fic comigo? Quem tiver interesse é só me mandar uma mensagem aqui no nyah!!!!