Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 11
E essa é a pior parte




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— Feliz Halloween!

 

Ao meu lado, Lilá Brown debruçada na Mesa da Grifinória com uma auréola de anjo na cabeça, nos olha sorrindo e distribui doces que tira de um pote com formato de abóbora enquanto tira de mim minha maior cara de tédio.

 

Eu odeio o Halloween.

 

Rony começa rir. Eu tinha me esquecido do Dia das Bruxas e olho em volta do Salão Principal, só então me dando conta das pessoas fantasiadas.

 

Eu realmente odeio o Halloween.

 

— Merda, eu esqueci — resmunguei.

 

— Vamos lá, Mione, é um dia como qualquer outro — Harry diz.

 

Bom, na verdade nunca é. Era o aniversário de morte dos pais de Harry e, quando percebo, olho triste para ele, que apenas dá de ombros.

 

Lilá nos olha sem entender.

 

— Ah, não ficou tão ruim assim – ela dissera se sentando ao meu lado. Rony a olha de esgueira, como se isso não quisesse dizer que estava adorando aquilo. Lilá me dá um caramelo, sorridente – Feliz Halloween, Mione.

 

Nós ficamos em silêncio e os ombros de Lilá caem decepcionados.

 

— Por Merlin, o que foi? – ela finalmente perguntou.

 

— Hermione não comemora o Halloween – Rony respondeu.

 

— O quê? Por quê? Que tipo de pessoa não comemora o Halloween? Halloween é tipo… Halloween – ela adicionou rapidamente.

 

— Não estamos nos Estados Unidos... — começo falando.

 

— Ela tem trauma por causa do Trasgo Montanhês do primeiro ano – Harry me cortara.

 

— Droga, Harry – resmunguei.

 

— O Trasgo Montanhês do banheiro do segundo andar? – Lilá perguntou – Do primeiro ano? – nós três concordamos. Ronny dera falsos falsos tapinhas nas minhas costas – Isso foi há tipo, cinco anos? Não está na hora de superar?

 

— Aquilo tinha 2 metros! Dois, Lilá, dois! – eu arregalei os olhos.

 

— E desde então você finge que o Halloween não é nada? – ela cruzou os braços como se aquilo fosse um crime.

 

— Isso mesmo – Rony respondeu.

 

— Pois é – Harry concordou.

 

— Isso não é verdade – Lilá discutiu – Eu lembro de você nas festas dos outros anos.

 

— Errado – Rony apoiou os braços na mesa – Hermione não vai às festas – e sorriu maliciosamente para Lilá, perdendo totalmente a pose — Mas eu vou.

 

— A festa do segundo ano...? – Lilá perguntou pra mim. Balancei a cabeça. Lembro que no segundo ano Harry nos obrigara comparecer no aniversário de morte do Nick-quase-sem-cabeça e ele estava passando por um momento difícil na vida antes de descobrir que era Ofidioglota – Festa do terceiro ano...? – balancei a cabeça. Nem Harry nem Rony foram nessa, assim como metade da Grifinória que estava com medo porque Sirius tentava invadir nosso Salão Comunal. – Festa do quarto ano...? – balancei a cabeça; daquela vez passei com Harry. O nome de Harry tinha sido posto no Cálice de Fogo e Rony estava emburrado – Festa do quinto ano...?

 

— Festa do quinto ano... – Rony sorriu nostálgico.

 

Eu balanço a cabeça e os ombros de Lilá caem decepcionados mais uma vez no dia – e ainda nem era meio-dia.

 

— Mas e hoje à noite? – Lilá tentou.

 

Bom, é isso. As pessoas fazem festas o tempo todo em Hogwarts, chega ser cansativo. Havia todo um esquema para não serem pegos por algum professor, mas uma hora ou outra acontecia. Mas o Halloween era realmente um evento grande naquela escola e era a única festa que os professores fingiam que não estava acontecendo.

 

Aquele ano seria sediado pela Lufa-lufa, que fazia festas fora do normal. Lufanos não brincam em serviço.

 

— Não, ah-ah, sem chance – Harry e Rony murmuraram em uníssono. Eles sabiam que eu não iria de jeito nenhum.

 

— POR MELRIN! VOCÊ TEM QUE IR – ela explodiu – Eu consigo uma fantasia para você!

 

— Lilá – a segurei pelos ombros. Os olhos dela brilharam. – Não.

 

— Essa pode ser a nossa última festa, Hermione — ela diz, séria, mas sei que na verdade está fazendo chantagem emocional e que ela era capaz de dizer qualquer coisa para conseguir um “sim, Lilá, vamos nessa festa”, mas eu não iria me render.

 

— Bobagem — dou de ombros, nem um pouco afetada.

 

Ela me olha boquiaberta, mas, sorrindo, Lilá responde:

 

— Você sabe quem vai estar lá.

 

Eu dei risada, seca: — Hã! E é exatamente por isso que eu passo longe. Até mais.

 

Joguei a mochila nas costas e saí do Salão Principal, deixando meu café da manhã e uma Lilá muito triste para trás.

 

...

A fumaça subia em espirais num brilho perolado. Era totalmente hipnotizante e anestesiante. Tinha um cheiro que eu não consegui identificar, mas sabia que conhecia de algum lugar. Percebi que estava há um certo tempo olhando para a poção brilhante a minha frente, assim como todos a minha volta. Uma garota da Sonserina até se aproximou do caldeirão lentamente, como se estivesse enfeitiçada, sendo seguida por outras três garotas. Inclusive por mim, mas assim que me inclinei para olhar o caldeirão, o professor Slughorn entrou na sala.

 

Era completamente viciante. E as garotas ao meu lado sequer piscavam.

 

Então, eu percebi e no mesmo momento que o professor perguntou quem sabia que tipo de poção era aquela, eu tirei a atenção do caldeirão e rapidamente levantei a mão.

 

— Amortentia, senhor, a poção do amor. A poção do amor mais poderosa do mundo… Tem um cheiro diferente para cada pessoa dependendo do que a atrai. Por exemplo, para mim cheira grama recém-cortada, pergaminho novo, pasta de hortelã e… – eu pisquei rapidamente. Aquele cheiro de novo, Merlin, quero morrer! Não sei identificar o cheiro pra minha PRÓPRIA poção do amor. E era um cheiro tão bom, tão familiar...

 

— Bem, a Amortentia não gera amor de verdade. Isso seria impossível – o professor dissera, percebendo que eu estava desnorteada. – Mas certamente causa uma poderosa paixão ou obsessão. E por isso é, provavelmente, a mais perigosa dessa sala – com isso, ele tampou o caldeirão, fazendo com que as garotas se afastassem.

 

O professor Slughorn seguiu com a aula normalmente. Eu realmente odiava a aula de Poções porque desde o primeiro ano era uma aula que tínhamos exclusivamente com a Sonserina, e a Casa de Salazar me testava na sua mais pura essência: grandes arrogantes.

 

Mas, bom, naquele dia nem as cobras tiravam minha concentração da Poção do Amor, e eu praticamente ignorei a presença de Draco Malfoy da sala de aula, uma coisa que eu tenho feito bastante ultimamente.

 

Simplesmente fingir que Draco não existia.

 

Até mesmo quando ele fazia esforço para me lembrar de que estava ali e que eu não ia conseguir apagar ele da minha vida.

 

No final do dia, eu corri até a biblioteca. Eu desejava muito saber sobre a Amortentia e fui diretamente para Poções, mas estava quase desistindo depois de ficar muito tempo procurando um livro que falasse sobre ela e formulando um plano mirabolante na minha cabeça para ir até a Ala Restrita para encontrar o livro  sem parecer suspeita até que escutei alguém atrás de mim.

 

— Acho que é isso que você procura.

 

Embora soubesse do que e de quem se tratava, eu me virei lentamente e encontrei o Malfoy sentado, com um livro na mão, totalmente interessado e focado no que estava lendo, a ponto de nem tirar os olhos do livro.

 

Fazia quanto tempo desde aquele dia na Sala Comunal da Sonserina? Onde eu havia quebrado pelo menos umas três regras da escola. Bom, de qualquer forma, fazia muito tempo desde que Malfoy tinha entendido que as coisas entre nós eram muito mais complicadas do que pareciam e pelo visto ele tinha desistido de mim, da música e das suas promessas, então fazia muito tempo que eu não sentia meu estômago saltitando e a vontade louca de estar nos braços daquele loiro.

 

Até aquela hora.

 

A serpente fechou o livro e me fitou com aqueles olhos cinzas incrivelmente apaixonantes, me fazendo lembrar que fingir que ele não existia não era o bastante para colocar um fim na nossa linda e catastrófica história de amor.

 

Odeio quando ele aparece assim do nada. É tão irritante.

 

Mas lá estava o livro que eu queria na mão do loiro. Poções de Amor.

 

Eu me encostei na estante de braços cruzados. Me recusava abaixar a guarda tão facilmente. Como tinha terminado as coisas entre nós da última vez? Ah, sim, muitos, muitos beijos que quase me levaram a fazer uma loucura.

 

— Imagino que está em dúvida sobre sua poção, Granger — Granger... Como se eu fosse obrigada! Fechei a cara.

 

— Estou indo muito bem com a minha Poção do Amor, Malfoy, e você?

 

Ele não respondeu. Só esticou o livro pra mim. Me sentei de frente para a cobra, pegando o livro. Eu já tinha vestido minha armadura, e se não funcionasse porque meu coração estava me traindo, pelo menos eu continuava de queixo erguido.

 

Eu não ia abaixar a guarda. Eu me recusava.

 

— Que cheiro você sentiu na sua poção, Hermione?– perguntou quando eu comecei folhear o livro. Dei risada, ele não parecia tão seguro quanto eu achei que estava.

 

— Não é da sua conta, que eu saiba – continuei folheando o livro.

 

— Vai dizer que não tem nada ver comigo? – Malfoy diz, perverso.

 

— Em qualquer idioma eu falaria. Se for preciso, até na língua das cobras para você entender.

 

— Qual problema? Com isso até fica mais fácil para você admitir que está apaixonada por mim.

 

— Eu não estou apaixonada por você – que fique claro.

 

O Malfoy riu.

 

— Está. Você gosta de mim.

 

— Não é isso, Draco – eu respondi numa voz mansa, folheando o livro – É só que eu me acostumei com a sua cara. Gostar de você? Está louco? Eu me atiro da Torre de Astronomia antes.

 

— É uma promessa?

 

— Me deixa em paz – murmurei quando finalmente encontrei o capítulo que procurava. Ali, capítulo 9... A essência da Poção do Amor...

 

A cobra olhou no relógio de pulso antes de responder:

 

— É, já está mesmo na minha hora… Sabe como é, tenho uma festa hoje e preciso chegar lá mais irresistível que o normal. Te vejo lá? – Draco perguntou, me fazendo fechar a cara.

 

— Eu não vou — respondi mal humorada.

 

— O quê? Por quê?

 

— Não é da sua conta.

 

— Isso tudo é por minha causa? — ele pergunta, convencido.

 

— Cala boca. Não gosto de festas.

 

— Mas é a festa do Dia das Bruxas – Draco discutiu, parecendo uma criança.

 

— Ainda não gosto de festas.

 

— Ok, qual o grande problema? – ele cruzou os braços.

 

— Eu não comemoro o Halloween.

 

— Merlin, isso é um absurdo – Draco passou as mãos pelos cabelos, nervoso. – Eu nunca ouvi tamanho absurdo. Você estuda em uma escola de magia e bruxaria!

 

— Eu não gosto de festas, eu não me sinto confortável. E eu não gosto do Halloween, porque tudo de ruim acontece no Halloween — admiti, enquanto Malfoy me olhava como se eu falasse outra língua.

 

— Você nem vai perceber que é Dia das Bruxas.

 

— Aaah, me deixa pensar – fingi meditar. – Não!

 

— É seu dia, Hermione, você precisa comemorar.

 

— Ah, tenha dó! Vai embora daqui – eu lhe dera um tapa no braço.

 

Então ele me olha e eu vejo seus olhos cinzas brilharem.

 

— Me encontra hoje na Torre de Astronomia — ele simplesmente diz de um jeito tão trivial que me assusta, como se me chamasse para um chá. Como para ele era tão fácil aquela relação?

 

Eu hesito. Quero muito dizer que sim, mas sabia que não era uma boa ideia, afinal tinha quase certeza de que a nossa noite não terminaria na Torre de Astronomia.

 

Draco continua me olhando, esperando a resposta. Ele sabia, depois de tudo que já tinha acontecido com nós dois, que eu falaria sim. Mas também parecia que ele já tinha se preparado para me fazer mudar de ideia se eu falasse não.

 

Como é horrível ser previsível.

 

— Você tem certeza, Draco? — eu questiono, sincera.

 

Talvez por essa ele não esperava.

 

Mesmo pego de surpresa, Draco dá um sorriso de lado e aproxima seu rosto do meu, maroto.

 

— Só nós dois e nenhuma festa, Hermione.

 

— Não foi o que perguntei — insisto, ignorando o frio na barriga.

 

— Eu tenho — ele responde.

 

— Tudo bem, eu encontro você lá — respondo, firme.

 

— Então é um encontro — ele diz, sorrindo, e se afasta.

 

Eu dou risada. Ele é um idiota.

 

E com isso Draco deixa a biblioteca, provavelmente com a certeza de que meu coração é só dele agora.

 

(…)

 

Passei o dia todo me escondendo da bagunça de Hogwarts e somente dei as caras na Sala Comunal no final do dia, no exato momento que Rony, Gina e Harry estavam em uma discussão de relacionamento.

 

Antes que dissessem alguma coisa, eu protestei:

 

— Que diabos está acontecendo aqui?!

 

— Harry está possuído – Rony disse.

 

— Já ouviu falar desse feitiço? Sectumsempra? – Harry perguntou para mim, esticando o livro velho de Poções e ignorando Ronald completamente.

 

— Não, não ouvi – frangi o cenho.

 

Certo, o que tem acontecido ultimamente fazia com que Rony estivesse 90% de razão: Harry estava possuído. Isso desde a primeira aula de Poções que ele fez a Poção do Morto-Vivo seguindo as instruções que o livro indicava – e que Draco disse que estavam corretas. Até então, ele não tirava a atenção do livro.

 

— Se tivesse um pouco de amor-próprio, devolveria o livro – Falei sem dar chance de Harry falar. Livro que obviamente não o pertencia. (Sabia disso porque estava escrito na contra-capa.)

 

— Carrega este livro há semanas! Praticamente dorme com ele e não quer saber quem é o Príncipe Mestiço? – Rony falara indignado.

 

— Não falei que não estou curioso, e não durmo com ele – Harry protestou.

 

— Dorme – Rony continuou discutindo. – Eu queria  conversar antes de dormir, mas você só lê esse livro. Está parecendo a Hermione.

 

— Bem, eu estava curiosa. Então fui à… – comecei, ignorando a alfinetada de Ron, mas logo fui interrompida.

 

— Biblioteca – os dois disseram juntos. – E daí?

 

— E nada. Não achei nenhuma referência ao Príncipe Mestiço – respondi.

 

Foi horrível. Ainda tira o meu sono.

 

— Pronto!, isso encerra o assunto – Harry dissera pegando o livro das mãos de Gina de forma brusca. Nós três o olhamos com as sobrancelhas arqueadas. Ele passou a mão na capa como que a limpando – A capa é frágil.

 

— A capa é frágil? – eu falei arqueando mais as sobrancelhas.

 

— É – ele concordou e então me olhou, sério — Onde você estava?

 

— Na biblioteca — eu respondi, franzindo o cenho.

 

— Com quem? — ele questionou.

 

Eu pensei em mentir, mas se ele estava perguntando era porque sabia a resposta, então não falei nada.

 

— Eu estive investigando o Malfoy – Harry começou.

 

— Quer dizer que você segue ele o dia inteiro — Gina murmurou, sarcástica.

 

— Eu não sigo ele… Eu investigo. Ele desaparece às vezes, vai muito na Sala Precisa. Agora me diz, o que uma pessoa que não está planejando nada faz na Sala Precisa? — Harry dissera.

 

— Nós conversamos sobre isso no começo do ano. Draco não é um Comensal – eu falara.

 

— Ele está consertando um armário, Hermione. O que ele quer com isso, eu não sei, mas as intenções dele não são boas — ele continua falando — Todos esses feitiços, todas essas maldições, o que está acontecendo em Hogwarts, em Hogsmeade… Ele está envolvido, Hermione…

 

— Olha, Mione, não tem como defender seu namorado desse jeito. Até porque é o Malfoy — Rony discute.

 

— Ele não é meu namorado, Ronald.

 

— Parem de encher a cabeça da Hermione com essas coisas — Gina protestou — Nada disso é da conta de vocês.

 

— Por que você está do lado dele? — Rony questionou — É insano começar namorar essa cobra e ela ainda anda com eles… Quer dizer, Pamela Parkinson, sério? Esqueceu de tudo que eles fizeram com você, Mione?

 

Abri a boca mais uma vez para falar que ele não era meu namorado, mas Gina foi mais rápido, estava com sangue nos olhos.

 

— Ronald, fica na sua. Hermione se resolveu com eles, isso se chama amadurecer.

 

— Isso se chama burrice — Harry murmurou.

 

Nós duas viramos para ele boquiabertas.

 

— Você é melhor do que isso, Mione — ele responde — Só toma cuidado, ok?

 

Eu não digo nada, apenas balanço a cabeça e vou para meu dormitório, porque naquela noite eu ia provavelmente fazer uma coisa burra.

 

(…)

 

Ainda que soubesse o que me esperava na Torre de Astronomia, não estava preparada para aquilo. Sinceramente, desde a última vez que estive sozinha com Draco, não conseguia dizer se era capaz de dizer não para ele.

 

Eu vejo aquele loiro debruçado na grade, fazendo charme para o Lago Negro.

 

Já é tarde e vai chover. Eu fiz questão de deixá-lo esperando por mim e lá estava ele, lindo e arrogante. Eu vou até Draco, que me olha de lado e sorri, sarcástico.

 

— Está gostando do seu Halloween? — eu pergunto, debochada.

 

— Sabe como é… Pode melhorar — ele responde, me puxando pela cintura.

 

Bom, não que eu tenha feito muitos esforços para me conter, mas passo os braços pelo seus ombros, perdida naqueles olhos cinzas. Como ele conseguia?

 

— Não está alcoolizado hoje? — falo, provocando-o.

 

— Não, e amanhã não posso colocar a culpa na bebida… não que eu vá me arrepender — ele dissera fazendo uma trilha de beijos no meu pescoço. Devagar, delicioso, perigoso demais.

 

— Não posso dizer o mesmo — eu respondo, mas praticamente rendida àquela boca.

 

Draco dá risada. Ele beija minha bochecha, me olha e sorri parecendo triste. Por um momento eu não entendo, mas ele diz e, bem, para aquilo eu não estava preparada:

 

— Eu acho que você estava certa esse tempo todo… Isso tem que acabar. Você e eu.

 

Nada preparada. Dava para ver no meu rosto e o meu sorriso murchou. Na verdade, eu não sabia o que responder e queria me dar um soco quando as palavras saíram da minha boca:

 

— Como assim?

 

— Não precisa mais se preocupar, Hermione. Desisti de tentar conquista-la. Não posso mais fazer isso. Desculpe ter demorado tanto para percebe isso, mas prometo… Cansei de fazer papel de idiota.

 

— Draco, você não tem feito papel de idiota… — eu tento falar, interrompendo-o. Aquelas palavras me doíam tanto.

 

— Tudo bem, quero que fique tudo bem entre nós — ele continua.

 

— Por que isso agora? — eu pergunto com o cenho franzido.

 

Draco ri, nervoso, e olha para os lados. As mãos dele ainda estão na minha cintura, as minhas mãos ainda então nos seus ombros e eu suspeito que aquela estava sendo a conversa mais dolorosa que tivemos desde então.

 

— Porque eu vim aqui para ter um momento bom com você no Halloween enquanto todos estão fazendo sei lá o quê… e você não consegue.

 

De novo, a minha cara cai e o meu corpo parece que vai me abandonar. Eu tento me corrigir.

 

— Draco, eu consigo…

 

— É demais para você, Hermione. Eu não quero mais fazer você passar por isso — ele responde, me cortando.

 

Eu não sabia o que dizer, queria fazê-lo ficar, queria abraçar aquele menino, falar que tudo bem, que estava tudo bem entre nós e que ele era tudo que eu queria, mas as palavras não saiam da minha boca. Talvez eu fosse incapaz.

 

— Tudo bem, Malfoy — eu respondo.

 

Draco balança a cabeça e me solta. Ele me dá mais um beijo no pescoço e eu rezo para ele não perceber que meu coração está destroçado.

 

Bom, eu fiz por merecer.

 

Draco então me dá as contas, mas antes de sair ele  me olha pelo ombro e diz, sem me dar a chance de responder:

 

— Eu te amo, Granger. Eu acho que essa é a pior parte.


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