Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 8
Protejam as Girafas


Notas iniciais do capítulo

Bom, capítulo 8 tá ai...
Boa leitura *-*

Obs. As letras em itálico são os pensamentos dos personagens.



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− Vamos rápido!

Um grupo de shikõs corriam em alta velocidade, no meio do caminho Raque sentiu uma mão puxar o seu braço, levando-a para o lado:

− tome mais cuidado Raque.

Andy dizia enquanto passava a mão na cabeça da garota.

− o que há com eles Andy-sensei?

−está nascendo um novo shikõ.

Com um sorriso no rosto Raque gritou animada.

− UM BEBEZINHO! Isso é tão legal, nunca vi outra criança por aqui...

Sorrindo da inocência da garota Andy explicou:

− não é bem assim que funciona Raque. Os shikõs nascem adultos!

− como assim?

A menina perguntava confusa.

− venha comigo.

Andy dizia enquanto andava na mesma direção que os shikõs apressados haviam tomado.

Chegando até uma espécie de jardim, Andy e Raque caminhavam entre as flores. A grama verdinha fazia com que aquele lugar tivesse um aspecto agradável.

Observando atentamente Raque se sentiu deslumbrada por uma bela visão. Uma Árvore gigantesca quase tão grande quanto o castelo, suas folhas eram de um verde tão reluzente que pareciam esmeraldas.

− essa árvore é conhecida como Árvore dos Mortos.

− Árvore dos Mortos?

− sim...

− mas o que sai dela é vida!

− não Raque, você está completamente enganada. Os shikõs não nascem da Árvore, eles apenas saem dela, eles não estão vivos.

Franzindo as sobrancelhas Raque demonstrava certa insatisfação com as respostas de Andy.

− o vovô disse que a alguns anos a namorada do tio Jon foi morta por um humano. Só se pode matar aqueles que estão vivos.

Olhando para a pequena garota que mal chegava aos seus ombros Andy sorriu.

− vou lhe contar uma história.

Raque sorriu enquanto se sentava rapidamente na grama. Repetindo a ação da garota andy também se sentou.

− há muitos anos, antes dos shikõs e dos Kotonarus, aqui era uma vila...

− o vovô já me contou essa história.

Um pouco impaciente Andy bateu de leve na cabeça da Raque.

− aiii

A menina gritava.

− não me interrompa! E pare de drama porque eu nem te bati de verdade.

Cruzando os braços e fazendo bico, Raque mostrava o quanto era birrenta.

− como eu estava dizendo...

Andy continuou – há muito tempo nesse lugar estava situado a Vila das Flores. Depois do meteoro e do aparecimento dos Kotonarus, uma arvore gigante nasceu no cemitério! Pelo o que o Jon me contou, a arvore cresceu em apenas um dia.

No outro dia o primeiro shikõ apareceu, e na semana que veio outro, então no mês seguinte...

Ninguém sabia o motivo do aparecimento daquelas pessoas. Pelo menos não até o nascimento do quinto shikõ.

Alto, magro, com olhos castanhos e cabelos negros... aquele era o filho do Kannot, o filho morto de Kannot. O filho que ele havia perdido a 15 anos devido ao surto de uma doença.

O Jon disse que o rapaz não se lembrava de nada, nem mesmo do seu nome.

Foi então que a ficha havia caído, os shikõs que apareciam, nada mais eram do que restos mortais que ganhavam consciência. O que arvore fazia era apenas reciclar aqueles ossos, e os dar vida. Se é que isso podia ser chamada de vida.

Com os olhos arregalados Raque estava muito assustada.

− o filho do Kannot... eu nunca o vi por aqui, ele morreu?

− não Raque.

− então onde ele está?

− ele apenas deixou de existir, se desintegrou como um castelo de areia em meio a uma ventania. Depois de 200 anos sem ter nenhuma lembrança do seu passado, ele apenas se desfez na janela do palácio em uma manhã de domingo.

Demonstrando uma certa tristeza Raque fazia movimentos circulares com os dedos em sua perna.

− o vovô deve ter ficado arrasado não é mesmo?

−na verdade não... o Kannot não derramou uma lagrima sequer. Aquele homem não era seu filho, era apenas uma casca vazia. Pra falar a verdade ele estava aliviado por não ter mais a presença dele. A existência daquele shikõ o trazia lembranças, lembranças que ele queria apenas deixar guardadas.

Parando por um segundo Andy respirou fundo.

− então não se esqueça Raque. Shikõs não nascem e também não morrem... eles apenas aparecem e desaparecem. E quando se vão, é como se nunca tivessem existido.

Levantando se bruscamente, Raque pôs a mão na cintura e o olhou com indignação:

− não haja como um bobo Andy-sensei. Não é porque você não teve infância, ou sequer uma mãe, que você esteja menos vivo do que qualquer humano! Viver é poder respirar, é poder sonhar e lutar para que esses sonhos se tornem realidade.

− sonhos? São apenas coisas que os humanos podem ter Raque e...

− a Jack e o Allk sonham em se casar e em ter filhos, e eles lutam por isso!

− é eles lutam por isso todos os dias, as vezes dá até para ouvir do meu quarto de madrugada.

Com o rosto corado Andy gritou:

− JON! NÃO FALE ESSAS COISAS PERTO DA RAQUE!

Jon gargalhava.

− do que ele está falando?

Suando e um pouco nervoso Andy tentava explicar para Raque:

− eles... bem... eles treinam de madrugada Raque.

Assumindo agora uma posição séria Jon encarou Raque:

− pare de besteiras garota! Allk e Jack são cadáveres, e cadáveres não fazem cadáverezinhos.

Com essas palavras Jon se retirou.

**

Após deixar a vítima para trás junto com dois soldados, a equipe I.O.S seguiu para dentro do zoológico:

− eu quero que se dividam em três grupos! Um grupo na parte leste, um grupo na parte oeste e outro grupo vai para os fundos.

Seguindo as ordens do comandante Gui, os soldados se dividiram.

− fiquem atentos e atirem pra matar!

Depois de ouvir as palavras do comandante, todos os soldados se digiram até as áreas ordenadas.

Com a arma em mãos Vallery caminhava vagarosamente, seus olhos analisavam cada detalhe, ficava atenta a todo e qualquer ruído. Andando tranquilamente Lucy pode notar uma escada que levava até o terraço.

É pequeno, estreito e frágil. Impossível que um Kotonaru tenha subido por aqui

Lucy pensou, colocando seu arco no ombro, ela subia rapidamente.

− ei! O que você está fazendo ai em cima?

− estou procurando um lugar seguro.

Ela respondia calmamente.

− como assim um lugar seguro? Nossa missão é matar Kotonarus! Se quiser ficar segura fique em casa!

Sem dar muita atenção ao que Vallery dizia, Lucy mantinha seu foco em um alvo.

− ei Lucy! Estou falando com você!

Ainda ignorando a companheira Lucy atirou uma flecha. Um grito monstruoso foi ouvido. Vallery se manteve em silêncio.

− eu sou uma arqueira, minha mira é impecável e eu não sou soldado de batalhas corporais.

Entendendo o recado dado por Lucy, Vallery continuou andando em direção à zona leste.

A cada passo que dava Vallery ouvia ruídos de diferentes animais, presos em suas jaulas, eles pareciam estar seguros. Notando os uniformes cobertos de sangue no chão, ela deduziu que os Kotonarus estavam ocupados demais para se importar com animais.

− tem alguém ai?

Uma voz feminina sussurrava. Vallery então tremeu, ela não estava pronta para mais uma situação daquelas. E se a pessoa dona daquela voz estivesse ferida? Como ela conseguiria salvá-la e salvar a si própria?

− oi...

Vallery dizia com uma voz baixa. Olhando para os lados Vallery não conseguia ver ninguém. Foi então que ela sentiu uma mão tocar seus ombros.

­− AHHHHHH!

Vallery gritava desesperada com a arma colada em sua testa a garota que havia aparecido, ergueu as mãos para cima em sinal de rendição. Abaixando a arma, Vallery colocou a mão no peito, seu coração batia acelerado.

− que droga de susto você me deu...

− eu sinto muito!

A menina dizia ainda assustada.

− qual é o seu nome?

Vallery perguntou um pouco mais calma.

− meu nome é Bya.

− você está sozinha Bya?

− sim. Muitos funcionários foram devorados, e eu não sei o que aconteceu com os outros.

− não se preocupe, tem uma equipe da I.O.S no local! Estamos atrás de sobreviventes.

− como você se chama?

− Vallery.

Antes que as duas pudessem apertar as mãos foram surpreendidas por um Kotonaru que pulou na frente delas.

− droga, eu me descuidei!

Apontando a arma para o mostro Vallery atirava sem parar. Mas o Kotonaru era rápido e não foi baleado nem uma vez, erguendo sua pata o monstro golpeou Vallery que foi lançada longe. Causando um grande impacto contra uma das paredes.

− SOCORRO!

Bya gritava enquanto corria desesperada, do monstro que a perseguia. Ainda no chão Vallery estava um pouco tonta, a pancada havia sido muito forte. Levantando-se rapidamente ela mirou mais uma vez na besta, e atirou. O tiro saiu errado, mas foi o suficiente para chamar a atenção da criatura.

Ao perceber a aproximação da criatura, Vallery mirou mais uma vez e puxou o gatilho. Mas nada aconteceu, ela tentou de novo e várias vezes consecutivas. Mas o pior havia acontecido, ela estava sem balas.

− puta merda.

Vallery dizia enquanto corria na posição contraria ao mostro. Correndo desesperadamente ela chegou a uma espécie de galpão escuro, então entrou e rapidamente se escondeu atrás de uma pilaste, na esperança de que o animal desistisse.

Afastando se um pouco Vallery foi até o canto da sala, encostada na parede respirava ofegante, era impossível conter o seu medo. Ela podia ouvir os passos lentos do Kotonaru que estava a sua procura. Estava escuro, mas um feixe de luz vindo de um buraco no telhado, revelava parte do rosto da criatura grotesca sedenta por sangue.

Acho que está na hora de começar a fazer as minhas orações.

Vallery pensou.

**

Afastada dali Lucy continuava no terraço, uma espécie de plataforma permitia a ela se locomover livremente. Um a um ela matava vários Kotonarus.

Andando por todo perímetro ela observava detalhadamente cada parte daquela área do zoológico.

Seus olhos então pararam, eles estavam fixados em um lugar. Uma jaula não muito distante dali estava sendo atacada. Um Kotonaru mordia as grades com voracidade, algumas já haviam até cedido. Observando aquelas pobres criaturas assustadas andando de um lado para o outro Lucy sentiu seu coração partir.

Aquela pelagem clara, coberta por manchas escuras que seguiam pelo seu longo pescoço até a sua cabeça.

Que lindas!

Lucy pensou ao observar as girafas. Levando a mão até as costas Lucy procurava flechas, mas então notou que sua aljava estava vazia.

− droga...

Lucy resmungava ao perceber que sua munição estava acabada.

As presas do Kotonaru partiam as grades, e pouco a pouco o monstro estava adentrando na gaiola.

Maldito...

Se vendo sem opções Lucy sacou sua adaga.

Saltando do terraço ela aterrissou no chão.

Com uma mira certeira, Lucy acertou a adaga na cabeça do Kotonaru. A criatura berrava, com os olhos cheios de ódio ele olhou para Lucy, uma baba espessa escorria de sua boca.

− mesmo com uma adaga enfiada na cabeça você ainda está vivo?

O Kotonaru então correu em direção a Lucy. Olhando fixamente para o monstro Lucy fez o mesmo. O encontro de ambos seria fatal!

Aproximando se da criatura, Lucy apoiou suas mãos no chão e deu impulso para que dessa forma pudesse saltar sobre o monstro. Em um movimento rápido, ela já estava montada no Kotonaru. A besta se movimentava de um lado para o outro na tentativa de derrubar a garota. Alcançando a adaga Lucy a retirou e enfiou novamente no crânio da criatura. Sangue espirrava no rosto da guerreira, a criatura se movimentava com mais agressividade. Lucy então retirou a adaga e encravou novamente na cabeça do Kotonaru, e repetiu, de novo e de novo.

Extremamente ferido o monstro caiu no chão e morreu.

Levantando-se vagarosamente, Lucy tentava limpar o rosto coberto de sangue, mas era em vão, tudo nela estava coberto de sangue. Sua expressão séria, demonstrava um certo orgulho.

− não mecha com a girafas!

**

O monstro rondava o galpão, sentindo a aproximação da criatura até o seu atual esconderijo, Vallery começou a correr, desesperadamente a um ponto de luz. Aproximando-se pode notar que era uma saída. O monstro se aproximava cada vez mais, no quesito velocidade, ela não podia competir com ele.

O telhado de vidro fez com que tudo ficasse muito bem iluminado, a sala estava repleta de quadros e objetos em caixas de vidro.

− isso é um museu?

Vallery falava em voz baixa. No meio da sala estava uma espada, a luz do sol refletida no vidro fazia com que ela brilhasse, como a última esperança da garota. Sentindo uma dor inexplicável nas costas, Vallery então pode notar que havia sido ferida pelo Kotonaru. Ela então caiu, o monstro então debruçou se sobre ela.

Usando as pernas, Vallery bloqueou a aproximação da criatura. A saliva da besta escorria pelo seu rosto, eram centímetro o que separava Vallery, das presas do Kotonaru.

Ela sentiu medo, não havia mais para onde correr, e ela não aguentaria o peso daquele monstro por muito tempo.

Deixando que uma lágrima escorresse de seu rosto, Vallery lembrou de Dragon. Lembrou de todas as vezes que ele dizia a ela, que não entrasse para I.O.S porque a vida de um soldado era curta. Mas ela não se arrependia de sua escolha, ela morreria cumprindo seu dever, salvando pessoas, assim como o seu pai.

Foi então que Vallery foi surpreendida por um barulho de vidro se quebrando, e então uma luz muito forte fez com que o Kotonaru fosse atirado longe. Vallery não conseguia ver de onde tudo aquilo vinha, agora de joelhos ela protegia o rosto com as mãos.

Abrindo lentamente os olhos Lily pode ver cinzas ao seu redor, e o Kotonaru havia desaparecido.

Em sua frente estava a espada, brilhando como se a chamasse. Levantando se com dificuldades, Vallery então ergueu a espada que brilhou ainda mais com o toque da garota.

− mas o que é isso?


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Notas finais do capítulo

Uau... o que será essa espada O.o
ashuashuashuas



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