Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 39
Fora do Jogo




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— SHIKÕ!

Um soldado gritava da multidão — TRAGAM OS CANHÕES!

— é sempre a mesma coisa...

Nael revirava os olhos.

— vamos nos afastar deles! Parece que o outro lado da cidade está infestado, os civis não nos reconhecem tão bem quanto os soldados. Seguiremos as regras que o mestre Kannot nos dava, cuidaremos da situação as escondidas.

Marius passava as ordens.

Após fazerem sinal de sentido, Nael e Bisco correram em direção ao destino citado.

— já que não precisam mais de mim, vou até o castelo ver se está tudo correndo bem.

Cute se aproximava de Marius.

— faça isso!

Um rastro de fumaça foi tudo o que restou do shikõ após sua partida.

**

— ainda dá tempo de voltar...

Sayo se mostrava preocupada. Todos ficaram em silêncio — eu espero que esse shikõ metido a besta saiba aonde está nos metendo.

A guerreira sussurrava.

— qualquer coisa, nocauteamos a Lily e fugimos com ela nas costas.

Lucy mantinha o mesmo tom de voz da companheira.

— qual é o grande plano?

Lily se aproximava de Erii. O shikõ se manteve em silêncio.

— quanto tempo pretende me ignorar?

Erii não disse uma palavra sequer.

— Erii eu...

— MALDITOS!

Uma voz estridente fez o grupo parar.

— é a Mizusha! Eu avisei!

Lucy preparava seu arco e flechas.

— droga! Voltamos à estaca zero!

Sayo erguia a shuriken.

— Mizusha.... saia do meu caminho.

Erii mantinha um tom sereno em sua voz.

— se não?

A guardiã o desafiava. Em silêncio Erii selecionava sua posição de batalha.

— Erii... nós dois sabemos que seus ataques físicos são inúteis contra o meu reflexo e...

A frase arrogante da garota foi interrompida por um estrondo e em seguida várias fissuras surgiram debaixo de seus pés, um buraco se abriu e Mizusha caiu. Com um pequeno movimentar de mãos Erii fez com que surgisse uma camada de terra sobre o buraco e assim aprisionou a inimiga.

— ERII! DESGRAÇADO!

A voz abafada de Mizusha ecoava de debaixo do solo.

— espelhos não refletem no escuro.

O shikõ limpou um pouco de poeira que cobria seu sobretudo e seguiu seu trajeto.

— é...

Lucy guardava suas flechas de volta na aljava —... ele sabia o que estava fazendo.

— ele está perto.

Erii inclinava sua cabeça para a esquerda e com os olhos fechados, parecia tentar captar alguma informação pelo ar.

— quem está perto?

Com uma velocidade subumana o shikõ desapareceu diante dos olhos da pequena garota.

— imbecil.

Lily retirava uma mecha de cabelo que lhe cobria o rosto.

**

— senhor!

Um soldado havia entrado na sala aonde se encontrava Taiko — senhor trago notícias sobre os invasores.

— prossiga.

Taiko se apoiava em uma enorme cadeira dourada.

— o prisioneiro Erii fugiu! Mizuno foi a única encontrada na sala, ao que parece está sem os seus poderes. Não temos notícias de Eize e perdermos o contato com Mizusha há alguns minutos. Estamos sem os guardiões e o grupo invasor está avançando, aguardamos suas ordens senhor, se não fizermos nada, chegaram até aqui em questão de tempo, pouco tempo.

O homem passava as informações.

— hum...

Taiko caminhava até uma enorme caixa de vidro, aonde a Masayoshi reluzia majestosamente — interessante.

O miraniano debochava.

— quais as ordens senhor?

O homem mantinha seus olhos voltados para o chão, deixando nítido seu medo.

— soldado... você tem um exército gigantesco de shikõs a sua disposição, dezenas de minotauros e kotonarus em jaulas no andar inferior... do que mais precisa para acabar com esses insetos?

Taiko desdenhava da atitude do rapaz.

— os danos no castelo podem ser irreparáveis senhor.

— quando o mestre Céverus chegar, nada disso vai importar.

— sim senhor.

Dito isso o rapaz se retirou da sala.

— o que quer?

Taiko voltava sua atenção para a recém chegada.

— mestre...

A jovem garota de longos cabelos ruivos se aproximava do miraniano — preciso contar uma coisa.

— sou todo ouvidos bela Mia.

**

— todos já estão nos esconderijos.

Jack se aproximava de Andy que sem se abalar com o comentário da garota permanecia com os olhos fixados no céu.

— o que é aquilo...?

A shikõ também olhava para aquele céu incomum

— eu não sei o que é, mas está piorando.

Um remoinho cinzento se formava ao longe entre as nuvens, como que uma espécie de buraco negro prestes a engolir o planeta.

— estou preocupada com o senpai, com o Butcher.... e com o Allk.

Jack mordia os lábios.

— e eu com a Raque... afinal, parece que ela é o alvo disso tudo.

— o que a gente pode fazer para ajudar? Eu... eu não quero ficar aqui parada sem fazer nada!

— vamos seguir as ordens do Jon. Vamos cuidar da sociedade. Precisamos confiar naqueles três é o melhor que podemos fazer no momento.

— pessoal!

Cute havia chegado a sociedade.

— Cute!

Andy acenava.

— onde está todo mundo?

— nos esconderijos.

Jack respondia de forma ríspida.

— mas... fomos atacados?

— ainda não.

Andy respirava fundo. Cute não havia entendido a referência, mas preferiu não perguntar.

**

A escuridão era grande e a chuva prosseguia, assim como a batalha dos dois irmãos. Tudo o que se podia ver eram os flashes de luzes causados pelo choque das espadas. Hora ou outra o fogo poderoso brotava dos punho de Dragon, causando destruição.

Vallery estava a poucos metros da batalha colossal, agachada em meio a lama, a guerreira se mantinha silenciosa. Estava confusa, não entendia o porquê de tudo aquilo. Mesmo com todas as suas diferenças, ela sabia o quanto Dragon presava o bem estar do irmão. Sua convivência com o Jon não era muita, logo ela não sabia como era o seu relacionamento com Dragon, mas conhecia bem seu companheiro, ele era capaz de manter a paz pelos dois.

Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho maior que os anteriores, rapidamente atentou seus olhos para a batalha. Viu Dragon rolar pelo chão várias vezes, até findar seu percurso chocando-se contra uma rocha, que com o impacto foi reduzida a poeira.

Vagarosamente Jon se aproximava do irmão, com a espada em punho, mantinha sua cabeça abaixada. Dragon permanecia inconsciente.

Os olhos de Vallery estavam arregalados, temia pelo o que estava por vir. Diante de Dragon, Jon permaneceu imóvel. As gotas de chuva escorriam pelo seu corpo, em um ato de desespero Vallery tapou os olhos, tudo o que pôde ouvir foi o trincar do metal. Abriu-os quase que de imediato e no campo de batalha tudo o que havia restado era Dragon e a espada caída ao seu lado.

A guerreira então correu ao encontro do seu amado. Abaixou-se até poder tocar o seu rosto, ele estava respirando. Como previsto, Jon não teve coragem de matar seu próprio irmão.

Vallery respirou aliviada e em seguida, pegou a espada que Jon havia largado ali. Não sabia o que havia acontecido com Dragon, mas não pretendia ficar ali para descobrir quando o mesmo acordasse.

Seguiu em direção ao enorme buraco que abria passagem na parede do castelo, olhou para trás, e talvez por um mísero minuto, fez suas orações. Ela estava prestes a entrar na zona do inimigo, não tinha ideia do perigo que a aguardava e sua única certeza é que não sairia dali sem sua equipe.

**

Em passos lentos Erii havia seguido um rastro de sangue. A trilha o havia levado até um enorme salão lotado de bancos de madeiras. As paredes eram douradas e a frente no altar uma enorme cruz dourada estava cercada por velas acesas.

Em um movimento rápido de mãos Erii fez surgir uma parede de pedra a sua direita, os bancos ao seu redor se despedaçaram e as velas se apagaram com o forte vento cortante.

— mais um segundo e eu te cortava em pedaços...

Uma voz falha ecoava de trás de um dos bancos. Erii voltou sua atenção para o agressor — o que quer?

Erii se manteve calado.

— aquele shikõ desgraçado acabou comigo... mas ele não conseguiria sem a ajuda daquela bruxinha...

Eize suspirava demonstrando dor.

— não deveria causar baderna dentro de uma igreja...

Erii acariciava um banco quebrado — nunca fui muito religioso, mas minha mãe sempre me ensinou a ter respeito.

— respeito pelo o que? Nunca me importei com essas idiotices religiosas, por que me importaria agora?

Antes que Eize pudesse respirar após sua fala, notou que Erii estava a poucos centímetros de seu rosto.

— porque agora...

Erii recitava enquanto fazia surgir uma estaca de madeira em sua palma —... seria uma boa hora de você pedir perdão pelos seus pecados.

Eize arregalou os olhos, mas logo voltou ao seu semblante confiante cotidiano.

— não se gabe tanto Erii, seus dias não foram os mais dourados. Você não tem uma boa história para contar ao seus netos... seu lugar no inferno está reservado.

— te encontro lá qualquer dia desses.

**

Jon caminhava apressadamente, com seus sentidos aguçados, tentava encontrar a localização do mago que tinha controle sobre Dragon.

Ele sabia que aquele golpe não o seguraria por muito tempo, mais cedo ou mais tarde ele retomaria a consciência e sabe-se Deus que rumo tudo poderia tomar.

— pra onde será que o Erii foi?

Jon ouvia a voz fina de Raque ao longe.

— Raque precisamos ir para casa.

Logo também reconheceu a voz de Butcher. Voltando sua atenção para um andar a cima pôde sentir um enorme poder desconhecido, só poderia ser esse o misterioso mago. Sem hesitar Jon se dirigiu as escadas e as subiu rapidamente, Raque estava segura, Butcher terminaria bem a missão. E agora ele tinha um novo alvo.

**

— sentiu isso?

Allk estava sério.

— é o cheiro do Jon. Reconheceria aquele cheiro de rosas em qualquer lugar.

Butcher confirmava.

— do Jon?

Raque voltou sua atenção para os dois shikõs.

— sim. Ele está se afastando, tem algo errado.

Allk comentava.

— estou preocupada.

Raque mordia os lábios.

— se você for embora com a gente agora, não precisa ficar preocupada, acharemos o Jon e voltaremos felizes para a sociedade.

Butcher argumentava.

— não.

Raque respondia de forma ríspida — se formos embora agora, o Taiko vai conseguir entregar a espada para o Céverus, ele vai destruí-la e o mundo vai deixar de existir em seguida! Não vai ter sociedade pra voltar e não vamos estar felizes.

— Raque...

A discussão prosseguia. Alguns metros distantes de todos Lily caminhava em passos lentos.

— psiu!

Em uma espécie de passagem secreta entre um quadro e uma armadura antiga, a pequena maga avistou uma bela garota de longos cabelos ruivos.

— Mia?

— shiii!

A garota levava a mão aos lábios, chamando Lily com gestos em seguida, Lily a seguiu sem hesitar.

— o que foi?

As duas já estavam longe da visão de todos. Mia permanecia em silêncio enquanto desviava o olhar.

— Mia, porque me chamou até aqui?

Lily a encarava.

— vai ficar tudo bem ok?!

Mia acariciava a cabeça da garota.

Um estrondo fez Lily cambalear.

— o que foi isso?

A garota se dirigia até a entrada daquela misteriosa sala, Mia foi mais rápida e cercou o seu caminho.

**

— mestre.

Mary se curvava em reverência a Taiko.

— o que quer?

Taiko demonstrava desprezo em suas palavras. Mary recuou por alguns segundos, mas retomou sua posição séria habitual.

— mestre, eu não consigo encontrar a Mia, alguns guardas me disseram que ela está em missão e...

— ela está cuidando dos invasores.

A shikõ franziu as sobrancelhas.

— mas... mas porque foi enviada a essa missão sem mim?

— alguns se esforçam para provar sua lealdade Mary, outros nem tanto.

Mary arregalou os olhos.

— entendo senhor.

A garota assumiu um semblante sereno.

Após se curvar, saiu da sala.

Com passos rápidos Mary deixou seu desespero aparente. Ela entendeu o que Taiko quis dizer, era óbvio que ele sabia da traição. Seu coração estava disparado, sem que nem mesmo reparasse já estava correndo, o medo tomava conta de seu corpo. Ela se perguntava sobre Mia, será que o que ele dizia era verdade? Ou já havia a matado e estava apenas brincando com ela? Mary rapidamente sacudiu a cabeça, numa tentativa frustrada de afastar aqueles pensamentos ruins. Ela só precisava chegar até o andar debaixo encontrar Mia e fugir para qualquer lugar longe de Taiko. Perdida em seus pensamentos Mary então avistou um homem, cabelos molhados e cabeça abaixada, seu sobretudo negro tornava sua imagem ainda mais sombria. A garota parou e se encostou contra uma parede, institivamente queria dar o maior espaço possível para que aquele indivíduo pudesse passar sem interrupções.

O ar estava tão pesado quanto no dia em que Erii foi assassinado. Mas por algum motivo dessa vez aquilo lhe proporcionava alívio. Se Taiko desaparecesse seus problemas estariam resolvidos.

— espero que o faça ter uma morte dolorosa.

Mary sussurrava enquanto observava o homem se distanciar. Ainda de costas Jon apenas acenou com a mão, Mary sorriu e seguiu seu caminho a procura de sua irmã.

**

— fica calma.

— MIA O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Lily se alterava.

— um Minotauro provavelmente...

A shikõ respirava fundo.

— mas... por... como... eu não entendo.

Lily se atrapalhava em seus pensamentos.

— LILY.

Lily pôde ouvir os berros de Sayo a sua procura.

— CORRE SAYO.

Lucy gritava em seguida.

— eu preciso...

— não. Não precisa.

Mia mais uma vez impedia Lily de se aproximar da porta.

— o que você pensa que está fazendo?

A pequena maga arrancava bruscamente seu braço do domínio de Mia.

— te salvando.

A garota encarava Lily.

— meus amigos estão lá fora.

— é eu sei. Você fica aqui, em segurança.

Aquelas palavras eram quase como uma punhalada no peito da jovem maga.

— em segurança...

Lily sussurrava enquanto observava Mia sair da sala.

— MIA!

Lily se lançava contra a porta fechada — MIA VOLTA AQUI! ME DEIXA SAIR! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO!

Do lado de fora do esconderijo, uma nuvem de fumaça impedia uma visão nítida da situação. Um minotauro, juntamente com vários kotonaros atacavam o grupo de resgate.

Sorrateiramente Mia caminhava pela confusão, sem ser notada.

Ela avistou seu alvo. Com um bastão em mãos, se agachou para se livrar de alguns destroços que voavam na sua direção.

“— que bom que veio até mim, bela Mia...

Taiko acariciou os cabelos ruivos da garota — eu sempre soube da traição de vocês. Aguardei esperançoso por um ato de lealdade... e você fez a escolha certa.

— mestre por favor...

Mia se jogava aos pés de Taiko enquanto chorava incessantemente — nos perdoe! Eu faço qualquer coisa! Só não nos machuque... nem a mim nem a Mary!

— mate a Raque! E eu pouparei a vida da sua irmã. Ninguém precisa se machucar, nem mesmo seus preciosos humanos... só se livre da última sobrevivente da família real”

— você?

Antes que Raque pudesse se levantar, foi arremessada contra uma parede pela força subumana de Mia e erguida pelo pescoço em seguida.

— nada pessoal menina. É por um bem maior.

Mia sussurrava com um sorriso maldoso no rosto.

— é. Nada pessoal.

Com os olhos arregalados Mia sentiu a lâmina fria perfurar o seu corpo, um ataque na costas, certeiro, direto no coração.

Atrás da shikõ, Sayo sorria.

Pouco a pouco as forças de Mia se esvaiam, possibilitando que Raque escapasse e engatinhasse até um local aparentemente seguro.

Uma pequena explosão no meio de toda aquela agitação revelou a imagem de Lily.

Um pouco zonza, a pequena maga tentava compreender toda aquela situação.

— APARECEU MAIS UM!

Butcher gritava. Allk correu na direção do minotauro e o cercou com suas correntes. Uma das paredes que os rodeavam veio abaixo e mais um monstro surgiu.

— Sayo não dá pra aguentar sozinha!

Lucy gritava para companheira ao notar o número de kotunarus crescer.

— torikowase!

Lily entrava em batalha.

— SAYO!

Lucy gritava desesperada ao notar que suas flechas estavam acabando.

Confusa Lily procurava pela guerreira. Poucos segundos foram suficientes para que encontrasse a companheira. A alguns metros Sayo estava em pé diante de um cadáver, em sua mão uma adaga ensanguentada, caída uma mulher jovem, seu rosto não estava exposto, mas Lily conheceria aqueles cabelos em qualquer lugar.

— não...

Os olhos da garota se encheram de lágrimas. Sem se importar com o que acontecia em sua volta, Lily apenas correu em direção a Mia. Empurrou Sayo brutalmente e debruçou sobre o corpo ainda quente.

— Mia! Mia fala comigo!

Lily sacudia a garota na tentativa de fazê-la recuperar a consciência — O QUE VOCÊ FEZ SAYO??

— ela tentou matar a Raque e sempre foi nossa inimiga.

Sayo respondia de forma fria enquanto limpava e guardava sua faca. Lily olhou para Raque encolhida no canto, buscava por respostas, a garota apenas acenou positivamente com a cabeça, confirmando assim a história da guerreira.

— Mia...

Lily grunhia enquanto acariciava o rosto pálido da shikõ.

**

Mary estava no penúltimo andar e já era possível ouvir os estrondos da batalha que seguia. Respirou fundo e correu pelas escadas. Já avistava a multidão de seres, Kotonarus, humanos, shikõs e minotauros.

— Mia?

A maga deparou-se com sua irmã inconsciente nos braços de Lily, ao lado Sayo ainda desfilava seu pano ensanguentado nas mãos.

— acorda Mia... eu não quero perder mais ninguém!

Lily abraçava o corpo de Mia com todas as suas forças.

— ela já está morta Lily, temos coisas mais importantes pra fazer!

Sayo mantinha uma postura firme.

— como pode dizer essas coisas?

Lily choramingava — ela era só uma menina!

— o que aconteceu?

Mary se aproximava de Lily.

— Mary... Mary eu...

Lily chorava tanto que não conseguia formular frases com sentido.

Mary parecia não se importar, seus olhos estavam fixados em Mia.

— ela... ela está morta?

Mary se agachava até a garota e tocava seu rosto, agora frio.

Ainda chorando Lily acenou positivamente com a cabeça.

Mary ficou em silêncio por alguns segundos enquanto acariciava os cabelos de Mia.

— eu não pude... eu não fui capaz de impedir! Ela me prendeu e...

— você fez isso?

Mary interrompia as palavras de Lily, voltando sua atenção para Sayo.

— sim.

Sayo a encarava — ela tentou matar a Raque.

Mary estendeu a mão para o alto e de sua palma fez surgir uma lança.

— então que seja pago, vida por vida.

A guerreira sacou sua adaga.

— Mary...

Lily sussurrava. As duas oponentes se encaravam, uma guerra acontecia um pouco distante dali, mas naquele momento nada mais importava.

O silêncio foi ceifado pelo som cortante da lança de Mia sendo arremessada contra Sayo, habilmente a guerreira desviou do alvo. Quase que de imediato Mary se lançou na direção da lança que havia se prendido no solo, pousando seu corpo sobre ela e a cravando ainda mais no chão. O impacto da força da maga fez o solo se rachar e gerou uma explosão gigantesca, pondo abaixo o que restava das paredes daquele salão.

A explosão fez Lily ser varrida do campo de batalha.

Com dificuldade Lily tentava se pôr de pé. Seus olhos se arregalaram ao assistir a batalha, Sayo estava com uma enorme desvantagem, tinha dificuldades para escapar dos ataques de Mary, que não hesitava nem por um instante no poder de fogo. Mary sentia um ódio que jamais poderia ser descrito em palavras.

**

— PREPAREM AS REDES!

Um homem trajando um uniforme dourado passava as ordens aos seus soldados.

— o apoio do sul chegou... acho que é hora de fugirmos, as armas deles são perigosas.

Bisco se dirigia a Marius.

— não se preocupem.

Marius sorria — é nosso camarada.


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