Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 36
Batalha Psicológica


Notas iniciais do capítulo

sorry pela demora xD
Mas em fim ta ai o cap 36 e tá show de bola! Peço aos leitores que comentem e deixem sua opinião ajuda na produção xD
espero que gostem



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― MALDITA!

Sayo se desviava de sua própria shuriken. Do outro lado da sala, Mizusha sorria tranquila.

― não vai fazer nada quatro olhos?

Sayo se referia a Lucy, que até então havia se mantido imóvel ao seu lado.

― quer que eu atire uma flecha e espere que ela volte para mim?

Lucy se justificava.

― melhor do que ficar parada ai feito um dois de paus!

― eu não sei você é burra, ou se faz de burra...

Lucy revirava os olhos. Sem dar atenção às palavras de Lucy, Sayo mais uma vez avançou para batalha.

**

― que droga é essa?

Jon estava admirado com o tamanho da torre que os esperava.

― como isso esteve aqui por tanto tempo e nós não encontramos? Fazemos patrulhas diárias por toda essa área!

Allk não escondia seu espanto.

― deve ser algum tipo de magia...

Butcher concluía.

― isso está cada vez mais estranho...

Jon sussurrava ― vamos nos separar!

― não seria mais indicado permanecemos juntos para o caso de encontrarmos um inimigo forte?

Allk sugeria.

― a distancia é curta, eu mantenho contato telepático com os dois. Mas acredito que darão conta.

Jon piscava.

― eu espero...

Allk demonstrava aflição à conversa nem havia terminado, e Butcher já havia se distanciado ― é ele parece confiante...

O shikõ concluía

**

Deitada no chão, Raque se contorcia. Em meio a gemidos e lágrimas, a garota estava completamente fora de controle. Um pouco distante Lily se encontrava na mesma situação.

Com uma expressão séria no rosto, Mizuno fazia alguns sinais com as mãos, enquanto pronunciava palavras em um idioma desconhecido. Uma parede de água se formou em torno das duas garotas que aos poucos cobria o corpo delas.

**

Sentada junto às raízes de uma enorme arvore que se encontrava no centro da Hinan do Sul, Lily permanecia apática. À noite e o dia haviam passado tão depressa que ela nem havia percebido que já era madrugada, 3 da manhã para ser mais exata.

A cidade estava escura e completamente silenciosa, a não ser por uma pequena movimentação em direção aos trens. Uma garota de cabelos curtos e castanhos andava em passos rápidos em frente aquela arvore.

―EI!

Lily gritava para sua versão mais nova enquanto se levantava com rapidez. A garota prosseguiu sem interrupções, afinal a Lily mais velha não podia ser notada naquele mundo paralelo.

Lembrando-se de sua atual situação, Lily se calou e correu em direção a aquela imagem familiar.

Eram poucos os metros que separavam aquelas duas épocas, com um sorriso nos lábios a jovem Lily aguardava pelo seu trem.

De frente para aquela adolescente de 16 anos, Lily mantinha uma expressão de tristeza. Observava o olhar esperançoso e aquele rosto inocente. Não eram apenas o cabelo levemente mais curto ou a pele mais clara devido ao clima frio do sul que as diferenciavam. Aquela Lily era tão feliz, sem memórias ruins em sua mente. Seus maiores problemas eram as pontas duplas no cabelo e a nota ruim em geografia. Queria ser aceita e reconhecida e isso realmente a incomodava, mas não tanto quanto a sensação de culpa que viria a seguir.

Um barulho de freio interrompeu o momento de reflexão da maga, ao seu lado a garota de pele pálida avançou em direção as portas do trem que haviam acabado de se abrir.

― não vai...

Lily sussurrava enquanto segurava o choro. A garota parou. Por alguns segundos Lily sentiu uma esperança, ela poderia ter ouvido. Mas logo ela notou a presença de uma senhora, para qual a jovem Lily deu um espaço para que pudesse entrar em seguida. Um novo barulho surgiu e o trem partiu rumo a Hinan do Norte.

**

Agora sozinho, Jon averiguava os arredores do castelo quando foi surpreendido por uma enorme nuvem de chamas vindo em sua direção. Habilmente, ele saltou para uma distancia segura, sua espada já estava em mãos, quando então pôde notar a identidade do inimigo.

― Dragon?

Jon sussurrava. Diante dele estava à imagem de seu irmão mais velho, com uma aparência cansada e sem expressão em seu rosto.

― Dragon... irmão! Eu estava preocupado...

Jon se aproximava com um sorriso no rosto.

― você...

Dragon dizia em voz baixa quase inaudível.

― você sumiu a duas semanas! Sabe o que são duas semanas? Mandei uma equipe atrás de você, afinal você sabe que com as obrigações da sociedade eu...

― QUEIME NO FOGO DO INFERNO.

Dragon gritava enquanto lançava uma rajada de fogo em direção a Jon, que usou um escudo de energia de cor escura para se proteger.

― Dragon! O que houve? Porque está me atacando?

Jon recuava para uma distancia segura. Sem hesitar o shikõ inimigo avançou na direção de seu irmão mais novo. Seu punho estava coberto de chamas, mas a velocidade de Jon o impediu de ser atingido. O golpe atingiu o solo que se resumiu a uma imensa cratera.

Com os olhos arregalados Jon estava realmente assustado. Além do ataque sem explicação por parte do irmão, já fazia muito tempo que ele não presenciava o poder dele. Temia que ele pudesse sair do controle e que talvez... talvez aquilo se repetisse, aquilo que aconteceu naquele vilarejo, após a morte de Layla...

―Dragon, mantenha a calma!

**

O sol já havia raiado na bela Hinan do Sul, ainda na estação, Lily se manteve imóvel desde a partida do ultimo trem. O vento estava congelante, e balançava delicadamente os cabelos da garota. Eram 10 da manhã e mesmo sendo Segunda-feira estava tudo muito tranquilo. Erguendo seus grandes olhos para o teto de vidro da estação, sentiu a luz do sol aquecer seu rosto. Ela estava com medo, apreensiva, seu corpo inteiro tremia. Era hora, a tão temida hora em que o seu mundo desabaria. Com o coração apertado a garota tocava o rosto e respirava fundo, ela não sabia quando tudo começaria, poderia ser agora ou quem sabe já estivesse acontecendo. Em um movimento rápido, Lily abraçou seu próprio corpo e voltou seus olhos para baixo, aquela ideia lhe apavorava. Foi então que uma explosão interrompeu seus pensamentos.

Virando se rapidamente, Lily pôde ver uma imensa correria um pouco distante da estação.

― começou...

A garota sussurrava. Ela tentou dar seu primeiro passo, mas sentiu suas pernas falharem e caiu de joelhos.

― o que está havendo Lily? Faça alguma coisa!

Lily dizia a si mesma tentando manter o seu próprio corpo sobre controle.

― o que foi pequena maga? É demais pra você?

Uma voz suave vinha de uma das pilastras da estação, encostada nela se encontrava Mizuno.

― você...

Lily se levantava ― maldita!

A jovem maga avançava em direção a inimiga, mas como se fosse apenas uma miragem, o corpo de Mizuno não podia ser tocado.

― está ouvindo?

Mizuno usava de seu cinismo habitual. Lily então se atentou aos gritos dos moradores da cidade.

― lembra do senhor Arly? Aquele velhinho gentil que sempre tomava conta de você quando seus pais saíam?

Lily se manteve em silencio ―ele foi a primeira vitima! Estava próximo ao muro quando houve a explosão, seu corpo foi arremessado longe e algumas pedras pesadas cobriam suas pernas, quando o primeiro kotonaru entrou, o pobre velho não teve nenhuma chance, foi devorado por completo! Ah! Por completo não, acho que as pernas ainda estão debaixo das pedras!

Mizuno gargalhava de forma demoníaca. Aquelas palavras eram dolorosas,e Lily não queria mais ouvi-las, sem dar atenção a Mizuno, a garota correu para fora da estação.

― CUIDADO PARA NÃO TROPEÇAR EM ALGUM CADÁVER!

Mizuno gritava para Lily, que a essa altura já estava longe.

Lily corria, corria com todas as suas forças, não sabia por que e muito menos para onde. Ela só queria fazer alguma coisa!

― SOCORRO!

Um pedido de ajuda fez Lily parar, do seu lado esquerdo um homem bloqueava um kotonaru com um pedaço de madeira.

― TORIKOWASE!

Com os braços erguidos, Lily tentava sua técnica especial, mas nada aconteceu.

― TORIKOWASE!

A maga tentava de novo, sem sucesso.

― TORIKOWASE! TORIKOWASE! TORIKOWASE!

Lily se desesperava.

― AHHHHH!

A vitima gritava mais uma vez. Sangue cobria o chão ao seu redor e as presas da criatura dilaceravam seu corpo.

Com os olhos arregalados, Lily se virou para a direção oposta, ela estava estagnada.

― mamãe...

Uma voz de criança ecoava de uma direção qualquer, mais gritos eram ouvidos. Mais uma vez Lily sentiu suas pernas falharem, ela não lutou, apenas se deixou cair novamente de joelhos. Pouco a pouco, ela sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

―Mais gritos, mais pedidos de ajuda, mais desespero e eu não posso fazer nada! Eu nunca pude mesmo... as coisas não mudam.

Lily sussurrava enquanto mantinha seus olhos fixos nas marcas molhadas no chão, fruto de suas lágrimas.

― NÃO VÃO! NÃO VÃO PARA A ESTAÇÃO! É SUICÍDIO! LÁ ESTÁ REPLETO DE MONSTROS!

Levantando vagarosamente o rosto, Lily então pode ver a imagem de um garoto gritando e correndo desesperadamente.

― Erii...

A garota dizia em voz baixa, quase inaudível― o que está fazendo?

O rapaz vinha em sua direção.

― NÃO VÃO PARA A ESTAÇÃO!

Erii prosseguia com seu apelo.

― isso é loucura Erii, vá para um lugar seguro...

Lily sussurrava.

“durante a apresentação ele o insultou e chegou a atacar alguns dos soldados shikõs, logo foi detido e levado de volta à sala de experiências... quando ele voltou fez a mesma coisa e isso se repetiu mais vezes do que eu seja capaz de contar.”

As palavras de Mary vieram à mente da pequena garota.

― ele nunca desistiu...

Mais lágrimas vieram aos olhos da maga ― ele sempre foi forte, por ele e por mim também...

“eu não me arrependo de nada”

Lily se lembrou do que Erii havia dito antes de morrer.

― está na hora de assumir as rédeas! Não vou desperdiçar a oportunidade que você me deu Erii!

**

― isso não é real! Não é real! Não é real!

De joelhos sobre uma montanha de corpos Raque se desesperava.

Aqueles rostos conhecidos e sem vida.

― claro que é Raque... olhe só, você está até sentada neles!

Mizuno ironizava.

― os meus amigos estão na sociedade agora, o Jon deve está cuidando dos afazeres de líder e...

― quando mestre Céverus chegar, não vai haver sociedade, ou qualquer coisa nesse mundinho medíocre!

A guardião rodeava o corpo da jovem garota. Raque chorava cada vez mais alto.

― ele está chegando Raque, está próximo e quando ele chegar... não haverá esperanças!

**

― você não cansa Sayo?

Lucy observava a amiga que erguia sua shuriken, pronta para atacar. Em seu corpo ela carregava muitos arranhões e estava visivelmente exausta, enquanto Mizusha continuava intacta.

― qual é o seu plano genial Lucy? Ficar aí parada até ela morrer de tédio?

Sayo perguntava irritada.

― eu não tenho um plano!

Lucy desviava o olhar.

― vamos ignorá-la então, e seguir atrás da espada!

Sayo demonstrava obstinação. Lucy acenou positivamente com a cabeça e ambas contornaram Mizusha, e foram em direção à porta.

― eu odeio que me subestimem!

Mizusha sussurrava num tom audível. Antes que as duas guerreiras chegassem até a porta de saída, Sayo caiu de joelhos, correndo ao socorro da amiga, Lucy buscava por ferimentos, sem sucesso.

― o que você fez?

A arqueira se voltava para a inimiga.

― nada demais, só estou desacelerando a circulação sanguínea dela. Falência em poucos minutos!

Mizusha carregava um sorriso no rosto.

― então você não é apenas um espelho...

Lucy a encarava.

― nunca disse que fosse. Só não estou apta a batalhas corporais, prefiro os pontos fracos e que não apresentem defesa.

― você é um inimigo praticamente invencível não é mesmo?

Lucy ajeitava seus óculos.

― é isso que eu gosto em você Lucy... essa sua analise de batalha!

Mizuno parecia carregar admiração em suas palavras ― diferente dos inimigos que eu normalmente enfrento, que são geralmente burros e inconsequentes, ficam atacando e atacando, como se não fossem dotados da capacidade de pensar! Você é diferente, você sabe quando a batalha está perdida...

― sim, a minha analise é boa.

A garota dizia enquanto retirava seu arco das costas. Mizusha a observava ― mas ficar aqui analisando o que vai acontecer, não vai salvar a minha parceira.

― lutar também não, o que houve Lucy? Foi emburrecida pelo desespero?

A guardiã a observava. Sem dizer mais nenhuma palavra Lucy retirou uma flecha de sua aljava e preparou a mira.

― é inútil Lucy.

Mizusha demonstrava desdém em suas palavras. Lucy atirou, como o esperado antes de tocar a inimiga à flecha voltou para sua origem. A arqueira desviou, já de volta a sua posição preparava para disparar mais uma vez quando sentiu um objeto rasgando o ar ao seu lado, a enorme shuriken de aço avançava rumo a inimiga. Em um movimento rápido, Mizusha desviou.

― já chega disso!

A guardiã havia desfeito seu semblante tranquilo, Lucy não sabia o que havia acontecido exatamente, mas tinha certeza que algo havia a assustado.

Caída de joelhos, Sayo parecia acabada, seu rosto estava vermelho e sua roupa úmida de suor.

― Say...

Lucy levava a mão aos lábios, ciente da atual condição de sua companheira, ela não tinha muito tempo. Assumindo novamente sua expressão séria, Lucy preparava uma segunda flecha.

Com os olhos fixados no alvo ela estava prestes a atirar, mas uma dor no peito impediu a conclusão de seu ato.

― perdi tempo demais com vocês duas.

Mizusha carrega um olhar de desprezo. Com a visão embaçada, a jovem arqueira sentia seu corpo cada vez mais fraco, estava prestes a perder a consciência, quando uma luz resplandecente abalou toda a sala.

No canto da sala, Mizusha estava visivelmente surpresa. Um imenso buraco havia se formado na parede do cômodo e do meio da fumaça, um homem alto de cabelos e olhos castanhos se aproximava.

― BUTCHER!

Sayo gritava com um sorriso bobo no rosto.

**

Na sala ao lado a batalha psicológica entre as três garotas prosseguia.

― senhorita Mizuno, o mestre Taiko está à procura da senhora.

Um guarda shikõ, havia entrado na sala.

― sério isso?

Mizuno revirava os olhos.

― ao que parece é importante senhora, é sobre o shikõ guardião de terra.

Arqueando uma das sobrancelhas, Mizuno acenou positivamente com a cabeça.

― o mestre a aguarda.

Dito isso o homem saiu.

Um pouco irritada com a situação, Mizuno novamente voltou sua atenção para as duas garotas submersas. Um sorriso cruel brotou em seus lábios.

― é... chega de torturas! Morram afogadas.

Com essas palavras a guardiã saiu da sala.

Não se passaram muitos segundos da saída da guardiã e uma explosão fez com que toda a água que cobria as garotas fosse espalhada pelo salão.

Visivelmente exausta, Lily tossia na tentativa de eliminar toda a água que havia ingerido. Do seu lado, Raque se encontrava inconsciente.

―Raque!

Ainda zonza Lily se aproximava da maga.

― ei! Acorda!

Lily chacoalhava a garota. Quase como um espasmo Raque vomitou uma grande quantidade de água seguindo com uma crise de tosse. Um pouco mais tranquila a pequena maga suspirava aliviada.

― você ta bem?

Lily tocava os ombros de Raque. Com um semblante triste, quase desesperado, Raque negava com a cabeça.

― ei! Vai ficar tudo bem Raque.

Lily a abraçava. Sem resistência alguma, Raque chorou, chorou como a muito tempo não havia chorado. Lily a segurava forte e acariciava seus cabelos, na tentativa de passar conforto a aquela jovem menina. Havia se lembrado da sua Hinan, de quando tinha 16 anos e se deparou com todo aquele inferno, naquele dia Vallery a abraçou e a protegeu. Agora era sua vez de ser a protetora.

― precisamos ir atrás do Erii!

Lily encarava Raque.

Ainda em silêncio, Raque mais uma vez acenou negativamente com a cabeça.

― Raque não podemos ficar aqui paradas! Precisamos achar o Erii e a espada! É nossa ultima esperança não é mesmo?

Lily mantinha os olhos fixos nos de Raque.

― eu tenho medo... ela é forte. E vai estar lá, eu sei que vai.

A jovem miraniana choramingava.

― eu vou cuidar de você! Eu prometo! Aquela trapaceira não vai nos enganar novamente.

Lily se levantava.

― a Mizuno não mente Lily... ela só revela aquilo que...

―mimimi...

Lily interrompia Raque com um certo tom de deboche ― chega de impor obstáculos, viemos aqui cumprir uma missão, e vamos cumpri-la! Posso te nomear uma I.O.S ou só te chamar de criançinha?

A pequena maga carregava um sorriso no rosto enquanto estendia a mão para a garota.

Raque também sorriu, enxugou suas lágrimas e segurou a mão da maga dessa forma se pondo de pé.

― quero um uniforme!

― pra quê uniforme? Eu nunca usei!

Lily se orgulhava de suas palavras.

― você é estranha Lily!

― a palavra correta é Original!

― claro que é...

Raque debochava.

― vamos lá Raque, vamos salvar o Erii e depois esfregar isso na cara dele!

Lily segurava o riso.

― pensei exatamente nisso!

Raque gargalhava.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap semana que vem se Deus quiser ^^



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