Deixando Adam caído onde estava, os quatro correram para onde os deuses batalhavam, e viram uma cena saída de um pesadelo. Muitos deuses nórdicos tinham sucumbido para o líder dos gigantes de gelo que incapacitava qualquer um ao alcance de sua espada fria. Hórus estava caído num canto com Anúbis ao seu lado, ambos extremamente feridos e ensanguentados, mas Hórus tinha levado a melhor. Virou-se a tempo de ouvir o grito de dor, quando Isis foi atingida pelo ataque surpresa de Loki e começar a cair. Finalmente aquele sorrisinho insuportável tinha voltado ao seu rosto, e agora ele se virava para assistir o combate de Osíris e Seth com uma empolgação que se sentia quando ia assistir a um jogo de basquete, observando cada movimento.

Osíris era bom, mas Seth era um pouco melhor e enquanto a luta avançava ele percebia a exaustão do pai que começava a fraquejar. Mikael observando tudo isso, se concentrou mais em achar uma solução para tudo aquilo, até que teve a ideia que precisava.

– Pessoal, tive uma ideia que talvez nos salve e acabe com tudo isso. – disse Mikael para os três que o olhavam esperançosos.

– E qual seria? – perguntou Alex desconfiando do olhar de seu irmãozinho.

– Eu farei com que Rá apareça aqui. – disse Mikael calmamente.

– O QUÊ? Você enlouqueceu? Irá esgotar toda a sua magia e você não se aguentará em pé depois. – protestou Vicky que olhava para seu irmão em choque.

– Eu não disse que o invocaria aqui no meu corpo. Eu disse que faria com que ele viesse aqui pessoalmente, conduzindo seu caminho pela Bifrost com meu poder. – disse Mikael ainda calmo e concentrado em convencê-los.

– Você mal se aguentou chegar até aqui por aquela ponte, como você supostamente aguentaria trazer o antigo rei dos deuses egípcios até aqui? – perguntou Freya irritada.

– Com a sua ajuda meu amor. Se você estiver disposta a unir sua luz a minha, sou capaz de conduzi-lo até aqui para a batalha. – disse Mikael olhando diretamente para Freya que não sabia mais o que dizer.

– Tem certeza? – perguntou Alex chocando as duas mulheres.

– Você não pode estar falando sério ao dizer isso não é Alex? – perguntaram Vicky e Freya.

– Olhem aqui garotas. Não temos alternativa ok? Se pudesse, eu mesmo uniria meu poder ao dele, mas sou um filho da escuridão. A única coisa que posso fazer por ele, é protegê-lo dos inimigos que vierem atrás dele. E vocês estão subestimando o quão poderoso o Mike é, sabiam? Ele nasceu com a força de poder incorporar um deus poderoso como Rá e já fez isso uma vez. Confiem mais nele, porque é o único plano que podemos tentar agora. Chamamos, e lhe damos a coroa. – disse Alex com um suspiro irritado.

– Vai me ajudar meu amor? – pediu Mikael estendendo a mão a Freya que suspirou e a pegou, se aconchegando nos braços do homem que amava para a tentativa.

– Alex e Vicky, vocês cuidam da segurança enquanto nos concentramos em chama-lo.

Durante esse tempo, não poderemos ajudar em nada. – avisou Mikael.

– Tá, vai logo com isso que damos cobertura. – disse Vicky criando uma barreira completa em torno dos quatro enquanto Alex estava atento a quem se aproximasse.

Abraçando Freya e colocando sua cabeça encostada em seu ombro perto do pescoço, pegou sua mão, ambos fecharam os olhos e começaram a emanar magia da luz branca e dourada que ao aumentarem a força, se uniram transformando a luz branca em um dourado pálido como o cabelo de Freya, e Mikael foi mentalmente ao encontro de seu avô.

– Vovô, você está aí? Por favor, responda. – gritou mentalmente Mikael para a mente de Rá.

– Hm, quem está aí? É você meu neto? Porque perturba meu sono? – respondeu Rá numa voz sonolenta.

– Eu preciso de sua ajuda vovô, senão todos vão morrer. – disse Mikael fazendo com que o velho Rá despertasse de seu sono e focasse mais atenção no que Mikael dizia.

– Que negócio é esse de morrer menino? – perguntou Rá sobressaltado.

– Será mais rápido se eu lhe mostrar minhas memórias. – respondeu Mikael.

E então Mikael mostrou a Rá tudo que tinha acontecido e o que ainda estava acontecendo até agora. Quando terminou viu a expressão chocada de Rá inicialmente, e depois viu a fúria em sua expressão o que o assustou um pouco. Apesar de estar aposentado, Rá não era o mais poderoso à toa.

– Por favor, vovô venha até asgard e detenha Seth. Eu tenho a prisão que poderá detê-lo por toda a eternidade se dermos sorte. – disse Mikael.

– Quer dizer que vocês encontraram o sarcófago perdido de Osíris? – disse Rá vendo Mikael assentir.

– Bem isso muda as coisas. Com isso e com a coroa posso perfeitamente prender Seth, mas não tenho mais a força para poder decapitá-lo para diminuir seu poder como ele fez com seu pai. – respondeu Rá.

– Nós acharemos um jeito quando você o controlar. Você vai nos ajudar? – perguntou Mikael esperançoso.

– Claro que vou. Eu já não luto há muito tempo, mas por você meu neto, voltarei a lutar para defender este mundo mais vez, já que a nova geração de deuses é tão incompetente se deixaram um plano desses ser realizado. – disse Rá mal humorado.

– Então eu o guiarei com a luz que herdei do senhor. – disse Mikael com um sorriso.

– Estarei aí em menos de um minuto. – disse Rá desfazendo o elo mental.

Respirando forte, Mikael e Freya abriram os olhos e contaram as noticias a Vicky e Alex que ainda estavam a postos, e viram o sorriso de ambos.

Em seguida ele olhou para Freya que parecia cansada e lhe deu um beijo e acariciou sua face com os dedos fazendo com que ela sorrisse.

– Você está bem? – perguntou Mikael preocupado.

– Estou bem Mike, não se preocupe. Agora vamos guia-lo até aqui. – disse Freya tomando a mão de Mike, e junto a ele fecharem os olhos e começarem a lançar a magia para o céu como se fosse um grande farol.

Ao longe, Seth desviou o olhar de seu irmão por um segundo e viu o enorme pilar de luz e teve um pressentimento de que aquilo não era um bom sinal e praguejou enquanto voltava a lutar com Osíris.

– Loki! – chamou Seth.

– Sim? – respondeu Loki com voz calma.

– Está vendo aquele enorme pilar de luz ali na frente? – perguntou Seth sarcasticamente porque tinha certeza que aquele maldito trapaceiro tinha percebido e não tivesse dado importância.

– Hm, vi sim. O que é que tem ele? – perguntou Loki com um sorriso ao saber o que ele iria falar.

– Pressinto que aquele homem desgraçado está planejando alguma coisa. Faça o favor de detê-los. – disse Seth rangendo os dentes ao ter que falar razoavelmente com aquele idiota irritante.

– Já que você pediu com tanta educação, irei fazer isso. E vença logo esse duelo, que já está ficando chato. – disse Loki com um sorriso enquanto fingia bocejar e saia em direção do pilar de luz, deixando um Seth furioso para trás.

Alex e Vicky sentiram ao mesmo tempo em que um deus estava se aproximando de onde Mikael e Freya lançavam aquele enorme farol de luz que era como um sinalizador alertando sua localização. Reforçou ainda mais sua barreira, com Alex colocando uma camada de proteção a sua. No momento que a camada negra se misturou na barreira, sentiram um poderoso choque e se esforçaram para aguentar até a chegada de Rá.

Os golpes nas barreiras ficaram cada vez mais fortes, até que um poderoso ataque de magia quebrou a barreira reforçada, fazendo com que ambos caíssem, e vissem Loki apontando o cajado com o rosto em fúria para Mikael e Freya que estavam abraçados e lançar o ataque.

No último segundo, um raio brilhante amarelo iluminou todo o lugar cegando todos um momento, e em seguida Mikael viu o golpe de Loki ser bloqueado pela deusa gata Bastet e uma mulher que tinha uma cabeça de leoa com rosto humano, de cabelos intensamente vermelhos. Ao lembrar-se das aulas, soube que a sua frente estava Sekhmet a deusa leoa. E atrás delas, estava um homem jovem e loiro de olhos dourados com um sorriso fascinante em sua armadura dourada e reluzente empunhando uma grande espada e um cajado com o sol no topo.

Rá olhou para Loki que o encarou com um olhar de receio, e com apenas um olhar sua luz ficou tão forte que Loki cobriu os olhos, e o impacto do golpe de quando a luz acertou seu corpo foi tão forte, que Loki saiu voando até conseguir parar cravando o cajado no chão para que pudesse voltar a respirar.

Ao ver seu avô ali presente, sentiu-se mais esperançoso.

– Vovô você veio. – disse Mikael com um sorriso deslumbrante e zombeteiro que há muito tempo não usava.

– Claro que eu vim. Bastet, Sekhmet derrotem Loki que eu cuidarei de meu filho. – ordenou Rá enquanto pegava a coroa do sol e colocava na cabeça.

– Sim, meu senhor! – disseram Bastet e Sekhmet juntas e saíram em caçada a Loki que corria para fugir.

Ao colocar a coroa, Rá pôde sentir a felicidade dela ao voltar para seu verdadeiro dono depois de tanto tempo separados, e sorriu com o poder familiar que há muito não usava em batalha. Em sua cabeça, não era mais um elmo dourado e sim a coroa que Mikael tinha visto antes de pegá-la.

– Deixe-me revelar um segredo Mike. A coroa até hoje, jamais mudou de forma para se adaptar a outro hospedeiro que não fosse eu. Isso significa que ela aceitou e gostou de você meu neto. Se você fosse um deus completo, seria meu sucessor no trono dos deuses. – disse Rá piscando um olho e indo na direção de Odin que o observava de perto com um sorriso.

– Ora, vejam o que a luz do dia me trouxe. Rá meu velho amigo, quem foi o felizardo que fez você sair da cama para voltar a batalha? – disse Odin abraçando seu velho amigo.

– Certamente, não qualquer um é claro. Mas meu neto pediu, e aqui estou eu. – disse Rá devolvendo o abraço.

– E você parece que está velho, meu amigo. – disse Rá com um sorriso malicioso.

– Humpf, convencido como sempre hein? – replicou Odin que num piscar de olhos transformou-se no seu ser mais jovem com longos cabelos negros, com seu olho azul, e corpo forte e musculoso de antigamente. Quem os via de longe poderia pensar que eram irmãos.

– Bem, não vim aqui hoje para bater papo. Vim para dar uma lição naquele meu filho endiabrado. – disse Rá com um suspiro.

– O mesmo para mim. Então como nos velhos tempos? – disse Odin com um sorriso.

– Exatamente. – respondeu Rá sorrindo e partiram para o ataque de seus respectivos filhos.

Ao ver seu pai se aproximar, o grande deus do caos sentiu medo do que estava em sua cabeça e de sua expressão furiosa. Rá estava com a coroa. Aquele moleque maldito tinha conseguido trazê-lo aqui e isso ele tinha certeza. Mas antes de Seth ser derrotado ele iria fazê-lo pagar.

Seth não tentou fugir, apenas esperou calmamente o deus sol se aproximar e parou a luta com Osíris o acertando nos flancos com o golpe de espada e dando um chute em seu estômago que o fez cair para trás.

– Ah Seth por quê? Veja o que você fez, me fazendo sair da aposentadoria para dar a lição que você merece há séculos, mas que fui muito mole para fazer. – disse Rá balançando a cabeça.

– Como se você se importasse comigo o bastante para se preocupar com isso. – disse Seth com um sorriso de desdém.

– Não farei mais rodeios garoto tolo, apenas vai me obedecer e se calará para sempre. – disse Rá.

Num ataque surpresa Seth foi num ataque rápido contra o pai, mas não foi o suficiente, pois com um simples balançar do cajado ele parou o golpe de espada de Seth e com uma palavra Seth imobilizou-se e sentiu sua mente, corpo, e alma serem dominados pela magia da coroa.

– Não faça isso pai, pelo menos uma vez me salve. – pediu Seth enquanto tentava se libertar.

– É inútil tentar se libertar do poder da coroa, e eu deixei você impune por vários milênios com a esperança de que você tomasse jeito e você como sempre ignorou minha bondade com você, por isso agora darei o que você merece. – disse Rá com uma expressão severa.

Com um estalar de dedos, Rá trouxe os quatro garotos e dirigiu-se ao seu neto.

– Mike, dê-me aquilo. – disse Rá apontando para a mochila.

– Sim, vovô. – disse Mikael tirando o sarcófago em miniatura da mochila e recitando um feitiço a fez voltar ao tamanho normal e o deu a Rá que o levitou e o pôs ao lado de Seth que ao olhar aquilo começou a urrar de raiva e frustação olhando Mikael como alvo que começou a gritar com dor que queimava por todo o seu interior como se tivesse engolido o magma, até que de repente passou e ele caiu no chão de joelhos mal respirando.

– Você está bem Mike?- disse Rá que com um ataque de raiva lançou o mesmo golpe em Seth que ele usara no menino, e ele se contorceu de dor e gritava de agonia. Com um toque na sua testa, Rá curou a memória dele do ataque espiritual de Seth.

– Vou segurá-lo, façam sua parte garotos. – gritou Rá enquanto usava a coroa do sol que agora brilhava intensamente enquanto cantava um ritual antigo que prepararia Seth para entrar no sarcófago.

Mikael, Freya, Alex e Victoriya deram as mãos e começaram a entoar um feitiço poderoso ofensivo que acabariam com o corpo de Seth deixando-o vulnerável. Ambos começaram a criar seus próprios pilares de luz: dourado, branco, negro, e azul. Eles se uniram em um só feixe de luz que girando como uma hélice afiada foi em direção a Seth e o cobriu impedindo-os de ver o que acontecia, mas não de ouvir os gritos de dor e o sangue que caia em cascata no chão. E assim como Seth tinha feito a Osíris no inicio dos tempos, ele tinha sido dividido em várias partes que deu náuseas nos quatro que vomitaram logo em seguida. Aproveitando sua última chance, Seth lançou sua carta final antes que sua cabeça perdesse a energia que restava e apagasse.

– Você moleque desprezível vai ter o mesmo fim que eu, e atormentarei você no inferno. – disse Seth dando sua última risada sinistra e foi coberto pela tampa do sarcófago que o lacrou lá dentro.

Ao passo que Seth fora derrotado, Loki também tinha sido feito prisioneiro pelas servas de Rá que foi entregue a Odin que ia coloca-lo na prisão do submundo de Asgard para sofrer por toda a eternidade acorrentada a pedras e sendo comido a cada noite por corvos, e sendo curado para sofrer o mesmo outra vez.

Todos estavam muito exaustos. Tanto deuses como os humanos. Estavam andando em direção ao palácio Valhalla, quando Mikael sentiu aquele sentimento de perigo novamente e procurou ao redor e de primeira vista não viu nada. Quando olhou novamente, viu uma sombra surgir e Adam aparecer pálido como um cadáver fazendo sua última tentativa de matar sua irmã e lançou a adaga negra em sua direção e finalmente caiu morto. Mikael não pensou duas vezes e mesmo não podendo criar uma barreira, agilmente entrou no caminho da faca e sua irmã, e recebeu o golpe no peito dando um grito de dor e caindo nos braços de Victoriya que estava chocada.

– NÃOOOOOOOOOO! – gritou Freya, Vicky e Alex ao mesmo tempo, atraindo a atenção dos deuses e vendo a surpresa no rosto de todos exceto Rá, Hórus, Isis e Osíris que choravam intensamente.

– Frey... a, meu amor você está aí? – disse Mikael com dificuldade faltando-lhe o ar estendendo a mão.

– Estou aqui meu amor, não se vá. Não me deixe. – disse Freya que segurava sua mão e chorava profundamente marcando seu belo rosto de tristeza.

– Não chore minha amada. Eu não quero ver o seu lindo rosto e alma tão pura como a luz que possui, se manchar de tristeza. – disse Mikael alisando suas bochechas com dificuldade.

– Vicky minha irmã. – disse Mikael tossindo sangue violentamente e conseguindo se controlar para falar.

– Mesmo nesses poucos meses, eu aprendi a amar você minha irmã. Você é uma mulher incrível, bela e poderosa, além de amável que foi capaz de me amar, mesmo sabendo toda a desgraça que eu causei na sua vida. – disse Mikael tossindo mais sangue.

– Não diga besteiras seu idiota. Eu só consegui sobreviver ao inferno que passei por sua causa. Eu não poderia deixar você sozinho quando o encontrasse depois de tudo o que você enfrentou sem ninguém ao seu lado. – disse Vicky chorando com a voz falhando.

– Entendo. Obrigado pelo seu amor Vicky, e espero que você seja feliz com meu irmão. – disse Mikael fracamente percebendo sua vista começar a escurecer.

– Al, meu irmãozão. Não se culpe por isso. Você me defendeu perfeitamente todo esse tempo. Sem você ao meu lado eu teria desistido de tudo isso há muito tempo. Cuide bem da minha irmã quando se casarem ouviu? – disse Mikael fracamente segurando a mão de Alex que estava rodeada com a das garotas.

– E se não for pedir muito meus irmãos, poderiam cuidar da minha garota aqui? Eu não quero deixa-la desprotegida. – disse Mikael aos dois que assentiram, e Vicky olhou para Freya e assentiu com a cabeça.

– Conte a ele Freya. – disse Vicky a Freya que assentiu.

– Contar o que? – disseram Mikael e Alex juntos.

– Contar que eu estou grávida meu amor. Você será pai. – disse Freya com um sorriso autentico em meio a lágrimas que escorriam pela face. Ela sentia seu coração se partir aos pedaços e serem queimados como um espeto na fogueira que lentamente desaparecia e virava cinzas, quando viu o sorriso de Mikael se abrir. Aquele que ela tanto amava e que a fez se apaixonar por ele e o abraçou.

– Ah, isso me deixa feliz meu amor. Meu filho. Espero que se for menino se pareça comigo, e se for menina se pareça com você meu amor e ela será uma bela princesa. – disse Mikael fracamente.

– Se for menina eu sugiro que bote o nome da minha irmã Victoriya Volkov. Por que assim como eu, mesmo sem ter minha presença por perto ela me amará com o mesmo fervor que a Vicky aqui fez. – disse Mikael vendo sua irmã botar a mão cobrindo a boca os soluços e desabar no peito de Alex em lágrimas que também corriam pelo rosto.

– Se for menino, poderia se você concordar botar o nome de meu irmão Alex. O homem em que confio, confiaria, e continuarei confiando se eu renascer sobre todas as coisas, e aquele que foi o primeiro membro de minha família. Eu amo vocês todos. Isso inclui vocês vovô, pai, e meu irmão divino. – disse Mikael com um sorriso sem forças sentindo seu coração começar a definhar.

– Meu neto, eu não pude fazer nada para evitar. Meu eu sendo um deus não posso interferir no destino. – disse Rá furioso chorando.

– Não se preocupe vovô. Você nos salvou quando mais precisamos e eu o amo muito por isso. – disse Mikael fazendo um esforço para levantar uma mão em direção a Rá que se abaixou ao seu lado e pegou sua mão tocando sua cabeça num gesto de carinho que jamais ele tinha dado a alguém.

– Papai. Eu te perdoo por tudo. Eu renascerei algum dia?- perguntou curioso sentindo a sonolência começar a chegar.

– Sim irá, e eu garantirei isso pessoalmente. Mas você não se lembrará dessa vida, até que encontre algum desses três aqui presentes, coisa que pode não acontecer. – disse Osíris pegando a cabeça do filho e colocando em seu colo.

– Meu irmãozinho, como sempre bancando o herói não é? – perguntou Hórus chorando.

– Eu irei acha-lo na próxima vida, eu garanto isso. – disse Hórus sorrindo em meio a tristeza.

– Vejam se Adam está morto, para que não persiga vocês. – disse Mikael tossindo mais sangue quando alertou Freya, Alex, e Vicky.

– Não gaste sua energia em pensar naquele merda. Está morto. – disse Vicky olhando com ódio para o cadáver que tinha levado seu irmão junto para a cova.

– Acho que chegou a hora de ser julgado por você pai, tudo escurece. Isis. - disse Mikael fazendo todos olharem em direção a deusa que agora estava em seu aspecto maternal novamente.

– Meu menino corajoso, o que foi fazer? – disse a deusa deixando que lágrimas silenciosas caíssem enquanto gentilmente tomava Mikael do colo de Osíris e colocava em seus braços num abraço quente e amoroso que Mikael sentia como se fosse de uma mãe.

– Isis, saiba que eu também amo você como se fosse minha própria mãe. Estou feliz de ter conhecido você naquele dia na universidade. Obrigado. Eu amo você Freya meu amor, e ao nosso filho. – disse Mikael finalmente sentindo suas forças se esvaírem e embarcando na luz branca que surgiu e o engolfou.

Osíris sentiu o exato momento em que seu filho tinha partido, e no mesmo instante a mão dele que segurava a mão de Freya nos braços de Isis escorregou e caiu no chão sem vida. Freya não suportou mais e gritou aos quatro ventos e abraçou Mikael tirando dos braços de Isis e sentindo seu cheiro pela última vez enquanto o beijava. Ao chorar intensamente agarrada a seu amado que partira, sentiu o abraço de seu pai ao seu redor, que também chorava pela morte do marido de sua filha que antes de ir tinha lhe dado um neto.

– MIKAELLLLLLLLLLLLL! – gritaram Freya, Alex e Vicky.