Mikael estava totalmente concentrado na sua luta contra Adam que não lhe dava um minuto de folga. Com um breve feitiço, Mikael tentou afundar seus pés na terra, mas estava fraco por ter usado o escudo com as algemas, e ele conseguiu se soltar.

Como não poderia usar a magia, partiu para o combate corporal. Estavam em pé de igualdade em força e agilidade. Ao longe podia escutar um grito chamando seu nome, mas ele não poderia dar atenção. De repente Adam imobilizou-se. Olhando atentamente, Mikael pode perceber que das sombras perto de Adam, grossas correntes de escuridão prendia seus braços e pernas, e agora ele passara a gritar intensamente tentando colocar as mãos na cabeça pela dor. Olhando para o lado, viu seus irmãos concentrados. Da mão de Alex se iniciavam as correntes que prendiam Adam, e ele pôde apostar que era sua irmã que lhe atormentava a cabeça com seus poderes mentais.

Quando ambos se aproximavam de dar o golpe final, o palácio inteiro tremeu de cima a baixo, e as paredes e o teto começaram a rachar. Mikael correu até a janela, e olhou chocado com o horror que se via no lado de fora. Dois imensos exércitos estavam na entrada do lugar o cercando. Um exército era composto por imensos gigantes de gelo que eram comandados por alguém de armadura dourada com elmo chifrudo. Era Loki.

Do lado dele, estava um imenso exército de criaturas horrendas das trevas e do caos que eram liderados por Seth, que sorria malignamente para a destruição que estava abalando as estruturas do Valhalla.

– Senhor Balder! São Seth e Loki. Eles adiantaram o plano e estão atacando Asgard agora. E o motivo de Adam ter vindo aqui, e não estar no meio do exército, é porque ele quer nos distrair para que Seth possa roubar a coroa. Balder, temos que impedir isso. – disse Mikael rapidamente.

– Pai, onde fica o lugar que o Loki guarda o que rouba? – perguntou Freya nervosa.

– Ele guarda os itens dentro de um cofre que fica em sua casa, perto da Yggdrasil. A árvore da vida que sustenta os reinos de asgard. Vão até lá e recuperem a coroa. – disse Balder quebrando as algemas dos três e assumindo sua forma de batalha com sua armadura branca e dourada.

– Pai, você se importa? – perguntou Freya apontando a roupa.

– Ah, claro. Vai ser mais rápido. – disse Balder estalando os dedos fazendo com que Freya brilhasse por um instante. Quando a luz sumiu, Freya surgiu trajando uma armadura branca e dourada semelhante a do pai, com um belo e trincado arco prateado com uma aljava em suas costas, juntamente com seu chakram no cinto.

– Vá para a batalha de vocês minha filha. E você Mikael. Proteja minha filha com sua vida. Deixárei-la a seus cuidados, agora e para sempre depois também. – disse Balder enquanto desaparecia para juntar-se a batalha.

Enquanto todos estavam ainda aéreos com o sumiço do deus, Mikael se aprontou para a batalha. Reuniu seu poder, e invocou sua armadura divina que era sua herança. Uma luz dourada o cercou, e segundos depois ele apareceu vestindo uma deslumbrante armadura dourada com detalhes azuis, com um símbolo de uma balança com um sol por cima gravados num circulo no meio do peito. Em sua mão, erguia-se um cajado egípcio listrado, e em suas costas tinha uma bela espada de ouro. Seu elmo era dourado, com umas chamas saindo como se fossem as labaredas do sol. Ao seu lado, Mikael viu Alex e Victoriya sendo cercados pela luz mágica, e surgindo com suas vestes de batalha.

Para Alex, surgiu uma bela armadura negra como a noite, com pingos de prata espalhado como estrelas por ela toda. Uma grande lança estava em sua mão direita, e uma espada negra com empunhadura de prata em sua mão esquerda.

Victoriya como não era um semideus, surgiu vestindo o traje de batalha dos magos. Um longo manto azul safira, que cobria a túnica e a calça douradas com detalhes em azul. Em sua cabeça tinha aparecido uma linda coroa trançada com pedras azuis reluzentes.

Deixando Freya como guia, deram as mãos e se tele portaram para a base da árvore da vida, para entrarem na casa de Loki, onde ao longe se ouvia a batalha que os deuses travavam. No meio da confusão Adam tinha aproveitado e escapado mais uma vez usando as sombras.

Ao chegarem finalmente na casa de Loki, ao pisarem no chão, Mikael sentiu um ataque poderoso vindo à direção deles. Erguendo o cajado, conjurou um feitiço forte de proteção e no momento do impacto ele foram protegidos pela barreira dele que suportou o golpe.

– Anúbis. Porque será que eu não estou surpreso em vê-lo aqui? – disse Mikael que se esforçava para manter o escudo. Freya, Alex, e Vicky perceberam que tinham sido salvos pelos reflexos de Mikael e passaram a atacar. Freya atirou inúmeras flechas prateadas banhadas na magia de um feitiço, Alex lançou uma parte da névoa da morte que rouba tudo daquele que o toca, e Vicky começou a realizar um encantamento erguendo também o cajado, liberando uma grossa névoa que mudava de cor a todo instante para cima dele. Anúbis com um sorriso mudou de forma surgindo em sua faceta divina com uma armadura de prateada e negra, e com seu cajado com cabeça de serpente preta o empunhou para frente, e cortou ao meio os ataques. Antes de Anúbis começar a revidar, um homem apareceu em sua frente bloqueando a sua visão.

– Não pode ser. É você, seu moleque imprestável? – berrou Anúbis em fúria.

– Eu mesmo. Glorioso, belo e poderoso. Estou aqui pelo meu irmãozinho. Como vai Mike? Precisa de ajuda? – perguntou Hórus com aquele sorriso zombeteiro de sempre.

– Ajuda sempre é bem vinda meu irmão. – disse Mikael enquanto deixava Hórus cuidado de Anúbis, e eles corriam em direção a casa e ao cofre.