O Filho do Juiz escrita por Cigano


Capítulo 38
Capitulo 38


Notas iniciais do capítulo

a cada capítulo, o final se aproxima.



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Aos poucos Mikael recobrou a consciência, e percebeu que estava deitado numa cama macia e confortável ao lado de seus irmãos. Ao abrir os olhos, demorou um pouco para se acostumar à claridade no quarto totalmente branco e dourado. Em silencio para não acordar os outros dois, levantou-se da cama, e se dirigiu a porta que estava trancada. Olhou as janelas, e eram gradeadas. Tentou usar seus poderes, mas não conseguia produzir a magia, nem reuni-la. Toda vez que tentava o quarto começava a emanar uma suave luz branca que lhe dava uma dor de cabeça terrível. Ele então percebeu que o quarto estava a prova de magia, assim como a masmorra de Anúbis na mansão do julgamento, e resolveu esperar deitado na cama enquanto alguém não aparecia. Apesar de ter dormido sem saber quanto tempo teria se passado, ele ainda estava muito cansado. Enquanto esperava a porta se abrir, seus olhos lentamente ficaram pesados e começaram a se fechar até que caiu no sono.

Dessa vez, foi acordado com alguém sacudindo o seu ombro repetida e insistentemente, até que com um grunhido de frustação ele acordou e sentou-se na cama, para encontrar seus dois irmãos sentados ao seu lado, encarando o belo deus loiro em sua frente que era o pai de Freya. Vicky encarava Balder com um misto de fascínio, desejo, e medo. Já Alex, estava muito confuso por ainda estar meio sonolento, mas também demonstrava um leve receio com o aparecimento dele.

– Bom dia Mikael, Victoriya, e Alex. Bem vindos ao reino de Asgard, lar dos deuses Aesires, ou como vocês da terra nos chamam, os deuses nórdicos. – disse Balder cordialmente com um sorriso amigável no rosto.

– Bom dia senhor Balder. Se não for muito inconveniente perguntar, estamos presos aqui? – perguntou Alex gentilmente.

– Ah sim, por enquanto meus amigos. O que eu pude ver na cabeça do jovem Mikael foi muito revelador e perturbador para nossa terra assim como para a sua. Sua missão resultará do julgamento do grande Odin, onde ele julgará seus atos e averiguará a parte de Loki nisso tudo. –respondeu Balder curioso com a falta de ação dos três.

– Porque vocês não reagem com selvageria como todos os prisioneiros normais? – perguntou Balder curioso.

– Porque isso daria o motivo que todos querem para nos tirar de sua proteção não é verdade? Se não estamos em um calabouço é por causa de sua generosidade em nos vigiar aqui no conforto. Se tentássemos agir de violência, além de ser inútil por causa da barreira que impede a magia que está nesse quarto, ainda teríamos que encarar sua ira, o que nós não queremos. Nosso objetivo aqui foi somente, resgatar Freya, desmascarar Loki, e recuperar o que ele roubou de nossos deuses para impedir que Seth ponha as mãos nele. – respondeu Mikael em voz baixa ao lembrar-se de sua preciosa Freya deixando cair algumas lágrimas.

– Impressionante seu raciocínio. Por que choras tanto? – perguntou Balder ao sentir a tristeza se apoderar do garoto de olhos dourados a sua frente ao ponto, das lágrimas cristalinas rolarem por sua face, acompanhadas de uns leves soluços.

– Eu posso responder a isso senhor Balder. – respondeu Alex.

– Desde que Freya foi capturada, e eu fui torturado pelo inimigo Mikael sofre de um grande abalo emocional. Ainda mais por sua filha que ele é apaixonado. Ele sofre por estar longe dela, sem saber se ela está bem, e que ela irá ser obrigada a se casar com Loki. – terminou Alex com uma careta de desagrado com a ultima parte.

Balder olhou atentamente uma vez mais para o garoto de cabelos negros e olhos dourados. Podia sentir sua imensa dor, e também seu amor por sua filha. Apesar de não conseguir penetrar em sua mente, seus sentimentos estavam muito abalados para que ele pudesse ocultar. Ele nunca gostara de mortais por seus atos egoístas e violentos com os outros, e por sua interminável busca por poder. Mas esse humano tinha o amor por sua filha que ele sempre buscara em um homem que fosse digno de Freya. Ele não sabia como tudo acabaria, mas se sentiria feliz em deixa-la para esse homem.

Ele podia perceber que Odin se aproximava do quarto, e no mesmo instante levantou da cadeira e se pôs a postos ao lado da porta. Ao verem o deus se levantar subitamente, os três entenderam que o chefão daquele lugar, estava chegando para avaliar os prisioneiros e se levantaram e se puseram em frente da cama ansiosos e com um pouco de medo em saber qual seria o destino deles. A porta se abriu num súbito, e um homem apareceu na beirada da porta e os avaliou da cabeça aos pés. O homem era alto, e um pouco velho aparentando ter uns cinquenta anos humanos. Usava um tapa olho no lado esquerdo, seu cabelo grisalho era puxado para trás no elmo que tinha duas asas em cima, com duas cabeças de corvos onde estavam as orelhas por dentro. Trajava uma bela e delicada armadura de prata, com partes azuis que combinavam com a cor azul cobalto de seu olho. Apesar de sua aparência, era muito forte e exalava poder e autoridade, carregando uma grande lança em sua mão direita. Atrás dele vinha um homem meio jovem. Seus cabelos e a barba rala eram tão loiros quanto os cabelos de Balder. Olho intensamente azul, musculoso, trajava uma túnica e calças azuis, com botas de um couro preto. Em sua cintura preso no cinto, estava um grande e poderoso martelo que só podia ser o lendário martelo mjolnir (mionirr) do deus do trovão Thor. E por trás dele, alguém de quem eles odiavam apareceu com um sorriso, numa cara inocente vestido de verde. Loki.

– Intrusos vocês sabem quem eu sou? – perguntou Odin examinando as expressões indiferentes dos três a sua frente, quando a mulher jovem falou.

– O senhor deve ser o grande deus Odin, o rei dos deuses nórdicos contado na mitologia da Terra. – disse Victoriya ainda sem demonstrar nenhuma emoção apenas respeito.

– É verdade. O seu povo nos chamam de deuses nórdicos, o que não está muito errado, pois vivemos muito ao norte. Agora o problema presente é o porquê invadiram minha terra. – falou Odin.

– Senhor Odin! Senhor Odin! Por favor, me responda se estiver ouvindo eu lhe imploro. – escutou Odin uma voz em sua mente o que ele achou incrível, pois aquele quarto estava bloqueando a magia. Olhou para os três de expressões indiferentes, e ao notar o olhar da mulher diretamente para ele, falou em sua mente.

– Como consegues falar em minha mente pequena humana? – perguntou Odin curioso com o fato.

– Eu nasci assim meu senhor. Eu quero pedir ao senhor que em vez de nos ouvir, o senhor olhasse em nossas memorias. Tudo o que dissermos, Loki poderá encontrar uma desculpa para nos desmentir. Mas se o senhor tiver a bondade de olhar a verdade por si mesmo, ele não poderá desmentir o senhor não é? – perguntou Victoriya.

– Curioso. Alguém como você, nascer com um dom assim. Mas tem razão. Meu filho não é o deus da trapaça à toa, então por isso concederei seu desejo humana, mas isso não será o bastante para reunir provas que incriminem meu filho. – respondeu Odin estreitando os olhos.

– Assim que o senhor olhar na mente de meu irmão e do amigo dele acredito que conhecerá ali, o homem que os torturou assim como fez com Freya. Seu nome é Adam e ele trabalha para Seth e Loki. Se o senhor pegar a essência dele que ainda restar em seus corpos, acredito que poderá sentir o Adam em algum lugar por aqui junto de Seth. Adam terá todas as provas da aliança traiçoeira dos dois deuses. – disse Vicky torcendo ansiosa para que o seu plano desse certo.

– Muito bem. Mas, se ele não estiver perto como diz vocês três serão presos aqui por toda a eternidade por ousar invadir meus domínios. – disse Odin mentalmente e voltando a falar em voz alta para os que estavam ali presentes ansiosos por ele não falar nada.

– E então meu pai? Conseguiu descobrir algo? – perguntou Thor que analisava a expressão do pai, e concluiu que ele falava mentalmente com um dos três e que tinha tomado uma decisão.

– Leve-os para a sala do tribunal, para serem julgados e prestarem depoimento. Estarei esperando no recinto e dentro de quinze minutos se dirijam para lá. – disse Odin se retirando da sala com Thor em seus calcanhares quando Loki se manifestou.

– Mas meu pai, vai deixar que eles saíam impunes? – perguntou Loki sem seu sorriso habitual, que fora substituída por uma careta de desagrado.

– Silêncio Loki. Eu decidirei o que deve ser feito com relação a eles. Agora se ninguém tem mais nada a comentar vamos indo. – perguntou Odin notando que o garoto de olhos dourados levantava a mão.

– Sim? – disse Odin notando a tristeza e dor que emanava do rapaz.

– Senhor Odin. O senhor poderia me ceder a generosidade de visitar Freya, antes do julgamento? Por favor? Eu não sei se estarei livre para poder vê-la outra vez algum dia. Por favor, senhor Odin. – pediu Mikael jogando todas as suas esperanças nesse pedido.

– Eu também o peço meu pai. Por favor. Talvez a presença do homem que a ama, possa despertá-la de seu sono profundo. – pediu Balder que surpreendeu a todos.

– Bem, já que você está pedindo Balder, concederei o pedido humano. Só uma hora. Adiarei o julgamento até lá, e antes que você diga algo Loki, eu já decidi. Agora vamos embora, e não me repetirei. – disse Odin cansado dos atrasos se retirando pela porta junto de todos os outros.

E naquele momento, finalmente viu-se em Mikael um sorriso verdadeiro que muito tempo não se moldava ao seu rosto. Era um sorriso de esperança e amor.


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