A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 3
Uma entrevista levemente inusitada


Notas iniciais do capítulo

Ooooi! Tudo bom com vocês? Comigo está bem, bem, bem! Mais dois dias de aula, afinal. Somente uma tristeza um pouco ruim, porque, de qualquer maneira, é o último ano que piso naquele chão como estudante. É meio nostálgico.

* Obrigada por todos, todos, todos os comentários. Adorei cada um! Amo todos vocês, e obrigada pelas mensagens de apoio s2

* Falando de um assunto diferente agora. Fãs de Naruto que leem o mangá: vocês viram que tá rolando na web algumas imagens do The Last, e tipo, tem um gif muito, mas muito, mas muito realista do Sasuke e da Sakura se beijando. Tipo, tem os dois com o figurino do The Last, e tipo, eles se beijam 'O'. Se for verdade, amei. Achei que Naruto acabaria sem beijo nenhum :/ Tão sem graça, né?

* Cap que vem ou daqui a uns dois caps eu vou basear o capítulo na música que eu mais estou viciada no momento, e acho que vai caracterizar muito a cena do cap. Não vou falar a música, mas acho que vão gostar.

* Espero que gostem do capítulo! Amo vocês, beijo, beijo! Xoxo s2



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O rosto de Remo nunca aparentara estar cansado, mas era perceptível que com esse cansaço vinha muito mais do que uma noite de lua cheia. Ele carregava um rosto pesado. Um rosto que demonstrava que suas preocupações agora se definiam em saber que Voldemort voltara para valer. E uma grande dose de sua preocupação tinha nome e sobrenome: Lawrence Potter.

Agora, quem estava sob sua tutela era ele, e o homem não poderia deixar nada acontecer com ela. Não por ela ser a menina-que-sobreviveu, ou por Voldemort estar atrás dela. Mas ele devia uma grande parcela ao seu melhor amigo e a sua grande amiga, James e Lilian Potter. O Lupin passara quinze anos sem se pronunciar na vida da afilhada, e agora ele devia muito mais do que uma casa para morar: ele era sua família agora. Ele e Harry era a única família que ela tinha, e ele devia isso a ela muito mais do que Harry devia.

Ele estava esgotado. De tudo.

Cansado de passar noites em claro pensando sobre a guerra e sobre Voldemort. Pensando sobre como protegeria a todos que amava. Pensando em como seria bom ter Sirius de volta, e pensando mais ainda como poderia fazer o sorriso verdadeiro de Tonks voltar ao rosto. Pensando em como poderia dar uma casa digna a sua afilhada, quando mal tinha dinheiro para roupas novas. Mas é claro que ele nunca contaria isso a ela. Tudo que Lawrence precisava era paz, e não daria a ela mais uma parcela de preocupação, quando Remo sabia que ela sentia como se todo o mundo bruxo estivesse em suas costas.

– Gosto do seu cabelo assim. – ele disse tentando esquecer as preocupações, e enrolando o dedo em um dos cachos – Fica original. E realça bem mais a força que tem nos seus olhos. – ele disse, e ela sorriu verdadeiramente.

– Gina fez um ótimo trabalho. Estava ridículo. – ela completou, se virando e pegando a bolsa em cima da cama e colocando em seu colo, enquanto se sentava no colchão. Estavam sozinhos, já que o homem que ficava ao seu lado estava no pátio.

– Eu achei um ato extremamente corajoso da sua parte. Draco me contou o que fez. – ele disse, e logo um sorriso debochado surgiu no rosto do padrinho – Se sacrificar pelos outros não era confundir burrice com heroísmo? – perguntou, se sentando ao lado dela, enquanto a menina fazia um biquinho engraçado e virava a cabeça para o outro lado.

– Eu nunca disse que era inteligente. – ela murmurou aborrecida, mas se assustou ao ouvir uma risada animada do padrinho, seguido de um braço enlaçando seus ombros e a fazendo se encostar no ombro de Remo.

– Admita, Lawren. Seu coração é um pouco Gryffindor. No fundo. – ele disse, e ela bufou.

– Eu não sou nem um pouco, nem nada Gryffindor. – ela disse, ainda encostada no ombro do padrinho e olhando para o nada – Sou Slytherin, e somente isso. O que ocorreu naquela floresta foi raiva e não heroísmo. Eu odeio atos de heroísmo feitos somente para refletir como o profeta diário diz: para virar um herói. Não é, e nunca vai ser meu objetivo de vida virar uma heroína. Essa é a diferença entre Slytherins e Gryffindors no quesito salvamento. Gryffindors agem por heroísmo. Slytherin agem por raiva. Naquela hora, tudo que eu queria era vingar a morte do Daniel, e ponto. – viu pelo canto do olho o padrinho sorrindo levemente e concordando.

– Interessante sua roupa. – ele falou de repente, e a Potter sorriu pelo canto dos lábios.

– Eu uso vestidos de vez em quando, sabe. – ela disse, e ele riu.

Usava um vestido com a parte de cima preta e a de baixo floreada a preto e branco. Era uma saia soltinha que ia pouco acima do joelho, e nos pés, usava seu Vans. O colar que ganhara de natal estava bem guardado dentro da roupa, e ela suspirou ao se levantar.

– Terá que tomar um certo cuidado lá fora. – falou Remo, enquanto ela pegava sua bolsa e olhava para ele com confusão – Alguém deixou vazar o dia em que sairia daqui. Tem vários jornalistas na recepção. Podemos sair pelos fundos se quiser. – falou ele, olhando a cara de desgosto da afilhada.

– Não. Vamos simplesmente ignorá-los. Quem sai pelos fundos é defunto. E eu ainda não morri nessa guerra, Remo. E não pretendo morrer tão cedo. – falou decidida e depois dando um sorriso singelo e imperceptível, esperando pelo padrinho para saírem.

A médica já havia passado mais cedo ali, e Remo já assinara o documento de saída do hospital. Era somente sair, e pronto. Foram andando calmamente pelos corredores, e algumas pessoas acenavam para a ruiva e sorriam educadamente. Não demorou muito para chegar a recepção, onde os guardas tentavam de todas as formas repelir os repórteres, com suas grandes câmeras e “amplificadores de voz”, que seria quase como um microfone. A fila de doentes estava enorme, mas ninguém conseguia passar com a enorme quantidade de jornalistas. A Potter suspirou e revirou os olhos, quando viu que ao tentar passar, os homens a abordaram com várias perguntas.

Em meio a tantas vozes, nada era respondido. Ela bufava de vez em quando, mas não conseguia passar de jeito algum. Ficou irritada ao perceber que alguns aurores zelavam por sua segurança, quando o que menos queria era pessoas que trabalhavam para o ministério para cuidar de si mesma. Ela não precisava de cuidados. Não deles, pelo menos.

– Lawrence, o que você pensa do que está acontecendo? – perguntou algum, e ela suspirou e parou, vendo todos ficarem em silêncio subitamente.

– Eu posso pensar em responder se me deixarem passar e saírem do hospital. Se não sabem ler, tem várias e várias placas grandes e reluzentes onde está escrito para todos fazerem o máximo de silêncio possível. E se não olham ao seu redor, o que acredito que não seja o caso, conseguem ver várias pessoas precisando de atendimento e que não podem receber esse atendimento com uma montanha de pessoas gritando o nome Potter, que é um sobrenome como qualquer outro.

Bastou dizer isso para todos saírem apressados pelas portas, e ela suspirar e olhar para Remo, que a encarou com pesar. Balançou a cabeça e pegou um dos cafés que eram servidos na recepção, antes de sair se sentindo uma famosa drogada comentando sobre a clínica de reabilitação.

– Lawrence, como você...?

– Potter, o que você...?

Era assim que entedia todas as perguntas, sem ouvir o final de nenhuma delas. Encarou a todos, esperando que o silêncio viesse em paz, enquanto desfrutava do café e sentia o vento gelado do verão de Londres bater em seus cabelos. Ouviu seu padrinho a falando para não se estressar porque estava se recuperando de um envenenamento, mas não estava preocupada com isso. Agora que começara. Não iria parar. Só precisava da pergunta certa.

– Não deveria fazer isso. – ouviu uma voz ao seu ouvido, e sorriu ao sentir o vento quente da sua boca atingir seus tímpanos.

– Se o meu melhor amigo tivesse chegado um minuto atrás, teria evitado isso. – falou a Potter, se virando para o Malfoy e o abraçando, enquanto percebia que o silêncio dos repórteres finalmente chegara e eles encaravam a cena com satisfação, enquanto tiravam fotos de todos os ângulos do abraço entre amigos – Se prepare para estar na primeira capa do profeta diário. Imagino qual será a legenda. – ela murmurou, enquanto o amigo sorria e abraçava sua cintura.

– Adoro ser primeira capa. Ainda mais quando estou com pessoas gatas. – ele disse sorridente – Finalmente ajeitou aquele cabelo. Gina ouviu minhas preces. – reprimiu um gemido doloroso quando a menina apertou seu braço com as unhas afiadas, sem esboçar expressão alguma além de um singelo sorriso.

– Pois bem. – suspirou, jogando o copinho no lixo – Você. Qual é a sua pergunta? – perguntou, e a repórter aparentemente novata sorriu animada estendendo o microfone.

– O que acha dessa situação? – perguntou, eufórica.

– Meu amor, estive em um hospital nessa última semana. O máximo de contato que tive com o mundo exterior foi no pátio. Então, se está perguntando do hospital, foi uma situação bem aborrecedora. Mas se está perguntando sobre Voldemort, me conte as novidades e eu posso lhes dizer minha resposta, porque eu ainda não sou adivinha para saber o que Voldemort fez do lado de fora do hospital. – falou sorridente, olhando para o outro – E você? Qual a sua pergunta?

– Você propõe alguma solução para a guerra? – falou o menino, e a Potter sorriu, olhando para o jornal em que ele trabalhava.

– Como é o seu nome? – perguntou.

– Alan. – ele disse, ansioso pela resposta.

– Bem... Hum... Alan. Se eu proponho uma solução para a guerra. O fato de eu, meu irmão e Dumbledore termos ficado o ano inteiro alertando sobre a volta de Voldemort e para fazermos algo antes de ele se tornar forte, como agora, conta? Porque se eu me lembro bem, o profeta diário era o jornal que mais nos chamou de loucos e apoiou o ministério. Então não. Não proponho nada. Perguntem ao ministério, eles estão sempre certos, não é? – falou – E você? Pergunta?

– Hum... Eu...

– Espere. Deixe que eu falo. Bem, mundo bruxo e blábláblá: estou aqui para falar de um bando de gente hipócrita. Quem? Os comensais? Não. Vocês. Só tenho uma coisa a dizer. Continuem acreditando no ministério que irão se ferrar. Como estamos ferrados agora. Viu, gente. Adorei a entrevista. Super show! Beleza, tchau! Ah, e se quiserem um exemplo de simpatia, falem com o meu irmão. Ele é o bom. Não eu.

Suspirou, pegou na mão do melhor amigo e do padrinho, e saíram os três sem se importar com os jornalistas estáticos. A ruiva suspirou, e mexeu levemente no cabelo após dobrarem a esquina. Parou, e olhou para o melhor amigo.

– Onde esteve? – perguntou, e depois olhou para o padrinho – Ah, nem sei onde é a casa. Estamos no caminho certo? – perguntou, e Remo suspirou.

– É no Beco Diagonal. Se Draco quiser vir... – falou Remo meio relutante com o Slytherin filho de comensais, mas o loiro somente sorriu e negou.

– Eu nem ia passar no hospital para falar a verdade. Desculpa de verdade, Lawren. Eu tenho andado meio ocupado e tenho tido muita coisa para fazer. Nem deveria ter parado para falar com você. Então... Acho que não vamos mais nos ver nas férias. Então... tchau. – deu um aceno meio envergonhado, e saiu, sem dar nem mesmo um abraço.

A Potter franziu a sobrancelha, e sentiu seus olhos aguados de novo, mesmo sem estar com vontade alguma de chorar. No fim, estava por fazer muito disso ultimamente. Era como um choro sem lágrimas ou sem vontade de chorar. Ela arqueou a sobrancelha e mordeu o lábio inferior, encarando o caminho que Draco seguiu. Ele ficara estranho de uma hora para outra.

Olhou para o outro lado da rua, e viu um sujeito suspeito escorado em um poste. Era alto e tinha um cabelo extremamente oleoso. Tinha uma barriga de homem que bebe toda tarde, e seus dentes não eram muito bonitos de se ver. Ele também encarava o lugar por onde Draco saíra, mas logo depois desviou o olhar para Remo.

– Eu também vi ele. – falou Remo – Vamos embora.

A ruiva assentiu e suspirou, olhando mais uma vez para o homem e para o lugar onde Draco estivera. Não iria demonstrar, com toda a certeza do mundo, mas estava sim magoada. Um: porque ele nem mesmo iria visita-la. Dois: ele não iria visita-la somente porque estava ocupado. Três: ele nem mesmo disfarçou o desgosto de ter parado para falar com a melhor amiga. Quatro: ele não queria mais vê-la nas férias. Cinco: ele saiu somente com um tchau.

Mas nunca fora o tipo de menina que se remoía por dentro por coisa pequenas. Suspirou, estalou levemente os dedos, e olhou para Remo com um sorriso ainda singelo. Mexeu mais uma vez no cabelo, tentando esconder de todo jeito e maneira a sua cicatriz, e tentando reprimir o pensamento de que Draco ficara assim por causa do cabelo novo. Precisava superar um medo, de qualquer maneira. E mais: agora não era só Hogwarts que a veria de cabelo curto. E sim todo mundo bruxo. Draco era só mais um, e isso a deixou de alguma forma, um pouco melhor. Recomeçou a caminhada com o Lupin, e já decidira: iria escrever para Draco em casa. E esqueceria dele por pelo menos dez minutos.


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Notas finais do capítulo

Look Lawren! http://www.polyvore.com/cgi/set?id=142276868&.locale=pt-br

Beijo, beijo!



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