Pov Rose

Faltava apenas um mês para as férias de Natal, e eu mal podia esperar para isso finalmente chegar. Esse ano a família combinou de passarmos essas férias na casa do tio Percy, que era em uma área afastada de Londres.

Hoje tem jogo da Grifinória contra a Corvinal, por isso acordei cedo e já tratei de acordar Lily e Alice, que resmungaram, como sempre. Mas quando eu disse que hoje é dia de jogo de quadribol elas deram um salto e começaram a se arrumar. Pois é, esse esporte é muito motivador.

Descemos para tomar café e começamos a conversar com James, que chegou pouco depois de nós.

– Preparadas para o jogo? – ele perguntou.

– Eu nasci pronta maninho. – disse Lily.

– Ui, convencida. Não se esqueça que a Corvinal é melhor do que todo mundo pensa. – disse Hugo.

– Pode deixar, Huguinho. – eu digo.

– Não me chame de Huguinho!

– Eu te chamo da forma que eu quiser! – brigo.

– Ah é? Então eu posso te chamar de Rosinha? – ele fala.

– À vontade, eu não ligo.

Ele me olha irritado e eu rio da cara que ele faz. Fred só ficou olhando aquela briguinha estúpida de irmãos, mas que tenho certeza que ele próprio tem com a irmã dele.

Vamos para o vestiário, James faz seu discursinho de sempre, pegamos nossas vassouras e entramos no campo, ouvindo os aplausos da nossa casa. James aperta a mão de Gabe Chang e o jogo começa, com Fred narrando:

“E Lily pega a goles! Ela voa veloz, está se aproximando do aro, mas Fancy Creevey rouba a bola! Mas isso não é problema, porque Rose a rouba novamente e marca! 10 pontos para Grifinória! Oferecimento: Firebolt II: a vassoura que deixará qualquer outra engolindo pó!”

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Após mais uma meia hora de jogo, estava 60 pontos para nós e 50 para a Corvinal. Eu só queria que James pegasse logo aquele pomo para ganharmos, mas pelo jeito estava difícil a situação.

“E James e Willian estão disputando o pomo em uma corrida muito complicada! Potter o ultrapassa, ele vai pegar o pomo em 3, 2, 1... E um balaço o acerta! Willian faz uma virada com a vassoura muito complexa e ele PEGA O POMO! Corvinal ganha o jogo!”

Eu simplesmente não acredito nisso, bem que o Huguinho disse, não deveríamos ter desprezado tanto a casa dos Corvos, ou das águias, tanto faz. Bem perdemos, mas fazer o quê? Não é sempre que se vence e ainda temos chance de conseguir a taça, mas depende de vários fatores, como vitória da Sonserina, derrota dos lufanos e outros.

Quando eu penso que não tem como piorar, um raio aparece no céu e começa a chover. Ótimo! Quase ninguém saiu do campo ainda, seja jogador, seja os alunos que estavam assistindo. De repente, uma sombra escura aparece no céu e Fred fala, ainda com o microfone de narrador:

“O que é aquilo? Seria um dementador? NÃO! É um hipogrifo, conduzido por Scorpius Hyperion Malfoy! E parece que ele tem algo a dizer!”

Todo mundo ficou quieto, e só era ouvido o som da chuva e do animal pousando no meio do campo. Nem os professores estavam com reação, todos nós estávamos paralisados, e eu percebi que eu estava parada, na frente do hipogrifo, olhando para o loiro, toda encharcada.

Scorpius desmontou do animal, que reconheci ser Bicuço pelas fotos que meu pai me mostrou. Ele parou na minha frente e me beijou, fazendo a maior parte da escola aplaudir. Foi como um sonho, um beijo na chuva, com nossos corpos em sincronia, sem ligar para as pessoas que aplaudiam e observavam tudo.

Então ele coloca a varinha no pescoço, fazendo sua voz ecoar tão alto que todos ouviram:

– Quer... Comigo... Rose... Namorar... Você?

Eu fico muito surpresa e grito:

– MEU MERLIN, SIIIIM!

Ele abre um sorriso de orelha a orelha e me beija novamente. Então sobe no hipogrifo, me faz montar nele também e Bicuço começa a voar. Vejo todo o terreno de Hogwarts lá de cima, e eu nunca tinha visto como era lindo. Melhor ainda com o loiro perto de mim, claro.

Sobrevoamos Hogsmead e ele pousa na Casa dos Gritos. Com certeza aquele dia seria longo.