Back To December - Scorose escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 1
Back to December




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- Scorpius? – Questionei, espantada. Não era para eles estar ali. Era suposto eu sair e divertir-me, tentar esquecê-lo, e não esbarrar com ele num bar em Londres.

Vi os seus ombros contraírem, e o loiro virou-se ao som da minha voz, arregalando os olhos. Algo me dizia que ele também não me esperava ver.

- Rose – cumprimentou com um aceno de cabeça. – Como estás?

Aproximei-me alguns passos, deixando um metro de distância dele. Por precaução.

- Bem e tu? – Perguntei, educada. – Como está a tua família? Já não os vejo há meses – comentei.

- Estão bem, tal como eu, – respondeu, não deixando transparecer nenhuma emoção.

- Tenho saudades deles, sabes – afirmei. – Eu adoro os teus pais!

- Eles também gostam muito de ti – disse o loiro, pegando na bebida que estava em cima do balcão.

O barman apareceu e eu pedi uma bebida para mim, sentando-me num dos bancos, ao lado de Scorpius. Era a primeira vez que o via, depois de terminarmos.

- Então, que tens feito? – Perguntei, numa tentativa de manter a conversa.

- Bem, tu sabes, tenho treinado – disse, evasivo. – Cada vez é mais difícil e agora com o campeonato torna-se ainda mais cansativo. E tu?

Dei um gole na minha bebida antes de continuar.

- As coisas têm estado calmas no departamento de Aurores – informei.

- Ainda bem – disse, terminando o assunto.

Mas eu não queria continuar, eu queria conversar com ele. Queria que ele fosse o Scorpius que eu me lembrava, divertido e sorridente, não esta versão reservada e neutra. Mas eu entendia.

- O tempo não ajuda nada os treinos, pois não?

Viu erguer uma sobrancelha.

- Estás a perguntar-me pelo tempo? – Questionou ele, sarcástico. Por um segundo, deixei que um pequeno sorriso aparecesse. Sarcasmo combinava com o meu Scorpius.

- Sim, acho que estou – admiti.

- Não, não ajuda – concluiu ele. – Se me dás licença, eu vou andando – informou e saiu, deixando-me sozinha no balcão.

I'm so glad you made time to see me
How's life, tell me, how's your family?
I haven't seen them in a while
You've been good, busier than ever
We small talk, work and the

weather


Your guard is up and I know why

Ele não me deixou aproximar dele. Não manteve uma conversa comigo e eu sabia o porquê.

Sabia que ele ainda estava magoado comigo… o que eu fiz ainda lhe queimava nos pensamentos. O dia em que ele se declarou e eu abandonei-o, com o ramo de rosas na mão.

Because the last time you saw me
Is still burned in the back of your mind
You gave me roses and I left them there to die

Se eu já não conseguia parar de pensar nele, aquela semana só piorou. Mal consegui dormir, sempre que fechava os olhos eu lembrava-me de como ele me tratou no bar e de como ele costumava tratar-me quando namorávamos. Era tão diferente. O meu Scorpius era querido, irónico, sorridente e até romântico… este era imparcial, neutro e até um pouco frio. Lembrava-me de como o tinha abandonado antes e tentava imaginar onde estaríamos se eu não tivesse vindo embora.

Sexta-feira chegou e com ela a animação dos meus primos, principalmente de Albus. Era o aniversário de Scorpius, e como melhor amigo Albus teria de estar presente.

- Queres vir, Rose? – Convidou-me.

Abanei a cabeça.

- Não me parece boa ideia, Al, obrigada – disse.

- Ele não se vai importar – garantiu o moreno, insistindo.

- Esquece isso, Albus – pedi. – Eu não vou! Não consigo vê-lo agora…

- Foste tu que terminaste, Rose – afirmou Albus, mas eu sabia que não era uma acusação e sim um facto. – Devias ligar-lhe, pelo menos.

Assenti com a cabeça e deixei-o sair, sem mim.

Fiquei sentada no sofá durante horas, com o telemóvel à minha frente, tentando ganhar coragem. O que eu diria? Será que ele esperava que eu ligasse?

Finalmente, peguei no telemóvel e disquei o número de Scorpius. Ao quarto toque ele atendeu.

- Alô? – A sua voz rouca chegou aos meus ouvidos. Paralisei. Eu não conseguia. – Quem fala? – Ele apagou. Scorpius apagou o meu número. Ele já não pensava em mim, não como eu pensava nele. – Isto é alguma brincadeira? Porque eu não estou a achar piada!

Sem pensar duas vezes, desliguei, com as lágrimas a chegarem-me aos olhos.

These days I haven't been sleeping
Staying up playing back myself leaving
When your birthday passed and I didn't cal

Scorpius e eu havíamos começado a namorar logo que Hogwarts acabou, no Verão. No início, tudo eram flores e corações. Eu estava nas nuvens. Os pais dele gostavam de mim e eu gostava deles, eu era aceite na família Malfoy. Nós os dois costumávamos sair de carro para algumas festas muggles, eu gostava e ele fazia-me a vontade.

Eu adorava vê-lo conduzir, sentada no banco do pendura. Íamos à praia com os meus primos e era divertido. Lembro-me de como adorava vê-lo rir-se. Ele era lindo! Com a pele bronzeada e o sorriso doce… Ele era tao bom para mim!

Quando o Outono chegou, eu percebi que o amava mais que a mim mesma. Ele era a minha vida! E, de algum modo, eu era a dele! Eu entendia-o e ele protegia-me, como naquela noite fria de Setembro em que eu chorei nos seus braços. Scorpius nada disse, apenas me deixou chorar e molhar a sua camisa preferida.

Then I think about summer, all the beautiful times
I watched you laughing from the passenger side
And realized I loved you in the fall

I miss your tan skin, your sweet smile
So good to me, so right
And how you held me in your arms that september night
The first time you ever saw me cry

Então Dezembro chegou! E com ele, toda a confusão. Todo o medo!

Medo de não ser boa o suficiente e não o conseguir agradar! A culpa foi minha, toda minha. Eu devia ter acreditado nele quando ele me disse que me amava. Mas eu não consegui!

Lá estava ele, de joelhos, numa mão um ramo de rosas vermelhas, na outra um anel de noivado. A declarar todo o seu amor e tudo o que eu fiz foi dizer-lhe adeus! Eu paralisei com as palavras dela na minha mente, Lisa Finnigan.

FLASHBACK

- Deixa-me adivinhar, essa alegria toda é por causa do Scorpius – disse ela com a voz irritante tão característica.

Lisa veio ao meu encontro no trabalho. Ela era amiga de Scorpius e, como tal, eu tinha de me dar bem com ela, mesmo odiando-a e sendo retribuída. Era um sacrifício em nome do meu amor por ele!

- A minha relação com o Scorpius, não te diz respeito – cortei-a. – Precisas de alguma coisa, ou só vieste chatear-me?

Lisa sorriu irónica e sentou-se na cadeira em frente à minha mesa. Cruzou as pernas, fazendo com que a mini-saia levantasse. Vadia!

- Na realidade, eu vim avisar-te, Weasley – disse ela. – O Scorpius acha que te ama, mas ele esta enganado. Eu conheço-o bem demais para saber isso! Tu não fazes o tipo dele – constatou ela. – Nem sequer gostas das mesmas coisas que ele, como é que podes ser a mulher da vida dele?

Olhei-a irritada.

- Mais alguma coisa? – Perguntei, tentando conter-me.

- Sim – disse ela. – Um pequeno conselho: se eu fosse a ti, percebia agora que Weasley e Malfoy não foram feitos para ficarem juntos! – Dito isto, levantou-se e saiu da minha sala, piscando o olho à saída.

FLASHBACK OFF

Quando o vi, ali de joelhos, tudo o que eu conseguia pensar era em como Weasley e Malfoy não foram feitos para ficarem juntos, e como eu não partilhava os mesmos gostos que ele. Na realidade, eramos totais opostos. E, ainda havia o facto de será que ele me amava mesmo ou era só ilusão?

Tudo isso levou-me a cometer o meu maior erro.

And then the cold came with the dark days
When the fear crept into my mind
You gave me all your love and all I gave you was goodbye

Dia 15 de Julho, eu senti-me presa em casa. Aquelas quatro paredes deixavam-me claustrofóbica. Eu precisava de ar! Albus estava comigo em minha casa, e no entanto a paciência do moreno já estava no limite. Eu andava de um lado para o outro.

- Importas-te de parar, Rose? – Pediu. – Estás a dar comigo em doido!

Olhei-o.

- Sabes que mais, eu vou dar uma volta – disse. – Ficar em casa faz-me lembrar dele!

- Tu ainda o amas, certo? – Perguntou o moreno.

- Eu sempre vou amar, Al – garanti. – Eu vou embora, beijo! – Rapidamente, sai de casa. Não aguentava mais.

Hoje faria um ano que tínhamos começado o namoro. Há um ano atrás, Scorpius pedira-me em namoro, diante de toda a Hogwarts. E eu aceitei! Eu devia ter aceite também o pedido de casamento.

Sem me dar conta de onde andava, dei comigo em frente do London Eye, local onde ele se tinha posto de joelhos. Ah, como eu queria voltar a dezembro!

À minha volta, crianças corriam, casais apaixonados passeavam, e eu ali, sozinha, com um aperto no coração.

- Rose? – Paralisei ao ouvir aquela voz. – Weasley?

Olhei em direção à voz e suspirei. Scorpius estava parado diante de mim.

- O que fazes aqui? – Perguntei.

- Isso pergunto eu, – contradisse ele.

- Eu perguntei primeiro – argumentei.

Pareceu-me ver um pequeno sorriso nos seus lábios, mas depressa desapareceu. Ele suspirou.

- Apeteceu-me dar uma volta, - informou, mas eu sabia que não era totalmente verdade. Scorpius podia já não ser o MEU Scorpius, mas eu continuava a compreendê-lo bastante bem, o suficiente para saber que ele estava a mentir. – E tu?

- Para ser sincera, eu comecei a andar e vim parar aqui, sem perceber – admiti.

- Hum, bem…eh, eu vou andando – disse ele, começando a virar-se.

- Espera! – Pedi. Scorpius olhou para mim. – Queres..hum..queres um algodão doce? – Perguntei, vendo o carrinho do algodão ao fundo. Scorpius pareceu negar. – Oh, vá lá, se eu bem me lembro, tu adoravas algodão doce! Mudaste de gostos?- Questionei, meio a brincar, com um sorriso na cara. Por favor, diz que aceitas!

Scorpius analisou-me e depois sorriu.

- Não, ainda adoro – confirmou. – Vamos?

- Vamos – confirmei.

Começamos a andar na direção do carinho, quando chegamos a vendedora olhou-nos e sorriu.

- O que desejam? – Perguntou, simpática.

- Um algodão doce e um pacote de pipocas – pediu Scorpius e eu sorri. Ele lembrava-se.

Depois de pagar, e de eu insistir em pagar e ser ignorada, Scorpius deu-me as pipocas. Ergui uma sobrancelha.

- Eu sei que preferes pipocas – disse ele, encolhendo os ombros.

Peguei no pacote e começamos a andar. A sensação de deja vú preencheu-me. Quantas vezes tínhamos nós dado passeios, ele com algodão e eu com pipocas?

- Parabéns – disse. Scorpius olhou-me confuso. – Fizeste anos! Está com uns meses de atraso, mas espero que ainda valha de algo.

Ele sorriu.

- Obrigada – agradeceu. – Mas tu já me tinhas dado os parabéns!

Parei de andar e olhei-o.

- Não tinha não – contestei.

Ele riu-se, pela primeira vez na minha presença.

- Rose, quem mais iria ligar para mim e não dizer absolutamente nada? – Questionou, divertido. – Além disso, eu ainda sei o teu número de cor.

Core. Ele sabia que era eu! Porque não disse nada antes?

- De qualquer das maneiras, eu não disse nada – afirmei. – Então, parabéns atrasados!

- Nesse caso, Srª Teimosa, Obrigada – brincou ele. Sorri.

Eu adorava este lado dele, o divertido. Era bom saber que ele ainda o podia ser comigo.

Caminhamos em silêncio, eu a comer pipocas e ele com o seu algodão doce.

- Hoje faríamos um ano – comentou ele, como se comentasse o tempo.

- Sim, faríamos – disse, não sabendo o que fazer. – Se não tivéssemos terminado!

Ouviu bufar.

- Exatamente, o que estamos a fazer aqui? – Perguntou ele, fazendo-me ficar de frente para ele. Fiquei confusa. – Vamos lá, rose! O que estamos a fazer? Hoje faríamos um ano de namoro e, por coincidência, encontramo-nos no local onde eu te pedi em casamento?! – Perguntou retoricamente. – O que vieste aqui fazer? O que estamos a fazer?

- Eu não sei – admiti. – Eu só sei que lamento aquela noite. Lamento ter fugido e não ter dito que sim! Tudo o que eu sei é que todos os dias eu penso em como seria se eu pudesse voltar àquela noite.

- Se lamentas tanto, porque fugiste? – Questionou ele. Vi nos seus olhos o quanto ele estava magoado comigo.

- Eu… eu fiquei com medo – admiti.

- Medo? Medo de quê? – Perguntou e o seu telemóvel tocou. – Espera um segundo – pediu e atendeu. – Lisa – cumprimentou. Revirei os olhos. Lisa! Sempre ela! – Sim, eu depois vejo isso, ok? – Scorpius falava com ela, enquanto eu me culpava ainda mais por ter deixado a Finnigan estragar o meu relacionamento. – Eu estou com a Rose, depois vou ter contigo – prometeu. Revirei os olhos. – Ok, beijo.- Despediu-se e olhou para mim. – Desculpa, era a Lisa.

- Sempre ela, – comentei, sem me conter.

- Como assim sempre ela? – Questionou Scorpius. – Ela é minha amiga é normal falar comigo, não?

- Claro que é normal – afirmei, meio sarcasticamente. – Aliás, ela é a tua melhor amiga, certo? Conhece-te como ninguém!

De novo, as palavras de Finnigan preencheram-me os pensamentos. “O Scorpius acha que te ama, mas ele esta enganado. Eu conheço-o bem demais para saber isso! Tu não fazes o tipo dele.”

Talvez ela tivesse razão no meio disto tudo, talvez eu não fosse mulher para ele. Talvez Lisa fosse. Eles eram amigos desde infância. Gostavam das mesmas coisas! Eu não!

- O que queres dizer com isso? – Insistiu Scorpius. – Na realidade, qual é o teu problema com ela? Tu nunca gostaste dela, eu sei disso, mas nunca te impuseste a que eu falasse com ela.

- Não é problema nenhum, Scorpius – menti. – Sabes que mais, talvez devesses ir ter com ela. Nós vemo-nos depois, ou assim – disse e virei-me para sair.

No entanto, Scorpius agarrou-me o braço e virou-me de frente para ele, de novo.

- Não vais fugir de novo! – Agora ele estava zangado. A sua mão agarrava-me com força, mas não me magoava. – Vais-me dizer o que foi que ela te fez para a tratares tão mal! Porque se eu me lembro a Lisa sempre foi tua amiga. Ela até me ajudou a escolher o anel – admitiu

Então as coisas começaram a fazer sentido. Lisa sabia que Scorpius ia-me pedir em casamento e aproveitou a oportunidade para falar comigo sobre os sentimentos dele.

- Ela ajudou-te a escolher? – Perguntei, incrédula.

- Sim – admitiu o loiro. – Ela e Albus foram comigo à joalharia. Mas não fujas do assunto, porque é que não gostas dela?

- Porque ela é sínica – disse. – Porque ela fingia ser uma pessoa à tua frente, mas comigo era outra. Porque ela gostava de ti e fazia de tudo para me deitar a baixo – informei. – É por isso que eu não gosto dela. – Suspirei. – Porque ela é muito mais mulher para ti do que eu!

Scorpius franziu o sobrolho.

- Quem te disse isso? – Perguntou. – Tu eras a mulher perfeita para mim!

- Era? – Perguntei, incrédula. – Scorpius, nós somos mundos opostos. Eu sou Gryffindor, tu Slytherin. Eu gosto de livros, tu de Quidditch. Eu gosto de pipocas, tu de algodão doce, - apontei para as nossas mãos, onde os doces descansavam. – Nós temos gostos e opiniões opostas! Passávamos grande parte do tempo a discutir sobre coisas idiotas! Não havia um único dia em que nós não discordássemos de algo! – Despejei tudo o que pensava nele, tentando conter-me para não gritar. – Mas a Lisa? Vocês conhecem-se desde crianças! Têm os mesmos gostos, os mesmos passatempos, as mesmas opiniões sobre tudo… Eu acho que nunca vos vi discutir sobre nada… Ela é muito melhor para ti do que eu alguma vez fui!

- Rose – começou Scorpius, mas eu cortei-o.

- Não, Scorp, – interrompi-o. – Eu amo-te e, provavelmente, sempre amarei. E não há um dia em que eu não sinta a tua falta, mas eu não sou mulher para ti… eu sei isso, tu sabes… até a Finnigan sabe! Ela própria disse-me isso! – Suspirei. – Então, por favor, não compliques mais as coisas e deixa-me ir embora – pedi, suplicante. Os olhos ardiam-me com o peso das lágrimas que eu tentava a todo o custo não derramar.

So this is me swallowing my pride
Standing in front of you, saying I'm sorry for that night
And I go back to december all the time
It turns out freedom ain't nothing but missing you
Wishing I'd realized what I had when you were mine
And I go back to december, turn around
And change my own mind
I go back to december all the time

Senti o aperto no meu braço diminuir e soltei-me. Virei-me e comecei a afastar-me. Finalmente, as lágrimas caíram.

- Rose! – Ele chamou-me mas eu ignorei-o, continuando a andar. – Rose! – Voltei a ignorar. – Rose! – Desta vez o chamamento veio acompanhado por uma mão que me virou de encontro ao seu corpo.

- Scorpius, por favor – pedi, sem conter as lágrimas que caiam.

- Não, Rose –negou ele. – Não te vou deixar fugir de novo! – Garantiu. – Eu não sei onde foste buscar a ideia que não eras a mulher indicada para mim, mas estás errada! Sim, nós discutíamos e, sim, não temos nada em comum, mas é isso que me faz amar-te – informou ele. – Saber que mesmo que odeies Quiddicth, tu farás um esforço para te manteres interessada só para me ouvires. Saber que, embora odeies a Lisa, tu davas-te com ela só para me agradar – comentou ele. – Eu amo-te Rosie – declarou. – E sempre vou amar-te, mesmo que discutamos todos os dias, mesmo que tu gostes de pipocas e eu de algodão doce – brincou ele, com um sorriso no rosto. – Como podes pensar que não és perfeita para mim?

- Porque eu não sou – disse. – A Lisa conhece-te à mais tempo que eu e ela própria disse isso..

- A Lisa disse isso? – Questionou ele. – Quando é que ela te disse isso?

- Uns dois dias antes de tu me pedires em casamento – admiti. – E quando o fizeste, eu só conseguia pensar nas palavras dela…

- Rose – interrompeu-me o loiro. Largou o algodão doce e pegou no meu rosto, obrigando-me a olhá-lo nos olhos. – Nesse dia, eu tinha ido comprar a aliança – informou ele, - Lisa estava comigo. – Ele suspirou. – Eu sei o que ela sente por mim, Rose, mas eu nunca pensei que ela fosse capaz de te mentir para te afastar de mim!

- Scorpius, ela conhece-te…

- Tu conheces-me melhor – garantiu. – Rose, ela mentiu-te. Eu amo-te e sempre amarei! Tu és perfeita para mim! E, nada do que ela te disse, alguma vez será verdade – garantiu. – Tu devias saber isso, Rosie! Tu devias saber que se eu te tinha pedido em casamento, era porque tinha a certeza absoluta de que tu eras o amor da minha vida! Por favor, Rose, diz-me que acreditas em mim!

E era impossível não acreditar. Os olhos de Scorpius brilhavam esperançosos. Ele amava-me…

Ele amava-me! Como é que eu pude duvidar disso? Ele era a minha vida e eu era a dele! Era assim! Sempre foi assim! Como é que eu tinha sido tão burra em acreditar na Finnigan?

But if we loved again, I swear I'd love you right
I'd go back in time and change it, but I can't
So if the chain is on your door I understand

- Scorpius – chamei-o, receosa. Olhei-o diretamente nos olhos cinzentos que brilhavam. – Será que podemos ter outra hipótese?

Vi-o sorrir.

- Todas as que tu quiseres, amor, – garantiu a sorrir. Depois, foi-se aproximando, ficando a poucos centímetros dos meus lábios. – Eu amo-te, Rô – garantiu e beijou-me. Um beijo calmo e tímido, mas que demonstrava todo o seu amor por mim.

Separamo-nos por falta de ar.

- Scorpius, queres namorar comigo? – Questionei com um sorriso nos lábios.

O loiro soltou-me e eu imediatamente senti a sua falta.

- Não, Rose – anunciou ele. E antes que eu tivesse tempo de entender as suas palavras, ele sorriu e ajoelhou-se. Arregalei os olhos. – Eu sei que não é dezembro, não está a nevar e o London eye não está ligado, e, provavelmente, isto não é nada romântico, - disse ele, tirando uma caixinha do bolso de dentro do casaco. – Rose Weasley, dar-me-ias a honra de casares comigo e fazer-me o homem mais feliz do mundo bruxo ou muggle?

Lágrimas voltaram a escorrer pelos meus olhos, desta vez de felicidade. Quantas vezes eu havia sonhado em voltar ao momento em que Scorpius me propusera em casamento? Quantas noites eu chorei por ter fugido?

- Rose, por favor, responde sim ou não – pediu. – Mas não fujas de novo!

Ri-me, entre lágrimas.

- Sim, claro que aceito – afirmei estendendo a mão para que ele colocasse o anel, prateado com uma pedra verde Slytherin, na minha mão. Scorpius levantou-se e beijou-me, levantando-me do chão. – Eu amo-te tanto!

- E eu a ti, Srª Malfoy! – Brincou voltando a beijar-me.

Scorpius rodou-me no ar, enquanto eu me ria.

- Mas eu tenho uma pergunta – disse, quando ele me colocou no chão. Scorpius olhou-me receoso. – Tu andavas com a aliança no bolso este tempo todo?

Ele gargalhou.

- Fazer o quê? – Brincou. – Não podia evitar ter esperanças que algum dia ela fosse parar à tua mão! – Piscou o olho. – Além disso, um passarinho disse-me que talvez hoje fosse o dia!

Analisei-o e depois percebi.

- Albus!

Sorri, no inicio do dia, eu só queria voltar àquele momento, agora eu sabia, de alguma maneira eu tinha voltado a Dezembro!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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