Be Mine escrita por Pipe


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ponto de vista do Watson agora.



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BE MINE

WATSON'S POV:

“A semana parecia normal, ajudei um velho amigo num trabalho, até recebi por isso, encontrei uma gatinha nesse serviço, conversa vai conversa vem, ofereci um café, ela aceitou, combinamos de sair pra jantar numa noite dessas – que seria hoje.

Mal sabia eu que era o começo do desastre. Já comecei a noite mal, quando fui me vestir e uma de minhas calças estava rasgada. Ainda bem que eu tinha ido à lavanderia antes, se eu não tivesse adiantado um dia, não teria uma troca.

Quando saí, Sherlock estava estranho. Não, quero dizer, mais estranho. Achei que era algum caso difícil e que saindo, eu ia deixá-lo pensar melhor, sem distrações.

A garota em questão me deu um “bolo”. Somos britânicos, então, quando o atraso é maior que quinze minutos pode esquecer, meu caro, não tem trânsito que justifique.

Ainda pensando no meu companheiro de apartamento, fiquei dando voltas pela rua. Estava uma noite agradável, boa para uma caminhada. Tomei uma cerveja e voltei.

Quando estava na escada, escutei o grito de tédio de Sherlock. É a única pessoa que se desespera quando não tem o que fazer. Pessoas normais assistem TV, fazem palavras cruzadas, jogam no computador, conversam no Skype para se distrair. Menos ele. Pra se distrair ele tem que estar em movimento. Seu cérebro não tem botão de desliga. Deve ser um saco.

Sim, ele estava deitado, irritado. Tão irritado que nem parou para me analisar e deduzir porque cheguei cedo. Já atirou a sua irritação na minha cara. Resolvi acalmar a criança birrenta com comida. E milagrosamente ele topou comer. A cozinha até estava limpa...

Estranho mesmo foi ele me abraçar timidamente na cozinha, tentando estabelecer conexão. Eu tentei brincar com ele, deixando-o sem graça, mas ele estava muito ausente.

Daí, no final da noite, a revelação: meu amigo está apaixonado. PIOR, meu melhor amigo e colega de quarto é gay. Eu não sou homofóbico, já estive no exército, temporadas no inferno só entre homens faz com que surjam estranhas associações para compartilhar conforto e resolver tensões sexuais. Então, apesar de hetero, sexo entre homens não é de todo desconhecido e nem mal visto por mim.

Por quem será que Sherlock está apaixonado? Quem seria capaz de fazer ele tentar transpor o muro da auto preservação com que ele se cerca? Seja lá quem for, se não o compreender direito, se o magoar, vai se ver comigo. Ah, se vai.

Não preciso mentir pra mim, eu o amo. Amo com todas as suas esquisitices, falta de tato, timing errado, sarcasmo exacerbado. Amo suas maçãs do rosto altas, seu sorriso infantil, seu cabelo bagunçado, seu olhar de falcão. Adoro implicar com as suas fraquezas e pequenas ignorâncias,

Amo como a um irmão mais novo, como a um parceiro de jornada, amo como o belo homem que é. Ouví-lo se declarar gay me encheu até de esperanças. Por um minuto desejei que me amasse, para que fosse EU a ensiná-lo sobre relacioamentos.

Mas por que ele me amaria?

Só me resta defender esse amor. Pelo Sherlock sou capaz, sim, de sufocar os meus sentimentos para que ele, finalmente, se abra para amar alguém.”


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Notas finais do capítulo

N/A: Tem como não amar esse John? Mas as pessoas muito amorosas geralmente se substimam. 12/11/2014.



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