James

– Okay, não te passes, Lily!

Está em fúria esta mulher, uma pilha de nervos!

– Eu vou dar cabo dele!- gritou.

– Desculpa mas ela também o provocou.

Ela foi dançar para cima dele e tudo...

– Eles só estão a dançar, Lily!

Raios! Só estão a dançar uma balada que é o que toda a gente está a fazer, excepto eu e Lily. Não é que eu goste particularmente de baladas mas com Lily gosto de tudo... Vi Petúnia a aconchegar-se na curva do ombro esquerdo de Sirius e Sirius a pôr a cabeça em cima da dela.

Lily escondeu a cabeça entre as mãos.

– Ai... Se ele a magoar...

Irra!

– Ai! Mas que treta!- gritei.- Ele não lhe vai fazer nada que ela não queira!

– O que te faz estar tão certo disso?

– Primeiro porque conheço o Sirius, e tu também! Segundo por causa das regras dos Marotos.

Ela olhou-me interrogativamente.

Boa! Agora vou ter de contar?

– Er... É segredo, sabes? Não é que seja algo demais mas é um assunto interno Maroto.

Ela lançou-me um olhar indignado e mortífero.

Boa, vou ter mesmo de contar... Antes que ela me mate! Não me admirava nada, ela está uma fera. Uma fera linda e sensual mas mesmo assim não gostaria de ter a minha cabeça a prémio.

– Tens de prometer segredo, nem a tua irmã pode saber. Se os Marotos descobrem que te contei, cortam-me o pescoço! É um assunto interno.

– Até parece que não me conheces.

– Anda! - puxei-a pela mão.- É exactamente por te conhecer que sei que contas tudo à tua irmã. Ela até sabe que o Lupin é lobisomem.

– Eu já me desculpei por isso...

Ela fez feição de culpada.

– Não te preocupes!- exclamei, dando-lhe um encontrão que quase a fez cair.

Segurei-a a tempo pela cintura.

Ficámos com as bocas muito próximas. O hálito dela inundava-me os sentidos mas sim... Eu amo-a e é por isso que não a posso beijar, porque ela não nutre esse sentimento por mim. É o que ela quer. O melhor para ela e para mim.

Afastei-me.

– Desculpa. Acho que exagerei na força mas não tenho culpa que tu sejas pequena e fracota!

Ri e ela bateu-me no braço.

Saímos para o exterior.

O cabelo e o vestido flutuavam ao som do vento. Não estava frio. Até estava um pouco abafado. Acho que os professores exageraram no encantamento de aquecimento. Pelo menos a brisa era fresca...

MAS QUE MERDA!

Porque é que ela tem de ser tão bonita?

Parou perto do lago e descalçou-se. Depois sentou-se à beira do lago e mergulhou os pés nele. Atirou a cabeça para trás e o cabelo vermelho balançou calmamente nas suas costas. A pele dela reflectia a luz da Lua quase cheia. Pelas cuecas rotas de Merlin, se Sirius fosse bom em Legilimância...

Ela mirou-me por cima do ombro.

– Que estás aí a fazer sentado? Vem para perto de mim.

Quem me dera poder ir mesmo para perto de ti. Fui ter com ela, descalcei-me e mergulhei os pés também, molhando parte das calças.

– Então, explica lá isso das regras dos Marotos.

– Bem... Huumm...

Ela enfiou o braço no meu e implorou:

– Conta-me a vossa história.

– O quê? Todas as nossas aventuras importantes?

Ela abriu um sorriso enorme.

– Aaah Lily, não me peças isso... É a única coisa que não te posso dar.

– Porquê?

– Porque é segredo dos Marotos. Nós prometemos não contar a ninguém... As regras são uma coisa mas todas as nossas aventuras?... E Lily... Tu és Monitora-Chefe, seria um pouco estúpido de nós contarmos-te isso.

Terei de pedir autorização aos outros Marotos. Esta miúda deixa-me louco! Eu cedo sempre...

– Espera... Volto já!

– Onde vais?

Levantei-me.

– Venho já não saias daqui. 10 minutos!

Lily

Ouvi uma voz atrás de mim.

– Que estás a fazer?

...

Virei-me.

James estava ali. Feito pilar, em pé. Raios, perdi a noção do tempo!

– O quê? Nunca viste? Mergulhei! Está um calor abrasador aí fora, a água está mais fria.

Ele sorriu. Reparei que trazia uma bolsa com ele.

Saí.

O vestido está todo pegado ao corpo por estar todo ensopado. Ele fixou o olhar no meu corpo e acho que respirava mais rápido.

– Importas-te de me passar a minha varinha? Está aí ao pé de ti.

Ele não se mexeu.

– James!

Tarado...

– Sou eu...- respondeu-me, com a voz entrecortada.

E não se mexeu.

Merlin!

Fui até à minha varinha.

James

Ela veio lançada para mim e tropeçou nos próprios pés (que admiração...) vindo parar directamente aos meus braços.

Fiquei meio atarantado, sem saber o que fazer. O vestido estava completamente colado ao corpo dela. Percebia-se cada curva do corpo dela. Estava completamente hipnotizado. Ela estava tão perto de mim. Que vontade de beijá-la, senti-la... Não vou conseguir...

Só me fixo mais e mais nos olhos dela. Estes olhos verdes que eu tanto amo.

– Onde foste?- perguntou ela em meia voz.

Tentei recompor-me para não gaguejar.

– Pedir autorização aos rapazes para te contar.

Ela afastou-se e fez um encantamento de secar a roupa.

Fiquei meio zonzo.

– E então? O que é essa bolsa?

– Eles aceitaram. Mas tens de me prometer segredo. Por favor Lily... Se tu contares quem fica com a consciência pesada sou eu. Eu encarreguei-me de que não contavas nada. Quanto à bolsa, já te mostro o que é.

– Eu prometo que não conto a ninguém.

– Nem a tua irmã? Jhessica e Alice? Nem ao director ou à Minervazinha?

– Minervazinha? Sim. Podes confiar em mim.

– Okay. Vamos começar então...