As Filhas da Minha Noiva escrita por Morgana Salvatore


Capítulo 11
Capítulo 11




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Fechei a porta da minha sala sem saber como reagi. Eu ainda não tinha conseguido dormir, nem um pouquinho – e olha que eu era uma grávida que dormia atoa, no momento em que eu falei às palavras que nos colocaram naquela situação (óbvio que foi bem mais que palavras que nos colocaram ali) tudo pareceu desandar e eu nem tive tempo de fraquejar. Precisei ser forte mesmo sem querer e tive que fingir que nada estava acontecendo e que aquelas palavras não saíram da boca dele, ou melhor, eu precisei garantir para mim mesma que jamais esqueceria que aquelas palavras saíram da boca dele, jamais eu poderia perdoar o jeito que ele reagiu aquilo em momento algum eu reconheci o Edward que eu me apaixonei e por quem eu tinha resolvido depois de muito tempo dá uma nova chance ao meu coração. Estava cansada de ficar defendendo e perdoando o imperdoável, jamais conseguiria esquecer e muito menos perdoar ele ter sugerido ou sei lá que merda foi aquilo para que eu matasse aquele bebezinho dentro de mim. Ele já tinha deixado claro mais de uma vez que não conseguia entender o que eu sentia e nem compartilhava comigo aquele tipo de sentimento e eu realmente esperei que ele surtasse, desmaiasse ou qualquer atitude assim, mas ele tinha ultrapassado o limite, um limite bem rígido para mim e dali não tinha mais volta. Agora mais do que nunca o melhor seria cada um seguir seu caminho e encontrar sua felicidade do jeito que fosse.

De certa forma eu não podia culpar ele por aquilo, ele tinha deixado claro mais de uma vez que ele não servia para esse papel e a culpa era minha de esperar dele mais do que ele podia oferecer.

Me sentei em frente ao computador abrindo a versão online do meu contrato, enviei uma copia a minha advogada ela teria que começar a trabalhar para minha recisão. Eu pagaria uma fortuna, seria obrigada a vender meu apartamento e muito provavelmente voltar às saias da minha mãe. Porém eu não podia obrigar ele a nada e permanecer ali meio que estaria fazendo aquilo. Ele tinha uma família que conhecendo-os do jeito que eu conhecia iria querer obrigar ele a fazer algo que ele não queria e eu jamais iria expor meu bebe a um relacionamento daquele tipo com um pai que não o queria já bastava o James com as meninas. O melhor a se fazer era me afastar. Aproveitei meu e-mail aberto e mandei uma mensagem para o meu antigo chefe, não custava nada tentar uma chance no meu antigo local de trabalho. Provavelmente eu receberia menos se fosse contratada conseguir um emprego estando grávida era difícil, mas eu tinha cinco crianças para cuidar então ficar desempregada esperando a proposta perfeita não funcionaria.

Com o e-mail enviado eu apenas abri minha agenda conferindo os projetos já aceitos que não teria como mudar e que eu precisaria levar até o fim para não aumentar minha recisão já milionária. Teria que conseguir um jeito de conciliar aquilo e finalizar todos aqueles projetos em tempo recorde antes que minha barriga se tornasse evidente. Voltei ao meu e-mail entrando em contato com a organizadora de festa que eu tinha recebido recomendação da professora das meninas cancelando a festa delas (mais uma multa para mim pagar), porém eu usaria aquela oportunidade delas quererem ficar com o James para ir para casa, falar com os meus pais e começar a me organizar para minha volta.

Meu telefone tocou e eu encarei o nome da minha advogada pensando bem sobre o que ela queria e se valia a pena atender, mas eu a conhecia para saber que ou eu atendia ou ela não ia fazer o que eu precisava que ela fizesse.

Peguei o telefone atendendo:

—Sim.

—Ficou doida?

—Eu preciso que você faça o que eu pedi sem perguntas e, por favor,  também anuncie meu apartamento em alguma imobiliária. —Seria um grande retrocesso vender meu apartamento, a apartamento que eu só tinha conseguido comprar depois de muito sacrifício pessoal onde eu deixei tudo que eu conhecia e uma vida inteira para trás para me mudar para uma cidade estranha com minha princesinhas.

—Seu apartamento? —Ela precisou de um tempo para lidar com aquela nova informação. O ruim de se ter uma advogada como melhor amiga. —O que aconteceu Bells?

Ignorei-a por alguns segundos pensando o que eu diria a ela. Anotei no meu planner em negrito “contratar uma babá.” Se eu queria terminar aquilo enquanto eu podia sair sem fazer da minha gravidez uma grande coisa eu precisaria de alguém para ficar com as minhas anjinhas mesmo que eu precisasse contratar uma babá nova todos os dias.

—Você vai ter sua amiga de volta. —Talvez a única parte boa era ficar perto da minha melhor amiga.

—Me conta o que está acontecendo ou eu vou pegar o primeiro voou para ai. —Tinha certeza de que ela não estava brincando.

—Posso te ligar mais tarde preciso resolver algumas coisas agora e mais tarde vou poder te contar tudo em detalhes.

—Bells.

—Agora você pode, por favor, agilizar isso que eu te pedi.

—Tem certeza? —Voltou a perguntar.

Não tinha muito o que pensar.

—Tenho.

[...]

—Isabella. —pensei em ignorar meu chefe e continuar meu caminho, mas eu não poderia fugir daquilo para sempre.

—Sim senhor.

—Que história é essa de você está pedindo demissão? —Ele parecia irritado como nunca antes eu tinha visto. —E principalmente está pedindo demissão através de uma advogada. Pensei que você soubesse que tem liberdade comigo para conversar sobre qualquer coisa. —Não tinha nenhuma maneira, exceto a verdade, para eu explicar aquilo de um jeito que ele não se sentisse ofendido.

—Eu já tomei minha decisão e espero que o senhor a respeite. —Ele me encarou com raiva.

—O que está acontecendo? Ou melhor, o que o Edward fez? —Bem previsível.

—Nada. Apenas preciso voltar para Londres.

—E você não podia pedir uma pausa no seu trabalho? Como vai ficar seu relacionamento com meu filho? —Senti minha cabeça girar lentamente. Aquele era justo o assunto que eu não queria conversar com ele. —Falando nele. —Não precisava me virar para ter certeza de que o Edward tinha chegado ao ambiente. Provavelmente ele não tinha me visto ali, tinha certeza de que ele não ia querer participar de um encontro como aquele, principalmente depois de eu ter o expulsado da minha casa.

—Eu estou voltando para casa sem chance de retorno. —Fui firme não sei para qual dos dois ouvir. Meu estomago girou e eu fiz ânsia sobre o olhar atento do meu ex-sogro. Aquele era um péssimo momento para aquilo. O nervoso tomou conta de mim, meu ex-sogro era uma pessoa muito atenta e eu não queria de forma nenhuma que ele nem ao menos desconfiasse da minha gravidez. Dei um passo em direção ao elevador apenas querendo sumir daquele lugar. O movimento foi muito rápido e minha cabeça girou escurecendo.

[...]

Tentei me levantar, mas mãos me mantiveram firme no lugar.

—Eu preciso buscar minhas filhas na escola. —O toque do meu despertador que eu tinha colocado para não esquecer ou perder o horário delas tocava em algum lugar próximo. Tentei novamente me levantar novamente fui impedida.

—Ei fique calma e quieta a ambulância já está a caminho. —Encarei o teto da construtora. Estávamos no hall do meu escritório. Eu estava deitada no chão e sentia um forte cheiro de sangue, levei minhas mãos a minha intimidade sentindo uma umidade ali voltei à mão ao alcance dos olhos. Tinha sangue ali. Senti minha cabeça girar novamente isso não podia está acontecendo. Aquele sempre foi um dos meus maiores medos quando eu descobri que estava grávida de três princesinhas e os médicos diziam que tinha muita possibilidade de que elas não resistissem ou que eu podia perder uma delas.

—Você deve está feliz. —Não resisti. Fechei os olhos tentando controlar a tontura. Não queria ver a reação dele diante daquelas palavras.

—Não sabia que você tinha uma visão tão suja assim de mim. —Não tinha certeza se tinha ouvido aquilo dele mesmo eu me sentia distante.

[...]

—Edward. —Tentei me mexer percebendo que meu corpo estava completamente imobilizado.

—Fique calma senhora estamos a caminho do hospital. —Meus pensamentos estavam entrando em foco.

Senti um aperto na minha mão. Eu conhecia aquele toque.

—Edward. —Chamei novamente dessa vez mais alto.

—Eu estou aqui. Por favor, não se estresse. —Pediu. O tom de voz dele era assustado de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes. —Já estamos chegando ao hospital.

Ele falava demais.

—Edward fique quieto e me escute. —Meu corpo inteiro protestou pelo esforço em falar mais alto. Eu estava passando pelo momento mais difícil da minha vida e isso não me abdicaria de ser responsável. Elas só tinham a mim naquele momento e naquela cidade e eu estaria indisponível. —Eu preciso que você pegue minhas filhas na escola eu sei o quanto estou te pedindo, mas eu não tenho a quem pedir isso.

Naquele instante eu me arrependi friamente de ter me mudado, como eu não tinha pensado naquela possibilidade, naquela cidade grande eu estava completamente sozinha e deixando minhas meninas completamente sozinhas. Óbvios que nos meus planos eu sempre teria o Jacob, mas ele não estava ali e estava tão longe como todos os outros e se Edward não fizesse aquilo elas ficariam abandonadas na escola e eu podia imaginar o desespero que tomaria conta delas. Pensar nisso fez meu coração acelerar e eu me senti ficando sem ar, mas eu não podia me permitir aquilo antes de ter certeza de que o Edward faria o que eu tinha pedido.

—Você só precisa pegar elas e levar elas até o hospital só não as deixe sozinha por favor faça isso por mim e eu prometo nunca mais te pedir nada. —Eu não tinha a menor ideia do que eu faria com elas em um hospital, mas naquele instante e naquela situação aquilo era o máximo que eu podia me permitir fazer quando chegasse ao hospital e descobrisse o que me aconteceria. Só de pensar nas possibilidades eu apenas conseguia sentir medo.

[...]


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Notas finais do capítulo

Comentem me deixem saber o que estão achando...

Conheçam meu site: https://morganasalvatore1.blogspot.com.br/

Não betado.

03/03/2020



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