Eve escrita por BibiBennett


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! =D
Primeiramente eu queria agradecer pelos lindos comentários de vocês no último capítulo!



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Eve não saia dos pensamentos de Rogers enquanto ele caminhava em direção à base secreta da S.H.I.E.L.D. onde “trabalhava”.

O quê será que ele descobriria sobre a doce mulher de olhos castanhos que aos poucos conquistava sua amizade?

Durante a semana que se passou ele tentou viver a vida normal que nunca tivera depois que o soro que o transformou no super soldado foi injetado em suas veias. Passeios de bicicleta no parque, cafés-da-manhã tranquilos e conversas com alguém que desconhecia de seu passado e de seu nome como “super herói” estavam fora de sua lista de afazeres antes de conhecer Eve, e ele se pegou adorando cada segundo da folga que havia passado com ela fazendo tais coisas.

Então, a cada passo que dava em direção à organização, o coração do super soldado afundava mais um pouquinho em seu peito com a possibilidade de que as coisas nunca seriam assim novamente. Depois que Eve descobrisse a própria identidade, ele tinha certeza de que ela iria embora encontrar sua família e amigos, ou quem quer que estivesse procurando por ela, e a amizade que os dois estavam construindo durante aquela semana seria rapidamente deixada de lado.

O Capitão América balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos egoístas que preenchiam sua mente durante a caminhada, e se pegou perguntando desde quando ele começou a pensar assim. Certamente não era algo que ele fazia frequentemente, e ele tratou de não fazê-lo novamente durante a caminhada.

Concentrado apenas no caminho à sua frente o loiro demorou a perceber a ausência do smartphone em seu bolso, e deu um suspiro irritado assim que o fez. Ele deu meia volta o mais rápido que pôde, mas antes passou na loja de doces que ficava pelo caminho e comprou um saco das guloseimas que ele tinha certeza de que Eve adoraria. Pelo menos seria alguma coisa para compensar o atraso que o esquecimento do celular acarretaria na coleta de informações sobre a moça.

Caminhando de forma apressada ele chegou à frente da casa em menos de 10 minutos, e assim que subiu as escadas que davam para a porta, parou abruptamente. A porta da frente que ele tinha a mais absoluta certeza de ter trancado mais cedo balançava entreaberta com o vento que cismava em bater contra ela.

Steve arregalou os olhos quando diversas possibilidades passaram por sua cabeça, e mesmo com o nervosismo insistindo em tentar dominar seus pensamentos, abriu a porta aos poucos e analisou o cômodo de forma clínica e cuidadosa. Afinal, ele era treinado para situações como essa.

Sua mente logo entrou em estado de alerta ao ver os claros sinais de luta espalhados pelo hall. Vasos quebrados, mesinha derrubada, tudo evidenciando que alguém havia tentado escapar de alguma coisa. O super soldado vasculhou o primeiro andar o mais rápida e silenciosamente possível, deixando o saquinho de doces logo na entrada, e ao não ver sinais de inimigos tratou de subir as escadas. Dessa vez não teve como não fazer barulho, e Steve xingou mentalmente a cada degrau que rangia por baixo de seus pés.

— Você ouviu isso? — Uma voz masculina pôde ser ouvida do quarto que Steve sempre mantinha trancado e ele parou na metade do caminho esperando alguma reação dos invasores.

— Ouvi o quê? — Outra voz do mesmo gênero respondeu imediatamente, e foi nesse momento em que um plano se desenvolveu na mente do super soldado. Tudo bem, certamente fazer barulho não era um dos melhores planos que ele já havia criado, mas por hora teria que servir.

Se Eve ainda estivesse na casa com certeza estaria no segundo andar, onde os invasores se encontravam, e arriscar desencadear uma luta lá em cima com a loira provavelmente mantida refém seria algo perigoso para os dois. Então na mente de Steve o certo a se fazer naquele momento era atrair a atenção dos inimigos para o andar de baixo.

Ele se apoiou no corrimão e pulou por cima do mesmo, caindo no chão do primeiro andar com um barulho alto.

— Ah, agora você tem que ter escutado. — A primeira voz soou mais distante de forma preocupada, enquanto Steve rapidamente corria até a sala e se posicionava atrás do balcão que ligava o cômodo com a cozinha.

— Eu vou lá embaixo checar. — O provável parceiro do invasor respondeu e o barulho de passos descendo as escadas logo foi ouvido. Não demorou muito para que o homem estivesse vasculhando cuidadosamente o primeiro andar.

O super soldado arregalou os olhos ao ver o uniforme característico de alguns dos agentes da HYDRA e respirou fundo sem entender o motivo de eles estarem em sua casa.

Se fosse um ataque direto, que estivesse visando comprometê-lo de alguma maneira, a HYDRA estaria precisando muito de outra pessoa para arquitetar seus planos, pois deixar a porta aberta e o local completamente revirado não eram táticas muito boas para uma armadilha. Uma coleta de informações em sua casa seria inútil, pois ele não mantinha informações preciosas para a SHIELD em casa, quaisquer informações sobre missões ou contatos com agentes estavam somente em seu celular.

O celular que ele havia esquecido dentro de casa com Eve.

Mas eles não teriam como saber sobre isso, teriam? Não havia como saber se ele havia ou não esquecido o celular.

Ele balançou a cabeça desistindo de encontrar respostas por aquele momento, pois o agente da HYDRA que havia descido as escadas cada vez mais se aproximava de seu esconderijo. Ele observou o homem de cabelos ruivos pelos talheres próximos a pia – não era uma imagem nítida, mas era o suficiente para agir. – e esperou pelo momento certo.

Assim que os pés do homem surgiram ao seu lado Steve colocou seu plano em ação, e tentou abater o inimigo da maneira mais silenciosa possível.

Ele surpreendeu o agente ao levantar-se do local onde se escondia, e aproveitando o elemento surpresa deu uma rasteira no homem. A arma que o ruivo segurava ao vasculhar a casa caiu no chão com um barulho alto, mas Steve não teve tempo de se preocupar com isso enquanto impedia o agente de cair totalmente no chão e envolvia os braços em volta do pescoço do mesmo, sufocando-o. Em pouco o tempo o agente perdeu a consciência, e Steve o posicionou de forma cuidadosa no chão, estrategicamente escondido atrás do balcão.

O loiro levantou-se rapidamente e olhou em volta, vasculhando o local por inimigos que poderiam ter surgido durante o breve combate. Foi nesse momento que ele avistou outro agente da HYDRA descendo as escadas, e quase ao mesmo tempo esse agente o notou, apontando uma de suas pistolas para o super soldado e atirando.

***

Tudo começou com um barulho.

Meu queixo começava a doer devido à posição em que me encontrava quando um curto e quase inaudível barulho pôde ser ouvido vindo das escadas. Um, dois, três mais dessa perturbação ao silêncio que aos poucos me fazia acreditar que há horas estava incapacitada no chão frio do quarto me convenceram de que alguém subia as escadas.

Seria Steve, que havia voltado para recuperar o celular? Se sim, minha mente não conseguia se decidir se ficava feliz ou horrorizada, pois ao mesmo tempo em que esperava que Steve viesse me ajudar, tinha certeza de que ele não conseguiria combater os três homens que haviam invadido a casa. Afinal, apesar do físico e de aparentar ter bastante força, eu duvidava que o loiro tivesse algum tipo de treinamento para a ocasião.

E se eles o matassem? Um dos homens que havia falado comigo minutos antes já havia deixado claro que o seu interesse era em mim, então o que ele faria se Steve ameaçasse seus planos?

Tentei afastar minha mente de tais pensamentos, focando-me no cenário onde me encontrava.

Os homens, ou agentes como haviam se designado, por motivos desconhecidos a mim agora vasculhavam o quarto que Steve sempre manteve trancado. Eles passaram minutos tentando arrombar a porta antes de ter algum sucesso, e do chão do quarto eu pude ver os agentes passando rapidamente pelo corredor carregando objetos como notebooks e pastas. Eu não sabia o quê Steve poderia ter que um bando de agentes de uma organização obviamente não muito boa poderiam querer, e em minha mente não pude deixar de me perguntar o quê interessaria pessoas como essas. Nada conseguiu satisfazer minhas dúvidas.

Aproveitei o fato de os agentes estarem ocupados para tentar me mover novamente. Os espasmos de dor que atingiam meu corpo desde o momento em que havia levado o choque aos poucos diminuíam de intensidade, e no mesmo ritmo eu mantinha controle sobre minhas ações novamente.

— Você ouviu isso? — Um dos agentes se pronunciou, parando no corredor.

Os passos que eu ouvi pela escada pararam de repente, e eu dei uma pausa em meus esforços de voltar a me mover novamente para prestar atenção no que aconteceria a seguir.

Depois de poucos segundos de silêncio, só interrompidos pela voz de outro agente que disse não ter ouvido nada, um alto barulho pôde ser ouvido vindo do andar debaixo, e um dos homens de preto logo foi checar o quê – ou mais especificamente quem – havia feito tal som. Minutos se passaram até que eu me desligasse dos acontecimentos e me focasse em tentar escapar.

Eu já havia me sentado no chão e estava prestes a me levantar quando o outro agente resolveu verificar seu parceiro, passando pelo quarto onde eu estava sem nem olhar duas vezes e descendo as escadas. Dei um suspiro de alívio pela sorte que eu havia tido naquele instante. Apoiei-me na cama e me levantei, eu ainda estava dolorida e definitivamente não totalmente recuperada, mas pelo menos já era um avanço se comparado há minutos atrás onde eu me contorcia no chão devido à descarga elétrica que havia recebido.

Andei alguns passos em direção à porta quando ouvi o primeiro disparo, seguido de outros três e de barulhos de vidro se estilhaçando. Arregalei meus olhos e apertei o passo, sabendo que se Steve estivesse realmente lá embaixo ele estaria em perigo. No momento eu não tinha condições de ajudar muita gente, mas minha mente ignorou o fato e minhas pernas continuaram me guiando em direção ao corredor.

Parei no meio do caminho quando os barulhos de repente cessaram, recuando dois passos não pelo medo de quem quer que estivesse lá embaixo já estivesse morto, e sim por que o agente Fyres, como ele havia se autodenominado minutos antes, estava bloqueando totalmente a passagem, olhando para mim com aquele olhar cínico que mantinha em seu rosto desde que havia posto os olhos em mim.

Sem nenhuma palavra dita ele avançou em minha direção, me puxando pelo cabelo em direção ao quarto de Steve. Usei meu cotovelo para atingir seu estômago e tentar me desvencilhar de seu aperto, mas apesar da pequena exclamação de dor que Fyres deixou escapar por seus lábios, ele não me soltou. Senti quando ele soltou uma de suas mãos de meu cabelo e puxou sua pistola, apontando-a para minha cabeça.

Arregalei os olhos surpresa, sem entender o quê acontecia.

Eu era o alvo dele, Fyres me queria de volta, então por que estava disposto a me matar?

Ele está blefando. Mas para quem? Não havia ninguém ali que ele pudesse ameaçar com minha vida.

Minha pergunta foi respondida segundos depois, quando Steve apareceu de forma agitada na porta do quarto. Seus olhos vasculharam o cômodo até encontrarem os meus, o azul preocupado de seu olhar provavelmente encontrando o meu surpreso castanho.

Ele havia arriscado sua vida e aparentemente desarmado conseguiu derrotar dois agentes da HYDRA, e agora parecia disposto a abater o terceiro.

— Solte-a. — Steve foi o primeiro a se pronunciar, desviando seu olhar de mim para o homem que segurava a arma contra minha cabeça. Fyres não se moveu um centímetro.

— Por quê? — O moreno perguntou depois de alguns segundos de silêncio, e ainda me segurando deu um passo para trás, ajeitando a arma em minha cabeça.

Steve, assim como eu, franziu o cenho sem entender a pergunta do agente.

— O quê? — Steve disse, aproximando-se de maneira lenta e quase imperceptível.

— Você só a conhece há uma, duas semanas, não? Por que quer protegê-la, Rogers? O quê ela tem de tão especial? — Ele repetiu a pergunta, esclarecendo a confusão de Steve.

Eu não entendia o quê o homem poderia estar querendo com tal pergunta. Queria ele distrair Steve? Irritá-lo? Antes que eu pudesse formar teorias escutei um baixo e quase inaudível barulho de vozes vindo de algum lugar atrás de mim, algum lugar na roupa de Fyres. Não demorei muito para constatar que o comunicador estava ligado.

Ele estava esperando por reforços.

— Nós podemos acabar isso agora. Você me deixa levá-la e tudo voltará a ser como era antes, você pode esquecer essa semana que vocês dois passaram brincando de casinha e nunca mais irá ouvir falar dela. —

— Você é doente. — Respondeu Steve, dando mais um passo à frente. Observando as ações do loiro, Fyres apertou ainda mais a arma contra mim.

— Oh, acho que já entendi... — O agente disse, dando uma risada de escárnio antes de continuar. — Você gostou dela, não foi? Desculpa te decepcionar Capitão, mas uma vez que você realmente conhecer a vadiazinha aqui, vai pensar duas vezes antes de querer alguma coisa com ela. —

E aquilo pareceu irritar Steve mais do que qualquer outra coisa que o homem tinha dito a ele. O loiro deu um passo à frente de forma abrupta, fechando seus punhos tão fortemente que foi possível ver as juntas de seus dedos perdendo a cor.

— Mais um passo e eu atiro. — Steve parou imediatamente quando o agente disse tais palavras, e foi aí que eu tomei uma decisão.

Eu não o deixaria ser encurralado em uma tentativa de me salvar, e muito menos ficaria por mais um minuto presa pelas mãos sujas do agente Fyres, eu iria contra-atacar. Respirei fundo e rezei para estar certa de que Fyres não atiraria em mim, de que ele precisava de mim viva. Tudo o quê ele havia dito até aquele momento me convencia disso.

— Não. — Disse, e quase pude ver a expressão confusa do agente em minha mente antes de ouvir sua pergunta.

— O quê disse?

— Você não vai atirar. — No momento em que a última palavra saiu de minha boca me pus em ação.


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Notas finais do capítulo

E aí? O quê acharam?
Espero que tenham gostado! =D
O próximo capítulo já está prontinho, e é só eu acabar o capítulo 11(ou o 12, dependendo do tamanho deles) que eu posto o próximo ^^
Estou cheia de ideias, então acho que eles devem sair rápido... Ou não... De qualquer maneira vou tentar agilizar.
Não se esqueçam de deixar suas opiniões e comentários na caixinha destinada pra isso, eu sempre adoro ler as reações de vocês e críticas construtivas, elas dão um boost no meu dia e meu humor *-*
E... É isso.
Espero que tenham um bom dia e uma ótima semana! Até a próxima! =D
Beijos e queijos :*
EDIT:
AAAh, e o quê acharam da nova capa? =D
Eu tinha esquecido completamente de comentar sobre :x
A atriz é a Lily James, acho ela maravilinda