A culpa é da calcinha escrita por Bella Rose


Capítulo 8
Dr. Carlisle, um médico impressionante


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é longo... Isos significa que a fic está chegando ao fim. :(



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— O que? – Perguntei, não entendo. – Como que sua calcinha estava nessa gaveta? Eu nem tenho uma gaveta de calcinha.

— Não se faça de desentendido – empurrou o meu rosto para um lado, fazendo com que eu o abaixasse. – Você é um pervertido e arrogante. Aposto que usou todas as donas das calcinhas, como me usou.

Fiquei refletindo de onde tinha tirado aquela ideia. Eu mal conhecia Isabella. A única coisa que eu sabia sobre ela era que estudava em Forks por intercâmbio, tinha vindo da Itália e morava em uma rua estreita... Pensando melhor, talvez eu conhecesse mais de Bella. Ela era magra, mas tinha onde se apertar. Existia uma marquinha de nascença em uma de suas coxa e tinha um cheiro maravilhoso. Gostava de plantas suculentas e, também, do sol. Opa, pensei coçando a cabeça.

— De onde te conheço?

— Você é um imbecil, sabia? – Falou me dando vários tapas no meu braço. – Não se lembra do dia maravilhoso que passamos? Por que disse para mim que não estava em casa no dia em que usei seu banheiro? Você estava sim. Estava aqui nessa porcaria de quarto dizendo: “Bella volta aqui, não terminei!” – fez um imitação barata de mim.

Antes que Isabella me desse uma voadora, alguém bateu na porta. Era um homem simpático, vestido todo de branco e segurava uma maleta pequena de couro. Ficou olhando para a cama, talvez tentando entender o que acontecia entre eu e a garota. Não nego, não dava para entender. Berrá estava quase no meu colo, me dando tapas com uma mão e na outra segurava um abajur, que estava bem em cima da minha cabeça. Ele coçou a garganta e entrou naturalmente.

Bella se afastou de mim e colocou o abajur no seu devido lugar. Saiu do local pisando duro e murmurando alguma coisa sobre não poder me matar e dinheiro; Dr. Carlisle riu ao se sentar ao lado da minha cama.

— Quem era essa? – Disse, abrindo a maletinha e tirando de dentro um medidor de pressão.

— Não sei – respondi com sinceridade. – Ela disse que peguei a sua calcinha…

O doutor deu uma risada irônica.

— Odete disse que você estava um pouco confuso. Estava falando sobre lobo e calcinhas. Pode contar, realmente, o que aconteceu com você?

Respirei fundo e comecei a falar. Tudo detalhado, não deixei passar nada. Falei sobre o telefonema, sobre a calcinha, sobre Jake, sobre a fantasia, sobre a dancinha, sobre o Moonwalk da Bella e sobre o quanto fiquei impressionado com o Moonwalk bem feito e seu gritinho. Depois contei o que estava acontecendo no quarto quando chegou. Foi bem desgastante e chato dizer que eu estava confuso e que não me lembrava de ter tido algum envolvimento com Isabella.

— Sabe o que eu acho? – Pronunciou essas palavras de forma calma, e neguei com a cabeça – Acho que você vai começar a ouvir vozes em breve.

Foi minha vez de rir.

— Ouvir vozes? – Perguntei incrédulo.

— Exatamente. Você está com esquizofrenia.

Quando disse a palavra “esquizofrenia” fiquei surpreso. Dr. Carlisle era um médico magnífico por tirado essa conclusão sem nem mesmo precisar de um exame específico.

— Vou chamar Odete para que possamos juntos – piscou para mim – tirar algumas informações dela. Odete! – gritou e no mesmo instante, como se tivesse atrás da porta escutando, minha empregada apareceu. – Odete, querida, você poderia nos dizer se o senhor Cullen tem mostrado algum comportamento estranho nesses dias?

Odete assentiu e fez uma expressão de medo.

— Posso antes entregar um papel para meu patrão? O senhor Jacob deixou comigo para que o senhor assinasse.

Fiz um sinal para que se aproximasse e Dr. Carlisle me emprestou uma caneta. Apoiei o papel no joelho e comecei a assinar meu nome. A medida que a caneta ia escorregando, Odete soltava risadinhas abafadas. Balançava de um lado para outro sua pança e ria baixinho. Minha fiel escudeira era sempre muito alegre e amável, pensei lhe entregando o papel com satisfação. Sua expressão de apavorada mudou quando guardou o documento no bolso de qualquer jeito. Tinha se transformado completamente, não saberia dizer se aquilo tinha um significado bom ou ruim.

— Pode contar senhorita? – O doutor disse.

— Claro – deu uma gargalhada que ecoou por todo o quarto. – Esse rapaz está completamente doido – seu tom de voz não era o da Odete que eu conhecia. – Desde o segundo mês que me contratou, percebi que não estava muito bem da cabeça. Saia na calada da noite, de pijama, e voltava com umas mulheres esquisitas. Todas ligavam no outro dia perguntando sobre suas calcinhas. Obviamente, ele roubava todas as calcinhas e as guarda em uma gaveta lá no banheiro.

Odete? Era você? Minha boca se abriu. Meu pulso se acelerou de uma hora para outra. Odete girava na minha frente.

— Ele me humilhava doutor. Chamava-me de rechonchuda e gordinha dos doces. Dizia que eu não sabia cozinhar e que odiava minha comida. Falou hoje mesmo que eu não tinha sobrancelhas – uma lágrima desceu do seu olho direito. – A única coisa que comia era meus pãezinhos de ervas-finas, que por sinal é uma receita especial da minha família. O senhor Jacob, coitado, foi alvo de insultos hoje e a senhorita Isabella, também. Ela é uma moça adorável e não merecia isso.

— É eu percebi quando cheguei que o senhor Cullen estava tendo um comportamento violento com a moça.

Para tudo! Para! Chega! Não quero mais fazer parte disso! Gritei por dentro. Odete, quem era você? Por que estava falando isso? Nunca lhe xinguei e nem mesmo disse que sua comida era horrível. Por mais que sua comida fosse realmente horrível, sabia que se esforçava para me alimentar bem. Seus pãezinhos de ervas-finas eram ótimos, toda vez que eu comia sentia uma leveza no corpo, uma vontade de voar e de ser passarinho...

— Senhor pode interna-lo! – Ela exclamou.

— Odete! – Exclamei de volta censurando sua fala e não entendo porque tinha dito aquilo. – Com que direito você fala para o doutor que tenho que ser internado?

Odete deu uma gargalhada longa e perversa, Dr. Carlisle a acompanhou no mesmo ritmo. Tinha alguma coisa, muito estranha, acontecendo.

— Com todo o direito que o senhor acabou de me dar. – Tirou do bolso o papel que eu tinha acabado de assinar. – Isso daqui me torna a sua responsável pelo resto de sua vida. Faz com que todos os seus bens sejam meus e que sua parte naquela empresa seja do senhor Jacob e da senhorita Isabella.


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Notas finais do capítulo

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